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Circle of Inevitability – Capítulo 446

Profecia

“Bruxas são associadas a forças negativas que trazem catástrofes… Catástrofes…” Jenna, em seu papel como Instigadora, tinha chegado a entender que a instigação inevitavelmente levava à catástrofe. No entanto, dado que o resultado dependia das intenções subjetivas do Instigador e da incerteza do destinatário, Jenna era bastante sensível ao termo “catástrofe” e acreditava que ela poderia ser um elemento-chave para retratar uma Bruxa.

Ao mesmo tempo, ela confirmou uma suspeita.

“Força negativa… As bruxas realmente representam uma força negativa…”

“A sequência 2 do caminho do Assassino é chamada de Demônia da Catástrofe… Isso significa que mesmo no nível de semideus, a catástrofe é crucial…”

Jenna assentiu levemente e se aproximou da porta da sala de atividades. Ela girou a maçaneta na parede, fazendo com que as lâmpadas de parede a gás emitisse uma luz mais fraca.

Depois de fazer o mesmo com todas as quatro lâmpadas de parede a gás, o quarto ficou mais escuro. A luz fraca se misturou com as sombras, criando uma atmosfera de terror iminente.

Franca examinou a sala, sua curiosidade aguçada quando perguntou: — Você está tentando criar uma atmosfera sombria, aterrorizante e misteriosa?

Jenna sorriu e disse: — As bruxas não aparecem sempre nesses cenários em várias peças e romances?

— Como esperado de uma verdadeira atriz aprendiz — Franca elogiou Jenna, um sentimento de orgulho crescendo dentro dela. Ela também tinha rapidamente compreendido a essência de atuar como uma Bruxa. Ela tinha até mesmo experimentado preparar poções sombrias por um período, embora isso empalidecesse em comparação ao trabalho de Boticários.

No quarto escuro e mal iluminado, Jenna retornou ao bezerro.

Ela se inclinou ligeiramente para frente e, com uma voz profunda, sussurrou duas palavras da língua de Hermes: — Sua Graça.

Não aconteceu nada.

Do lado de fora da porta, Lumian riu, reconhecendo o comprometimento de Jenna com seu papel. Ela sabia que não tinha os poderes concedidos de Inevitabilidade e não podia usar o Feitiço de Criação Animal simplificado. Para atuar como uma Bruxa de forma convincente, ela tinha que seguir um processo predeterminado.

Lumian levantou a voz, imitando a grandiosidade de Termiboros, parecendo uma entidade oculta respondendo a uma Bruxa recitando um encantamento sinistro.

— Sua Graça.

Na sala de atividades, uma escuridão assustadora envolveu a área, fazendo com que o couro marrom se abrisse, revelando Bouvard Pont-Péro. Ele estava vestido apenas com uma camisa branca, calças pretas e meias escuras.

Com isso feito, Lumian prosseguiu até chegar à entrada da Rue de la Terrasse nº 20. Através do vidro da janela saliente, olhou para a garoa, que parecia se fundir com a noite.

Jenna se agachou e colocou a mão direita na testa de Bouvard.

De sua palma, chamas negras emergiram, infiltrando-se no agente da organização Pecadores.

Essas chamas não crepitaram, mas engolfaram Bouvard como água escura.

Depois de mais de dez segundos, o corpo de Bouvard convulsionou violentamente.

Momentos depois, seu corpo relaxou e o cheiro pungente pairou no ar.

Ele havia perdido a vida.

Vestida como uma mercenária, Jenna examinou seu traje com insatisfação. Ela se levantou e estendeu a mão para Franca.

Franca entendeu que ela estava agindo como uma bruxa misteriosa e poderosa, então ela lhe entregou uma garrafa de Mistura Profética.

Jenna ajoelhou-se mais uma vez e derramou a poção na boca de Bouvard.

O líquido escuro, borbulhando com uma luz negra prateada, fluiu para a boca do cadáver e permaneceu ali.

Uma leve rajada de vento soprou, e a luz fraca do lampião a gás assumiu um leve tom azul.

Sentindo essa mudança familiar, Lumian sabia que Bouvard estava agora completamente sem vida, e o poder da bênção havia retornado à sua fonte. Assim, ele se afastou da porta, passou por Anthony Reid e voltou a entrar na sala de atividades.

Gulp!

O som do cadáver engolindo o líquido chegou aos seus ouvidos.

Com um vento, Bouvard sentou-se. Seu rosto estava mortalmente pálido, e seus olhos tinham se tornado translúcidos e desprovidos de cor.

Enquanto Jenna olhava para aqueles olhos claros, ela se maravilhou com sua qualidade mágica — as cores vibrantes, a luz pura, a forma invisível e as ondulações mercuriais. Ela suportou o frio intenso e então voltou sua atenção para Lumian e Franca.

Ela não tinha perguntas; estava apenas atuando.

Franca fez sinal para que Lumian assumisse a liderança nas perguntas, pois ela pretendia aprender a fazer melhor uso do recipiente restante da Mistura Profética.

Lumian, bem versado nas regras, considerou cuidadosamente a pergunta e se dirigiu a Jenna, dizendo: — Pergunte, onde está Voisin Sanson, o antigo dono da Cafeteria Voisin na região de Trier, na República de Intis, nesta mesma hora na semana que vem?

Essa pergunta carregava não apenas seu significado aparente, mas também uma implicação oculta.

Se o cadáver de Bouvard não pudesse fornecer uma resposta válida, ou se a resposta parecesse anormal, isso poderia indicar que Voisin Sanson havia deixado o local onde o poderoso abençoado residia, possivelmente sinalizando uma catástrofe iminente.

Jenna assentiu e fez a pergunta à figura sem vida de Bouvard, com sua voz profunda e encantadora.

O rosto pálido do cadáver, tingido com um toque de verde escuro na fraca luz azul, abriu a boca e respondeu em intisiano: — Quarto 7.

“Quarto 7… Tão específico? Mas não há descrição restritiva de antes…” Lumian originalmente imaginou que o cadáver de Bouvard seria como o falecido que ele havia usado anteriormente, usando uma descrição mais ampla como Quartier de la Princesse Rouge de Trier. Isso poderia restringir o escopo da investigação do Clube de Tarô. No entanto, ele nunca esperou que o cadáver de Bouvard revelasse diretamente o número do quarto de Voisin Sanson.

Para Lumian, essa resposta não foi tão útil quanto o Quartier de la Princesse Rouge. Havia incontáveis Quartos 7 em Trier.

Além disso, e se o quarto 7 não estivesse em Trier? Não era necessário planejar uma conspiração enquanto estava em Trier!

“Bouvard é um abençoado do caminho da Inevitabilidade. Ele possui o poder do destino e a corrupção deixada para trás pelo poder da Inevitabilidade… Depois que seu cadáver consumiu a Mistura Profética, ele deve ter visto mais do que um falecido normal e previsto isso mais claramente. É por isso que tal mudança ocorreu?” Lumian murmurou internamente.

Ele então pediu confirmação.

— Pergunte a ele onde estará Pualis de Roquefort, da região de Dariège, na província de Riston, na República de Intis, na mesma época da semana que vem.

Após ouvir o relato da Bruxa, o cadáver de Bouvard respondeu com uma voz ilusória e etérea: — Quarto 12.

“Quarto 12, Quarto 7… Madame Pualis e Voisin Sanson estão de fato no mesmo lugar. Os poderosos desses cultos em Trier estão reunidos. Eles definitivamente não estão aqui para comer e beber…” Lumian assentiu levemente e rapidamente pensou no que perguntar em seguida.

Das duas respostas, ele vagamente adivinhou que tinha algo a ver com onde o deus maligno estava. O Feitiço da Profecia pareceu significativamente interferido e foi incapaz de fornecer informações precisas. Ele só podia perguntar de outra maneira.

Alguns segundos depois, Lumian olhou para Jenna e disse: — Quando Voisin Sanson deixará seu prédio atual?

Esta questão teve como objetivo determinar o momento de uma potencial catástrofe ou de uma operação significativa.

As cenas estranhas nos olhos de Bouvard se dissiparam rapidamente. Após ouvir a pergunta de Jenna, ele abriu a boca e respondeu fracamente, — Chuva, água…

De repente, os olhos de Bouvard se abriram e sangue jorrou deles, deixando para trás duas cavidades pretas e vermelhas contaminadas.

Seu corpo começou a inchar, ficando pálido, opaco e úmido, como se ele tivesse ficado submerso em água por um longo período.

Num piscar de olhos, o cadáver desapareceu da vista de Lumian e dos outros, como se nunca tivesse existido.

Franca, segurando o espelho e se preparando para lançar uma maldição no cadáver mutante, perdeu seu alvo. Ela examinou a área freneticamente, mas encontrou apenas restos dos globos oculares explodidos.

Com base em sua experiência limitada, Franca especulou: — Será que um evento ou entidade extraordinária foi profetizada, levando a uma reação horrível que o arrastou para o desconhecido?

Ela suspirou e acrescentou: — Veja, adivinhação e profecias são empreendimentos traiçoeiros.

Lumian concordou com a cabeça e sugeriu: — Vamos embora agora e seguir para a residência de Bouvard para garantir os despojos restantes da nossa missão.

— Sim, devemos ser cautelosos — disse Jenna, olhando para o teto. — O que faremos com Paulina e os outros hereges? Devemos eliminá-los todos?

— Eu vou cuidar disso! Eu vou lidar com isso! — Franca levantou a mão ansiosamente. — Eu quero encontrar algum prazer, não… prazer para mim!

Ela queria simplesmente atuar.

Observando as expressões perplexas nos rostos de Jenna e Lumian, Franca retrucou:

— O que vocês estão pensando? Não estou falando sobre isso! Essa não é a única maneira de ter prazer!

“Fazendo algo para se entreter?” Lumian zombou e saiu da sala de atividades, deixando um comentário de despedida. — Você tem cinco minutos.

“Cinco minutos?” Franca murmurou enquanto se acomodava em frente à máquina de escrever mecânica de latão. Calçando luvas, ela digitou rapidamente no teclado.

Em pouco tempo, Paulina, o mordomo e os outros que estavam firmemente amarrados tinham bilhetes anexados a eles. Os bilhetes diziam:

“Nós somos hereges!”

“Nossa fé está em uma entidade conhecida como Inevitabilidade!”

“Prendam-nos!”

“Nosso líder é Voisin Sanson!”

“Voisin Sanson e seus principais subordinados foram para algum lugar. Disseram que ficarão lá por três meses!”

“Eles foram lá há mais de dois meses!”

“Eu tenho Regeneração, Premonição de Perigo e Arco Elétrico. Por favor, tome cuidado!”

Depois de colar os papéis, Franca examinou as anotações com uma sensação de prazer.

Ela então voltou sua atenção para a inconsciente Paulina e comentou: — A flexibilidade de uma dançarina pode ajudá-la a escapar das cordas. Eu só posso adicionar mais duas camadas de inconsciência.

Com isso, ela incendiou o Corpo Espiritual de Paulina com chamas negras, enfraquecendo-a significativamente. Ela seguiu com o sedativo da Sociedade da Felicidade.

Palmas! Palmas! Franca bateu palmas e saiu da sala, deixando para trás chamas negras que queimaram todos os tipos de rastros.

Após garantir o sucesso do relatório policial, Lumian e seus companheiros recuperaram bens que poderiam ser rapidamente convertidos em dinheiro na residência de Bouvard, no distrito de bibliotecas.

Retornando à sua aparência original e pegando uma carruagem de volta ao distrito comercial, Lumian estava prestes a perguntar algo a Franca quando notou uma figura correndo pela escuridão do lado de fora da janela.

A figura estava vestida com uma camisa branca, calças pretas e meias escuras. Suas órbitas oculares estavam ocas e vazias, e sua pele parecia inchada e pálida, como se tivesse sido encharcada em água.

Bouvard Pont-Péro!

O cadáver anteriormente desaparecido de Bouvard Pont-Péro!

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