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Circle of Inevitability – Capítulo 519

Um evento por dia

As chamas do Quartier des Black Pearls dançavam nos olhos de Lumian, puxando-o para um profundo pensamento. Como um Conspirador, sua mente instintivamente dissecava as possibilidades.

“As facções da Resistência e da independência civil foram facilmente descartadas — elas não tinham presença neste arquipélago, a primeira colônia distante de Intis. O genocídio religioso e cultural, juntamente com os esforços de assimilação de governos sucessivos, eles trabalharam incansavelmente para que isso acontecesse. As políticas do Imperador Roselle transformaram este lugar em algo semelhante à província ultramarina de Intis — leis frouxas e segurança fraca. Os ilhéus, tendo abandonado sua fé original, agora se viam como cidadãos discriminados nas regiões de fronteira de Intis. Essa discriminação refletia a situação dos reemianos no sul de Intis e dos saboianos no leste. Independentemente disso, os cidadãos de Trier tinham um desdém universal por todos os estrangeiros. No entanto, sua vigilância aumentou contra os ilhéus notórios por golpes e bandidagem.”

“O comércio pirata desencadeou conflitos internos ou as organizações do Continente Sul, buscando derrubar o governo colonial, estavam causando problemas deliberadamente no Arquipélago do Mar da Névoa? Talvez algum indivíduo ambicioso esteja seguindo a liderança de um deus maligno.” Os pensamentos de Lumian correram quando ele notou um meio-gigante de 2,5 metros de altura emergindo de uma sala ao lado da catedral, vestido com um sobretudo preto e cartola de seda.

Dirigindo-se aos suplicantes e vagabundos perplexos, ele os assegurou: — Não se preocupem. O Senhor protegerá a todos.

— Fiquem aqui e não saiam. Esperem o tumulto passar. Não haverá perigo algum.

— Louvado seja o Tolo! — Os fiéis da Igreja do Tolo encontraram consolo, levando as mãos ao peito e se curvando.

Suas expressões se suavizaram, transmitindo uma sensação de segurança.

Os vagabundos trocaram olhares, mas nenhum ousou sair.

Na mente da maioria dos intisianos, uma catedral era um porto mais seguro do que qualquer governo, independentemente da Igreja à qual pertencia.

Naquele momento, a luz dourada do sol desceu sobre a área onde a explosão ocorreu, acompanhada por uma série de explosões densas, embora não tão ensurdecedoras quanto antes.

Era evidente que o gabinete do governador-geral e os Beyonders das duas Igrejas estavam abordando a anomalia.

Simultaneamente, Lumian observou o céu, antes iluminado pelo luar e pela luz das estrelas, escurecendo. Apesar de nenhuma mudança no clima, a rua lá fora parecia envolta em uma névoa fina e escura.

Ignorando os avisos do bispo meio-gigante após um momento de contemplação, Lumian abriu a porta da catedral do Tolo e saiu.

A temperatura externa havia caído consideravelmente, semelhante ao outono em Trier.

Sob o brilho dos postes de gás, Lumian voltou para o porto.

De repente, uma pessoa cambaleante surgiu de um beco próximo.

A pessoa, vestida com uma camisa fina e calças, com os pés descalços, tinha o rosto pálido e enrugado.

Seus olhos eram mais brancos do que castanhos, e o livor mortis cobria sua pele exposta.

“Zumbi?” Lumian levantou as sobrancelhas.

Enquanto o suposto zumbi — um velho — cambaleava em direção ao Quartier des Black Pearls, ele pareceu detectar um indício de espiritualidade e sangue, virando-se abruptamente para Lumian e emitindo um som desumano.

Lumian prontamente condensou uma bola de fogo carmesim, quase branca, e a lançou em direção ao zumbi.

Em meio à explosão estrondosa, a cabeça do zumbi se despedaçou e seu corpo se desintegrou. Ele encontrou seu fim mais uma vez.

Não há mais movimento.

“É só isso que você tem?” Lumian inicialmente se perguntou se ele havia encontrado uma criatura morta-viva mais perigosa.

Seguindo em frente, formou de dez a vinte bolas de fogo vermelhas acima de sua cabeça, atrás dele, em seus ombros e nas laterais do corpo, permitindo que elas seguissem seus movimentos e mantivessem uma relativa distância.

Quando Lumian dobrou uma esquina, ele avistou um jovem casal gritando de terror e fugindo.

Atrás deles, um zumbi os perseguia, com seu coração vermelho-escuro e intestinos brancos vagamente visíveis devido aos inúmeros ferimentos de bala.

Uma bola de fogo quase branca e vermelha, liberada por Lumian, passou voando pelo casal e explodiu no zumbi que o perseguia.

Rumble. 

O corpo carbonizado se espalhou em todas as direções, acompanhado por chamas residuais.

O jovem casal, parado em surpresa, olhou para Lumian cercado por dez a vinte bolas de fogo carmesim, quase brancas. Confusão e descrença encheram seus olhos.

— Vocês estão esperando a morte? — Lumian xingou enquanto avançava. — Pegue a rua de trás e entre na catedral do Tolo.

— Tudo bem, tudo bem! — O jovem e a jovem responderam instintivamente, como se estivessem ouvindo policiais armados ou aventureiros.

A bola de fogo era claramente mais poderosa que uma arma!

Quando o casal entrou na rua onde ficava a catedral do Tolo, Lumian, parecendo um ser de chamas, continuou em direção ao porto em um ritmo moderado.

Ao longo do caminho, ele encontrou mais algumas ondas de pessoas saindo de bares, mercados ao ar livre e outros lugares, que tinham encontrado zumbis.

Lumian não disse uma palavra. Ele direcionou as bolas de fogo carmesim, quase brancas, ao redor dele para ajudá-las a eliminar os corpos revividos. Então, ele os instruiu a se esconderem na catedral mais próxima.

A perseguição dos zumbis e a intimidação das bolas de fogo tornaram suas palavras persuasivas. Ninguém insistiu em encontrar seu próprio caminho.

Se houvesse, Lumian não se incomodaria.

Depois de vários encontros semelhantes, Lumian começou a discernir um padrão.

Esses zumbis não foram reanimados dos vivos; estavam originalmente mortos. A totalidade dos mortos de Porto Farim havia ressuscitado sem nenhuma causa discernível.

Esses zumbis instintivamente se dirigiam para o local da explosão, mas se encontrassem os vivos no caminho, seriam atraídos tanto pela carne quanto pela espiritualidade, levando-os a perseguir, matar e roer.

Com esse entendimento, Lumian não aconselhou mais os passantes a buscar refúgio em catedrais distantes. Em vez disso, ele os orientou a evitar hospitais, cemitérios e lugares semelhantes, instando-os a ficar de duas a três horas em bares movimentados, salões de dança ou casas onde nenhuma morte recente tivesse ocorrido.

Após uma série de paradas e avanços, Lumian retornou ao porto e embarcou novamente no Pássaro Voador. Ele continuou liberando as bolas de fogo carmesim, quase brancas, até que restaram apenas duas.

Philip, encostado na amurada do navio, mantinha os olhos fixos no gabinete do governador-geral.

— O que aconteceu? — ele perguntou a Lumian.

— Como eu poderia saber? — Lumian respondeu, divertido.

Philip mudou rapidamente de assunto.

— Você encontrou alguma anomalia?

Só então Lumian relatou brevemente a explosão perto do gabinete do governador-geral e a repentina reanimação dos cadáveres.

— Invocação de zumbis? — Philip murmurou para si mesmo, franzindo a testa.

Sem esperar a resposta de Lumian, ele suspirou e disse: — Foi tranquilo apenas no primeiro dia desta viagem. No segundo dia, encontramos Divisor de Ossos. No terceiro dia, os Navegadores da Morte nos atacaram ao meio-dia. À noite, ou melhor, nas primeiras horas do quarto dia, uma calamidade zumbi atingiu Porto Farim… Ainda temos seis dias até chegarmos a Porto Santa…

Lumian sentiu uma pontada de culpa.

Em teoria, sua atração por calamidades não deveria ser tão frequente. Quando estava em Trier, ele não encontrava incidentes místicos todos os dias. Se fosse esse o caso, 007 teria morrido de excesso de trabalho.

“Encontrar uma ou duas calamidades ao longo da jornada seria compreensível, mas considerando a Perturbação de Dardel, é realmente um caso diário… Poderia ser que alguma entidade impura esteja me seguindo? Poderia ser a causa, o gatilho ou a convergência? E há essencialmente apenas uma calamidade que encontrei?” Quanto mais Lumian ponderava, mais sentia o desejo de se corresponder com a Madame Mágica para investigar se havia um problema subjacente por trás de tais calamidades frequentes.

— Talvez a calamidade zumbi tenha sido desencadeada pelo problema inicial no navio. Assim que deixarmos o Pássaro Voador, nossa jornada subsequente pode se tornar pacífica — Lumian consolou Philip casualmente.

Ele não tinha muita confiança em suas palavras.

— Espero que sim. — Philip abriu os braços ligeiramente e rezou devotamente. — Louvado seja o Sol!

Lumian demorou um pouco antes de voltar para a cabine de primeira classe. Ele ficou a bordo do navio, observando Porto Farim.

O endosso silencioso das autoridades às atividades piratas no Arquipélago do Mar da Névoa resultou em um certo nível de caos e má conduta. No entanto, também levou a um aumento notável no número de Beyonders em comparação às cidades Intisianas regulares. Organizando rapidamente uma resistência, eles limparam as ruas de zumbis, minimizando as baixas entre cidadãos e turistas.

Ainda não se sabe se piratas e aventureiros exploraram a turbulência para cometer crimes ou acertar contas.

Em menos de meia hora, o tumulto perto do local da explosão diminuiu. Beyonders oficiais se dispersaram, abordando distúrbios em outras ruas.

— Muito bem. Não aconteceu nada de grave. Eles conseguiram controlar a tempo — comentou Philip, aliviado.

“Você pode dizer isso, mas eu não posso…” Lumian riu autodepreciativamente.

Só então Philip se sentiu à vontade o suficiente para uma conversa casual.

— Você foi à Farim para beber alguma coisa?

— Isso — Lumian respondeu com um sorriso. — Acontece que recebi uma comissão.

— Que comissão? — Philip perguntou casualmente.

— Caçar um pirata: Baronete Black. — Lumian não escondeu nenhum detalhe.

Os olhos de Philip se estreitaram enquanto ele perguntava com uma carranca, — Você tem certeza de que é mais forte que o Baronete Black? Ele tem um navio e mais de cem subordinados! Além disso, mesmo que você encontre uma oportunidade de assassiná-lo, você não tem medo da retaliação do Rei do Crepúsculo? Ele é um dos reis do mar!

— Só porque aceitei uma comissão não significa que definitivamente a farei. Nem sei onde encontrar o Baronete Blakc, Class Khizi. Esse é o nome dele, certo? — Lumian não se importou com as potenciais repercussões do Rei do Crepúsculo.

Havia mais de um Santo que queria lidar com ele!

Philip observou o comportamento indiferente de Louis Berry, percebendo que ele havia aceitado uma missão, mas que reconsideraria apenas se houvesse uma chance de completá-la. Assim, ele não insistiu mais no assunto.

Na manhã seguinte.

Quando o supervisor de segurança terminou o café da manhã, um marinheiro subordinado o informou: O gabinete do governador-geral ordenou que o porto fosse temporariamente fechado e todos os navios estavam proibidos de sair!

Philip reprimiu a vontade de se levantar e perguntou em voz profunda: — O que os soldados estão fazendo no porto?

— Procurando navio por navio — respondeu o marinheiro com sinceridade.

No quarto 5 da cabine de primeira classe, Lumian observou o porto caótico por onde o exército havia entrado e continuou escrevendo uma carta para Jenna e Franca.

“Parece que algo aconteceu com Porto Farim na Ilha do Santo Tick no Arquipélago do Mar da Névoa. Pergunte àquela pessoa e veja se ela sabe a situação exata.”

Nesse momento, Lumian levantou a mão direita e bateu no peito quatro vezes — para cima, para baixo, para a esquerda, para a direita — como o Sr. K. Ele sussurrou com simpatia: — Pobre 007.

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