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Circle of Inevitability – Capítulo 455

Duas crianças

A pessoa que ele viu era um garoto de cerca de sete ou oito anos, vestido como um jovem cavalheiro com cabelos amarelos, olhos castanhos e bochechas rechonchudas. Ele tinha uma aura honesta e inocente, e Lumian imediatamente o reconheceu como o afilhado do Barão Brignais, o garoto peculiar, Ludwig.

Ludwig estava em pé diante de uma pintura de parede adornada com donuts, seus olhos jovens fixos na obra de arte. Sentindo que alguém o observava, ele se virou e avistou Lumian.

Lumian sorriu e brincou: — Fugindo de casa de novo?

Ludwig, dessa vez com mais compostura, respondeu: — Não. Eu disse ao meu padrinho que o aprendizado não pode se limitar ao conhecimento dos livros didáticos. É igualmente importante ler mais, ouvir mais e interagir com outras coisas.

Lumian perguntou: — E ele trouxe você aqui para ver a exposição de arte? — No entanto, ele não conseguiu localizar o Barão Brignais nas proximidades.

Ele percebeu que a inteligência e o conhecimento de Ludwig pareciam ter melhorado um pouco, permitindo-lhe inventar uma desculpa que já havia usado antes.

Parecia que aprender estava tendo um impacto positivo nele!

Ludwig assentiu e acrescentou: — Sim. É importante que uma criança cultive uma apreciação pela arte desde cedo.

Lumian estalou a língua e continuou: — Então, nada de livros didáticos, dever de casa ou provas hoje?

Ludwig respondeu, com um sorriso alegre estampado no rosto, sem que ele percebesse: — É acidental.

Internamente, Lumian observou: “Houve algum crescimento, mas não muito…”

Naquele momento, o Barão Brignais, vestindo uma cartola de seda e um terno preto, aproximou-se do outro lado do salão de exposições.

Lumian não conseguiu evitar fazer um comentário irônico: — Você não está preocupado que ele se perca?

Como Conspiracionista, Lumian percebeu algo incomum nessa situação.

Dada a ansiedade de Brignais quando Ludwig fugiu, ele não deveria ter deixado a criança sozinha no salão de exposições!

Brignais sorriu e disse: — Ludwig tem se saído bem ultimamente e não tentou fugir de casa. Ele estava entretido admirando as pinturas, então não quis perturbá-lo quando fui ao banheiro.

“Parece algo que um pai irresponsável faria, mas Barão, você não era assim antes. Eu suspeito que você fez isso de propósito… Você deliberadamente deixou Ludwig sozinho no salão de exposições para ver o que essa criança estranha faria? Heh heh, você não precisa se preocupar com ele. Você tem que se preocupar com os visitantes ao redor. Se esse cara ficar com fome e você não fornecer comida a tempo, tenho medo que alguém seja comido,” Lumian criticou enquanto dava um palpite.

Ele sentiu que o Barão Brignais tinha um motivo oculto para organizar essa visita à exposição. Era como levar um cão experiente para uma ocasião específica, soltando suas cordas para ver se ele rastrearia certa presa.

Depois de responder à pergunta de Lumian, o Barão Brignais, segurando sua pasta abarrotada, olhou para Ludwig.

— Quando você voltar, escreva uma redação sobre a exposição de arte, detalhando seus sentimentos e a obra que deixou a impressão mais profunda.

A expressão de Ludwig desmoronou.

Lumian não ficou surpreso. Ele tinha muita experiência em ser jogado em tal situação.

Em vez de conversar com o Barão Brignais e Ludwig, ele escolheu continuar sua observação das pinturas. Sua atenção se fixou na presença de quaisquer estruturas semelhantes a motéis dentro das peças correspondentes, na existência de uma modelo humana que se assemelhasse a Séraphine e no impacto potencial nas percepções dos visitantes e seus arredores.

Lamentavelmente, a exploração de Lumian dos três pequenos salões de exposição não produziu nenhuma descoberta significativa. Em vez disso, o desenho “Cafeteria” de Mullen, que ele havia criado com suas nádegas, atraiu a atenção de vários turistas, despertando admiração e crítica.

Parado no salão de exposição final, Lumian contemplou seu próximo movimento. Recuperando seus óculos marrons de aro dourado, ele decidiu experimentá-los.

Como sua visão e a Visão Espiritual não revelaram problemas perceptíveis, ele optou por testar os Óculos do Espreitador de Mistérios!

Posicionando cuidadosamente os óculos na ponte do nariz, Lumian se preparou enquanto o mundo ao redor dele parecia girar e rodopiar. Seu foco permaneceu nas cenas que se desenrolavam dentro de sua “visão”.

Cada pintura ganhou vida própria, libertando-se dos limites das paredes.

Algumas das pinturas pareciam encarar Lumian com um olhar penetrante e arrepiante.

Inicialmente surpreso, Lumian temeu que algo extraordinário estivesse acontecendo com todos os retratos, potencialmente colocando-o em uma situação terrível. No entanto, ele logo percebeu que não estava sob ataque.

As figuras dentro dos retratos apenas o encaravam com uma intensidade silenciosa e fria.

Era como se tivessem atingido um grau de consciência e um senso de ser, mas ainda não tivessem saído completamente dos limites da tela para caminhar entre os vivos.

Uma revelação ocorreu a Lumian.

Através das lentes dos Óculos, ele estava testemunhando outra realidade.

Talvez, em algum aspecto paralelo do mundo, cada pintura tivesse uma aparência de realidade. No entanto, elas permaneceram bidimensionais, planas e carentes de profundidade, incapazes de impactar significativamente o reino humano ou o mundo espiritual. Pode haver exceções, momentos em que a contemplação prolongada de certas obras induziu sentimentos de delírio ou ansiedade.

Ocorreu a Lumian que os pintores poderiam potencialmente amplificar a natureza limitada e plana desses objetos, abrindo um caminho para o reino do real.

Em essência, os personagens dentro de pinturas comuns podem possuir uma existência incompleta, condensada e espiritualmente deficiente neste mundo bidimensional e plano. Com a ajuda dos Óculos do Espreitador de Mistérios, eles foram revelados em sua verdadeira forma.

Da mesma forma, a percepção de Lumian revelou verdades mais profundas — as intenções criativas mais profundas do artista.

Uma pintura retratava o futuro de Trier, um reino dividido. Na superfície, homens e mulheres se deleitavam em banquetes luxuosos, adornados com trajes opulentos. Abaixo da superfície, indivíduos esfarrapados viviam em túneis escuros, subsistindo de minhocas, ratos e musgo. No entanto, através dos Óculos do Espreitador de Mistérios, Lumian vislumbrou porcos gordos e glutões com óleo escorrendo de suas bocas na superfície. Abaixo, rostos grotescos e contorcidos e mãos decadentes estendidas para cima.

Essa era a verdadeira mensagem que o artista procurava transmitir.

No instante seguinte, Lumian avistou o Barão Brignais e seu afilhado Ludwig.

O primeiro parecia normal quando visto através dos Óculos do Espreitador de Mistérios, mas havia uma aura tênue e estridente emanando de sua forma. Quanto ao último, algo assustador se desenrolou quando ele virou a cabeça abruptamente, aparentemente travando os olhos com Lumian através de dois salões de exposição.

O rosto gordinho de Ludwig assumiu uma transformação inquietante; sua pele parecia se contorcer, como se estivesse prestes a cair, e algo por baixo da superfície tentava sair.

O coração de Lumian apertou e ele instintivamente removeu os Óculos do Espreitador de Mistérios, restaurando instantaneamente a cena ao seu estado normal.

“Há realmente algo errado com Ludwig… Felizmente, reagi rapidamente. Caso contrário, eu poderia ter visto algo que não deveria…” A cabeça de Lumian girou, e seus pés pareciam estar pisando em algodão.

Ele sempre sentiu que Ludwig estava longe de ser comum, mas esse encontro fez seus instintos de perigo irem à tona.

A verdadeira natureza da pele humana aparentemente inocente que escondia o menino por baixo permanecia um mistério ameaçador.

Ugh… Lumian usou os Óculos por um longo período dessa vez, e seu desconforto era avassalador. Apesar da tontura diminuir, ele se sentiu profundamente enjoado, com uma dor dolorosa no estômago, uma necessidade urgente de vomitar e cuidar de outras funções corporais.

Nem mesmo a constituição de um Conspiracionista poderia suportar isso.

Respirando fundo, Lumian foi até o banheiro adjacente aos três salões de exposição.

Ele ficava no final de um longo corredor adornado com estátuas e pinturas, em perfeita sintonia com o ambiente do Centro de Artes de Trier.

Uma vez dentro do banheiro, Lumian atendeu às suas necessidades urgentes e, após lavar o rosto com água fria, aos poucos recuperou a compostura, com o desconforto se dissipando.

Ao sair do banheiro, o olhar de Lumian naturalmente se voltou para a parede oposta, onde uma série de pinturas estavam expostas.

Uma pintura em particular chamou sua atenção, uma peça macabra e enigmática que capturou seus sentidos.

Era uma pintura a óleo sobre um fundo com camadas vívidas, com o ponto focal em uma mulher nua.

Seu rosto permaneceu borrado, como se o pintor o tivesse deixado em branco intencionalmente. Em seu corpo, rostos distintos emergiram, cada um carregando uma emoção diferente — raiva, ódio, malícia, alegria. Alguns desses rostos lembravam os de gatos, outros de cachorros, e alguns pareciam existir apenas no reino da fantasia. O que os unia era sua qualidade misteriosa, translúcida, mas realista.

Enquanto Lumian olhava para esta pintura inquietante, um pensamento lhe ocorreu.

Durante a visita de Gabriel à exposição de arte, ele parecia perfeitamente normal, pelo menos de acordo com os relatos dos autores. Mas eles não poderiam ter monitorado cada movimento seu, especialmente durante atividades mundanas como ir ao banheiro!

Avenue du Marché, Teatro da Velha Gaiola de Pombos.

Jenna tinha acabado de sair quando avistou uma figura familiar parada sob um poste de luz a gás no lado oposto da rua.

Era um garoto jovem, vestido com uma camisa branca, colete prateado, casaco preto e uma gravata borboleta cor de mercúrio, com o cabelo amarelo-claro bem penteado.

“A criança que me trouxe boa sorte da última vez… aquele formidável Beyonder!” Jenna exclamou interiormente, surpresa. Ela instintivamente atravessou a rua e se aproximou do garoto.

Com uma leve reverência, ela o cumprimentou com um sorriso: — Você estava me esperando?

O garoto olhou para ela e murmurou: — Eu não estava esperando por você. Você estava esperando por mim. Você me conheceu antes de qualquer outra escolha.

“Qual ​​é o problema dessa vez? Você está me oferecendo boa sorte para a catástrofe iminente e me fazendo descobrir algo?” Os pensamentos de Jenna correram enquanto ela casualmente perguntou: — Você não disse que essa direção era um pouco perigosa da última vez? Por que você está aqui dessa vez?

A resposta do garoto foi comedida e séria: — Aquele dia foi aquele dia, e hoje é hoje. Só porque foi um pouco perigoso naquele dia não significa que seja perigoso hoje.

— Tudo bem… — Jenna sondou com um sorriso inquisitivo. — Você precisa da minha ajuda para comprar um sorvete?

O menino, no entanto, respondeu com um suspiro longo, quase adulto.

— É outra coisa; eu te pago.

“Pagar? Me dar boa sorte?” Jenna tinha uma vaga ideia, mas não perguntou sobre a recompensa. Ela decidiu ir direto ao ponto, perguntando: — Qual é o favor?

O garoto colocou a mão no bolso e pegou uma moeda dourada reluzente, ignorando a pergunta.

— Esta será sua recompensa: uma moeda de ouro da sorte.

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