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Circle of Inevitability – Capítulo 536

Um na Luz e Um na Escuridão

A prioridade imediata de Lumian ao chegar a Porto Santa era investigar os eventos do ritual de oração do mar anterior, focando particularmente nos indivíduos envolvidos no acidente. Esta investigação seria crucial para descobrir as verdadeiras identidades dos principais membros da Reunião da Mentira.

Entretanto, essa fase de sua busca trazia riscos inerentes de engano e possíveis armadilhas.

Entender as complexidades da brincadeira do ano passado era primordial antes de envolver o Arcano Menor — Cavaleiro de Espadas — em qualquer assistência. Lumian não achou plausível pedir ajuda em tais assuntos.

O conhecimento secreto em torno dos eventos em Porto Santa deixou claro que, a menos que o Cavaleiro de Espadas estivesse presente, ele não ajudaria muito.

Inicialmente, Lumian pretendia reunir informações sobre o ritual de oração do mar e o incidente do ano anterior, mas tais detalhes pareciam exclusivos deste local. Membros periféricos da Reunião da Mentira, envolvidos em papéis menores, ofereciam perspectivas limitadas, oferecendo meros fragmentos do quebra-cabeça.

Com um movimento de pulso, Lumian transformou a resposta da Madame Mágica em uma bola de fogo ardente.

Saindo do quarto principal da suíte, ele se dirigiu a Lugano, que esperava na sala de estar: — Vamos criar uma identidade local

— Você já usou a identidade de Louis Berry para fazer o check-in no motel — Lugano lembrou Lumian depois de pensar um pouco.

“Isso significa que é hora de partir?”

“Isso não seria um desperdício de uma semana inteira de aluguel?”

O coração de Lugano doeu ao pensar no gasto.

Gastar dinheiro não era um problema; agora desperdiçar…

Como um caçador de recompensas que viveu uma vida difícil por muitos anos, ele era bastante sensível a dinheiro. Caso contrário, ele não teria sido tão casca grossa a ponto de pedir um “emprego” a Lumian.

— Algum problema? — Lumian perguntou com um sorriso.

No calor de outubro em Porto Santa, Lumian usava um conjunto simples: camisa de linho leve, calças marrons e um chapéu de palha dourado em suas mãos.

Por um momento, Lugano não sabia se deveria expressar sua principal preocupação: o dinheiro. Finalmente, ele decidiu abordar o assunto.

— Chefe, peguei alguns jornais na rua. Parece que há rumores em Porto Farim sobre você derrotar o Bruxo Demoníaco.

Ao ler esta notícia, Lugano esfregou os olhos várias vezes, perguntando-se se havia lido errado.

“Quando seu chefe erradicou o Bruxo Demônio?”

“Por que eu não sei?”

Somente a lembrança do quarto principal aparentemente bombardeado despertou ceticismo.

— Foi eu — Lumian respondeu com um leve aceno de cabeça.

“…” Lugano perdeu momentaneamente a capacidade de organizar suas palavras.

Após uma breve pausa, ele reprimiu sua curiosidade e fingiu entender.

— Você embolsou uma recompensa de 600.000 verl d’or e alguns espólios de guerra. Não é de se espantar que você esteja jogando dinheiro por aí ultimamente…

O aluguel de 20 a 30 verl d’or não parecia mais extravagante.

— Na verdade, doei tudo. — Lumian revelou com naturalidade.

— Por quê? — Lugano deixou escapar.

Lumian olhou para ele.

Lugano imediatamente fechou a boca e sorriu timidamente.

— Precisamos mudar de local. A fama de Louis Berry no Mar da Névoa o torna um alvo fácil.

Naquele olhar, Lumian transmitia uma mensagem não dita:

“Quem está no comando aqui? Você ou eu?”

“Eu precisava da sua aprovação para doar a recompensa?”

Com um sorriso sutil, Lumian fez a pergunta: — Quem disse que vamos nos mudar?

Lugano, pego de surpresa, gaguejou: — Não…?

O sorriso de Lumian continha um significado enigmático quando ele compartilhou: — Por que mais você acha que eu não pedi ao clérigo da Igreja do Tolo, que ajudou a coletar a recompensa, para esconder minha identidade?

Louis Berry, o aventureiro de alto nível, serviu como um farol, atraindo atenção e revelando o cenário de potenciais ameaças.

Lumian precisava de um disfarce local discreto para operar discretamente nas sombras.

Lugano, lidando com a complexidade dos motivos de seu empregador, confessou: — Eu pensei que você só queria ser tão famoso quanto Gehrman Sparrow nos cinco mares. — Ele sentiu que havia mais por baixo da superfície.

Lumian riu.

— Quem da nossa geração não gostaria de igualar a fama de Gehrman Sparrow nos Cinco Mares?

O desejo de reconhecimento satisfez sua vaidade, fornecendo uma razão plausível para não deixar Theis, o bispo da Igreja do Tolo, esconder sua identidade completamente.

Um motivo superficial — genuíno o suficiente para fazer as pessoas acreditarem — poderia efetivamente ocultar intenções chaves.

— Uh… — Lugano, sentindo que não conseguia decifrar as verdadeiras intenções de Lumian ou compreender seu objetivo final, suspirou interiormente.

Fuuu, eu sou apenas um Plantador, um Médico e um caçador de recompensas experiente. Minha inteligência só pode ser considerada comum…”

Lumian lançou um olhar para Ludwig, que mastigava uma omelete de batata, e declarou: — Vamos.

Ele empurrou o cabideiro para um ponto cego, pendurando o chapéu de palha dourado, criando a ilusão de uma figura discreta se alguém olhasse do prédio oposto.

Saindo do Motel Solow, Lumian caminhou pela rua de pedras branco-acinzentadas em direção aos bares animados perto do porto. Lugano seguiu, segurando a mão de Ludwig.

A antiga rua ostentava casas manchadas com paredes brancas e azulejos vermelhos. Perto de entradas como Cordu, mulheres idosas conversavam ao sol, mas não davam uma mãozinha para pegar piolhos.

Os transeuntes caminham suavemente, baixando a voz para manter a tranquilidade do cenário.

Em uma conversa casual com Francesco, o barman do bar no porão do Pássaro Voador, Lumian soube de um fenômeno cultural em Feynapotter, moldado pela fé da Mãe Terra e pelo significado atribuído às tradições familiares: a “cultura matriarcal”.

Dentro de cada família, a avó mais venerável, uma progenitora prolífica, comandava um respeito inigualável. Como a “mãe” inquestionável, elas exerciam um certo grau de controle sobre cada membro da família. Mesmo fora dos limites de seus lares, essa reverência persistia, pois essas avós representavam o símbolo familiar, incorporando a Mãe Terra.

A combinação de crenças religiosas e normas sociais garantiu um status único para essas avós idosas.

Observando essa dinâmica, Lumian se viu contemplando uma questão.

Na província de Riston, uma mulher casada, atuando como mãe de fato, tinha o direito de ser chamada de “Madame” e ter seu nome prefixado com “Na”. Essa tradição poderia ser uma influência da cultura matriarcal de Feynapotter, que ficava a apenas uma montanha de distância?

Pastores e comerciantes nômades, atravessando grandes distâncias, inevitavelmente trouxeram de volta contos de suas experiências. Práticas antigas da cordilheira Dariège e seus arredores, abrangendo mais de um milênio, sem dúvida deixaram uma marca indelével.

Navegando pelas ruas antigas, porém serenas, sob a luz brilhante do sol, Lumian sentiu uma sensação de deslocamento. Era como se tivesse retornado a Cordu durante a movimentada estação, quando os adultos labutavam nos campos, cuidavam de ovelhas nas montanhas ou embarcavam em expedições de caça, deixando apenas uma velha e crianças pequenas para trás.

Trier, terceiro nível das catacumbas.

Jenna fechou os olhos e expandiu seus sentidos, mas o Pilar da Noite de Krismona permaneceu em silêncio, desprovido de qualquer suspiro ou movimento.

Avaliando as Substituições de Espelho, ela se aproximou cautelosamente do enigmático pilar, colocando a palma da mão contra ele.

O pilar preto que sustentava o teto da caverna, embora frio e metálico, mantinha a textura da rocha.

No entanto, a mente investigativa de Jenna não recebeu nada além dessa informação.

— Ainda não funciona — ela comunicou a Franca, balançando a cabeça.

Em suas reflexões, Jenna relembrou os dois momentos e buscou algo em comum quando ouviu a voz de Krismona — durante seu avanço e dentro de um mundo espelho especial na Trier da Quarta Época.

Em ambas as ocasiões, perigo e emoções intensas foram denominadores comuns.

Jenna sussurrou, — O perigo durante meu avanço de Bruxa foi suprimido pela praça sacrificial. A chave são emoções intensas? — Jenna ponderou em voz alta, mergulhando em memórias de eventos dolorosos que agitaram suas emoções, incluindo a morte de sua mãe, a separação de seu irmão e outras experiências pungentes de sofrimento.

Apesar das flutuações visíveis em suas emoções, o Pilar da Noite de Krismona permaneceu em silêncio, o suspiro ilusório evasivo.

Franca, após um momento de contemplação, sugeriu: — Deve haver um evento especial para desencadear isso?

— Talvez, — Jenna respondeu, mordendo o lábio. — Por que não tentamos o quarto nível? Lumian mencionou a sombra suspeita de ter se formado após a morte do Anjo do caminho da Demônia. Deve ser Krismona.

O coração de Franca se agitou, e ela afirmou: — Está certo. Além disso, a sombra é controlada pelo selo e não tem a habilidade de atacar humanos. Sim, o pré-requisito é que sigamos rigorosamente a série de regras nas catacumbas.

Após uma breve discussão, as duas circularam em volta do Pilar da Noite de Krismona, recolocaram as velas e começaram a descer os antigos degraus de pedra manchados. Sob o olhar atento de relevos cinza-escuros realistas representando cabeças humanas em ambos os lados das paredes de pedra, desceram passo a passo.

Quebrando o silêncio sufocante, Franca falou: — Este lugar é perfeito para histórias de fantasmas. A atmosfera é incrível.

Jenna olhou para ela, provocando: — Você está com medo?

— Como isso é possível? — Franca retrucou teimosamente.

Jenna riu.

— Se você não tivesse medo, você só contaria histórias de fantasmas para me assustar. Agora, você está apenas suspirando. Isso significa que você quer principalmente confiar na sua voz para aumentar sua coragem.

“É um desperdício de talento não escolher o caminho do Espectador… Atores de teatro precisam aprender a ler as pessoas?” Franca estava prestes a discutir quando chegaram ao último degrau de pedra antigo.

Simultaneamente, uma sensação de opressão as envolveu.

No momento seguinte, a chama amarelada de uma vela brilhou em seus olhos.

A chama da vela não lhes pertencia. Ela emergiu do distante quarto nível das catacumbas.

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