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Circle of Inevitability – Capítulo 515

Peixe Estranho

Philip, diferentemente dos outros tripulantes e passageiros exultantes, empurrou Gozia para longe, ignorando a dor nas costas e nas palmas das mãos, e correu para o lado do navio, com os olhos examinando a vasta extensão do mar.

Ele se movia implacavelmente, procurando por qualquer coisa incomum, qualquer coisa fora do lugar.

Então, um grito abafado cortou o ar.

Atordoado, ele localizou a fonte e correu em direção à proa do Pássaro Voador.

O grito ficou mais alto, mais desesperado. Philip viu uma mancha carmesim florescendo no azul distante, uma grande sombra se movendo abaixo.

A sombra rapidamente se materializou em um peixe monstruoso com quatro olhos — orbes azul-acinzentadas substituindo escamas e uma boca assustadoramente afiada.

Não era um peixe pequeno. Ele se contorcia e se debatia, com movimentos frenéticos de sua cauda, ​​fazendo gotas de água voarem.

Ondas surgiam ao redor dele, atingindo alturas de cinco a seis metros, mesmo sem a ajuda do vento, quebrando com força estrondosa.

Os gritos estridentes cessaram momentaneamente, e o monstro de quatro olhos, tomado por um medo palpável, mergulhou de volta nas profundezas, nadando para longe com uma velocidade que desmentia seu tamanho.

Seus irmãos restantes seguiram logo atrás.

Na cabine primeira classe, quarto 5, perto da janela, Lumian vestia roupas secas com a indiferença casual de alguém despercebido.

Ele sabia que a Sinfonia do Ódio havia despertado o terror do peixe de quatro olhos, e foi por isso que ele optou por um rápido “teletransporte” de volta em vez de saltar no ar e desencadear outro ataque devastador enquanto a criatura emergia.

O medo afastaria o monstro e o impediria de liberar toda a sua fúria e causar ainda mais estragos.

— Ufa — Philip suspirou, aliviado quando o peixe de quatro olhos desapareceu de vista.

— Graças a Deus, graças a Deus — ele murmurou, sua voz cheia de gratidão. Ele abriu bem os braços e exclamou: — Louvado seja o Sol!

— Você conhece esse peixe?

Uma voz de repente quebrou o silêncio ao lado de Philip.

Ele se virou surpreso ao ver Louis Berry, com seus cabelos pretos, olhos verdes e feições marcantes, parado ao seu lado.

Sua amante, Gozia, estava hesitante na entrada da cabine, querendo se aproximar, mas com medo de se aproximar do navio.

— É o Peixe-Bandeira Mutante. Heh heh, é assim que os estudiosos o chamam. No mar, eles têm outro nome para ele: Navegador da Morte — Philip respondeu à pergunta de Lumian, pressionando sua mão contra a bordo do navio para se apoiar.

— Navegador da Morte? Por que nunca ouvi falar dele? — Lumian perguntou, genuinamente curioso.

Para ser honesto, seu conhecimento sobre criaturas Beyonder era limitado. Suas experiências anteriores envolviam principalmente lidar com Beyonders, hereges e Descontrolados.

Philip olhou para ele, exalou e sorriu levemente.

— Essas criaturas parecidas com peixes só apareceram nos últimos anos. Muitos marinheiros os chamam de demônios do mar.

“Só apareceu nos últimos anos…” Lumian franziu a testa, pensativo.

Essas descrições frequentemente apontavam para a corrupção de deuses malignos, anomalias ambientais ou desastres naturais.

— Ele apareceu recentemente no Mar da Névoa ou não havia lenda sobre tal peixe nos Cinco Mares? — Lumian interrompeu a explicação de Philip, ansioso para esclarecer suas dúvidas.

Philip refletiu por um momento antes de falar.

—Eu costumava servir na frota do Mar da Névoa. Além do Mar da Névoa, eu só viajei pelo Mar do Norte. Eu não sei muito sobre o Mar Berserk, o Mar Sônia ou o Mar Polar, mas até alguns anos atrás, eu nunca ouvi nenhuma menção de um peixe tão estranho da tripulação, piratas ou colegas de outras frotas.

“Poderiam ser peixes corrompidos por um deus maligno?” Lumian de repente se sentiu grato por não ter tentado impulsivamente eliminar o Peixe-Bandeira Mutante.

Não só teria exposto seus poderes de Beyonder aos muitos tripulantes e passageiros, mas também poderia ter levado a perigos imprevistos. E para quê?

Uma pilha de lixo que só seria boa o suficiente para alimentar Ludwig!

Vendo que Louis Berry não estava mais fixado nos detalhes, Philip continuou, — Os peixes-bandeira mutantes aparecem em noites sem neblina, pairando eretos como se estivessem observando silenciosamente o cosmos. Muitos marinheiros e piratas testemunharam essa visão, acreditando que os peixes estão invocando uma entidade maligna.

— Pense nisso. O mar noturno está escuro como breu, a lua carmesim mal é visível, e apenas a luz das estrelas ilumina as assustadoras e distorcidas cabeças de peixes emergindo silenciosamente da água, imóveis e dispostas em padrões estranhos… É o suficiente para assustar qualquer um!

“Olhando para o cosmos… Eles poderiam ter sido corrompidos pelo poder de um deus maligno…

Lumian ponderou por alguns segundos antes de perguntar: — Por que eles são chamados de Navegantes da Morte?

Philip esfregou as bochechas.

— Depois de examinar o cosmos, os peixes-bandeira mutantes permanecem na superfície, formando duas linhas como uma ponta de flecha que aponta para um ponto específico no mar, como se guiassem alguma criatura desconhecida.

— Alguns piratas, aventureiros e caçadores de tesouros acreditam que isso indica itens valiosos ou tesouros escondidos, então eles tentam seguir os Peixes-Bandeira Mutantes para ver aonde eles levam.

— Mas nenhum dos navios que tentaram isso retornou, e a tripulação desapareceu.

— É por isso que os chamamos de Navegadores da Morte.

Philip suspirou e continuou: — Uma vez ouvi de marinheiros que os Navegadores da Morte podem controlar as ondas. A julgar pelo que acabamos de ver, esse rumor parece muito provável, e é muito pior do que eu imaginava.

— Certo, aquele Peixe-Bandeira Mutante deve ter sido relativamente poderoso até mesmo entre os Navegantes da Morte.

— No entanto, nenhum Navegador da Morte jamais atacou um navio humano antes…

Uma risada suave escapou dos lábios de Lumian.

— Talvez eles tenham atacado, mas ninguém sobreviveu para espalhar a notícia.

Philip ficou surpreso.

— Isso é verdade. Em uma onda tão grande, uma vez que um navio vira ou se parta, apenas aqueles com habilidades especiais teriam uma chance.

Ele fez uma pausa e murmurou para si mesmo: — Aquela pessoa problemática provocou o ataque dos Navegadores da Morte?

— É possível — Lumian respondeu sinceramente.

Depois de confirmar que os Navegadores da Morte não haviam retornado, Philip se virou para os passageiros e a tripulação reunidos perto da janela e da entrada da cabine.

— O perigo passou! O tempo voltou ao normal!

Os humanos, que haviam comemorado antes, explodiram em gritos de alívio, louvando suas divindades.

Philip desviou o olhar e ponderou: — O Navegador da Morte finalmente sucumbiu àquela ameaça desconhecida? Eu pude sentir seu imenso medo.

— É possível — respondeu Lumian com a mesma sinceridade.

Com esse interlúdio, o Pássaro Voador aumentou sua velocidade e chegou a Porto Farim, a capital do Arquipélago do Mar da Névoa, antes do anoitecer.

O sol se pôs atrás da Ilha do Santo Tick, lançando um brilho carmesim sobre o mar distante, vastas florestas e o vulcão marrom adormecido. A visão era magnífica e de tirar o fôlego.

Farim, na língua nativa do Arquipélago do Mar da Névoa, significava “tendo fragrância e doçura”. A Ilha do Santo Tick era rica em cravo, noz-moscada, pimenta e cana-de-açúcar. As frutas eram principalmente bananas e uvas, enquanto o resto da terra era plantada com algodão.

Olhando para os prédios de paredes brancas e telhados vermelhos que margeavam o litoral, os mastros, velas e chaminés emitindo neblina, Lumian riu e disse: — O Imperador Roselle, que deu nome a esta cidade naquela época, provavelmente não esperava que Farim se tornasse o último bastião da língua indígena.

Sob gerações de genocídio cultural, os atuais ilhéus só conseguiam falar Intisiano. Sua língua nativa havia se perdido há muito tempo.

Pode haver velhos nas tribos primitivas que viviam nas profundezas da floresta que ainda entendiam a língua indígena, mas em todas as cidades coloniais e plantações vizinhas, uma língua reinava suprema: o intisiano.

É claro que o Arquipélago do Mar da Névoa tinha seus próprios dialetos únicos, uma mistura de línguas intisianas e indígenas, raramente usadas pelos intisianos fora desta região.

— Você vai desembarcar? — Lugano perguntou a Lumian.

O Pássaro Voador não deixaria o porto até a tarde seguinte.

— Claro — Lumian respondeu com uma pitada de excitação. — Agora que estamos aqui em Farim, não posso perder a chance de experimentar o famoso Golden Somme deles! Você gostaria de liderar o caminho, levando eu e Ludwig por aí, ou prefere ficar aqui e ficar de olho nele?

O Arquipélago do Mar da Névoa era conhecido por sua cana-de-açúcar de qualidade superior, e o licor de açúcar produzido a partir de seu xarope, chamado “Golden Somme”, era lendário.

O primeiro instinto de Lugano foi acompanhar seu empregador, pois ele se sentia mais seguro perto da presença capaz e decisiva de Lumian. No entanto, após um momento de reflexão, o Médico decidiu que seria mais sensato permanecer a bordo.

Embora Lumian fosse inegavelmente formidável, seu talento para atrair problemas era igualmente impressionante!

Deixando Ludwig com comida suficiente para o jantar e duas rodadas de lanches noturnos, Lumian desembarcou do Pássaro Voador, vestindo uma camisa branca, um colete preto, uma jaqueta escura e calças combinando.

Em Trier, já era o começo do outono, e o ar estava revigorante de frio. No entanto, o Arquipélago do Mar da Névoa parecia estar aproveitando o fim do verão. Embora o ar estivesse quente, ele foi rapidamente dispersado pela refrescante brisa do mar.

Quando Lumian saiu do porto, ele avistou uma velha senhora de pele morena, enrugada e feições negras, vendendo chapéus de palha dourados do outro lado da rua.

Esses chapéus eram tecidos de uma planta local chamada folhas douradas, que era preferida pelos crentes da religião Eterno Sol Ardente. Usar um supostamente dava a ilusão de ter o sol brilhando diretamente sobre a cabeça.

Intrigado pela ideia, Lumian comprou um chapéu por 5 licks e colocou-o na cabeça. Ele então continuou seu passeio tranquilo em direção à praça próxima.

No coração da praça ficava um Obelisco do Sol, cercado por vários avisos adornados com cartazes de procurados.

Lumian parou, suas mãos instintivamente deslizando para dentro dos bolsos. Antes que o sol mergulhasse abaixo do horizonte, ele examinou os cartazes de procurados e memorizou as recompensas.

“Rainha Mística, uma rainha do mar… Recompensa de 100 milhões de verl d’or.”

“Rei dos Cinco Mares Nast, um rei do mar… Recompensa de 20 milhões de verl d’or.”

“Rainha das Estrelas Cattleya, uma rainha do mar… Recompensa de 11 milhões de verl d’or.”

“Rei da Imortalidade Agalito, um rei do mar… Recompensa de 4 milhões de verl d’or.”

“Rainha da Doença Tracy, uma rainha do mar… Recompensa de 3 milhões de verl d’or.”

“Rei do Crepúsculo Bulatov Ivan, um rei do mar… Recompensa de 2,6 milhões de verl d’or…”

Observando o intenso escrutínio de Lumian nos cartazes de procurados dos seis reis marítimos, um aventureiro parado ao lado dele não conseguiu resistir e fez uma piada.

— Quer caçar os reis do mar, hein?

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