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Circle of Inevitability – Capítulo 327

O verdadeiro Guillaume Bénet

As lembranças do falso Guillaume Bénet surgiram, e Lumian se viu imerso nos confins familiares da aconchegante sala de estar da Rue Vincent, nº 50.

Envolto em um ar de submissão, o falso Guillaume Bénet estava diante da poltrona, dirigindo-se ao destinatário dessas memórias com palavras calculadas: — Pegue este dinheiro e aventure-se na Rue de la Muraille. Lá, procure a renomada cortesã de máxima reputação. Mas você deve assumir minha aparência, velada por uma máscara.

Com humildade e deferência, o dono da memória curvou-se. — Entendido, Arcebispo.

E assim, essa memória concluiu. Lumian tinha uma firme convicção de que o Abençoado da Inevitabilidade diante dele tinha um plano meticulosamente elaborado, uma construção idealizada por ninguém menos que o próprio Guillaume Bénet.

Parecia que ele provavelmente havia reunido uma coorte de adeptos da Inevitabilidade. Dentre eles, ele havia destacado um candidato do sul de Intis, um que rapidamente obteve três bênçãos sucessivas. Este candidato era meticulosamente dotado das mesmas habilidades que ele: a Invocar Flores Demoníacas do Abismo e a Invisibilidade. Isso lhe garantiu um disfarce impecável, espelhando perfeitamente o verdadeiro ele graças aos efeitos negativos dos contratos.

É claro que a Transfiguração continuou sendo uma habilidade essencial e indispensável.

Dessa perspectiva, ficou evidente que Guillaume Bénet não havia negligenciado as ramificações adversas do contrato especializado. Ele pode ter contemplado isso desde o início ou talvez obtido insight subsequente a uma profecia terrível, revisando seus empreendimentos recentes. Independentemente disso, esse Guillaume Bénet falso — proficiente em Transfiguração — parecia ser um estratagema deliberado.

Lumian suspeitava da presença de outros devotos da Inevitabilidade que monitoravam clandestinamente o Bordel de Endro. Eles seguiam clandestinamente o falso Guillaume Bénet, preparados para repassar uma notificação rápida ao verdadeiro padre caso o perigo caísse sobre seu sósia.

Em tal cenário, Guillaume Bénet desfrutava de uma vantagem distinta, quer optasse por fugir, deixando o produto deste Feitiço de Substituição lidar com o perigo iminente, quer optasse por enredar seus antagonistas usando o falso como isca.

Sintetizado com os fragmentos das lembranças do falso Guillaume Bénet, Lumian supôs que o verdadeiro Guillaume Bénet residia principalmente na Rue Vincent nº 50. No entanto, ele permitiu que o substituto operasse abertamente, efetivamente ofuscando seu verdadeiro paradeiro.

Ao perceber isso, Lumian sentiu uma pontada de aborrecimento.

Se Albus não tivesse descoberto o falso Guillaume Bénet dentro dos limites do bordel, Lumian não teria sido atraído para longe da isca; ele teria sido afixado no Guillaume na Rue Vincent nº 50. Isso o teria poupado do teletransporte frenético causado após a incapacitação do subproduto do Feitiço de Substituição. Lumian teria vasculhado o prédio, possivelmente encontrando o genuíno Guillaume Bénet.

Sem a “aparição” síncrona de outro Guillaume Bénet, Lumian não teria notado o Feitiço de Substituição. Ele provavelmente teria sido vítima de engano, desviando-se muito do caminho que levava ao verdadeiro padre.

Com essa epifania em primeiro plano, Lumian deixou de lado sua intenção de buscar os Abençoados da Inevitabilidade à espreita. Reconhecendo que o genuíno Guillaume Bénet havia sido alertado, Lumian encerrou sua Dança de Invocação e dissolveu a parede de espiritualidade. Virando-se para Franca e Jenna, envoltas em sombras separadas, ele entoou: — Vamos para a Rue Vincent, nº 50, agora.

Atualmente, Lumian se agarrava à esperança de que vestígios de pistas permanecessem ou que Anthony Reid, encarregado de supervisionar o local, tivesse obtido informações pertinentes…

Franca e Jenna emergiram das sombras uma após a outra, sem perder tempo para perguntar sobre a situação atual. Lumian agarrou seus ombros e ativou a travessia do mundo espiritual mais uma vez.

Num piscar de olhos, suas formas se solidificaram dentro dos modestos limites da sala de estar da Rue Vincent, nº 50.

Estavam ausentes o mordomo, os criados e as criadas, deixando uma figura desacompanhada — inconsciente, resultado do Feitiço de Substituição — deitada no carpete.

Uma análise meticulosa dos arredores confirmou a hipótese de Lumian. Ele se ajoelhou ao lado do falso, empregando uma variedade de técnicas para tirá-lo de seu estupor.

Quando os olhos do falso Guillaume Bénet se abriram, eles encontraram um rosto desconhecido.

Assustado, ele se levantou bruscamente, o medo tingindo seu tom. — Quem é você? Por que invadiu minha casa? Saia! Vou chamar a polícia! Vou chamar a polícia!

Ele se lembrou do ataque recente — um ataque que parecia uma maldição!

Lumian sacou seu revólver e o pressionou contra a testa do falso Guillaume Bénet.

O substituto ficou em silêncio.

— Onde está o verdadeiro mestre desta residência? — A voz de Lumian ressoou, profunda e firme.

Como se tivesse sido atingido por uma percepção repentina, o impostor Guillaume Bénet disse: — Eu sou o verdadeiro mestre!

— Eu sou o mestre aqui!

Os lábios de Lumian se curvaram em um sorriso.

— Nesse caso, ofereço minhas condolências. Sua esposa, ao que parece, fugiu com o mordomo com seus objetos de valor. Os criados e criadas, enquanto isso, parecem ter adotado uma abordagem oportunista… essencialmente livrando você de qualquer coisa tangível, exceto esta casa.

— Em breve, a polícia irá prendê-lo, citando seu envolvimento no assassinato de um vagabundo e na perpetração de rituais de culto e extensas fraudes.

Um mosaico de fatos e conjecturas, as palavras de Lumian surgiram com a intenção de intimidar o substituto, desmantelando quaisquer ilusões de fuga.

Considerando a retirada da madame, mordomo, criados, criadas, cocheiro e jardineiro da Rue Vincent, nº 50, Lumian inferiu sua conversão em crentes da Inevitabilidade, orquestrada pelo verdadeiro padre. Essa manobra intrincada camuflou uma multidão de práticas de culto e observâncias excêntricas, todas harmonizadas por meio do Feitiço de Substituição.

O falso Guillaume Bénet no bordel, tendo alcançado o status de Sequência 7: Contratado, era indicativo de múltiplas instâncias de rituais de solicitação de bênçãos em Trier. Inocentes, sem dúvida, se tornariam sacrifícios, e os melhores candidatos eram, sem dúvida, vagabundos.

Diante da declaração de Lumian, a imitação de Guillaume Bénet olhou ao redor, perplexo e em pânico, sua voz implorando penetrantemente: — Paulina! Paulina!

“Paulina… É de fato a Beleza Temperada. Infelizmente, ela agora é uma herege…” Lumian observou o falso Guillaume Bénet ficar em silêncio, seus olhos cheios de desespero.

— Alguma palavra final? — Lumian perguntou mais uma vez.

O falso Guillaume Bénet estremeceu e disse: — Eu sou real. Eu sou realmente o mestre deste lugar!

— No entanto, aquela mulher… aquela mulher é uma súcubo. Ela atraiu alguém secretamente e o escondeu dentro do porão!

— E-ela está tendo um caso com um demônio!

“Caso com um demônio… No porão… Ela estava secretamente se encontrando com o verdadeiro padre em particular? Sim, os efeitos negativos do desejo de Guillaume Bénet por coito sempre existirão. Eles não desaparecerão só porque ele tem dois substitutos…” Lumian examinou o falso Guillaume Bénet, que tenazmente se agarrou à sua atuação como o verdadeiro mestre da Rue Vincent nº 50. Com a mão esquerda equilibrada, ele controlou sua força e, com precisão, desferiu um golpe calculado atrás da orelha do impostor.

O falso Guillaume Bénet desmaiou novamente.

A estratégia de Lumian envolvia uma rápida exploração da residência, pois deixar o impostor agir descontroladamente poderia inadvertidamente desencadear uma calamidade.

Ele se levantou, massageando suas têmporas latejantes, e se virou para Franca e Jenna para uma atualização. — Alguma notícia de Anthony Reid?

— Não. — Franca balançou a cabeça gentilmente. — Parece que ele seguiu sua ordem de seguir Madame Paulina.

Lumian acenou sucintamente.

— Então vamos vasculhar este lugar e aguardar o feedback dele.

Franca ajustou seu capuz preto e enfatizou: — Uma equipe de três. Não se separem.

Este era o “território” dos hereges. Mesmo que já tivessem escapado, vestígios residuais ainda poderiam permanecer. Se eles dividissem seus esforços e encontrassem contratempos, o resgate oportuno seria comprometido.

Quando as autoridades realizavam tais operações, tinham que estar pelo menos em grupos de três ou dentro do campo de visão uns dos outros se quisessem se separar.

Lumian fez um gesto incisivo em direção à escada adjacente à sala de estar: — Vamos para o porão.

O trio desceu e, quando o fizeram, Franca se inclinou para Jenna, seu tom baixo,

— A conversa de Ciel com o falso Bènet foi um livro didático de instigação. Quando retornar, relembre a intenção por trás de cada frase.

— Certo. — Jenna absorveu o conselho como uma esponja seca.

No devido tempo, eles chegaram à porta do porão. Lumian se virou para suas companheiras,

— Vamos nos preparar antes de nos aventurarmos lá dentro.

Para frustrar os ecos persistentes dos poderes da Inevitabilidade ou de criaturas não convencionais, a precaução era primordial.

Prontamente, Lumian, agora adornado com um rosto alterado e cabelos parcialmente alongados, empurrou a porta, revelando os recantos escuros do porão.

Lá dentro, uma variedade banal de itens diversos entulhava o espaço. Nenhuma anomalia notável era aparente.

Assim que Franca se preparava para a Adivinhação por Espelho Mágico, Lumian, com sua perspicácia de Caçador, percebeu traços sutis.

Com ruídos metálicos, ele revelou uma porta escondida.

Mais adiante, havia uma escada que descia ainda mais para as profundezas subterrâneas.

O trio desceu cautelosamente, chegando depois de alguns instantes a uma câmara vasta, porém rudimentar, banhada pela luz de uma lamparina a gás.

Não se sabia se Guillaume Bénet o havia criado ou se ele havia isolado uma parte do subterrâneo de Trier e o modificado em um “território” privado.

No centro da câmara com piso de pedra havia um altar, cercado por ossos humanos brancos e medonhos, pele de carneiro, couro de vaca e pele de cachorro gigante.

Ao ver isso, Lumian ficou surpreso ao se lembrar de uma das cinco magias ritualísticas especiais que um Monge da Esmola tinha:

Feitiço de Criação Animal!

Simultaneamente, lembranças dos felinos, pássaros e cães que habitavam o andar de cima, e do cão de pelo marrom aninhado ao lado do falso Guillaume Bénet, surgiram.

“Cachorro… Cachorro… Feitiço de Criação Animal…” Com uma epifania, Lumian reconstituiu o verdadeiro disfarce de Guillaume Bénet.

Ele invocou o Feitiço de Criação Animal para se transmutar no cachorro descomunal de pelo marrom. Nessa forma, ele desfilou descaradamente diante de sua isca e dos espectadores ao redor.

Com a recitação do encantamento predestinado, o verdadeiro Guillaume Bénet poderia rapidamente mudar sua aparência, retomando seu disfarce humano.

Nos confins da sala de estar, o falso Guillaume Bénet permanecia envolto em um devaneio inconsciente, completamente alheio à gritante dualidade entre realidade e ilusão.

Cautelosamente, ele abriu a porta do quarto de hóspedes, saudado por um quadro chocante. Diante dele, estava esparramada sua linda esposa, Paulina, acomodada na cama suntuosa, sem roupa, enquanto um enorme cão de pelo marrom pairava ao lado dela. Ao lado da cama, um prato com um bife malpassado estava posicionado…

Entre dentes cerrados, Lumian comunicou o enigma do Feitiço de Criação Animal e sua hipótese especulativa para Franca e Jenna, suas palavras ressoando, — Espero que encontremos aquele maldito cachorro. Não, ele já deveria ter trocado sua aparência.

“Feitiço de Criação Animal… Humanos se transformando em cães…” Jenna ficou alarmada.

“O mundo do misticismo é tão bizarro e assustador!”

Os três trabalharam juntos e rapidamente procuraram por vestígios.

Em pouco tempo, Jenna pegou algo de uma fenda na laje de pedra e exclamou surpresa: — Encontrei algo!

Franca correu e percebeu que era pelo de cachorro marrom.

Ambos abordaram Lumian, que continuou seu fervor investigativo, apresentando sua descoberta.

A alegria de Lumian era palpável. Ele postulou a evasão de Guillaume Bénet por uma rota secreta subterrânea, separando-o de Paulina e do resto.

Então, eles descobriram alguns fios de pelo marrom de cachorro. Seguindo o pelo, eles encontraram outra porta escondida.

Após abrir a porta escondida na parede de pedra, Franca realizou uma simples Adivinhação por Espelho Mágico e recebeu uma revelação de que nada estava errado. Então, ela orientou Lumian e Jenna para dentro.

Naquele momento, Jenna, que estava no meio do grupo, perdeu Lumian de vista. Franca ainda a seguia.

Sem esperar que Jenna falasse, Franca examinou a sala e franziu a testa.

— Voltamos para o salão de sacrifícios.

Emergindo pela porta secreta, Lumian entrou em uma extensão que lembrava a caverna de uma pedreira.

Com a ausência gritante de lampiões a gás, Lumian invocou uma chama carmesim para perfurar as sombras.

Quase simultaneamente, ele sentiu que Jenna e Franca não o haviam seguido.

“Nós nos separamos assim, do nada?” A perplexidade rodou na mente de Lumian, substituída por uma voz baixa que ecoou das profundezas da mina abandonada: — Lumian Lee!

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