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Circle of Inevitability – Capítulo 179

Festa

Enquanto Lumian olhava para os restos fumegantes do papel, lembranças da pressão implacável do Sr. K inundaram sua mente.

“Portanto, a essência de um pastor está no pastoreio. Eles se alimentam das almas e características de outros Beyonders ou criaturas Beyonder para aproveitar suas habilidades…”

“Assim, um pastor experiente é verdadeiramente incomparável. Eles se destacam em combate corpo a corpo, ataques de longo alcance e uma infinidade de técnicas místicas…”

“Na verdade, um Contratado1 é como uma versão simplificada de um Pastor. Cada contrato é limitado a uma única habilidade. Quando a Sequência de alguém é baixa, o número de contratos é severamente restrito. No máximo pode chegar a cinco, mas muitas vezes não ultrapassa três. Se alguém não escolher suas habilidades com sabedoria, poderá ter dificuldade para derrotar uma pessoa comum armada com uma arma. Não é comparável ao poder de um Pastor, onde Pastar concede todas as habilidades, inalteradas…”

“É claro que, no nível do padre, assinar dez ou vinte contratos torna-se uma experiência diferente. Além disso, os contratos muitas vezes têm como alvo seres do mundo espiritual com uma ampla gama de habilidades peculiares. Beyonders que os encontrarem pela primeira vez acharão um desafio se adaptar…”

Quanto mais Lumian ponderava, mais pavor o Sr. K causava nele.

Suprimindo seus pensamentos, Lumian levantou-se e soltou um suspiro interior.

“Não admira que a Madame Mágica acredite que o Sr. K pode resistir a Susanna Mattise — um espírito maligno…”

Saindo da sala, Lumian se aproximou de Louis e Sarkota com compostura e disse: — Peça aos cozinheiros que preparem o jantar.

— Chefe, o que você gostaria de comer? — Louis perguntou antes que Sarkota pudesse falar.

Lumian não conseguia se lembrar do cardápio. Ponderou por um momento e respondeu: — Traga-me uma refeição fixa. Junte-se a mim.

— Tudo bem. — Louis sinalizou para Sarkota informar o atendente da cafeteria.

Lumian instalou-se na mesa preferida do barão Brignais e pegou o jornal do dia.

O Gazeta de Trier ocupava o topo, seguido pelo O Diário do Reformador, Voz do Povo, Notícias de Ação, Diário de Intis, Amigo do Povo e outros jornais proeminentes.

Lumian não resistiu a virar a cabeça, com uma pitada de diversão em sua voz ao perguntar a Louis:

— É isso que Brignais costuma ler?

“Um mafioso preocupado com assuntos nacionais?”

Louis olhou para Sarkota do outro lado e respondeu com um sorriso: — Ele não lê essas coisas. Ele apenas insiste que evitemos ofender repórteres e jornais. Se possível, devemos assinar jornais influentes. Ocasionalmente, ele gastará dinheiro para colocar anúncios do Salle de Bal Brise, gabando-se da presença de dançarinas cativantes aqui.

— Ele geralmente lê os três jornais e revistas na parte inferior.

“Evitar conflitos com jornais e repórteres… Faz sentido. Se o Gazeta de Trier publicar notícias de uma presença significativa da máfia no distrito comercial, o Savoie Mob estaria condenado no dia seguinte. Aqueles velhos ainda valorizam sua reputação…” Lumian ganhou um pouco mais de compreensão.

Ele então pegou os jornais e revistas do fundo.

Havia Novel Semanal, Estética Masculina e Fantasma, uma revista repleta de fofocas de Trier e piadas contemporâneas.

“Isso não é mais interessante do que os outros?” Lumian pegou Novel Semanal e mergulhou na última história serializada.

Casualmente, ele perguntou: — De onde vêm os fundos e as taxas de publicidade desses jornais?

Louis ponderou por um momento, gotas de suor frio se formando em sua testa, mas ele não conseguiu responder. Nesse momento, Sarkota entrou na conversa: — É deduzido dos 100 mil verl d’or que reservamos para cultivar laços com a polícia.

Lumian assentiu com aprovação, satisfeito de que isso não prejudicaria seus ganhos como um novo líder do Savoie Mob!

Em pouco tempo, o atendente da cafeteria chegou com a comida.

Pombo picado com cebola, caranguejo defumado, torta quente de frango com bambu, miolo de carneiro estufado, rodelas de vitela estufada, ostras grelhadas com baunilha, duas saladas, queijo escarlate, molho de amêndoas grelhadas, um copo de licor vermelho, branco e azul e uma garrafa de Cabernet Sauvignon.

Os aromas perfumados se misturaram, flutuando nas narinas de Lumian e fazendo sua boca salivar ainda mais.

“Exatamente como esperado de Trier. Até mesmo a refeição fixa de uma cafeteria comum oferece uma grande variedade de pratos. Se fosse Loen, eu estaria limitado a escolher entre bife frito ou ervilhas cozidas com carneiro…” Lumian, sendo um Intisiano puro, comparou zombeteiramente a culinária de Loen com base em suas impressões de vários jornais, revistas e piadas folclóricas.

Ele ergueu o copo de licor tricolor e tomou um gole, depois apontou para as poltronas de cada lado da mesa, dizendo: — Vamos comer juntos.

Louis curvou-se ligeiramente e respondeu com um sorriso: — Chefe, nos revezaremos para comer depois que você terminar.

Lumian não insistiu e saboreou seu primeiro banquete desde que chegou a Trier — e foi por conta da casa.

“É preciso dizer que os chefs do Salle de Bal Brise são verdadeiramente habilidosos.” Lumian assentiu repetidamente enquanto saboreava sua refeição.

Entre os pratos, ele achou o miolo de carneiro o mais delicioso. Habilmente infundidos com diversas especiarias, os sabores de peixe e caça do cérebro foram habilmente equilibrados, deixando para trás uma textura delicada semelhante ao tofu de Roselle, acompanhada por uma fragrância rica e sedutora.

Terminou o copo de licor vermelho, branco e azul e um terço da garrafa de Cabernet Sauvignon. Então, gesticulou para que Louis e Sarkota se revezassem.

Lumian pegou as revistas Novel Semanal e Fantasma, pronto para se aprofundar em seu conteúdo.

Nas páginas de Fantasma, os olhos de Lumian pousaram sobre um nome familiar: DuVar.

O proprietário do restaurante conhecido por inventar o caldo DuVar acumulou uma fortuna e mudou-se para o Quartier de la Maison d’Opéra.

Uma anedota intrigante chamou a atenção de Lumian nas páginas do Fantasma:

A paixão de DuVar por Perle, uma atriz de teatro de Loen e cortesã de Trier, custou-lhe uma fortuna. A história narrava um banquete realizado na residência privada de Perle, onde ela estava deitada nua numa enorme travessa de prata, servida por atendentes, na presença de mais de uma dúzia de convidados.

Isso partiu o coração de DuVar. Ele até tentou o suicídio sem sucesso.

Lumian não conseguia decidir se suspirava pela tendência dos Triernenses de exagerar ou zombava dos Loeneses por não serem tão conservadores quanto pareciam. Parecia que este último se adaptou rapidamente em Intis, ou talvez devesse zombar de DuVar por sua inocência imaculada, apesar de ser um Triernense na casa dos quarenta.

Às vezes, Lumian não conseguia deixar de se perguntar se esses comportamentos decorriam da influência da natureza de um Beyonder ou se os seguidores do deus maligno não conseguiam controlar seus impulsos.

Naturalmente, se não fossem as inclinações partilhadas entre os Trienenses e o fato de muitas coisas não levantarem problemas, estes indivíduos já teriam sido expostos há muito tempo.

Depois que Louis e Sarkota terminaram a refeição, Lumian os conduziu até o primeiro andar.

O salão de dança fervilhava de atividade à noite. Jenna estava no palco de madeira, sua voz carregando uma melodia melodiosa acompanhada pela banda. Os casais abaixo se abraçaram, girando no chão.

Lumian lançou um olhar fugaz para a cena antes de redirecionar seu olhar e caminhar em direção à saída.

— Chefe, para onde estamos indo? — Luís perguntou.

Lumian riu.

— Eu sou o chefe ou você? Preciso relatar meu paradeiro para você?

A expressão de Louis congelou. Ele olhou para o silencioso Sarkota e de repente sentiu que imitar sua compostura não era uma má ideia.

— Estou apenas preocupado com nosso próximo curso de ação, — afirmou.

Enquanto Lumian saía do salão de dança, em meio a saudações dos seguranças, ele sorriu e respondeu: — Vou informá-lo quando houver necessidade de você saber.

Ele voltou ao Auberge du Coq Doré, mas desviou-se do quarto 207, onde pretendia recuperar o dedo e o revólver do Sr. K. Em vez disso, ele se aventurou no bar subterrâneo.

Antes que Lumian pudesse avaliar a situação, a voz de Charlie chegou aos seus ouvidos, cheia de entusiasmo.

— Você ouviu a notícia? Ciel agora atende pelo apelido de “Leão” Ciel!

— ‘Pequena Atrevida’ Jenna veio com isso. Você já colocou os olhos nela? Duvido que você já tenha visto uma mulher tão deslumbrante quanto ela. Ela possui uma figura atraente e um rosto que poderia enfeitiçar qualquer um. Quando ela canta, todos anseiam por abandonar sua fé por ela. E ela gostou de Ciel e o convidou para dançar. Eles eram inseparáveis, oh, o salão de dança estava mal iluminado.

— … — Lumian de repente sentiu como se tivesse se tornado o protagonista de uma notícia em Fantasma.

Louis e Sarkota, atrás dele, sentiram-se envergonhados e preocupados com o chefe.

Eles ficaram com vergonha de que a pessoa na pequena mesa redonda pudesse estar se vangloriando em nome do chefe. Eles estavam preocupados que, se fosse verdade, seu chefe estaria transformando “Botas Vermelhas” Franca em uma corna. Nesse caso, eles estariam em sérios apuros. Franca não só detinha um poder considerável, mas também era amante de seu chefão!

Charlie, segurando uma cerveja, avistou Lumian e seu sorriso congelou.

Ele pulou da mesinha redonda e se aproximou de Lumian, tossindo antes de falar.

— Ei, Ciel, você se importaria se eu compartilhasse alguns detalhes sobre seu envolvimento romântico?

Em vez de responder, Lumian perguntou: — Como você descobriu?

Charlie sorriu. — Muita gente sabe; isso se espalhou pelo Salle de Gristmill.

“Em outras palavras, o Poison Spur Mob sabe que eu dancei com Jenna duas vezes antes de assassinar “Martelo” Ait? Isso é verdade. Naquela época eu só me disfarcei, sem nem mudar a cor do cabelo. Eu até provoquei aqueles ao meu redor. Em retrospectiva, juntamente com a morte de “Martelo” Ait, eles certamente me reconhecerão… Como amante de Botas Vermelhas, Jenna também pode se tornar um alvo para sua vingança. Não há necessidade de ficar excessivamente preocupado, no entanto. Ela é protegida pela Botas Vermelhas. Como uma Beyonder experiente e uma Demônia formidável, Franca não será descuidada em tais assuntos…” Lumian assentiu, entendendo a situação.

Ele sorriu para Charlie e disse: — Sinta-se à vontade para compartilhar.

Quanto mais a notícia se espalhasse, mais atrairia a atenção de Botas Vermelhas, dissuadindo qualquer represália potencial do Poison Spur Mob.

Lumian perguntou a Charlie: — Por que você não foi para Salle de Bal Brise?

Charlie forçou um sorriso e respondeu: — O gerente, René, quer que eu comece oficialmente amanhã. Ele me ofereceu 80 verl d’or por mês.

Enquanto conversavam, Lumian notou seu vizinho sentado no balcão do bar.

O abjeto autor Gabriel.

Ele ainda ostentava cabelos castanhos desgrenhados e oleosos, grandes óculos de armação preta, camisa de linho desbotada e macacão preto.

Lumian se despediu de Charlie e se aproximou de Gabriel, perguntando: — Qual é o problema?

Gabriel, bebendo um copo de absinto verde-claro, olhou para ele e sorriu amargamente.

— Meu roteiro foi rejeitado. Aqueles gerentes nem se deram ao trabalho de lê-lo!

— Eu o submeti a dezenas de teatros, mas ninguém está disposto a dar uma chance.

“Dezenas de teatros…” O coração de Lumian agitou-se quando ele perguntou casualmente: — Você enviou seu roteiro para o Teatro da Velha Gaiola de Pombos em nosso distrito comercial?

— Sim, — Gabriel suspirou. — O gerente deles também me recusou. Ele mencionou que eles escrevem seus próprios roteiros ou encomendam roteiros personalizados.

Lumian sentou-se e perguntou: — Quem é o empresário deles?


Nota:

[1] Sequência 7 do dançarino.

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