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Circle of Inevitability – Capítulo 160

Pervertido

Osta Trul nunca questionou a competência de Ciel em enfrentar o monstro aquático, mas a eficiência implacável com que o derrotou o pegou desprevenido.

Foi como testemunhar um adulto dando um soco em uma criança.

Uma pergunta persistente veio à tona nos pensamentos de Osta.

“A que caminho e sequência Ciel poderia pertencer?”

“Por que ele é bom em combate e ainda exerce capacidades proféticas formidáveis?”

Dentro de uma região salpicada de símbolos carmesim escuro e dourado fosco, Lumian se agachou, brandindo sua adaga prateada cerimonial. Ele deslizou a lâmina na ferida aberta do monstro, cortando sua carne, e a depositou no recipiente oco de madeira preparado anteriormente.

Assim que dois recipientes estavam cheios de carne e escamas do monstro, lançando um brilho cerúleo fraco, ele destampou um frasco metálico e começou a coletar o sangue do monstro que borbulhava incessantemente.

Testemunhando isso, Osta metodicamente se aproximou, permanecendo por perto.

Em pouco tempo, Lumian levantou-se, girou e refez seus passos.

Lutando, Osta agachou-se apressadamente e começou a acumular sangue, escamas e o que ele acreditava serem órgãos espiritualmente ricos.

Seu olhar frequentemente se voltava para Lumian, que se afastava, sem mostrar sinais de interromper Osta.

Uma sensação de desconforto começou a tomar conta de Osta.

Afinal, Ciel havia matado o monstro aquático com uma facilidade assustadora. Dado o seu desempenho anterior, Osta temia que Ciel também pudesse eliminá-lo sem muito esforço. Se ele permanecesse sozinho neste rio subterrâneo nas profundezas da escuridão, e se outro monstro fosse atraído pelo cheiro de sangue, ele se encontraria em apuros!

Com um senso de urgência, Osta guardou apressadamente os materiais colhidos, sem ousar perder tempo. Lutando contra a tentação de colher mais restos mortais do monstro, ele deixou uns bons 90% para trás e correu atrás de Lumian.

À medida que suas lâmpadas de carboneto piscavam no final do túnel, a escuridão tomava conta da área, exceto pelo sussurro perpétuo da água.

Depois de um tempo indeterminado, um grupo de estudantes universitários em busca de emoção percorreu o labirinto cavernoso, com lanternas de querosene nas mãos.

Eles descobriram um muro de pedra parcialmente destruído e um caminho desordenado e fragmentado.

Fora isso, tudo estava sereno e silencioso. Nenhum vestígio do monstro aquático ou manchas de sangue foram encontrados.

Depois de dar adeus a Osta Trul, Lumian encontrou um assento em uma carruagem pública com destino ao Le Marché du Quartier du Gentleman.

Recuperando o restante de seus ingredientes no quarto 207 do Auberge du Coq Doré, ele agarrou sua lâmpada de carboneto e entrou mais uma vez no reino subterrâneo.

Seu destino era o antigo local do ritual, uma caverna de pedra. Seu objetivo era preparar a mistura misteriosa necessária para o Feitiço de Profecia antes que o véu da noite descesse. Ao anoitecer, ele pretendia ir até o hospital mais próximo e buscar no necrotério um corpo recém-falecido.

À medida que Lumian descia, seu ritmo diminuiu.

Sob o brilho da lâmpada de carboneto, notou pegadas frescas e evidentes marcando o caminho ligeiramente úmido.

“Pegadas pesadas…” Lumian as estudou por um momento, expressando sua perplexidade.

Pela aparência dessas impressões, ele concluiu que o transeunte devia pesar mais de 100 quilos ou carregava algo pesado nos ombros.

“Quem poderia ser? Um contrabandista do submundo?” Lumian tinha suas suspeitas, mas não pretendia segui-los.

O labirinto subterrâneo de Trier estava lotado de gente. Ficar obcecado com cada pegada só o deixaria exausto.

Além disso, a outra parte não era inimiga. Desde que eles não interferissem em seu próximo ritual mágico, ele não se preocuparia, mesmo que estivesse pronto para garantir o silêncio deles.

Girando o botão da lâmpada, Lumian moderou a reação entre o carboneto e a água, diminuindo assim a intensidade da chama e lançando menos luz.

Ele estava preocupado que o criador das pegadas estivesse próximo e pudesse detectar a luz brilhante se aproximando por trás.

Continuando sua jornada, Lumian parou de repente, contraindo o nariz.

Ele detectou um aroma familiar.

Um perfume almiscarado pensado para despertar desejos masculinos, mesclado com um toque cítrico.

Após um breve momento de investigação mental, Lumian identificou o dono do perfume, ou dona.

Pequena Atrevida, Jenna, a Encantadora Diva!

“Seriam essas as pegadas dela? Absurdo. Certamente ela não pesa mais de 100 quilos… Ela não é de ferro fundido! Além disso, as impressões eram claramente de homem…” Lumian refletiu sobre duas possibilidades.

“Ou Jenna é perita em esconder seus rastros, sem deixar marcas correspondentes, ou ela foi caçada por um homem…”

“É bastante comum que dois indivíduos juntos excedam 100 quilos…”

“A julgar pelas pegadas, o homem tem entre 1,65 e 1,7 metros de altura. Seu andar parece um pouco peculiar…”

Enquanto Lumian refletia sobre isso, sua testa franziu.

Aguçado pela curiosidade, resolveu seguir a trilha e verificar em que situação Jenna havia se deparado, ou melhor, que plano estava tramando.

Era crucial notar que esta Encantadora Diva era suspeita de ser amante de Franca. Seu envolvimento poderia revelar um segredo clandestino do Savoie Mob.

Isso poderia potencialmente fornecer a Lumian, que buscava “alturas mais elevadas”, uma oportunidade.

Reduzindo ainda mais a intensidade da lâmpada de carboneto, ele esperava que, uma vez desligada, a chama se apagasse imediatamente.

Mantendo-se nas sombras do túnel, ele rastreou as pegadas, medindo vigilantemente a distância. Se algo desse errado, ele estava pronto para apagar a luz.

À medida que as pegadas pareciam cada vez mais recentes, como se tivessem sido feitas há apenas alguns momentos, ele apagou a lâmpada de carboneto e aventurou-se a avançar na escuridão, confiando no caminho memorizado.

Antes que percebesse, Lumian havia alcançado uma mudança no caminho, uma leve luz azul emanando da extremidade da parede de pedra ao seu lado esquerdo.

Calçando as luvas pretas, Lumian se aproximou como um espectro nas sombras.

A luz azul irradiava de uma pequena caverna situada no final da parede de pedra.

Posicionado contra a pedra, Lumian se aninhou no abraço da sombra, esticando levemente o pescoço para vislumbrar o que havia dentro dela.

No coração da caverna, uma lâmpada de metal bastante primitiva e preta ficava em uma extensão relativamente plana.

Perto dali, uma bolsa espaçosa de tecido branco-acinzentado inchava, aparentemente em sua capacidade total.

Um homem apareceu ao lado da bolsa, adornado com um boné azul, um terno marrom comum que se veria no Le Marché du Quartier du Gentleman, com uma camisa de linho aparecendo por baixo da jaqueta mais escura.

A respiração do homem estava visivelmente difícil. Com quase 1,7 metros de altura, seu perfil lateral revelava um semblante magro e ligeiramente desgastado, seus olhos castanhos brilhando com desejo desmascarado.

O olhar de Lumian caiu, registrando a excitação do homem.

Ele repreendeu interiormente: “Impaciente, não é? Não admira que ele estivesse atrasado. Isso explica a irregularidade nas suas pegadas.”

Lumian ficou mais convencido de que a bolsa escondia ninguém menos que Jenna, a Pequena Atrevida.

Ela deve ter sido vítima de um sequestrador e estuprador.

O homem começou a tirar o boné, jogando-o de lado enquanto sua respiração ofegante ecoava pela caverna.

Seu semblante foi exposto diante de Lumian.

Suas sobrancelhas, pálidas e desordenadas, eram escassas. Seus olhos eram caídos ligeiramente nos cantos. Seu nariz tinha um toque de vermelho na ponta e sua boca possuia lábios secos e rachados. Sua pele estava pálida demais, revelando sinais de fadiga e esforço.

O homem agachou-se, afrouxando as amarras da bolsa, revelando seu conteúdo.

A intuição de Lumian mostrou-se correta — era de fato Jenna, a “Encantadora Diva”.

Seu cabelo amarelo-acastanhado, habitualmente amarrado, estava desarrumado, caindo em cascata sobre seu corpo. Seus olhos estavam fechados, emoldurados por uma camada de sombras profundas. Adornada com uma blusa branca e uma saia curta bege fofa, não estava claro se ela havia perdido ou ainda não havia colocado o chapéu.

Quando o homem tirou Jenna da bolsa, sua respiração estava tão difícil que Lumian conseguia discerni-la sem esforço, mesmo que ele não fosse um Caçador.

“Um desejo tão forte… beirando o perverso…” Lumian se viu pensando isso quase inconscientemente.

Ao se deparar com tal cenário, ele resolveu ajudar Jenna enquanto estivesse aqui. Se o chefe do Savoie Mob algum dia considerasse nomear um novo líder, “Botas Vermelhas” Franca poderia indicá-lo.

Mas um resgate apressado não estava na sua agenda. Lumian pretendia observar mais, verificar se o homem possuía alguma habilidade única que o encorajasse a cruzar com um líder do Savoie Mob, “Botas Vermelhas” Franca.

Ele atacaria assim que o homem estivesse se despindo, incapacitado pela pressa.

“Se ao menos eu tivesse uma arma de longo alcance. Isso não seria uma tarefa tão difícil…” Lumian soltou um suspiro, pensando em fazer com que o Savoie Mob lhe fornecesse uma arma de fogo.

As mãos do homem foram até o rosto de Jenna, dando-lhe dois tapinhas de leve.

Em seguida, ele retirou uma pequena garrafa de metal, desatarraxando a tampa e levando-a até o nariz de Jenna.

Atchin!

Um espirro acordou Jenna, seus olhos se abrindo.

O rosto do homem refletido em seus grandes olhos azuis, provocando alarme. Um desejo instintivo de se levantar tomou conta dela.

Mas no momento seguinte, percebeu a ausência de força em seu corpo, tornando a resistência inútil.

— Maldito seja, seu bosta, o que você pensa que está fazendo? — Jenna reuniu força suficiente para xingar.

Um sorriso torcido se espalhou pelo rosto do homem.

— Você sabe? Eu vi você cantar inúmeras vezes. Cada vez, o desejo de rasgar suas roupas e fazer você se apresentar apenas para mim é avassalador.

Jenna gritou de volta, sua voz fervendo de raiva: — Seu lunático, um bastardo que merece ser fodido por um burro! Você está perdido! O Savoie Mob vai fazer você dormir com os peixes!

O homem permaneceu em silêncio, seus olhos castanhos brilharam com uma luz peculiar.

As bochechas de Jenna ficaram vermelhas e sua respiração ficou superficial.

Seu corpo se contraiu involuntariamente, seus olhos se arregalaram em choque com sua própria reação.

— Isso é simplesmente perfeito. Não apenas um toque de resistência, mas também uma aquiescência subconsciente… — O homem levantou-se, cheio de expectativa, despindo rapidamente suas roupas, calças e sapatos.

Lumian, observando de seu lugar escondido, sentiu uma súbita onda de alarme.

“A reação de Jenna é anormal! Ela poderia estar sob a influência de algum poder Beyonder?”

“Todos os humanos e cães em Trier tinham acesso aos poderes Beyonder?”

“Jenna foi coagida à excitação? Isto… Isto tem uma estranha semelhança com o ato de Susanna Mattise e Monsieur Ive…”

Os pensamentos de Lumian correram enquanto ele tirava a adaga ritualística, enfiando-a no bolso direito com a lâmina apontada para dentro e o punho pressionado contra o tecido externo.

Abaixando o corpo, ele silenciosamente saiu da parede de pedra para dentro da caverna, aproximando-se furtivamente do homem pela borda da sombra.

A atenção do homem estava totalmente voltada para Jenna. Seus olhos brilhavam com uma luz fanática, seu rosto se contorcia num sorriso perverso. Enquanto soltava o cinto e tirava as calças, seu olhar percorreu a forma de Jenna.

Emergindo das sombras, Lumian saltou como uma chita à espreita.

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