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Circle of Inevitability – Capítulo 209

Má Sorte

Salle de Bal Brise.

Lumian examinou o salão de dança mal iluminado, procurando por Charlie, mas sem sucesso. Seu coração afundou. Apressadamente, fez sinal para que Louis e Sarkota se aproximassem.

— Qual é o problema, chefe? — Louis perguntou, sua voz cheia de ansiedade.

Ele presumiu que Lumian estava insatisfeito com a situação atual no salão de dança.

Os olhos de Lumian percorreram os garçons, todos vestidos com colete e gravata-borboleta. Ele perguntou casualmente: — Onde está Charlie? Preciso discutir algo com ele.

Os olhos de Louis se arregalaram em choque. — Chefe, Charlie não seguiu você agora?

“Charlie me seguiu?” As pupilas de Lumian se contraíram, como se ele tivesse sido atingido por uma súbita explosão de luz.

Ele perguntou com uma voz profunda: — Quando?

Louis ponderou por um momento, a confusão evidente em seu rosto enquanto olhava para Lumian.

— Menos de cinco minutos atrás.

O olhar de Lumian mudou para Sarkota, seu subordinado taciturno e confiável, que também parecia confuso.

“Cinco minutos atrás? Estou na Rue des Blusas Blanches há mais de meia hora. Além disso, a última vez que saí do salão de dança estava disfarçado de bêbado. Não tem como Charlie ter saído comigo…” Lumian rapidamente descartou a possibilidade de Charlie sair do salão de dança com ele sem ser notado.

A situação estava ficando cada vez mais bizarra!

Considerando a infeliz sorte de Charlie, tingida de vermelho carmesim, a probabilidade de ele encontrar perigo era de quase 100%!

Suprimindo a miríade de pensamentos que passavam por sua mente, Lumian disse a Louis e Sarkota: — Talvez alguém esteja se passando por mim, mas não tenho certeza por que eles estariam procurando por Charlie.

— Impossível… — Louis deixou escapar.

Alguns minutos atrás, ele e Sarkota cumprimentaram o chefe. Não poderia ter sido falso!

Antes que Louis pudesse terminar seu pensamento, Lumian lançou-lhe um olhar frio. Imediatamente, Louis mudou de tom e gaguejou: — Talvez, talvez seja falso.

Lumian não insistiu na questão e perguntou: — Charlie trocou de roupa quando saiu do salão?

De acordo com as regras do Salle de Bal Brise, cada garçom, bartender, chef e ajudante de cozinha tinha dois conjuntos de uniformes. No entanto, não lhes era permitido levá-los para fora do salão de dança; só podiam ser guardados no vestiário do primeiro andar.

Isso porque o ambiente cultural do distrito comercial era peculiar. Bartenders e garçons estavam sujeitos à falência causada por jogos de azar, alcoolismo, doenças e outros problemas. Se lhes fosse permitido levar os uniformes para casa, certamente os penhorariam em troca de dinheiro antes de desaparecerem. Eles não se importariam se o Salle de Bal Brise fosse propriedade da máfia.

Da mesma forma, nas cafeterias baratas de Trier, frequentadas por catadores, trabalhadores, vagabundos e serventes de baixo nível, eram usados ​​utensílios e correntes de ferro para prendê-los às mesas. Isso garantiu apenas uma amplitude de movimento limitada aos clientes, impedindo-os de pegar os utensílios e vendê-los secretamente.

As cafeterias mais sofisticadas tinham seus próprios problemas. Para manter um ar de sofisticação, preferiam usar utensílios de prata ou porcelana. Consequentemente, o patrão tinha que contar meticulosamente os utensílios após o fechamento de cada dia para verificar se havia algum faltando. Os garçons foram repetidamente instruídos a ficarem vigilantes sobre tais assuntos.

— Não, — Louis respondeu com firmeza à pergunta de Lumian.

Ele pretendia evitar que Charlie saísse do salão de dança vestido de garçom, mas como Charlie já havia saído com o chefe, ele sabiamente manteve a boca fechada.

A maioria das regras do salão de dança aplicava-se a garçons, dançarinos, bartenders, chefs, seguranças, faxineiros e até mesmo gerentes. O patrão estava isento de tais restrições!

Lumian assentiu levemente e disse calmamente: — Continuem com suas tarefas.

Com isso, ele seguiu em direção ao vestiário perto da cozinha.

Ele suspeitava que o desaparecimento de Charlie tivesse algo a ver com Susanna Mattise!

O pequeno vestiário estava vazio. Lumian olhou ao redor e viu o armário etiquetado com o nome de Charlie.

Franca, vestida com uma túnica preta e capuz, materializou-se ao lado de Lumian e elogiou: — Você agiu rapidamente. Você sabia que deveria procurar um médium de adivinhação para mim.

— Não sou idiota, — respondeu Lumian simplesmente. Ele recuperou um pedaço de arame que sempre carregava e o manipulou algumas vezes antes de abrir o armário de Charlie onde suas roupas eram guardadas.

Franca ponderou por alguns segundos antes de pegar a camisa de linho de Charlie.

Ela então usou uma vassoura que estava encostada na parede do lado de fora do vestiário para realizar a adivinhação.

— O paradeiro atual de Charlie…

— O paradeiro atual de Charlie…

— …

Franca segurou as roupas de Charlie com a mão esquerda e pressionou a mão direita contra o topo da vassoura, murmurando para si mesma.

Eventualmente, soltou a mão direita, mas a vassoura permaneceu imóvel. Ficou tão imóvel como se alguém ainda o estivesse segurando.

Depois de alguns segundos, a vassoura caiu no chão com um baque surdo.

— Interferência? — Lumian sondou.

Franca balançou a cabeça lentamente.

— Não parece tão…

Ela caminhou rapidamente até o espelho de corpo inteiro no vestiário e acariciou sua superfície algumas vezes.

Segurando as roupas de Charlie, começou outra rodada de adivinhação.

Depois de alguns segundos, o espelho escureceu, como se refletisse a própria escuridão.

No momento seguinte, duas figuras se materializaram, movendo-se em uma luz nebulosa e amarelada.

Uma delas se parecia vagamente com Charlie, vestido de garçom, enquanto o outro se parecia com Lumian por trás.

Além disso, não conseguiram discernir mais detalhes.

Franca examinou a visão por alguns segundos antes de deduzir com segurança: — Eles estão no subsolo! É por isso que a adivinhação anterior não conseguiu fornecer uma resposta clara.

Lumian acenou com a cabeça e saiu do vestiário. Ele subiu as escadas para pegar uma lâmpada de carboneto e quaisquer outros itens úteis que pudesse precisar mais tarde. Então, saiu rapidamente do salão de dança.

Ele já tinha uma ideia aproximada!

Testemunhando a cena, Franca tirou um pó brilhante do bolso e combinou-o com um encantamento para ocultação.

Na Avenue du Marché, banhado pelo brilho sinistro do luar carmesim e dos postes de luz a gás, Lumian apressou o passo, vasculhando a área em busca de qualquer vestígio ou pista.

Seu destino era a entrada do metrô localizada no meio da Avenue du Marché.

De repente, em meio à escuridão envolvente, Lumian parou abruptamente.

Ele observou que as grades da vala de drenagem haviam sido deslocadas e havia pegadas desgrenhadas ao longo da estrada. Perto da altura da cabeça de uma pessoa comum, havia sinais de impacto.

Franca se revelou mais uma vez e reconstruiu a sequência dos acontecimentos. — Parece que ele escorregou e tropeçou enquanto tentava manter o equilíbrio ao longo da sarjeta. Eventualmente, ele colidiu com um poste de luz… Deveria ter sangue, mas foi limpo…

Perplexa, ela murmurou para si mesma,

— Tem uma semelhança com o incidente infeliz que testemunhei hoje cedo…

Naquele momento, Franca teve uma percepção repentina. — Será que aquele infeliz impostor, Ive, foi quem levou Charlie?

Lumian há muito nutria suspeitas, mas agora estava ainda mais convencido.

— Se ele pode se disfarçar como Monsieur Ive, então também pode assumir a minha identidade.

— Essa habilidade é bastante notável…

Naquele instante, todas as peças do quebra-cabeça se encaixaram na mente de Lumian.

Susanna Mattise estava prestes a se recuperar, mas continuava preocupada com a vigilância contínua de Charlie pelos Beyonders oficiais. Assim, ela convocou o falso Monsieur Ive para se passar por Ciel e escoltar Charlie discretamente para o subsolo, fazendo com que parecesse uma ocorrência comum. Assim que chegassem ao Submundo de Trier, seria um desafio para os Beyonders oficiais localizá-los.

Se eles demorassem mais, até mesmo a adivinhação poderia ser frustrada!

— Despistar os Beyonders oficiais durante sua investigação inicial exigiria habilidades impressionantes, — respondeu Franca. Abandonando sua invisibilidade, ela seguiu Lumian até a entrada subterrânea de Trier, no meio da Avenue du Marché.

Enquanto a luz azul-amarelada da lâmpada de metal duro iluminava a escada abaixo, Lumian notou dois pares de pegadas.

Um conjunto era familiar — pertencia a Charlie.

Examinando as pegadas, ficou evidente que Charlie estava apreensivo em descer ao subsolo na calada da noite. Ele agiu com cautela, mas acabou optando por depositar sua confiança em Ciel.

Por enquanto, não havia sinais de que ele estivesse sendo contido.

— Idiota… — Lumian praguejou baixinho.

Era compreensível que ele não conseguisse discernir o engano. Afinal, um era um Beyonder, enquanto o outro era um indivíduo comum. No entanto, eles caminharam juntos por uma boa distância. Ele não sentiu nada de errado durante a conversa?

“É realmente tão fácil se passar por mim, Lumian Lee?”

— Felizmente temos essas pegadas, — Franca suspirou aliviada.

A adivinhação simplificada com vara de radiestesia provou ser um desafio para utilizar no subsolo. Embora pudesse apontar na direção certa, poderia não haver um caminho viável a seguir. Frequentemente, eram necessários longos desvios, aumentando o risco de se perderem.

A Bruxa não trouxe nenhuma ferramenta para iluminar seu caminho. Não ficou claro se ela estava confiante em sua capacidade de permanecer com Lumian ou se simplesmente desconsiderou o obstáculo da escuridão em sua visão.

Lumian segurou a lamparina de carboneto e subiu as escadas, chegando ao nível onde estavam indicados os nomes das ruas e praças.

Ele se movia rapidamente, às vezes escolhendo uma direção antes que Franca pudesse discernir as pegadas. Logo, descobriram as pegadas de Charlie e do impostor Ive mais uma vez.

Franca ficou perplexa. Após uma breve pausa, ela não pôde deixar de perguntar: — Parece que você sabe para onde o impostor Ive está indo?

— Depois que aquele pervertido deixou Jenna inconsciente, ele seguiu o mesmo caminho, — Lumian respondeu calmamente.

Este era o percurso familiar a esses indivíduos, um percurso que evocava uma sensação de segurança. Além disso, era provável que o impostor Ive estivesse conduzindo Charlie até Susanna Mattise. Susanna poderia muito bem estar esperando no final deste caminho!

Franca se absteve de comentar mais. Ela utilizou a escuridão para se esconder parcialmente. Às vezes, observava a frente, enquanto outras, observava as costas e os flancos de Lumian.

Após vários minutos de caminhada, Lumian e Franca pararam.

A área apresentava sinais de colapso parcial. Detritos cobriam a vizinhança e as trilhas serpenteavam em desordem. Eventualmente, levaram a uma pequena cavidade obstruída por escombros.

— O alvo encontrou um pequeno desmoronamento e ficou preso? — Franca sussurrou com um silvo. — Isso não é excessivamente azarado?

Seu olhar então mudou para Lumian.

— Onde você adquiriu esse amuleto do azar? Sua eficácia parece muito potente.

— Vou conseguir um para você na próxima vez que me deparar com tal infortúnio, — respondeu Lumian, sem saber se encontraria outro indivíduo tão infeliz quanto o vagabundo.

Assim que ele terminou de falar, o cascalho caiu em cascata da pilha de pedras que barricava a entrada da caverna, caindo no chão.

Em pouco tempo, uma passagem foi liberada e uma figura emergiu cautelosamente.

Com cabelo preto dourado e olhos azuis claros brilhantes, ele possuía uma beleza impressionante — outro Lumian.

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