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Circle of Inevitability – Capítulo 538

Origens Históricas

Clang! Clang! Clang!

Mesmo através da janela de vidro, Lumian ouviu o choque das espadas de dois rapazes lá fora.

Ele não conseguiu deixar de levantar as sobrancelhas.

“Eles estão realmente brigando?”

Embora os duelos fossem populares em Trier, era raro que eles empunhassem armas sem as formalidades. Normalmente, eles passavam por todo o processo: determinavam o tipo de duelo — armas brancas ou revólveres — assinavam um contrato, encontravam uma testemunha reconhecida e então pegavam armas emprestadas na recepção da cafeteria ou no balcão do bar. Somente esses duelos eram legais, evitando a intervenção policial.

Mas empunhar uma espada longa ao menor desacordo era um prelúdio para um tumulto ou uma vingança da multidão. Essas armas letais raramente apareciam em lutas reais.

“Porto Santa, ou melhor, a segurança do Reino Feynapotter é tão ruim assim?” Lumian ficou surpreso com isso.

Do Pássaro Voador ao Motel Solow, ele notou a propensão dos moradores locais em portar lâminas e espadas, lembrando cenas de romances clássicos.

Na verdade, era legal!

Em uma colônia marítima como Porto Farim, carregar tais itens abertamente era algo inédito. Até mesmo uma adaga tinha que ser escondida.

Para ele, porém, essa era uma vantagem bem-vinda.

Fascinado, Lumian observou a luta desesperada entre os dois rapazes pela janela, ocasionalmente comentando sobre suas técnicas de combate em sua mente.

De repente, um grupo de pessoas veio correndo da rua.

Todas mulheres, elas usavam chapéus de pano preto com padrões brancos, forro preto e armadura de couro marrom. Mantos escuros adornados com duas espadas cruzadas e revólveres de latão amarrados em suas cinturas completavam seus trajes.

A mulher que liderava o grupo parecia ter quase trinta anos, cabelos pretos, grossos e naturalmente cacheados, sobrancelhas grossas, olhos grandes e lábios vermelhos e carnudos. Muito bonita.

Com mais de 1,7 metros de altura, ela sacou uma espada reta das costas e gritou para os dois homens brigando na rua com uma expressão fria.

Lumian só entendeu a palavra “pare”.

Os dois rapazes realmente cessaram suas ações, ficando na rua e aceitando a reprimenda do grupo de mulheres, enquanto seu comportamento imponente desaparecia.

Depois de alguns minutos, eles saíram separadamente com suas espadas, sem serem apreendidos.

Lumian tomou um gole de seu café Torres, perplexo com a situação.

A barreira da língua se mostrou bastante problemática.

Depois que Ludwig terminou de comer a comida na mesa em uma velocidade controlada, Lugano, agora com um rosto normal, retornou.

Lumian não tinha pressa em perguntar se ele havia encontrado um comerciante do mercado negro que pudesse criar identidades falsas. Ele perguntou casualmente: — É legal possuir armas brancas em Porto Santa?

Lugano abaixou seu chapéu preto de aba redonda e baixou o tom de voz.

— Isso mesmo. É um costume local. O governo do Reino Feynapotter respeita essa tradição. Além disso, é uma coisa boa para eles terem mais pessoas morrendo na Província de Gaia.

— Por quê? — Lumian perguntou com interesse.

Lugano cobriu o rosto com a mão, como se tivesse medo de ser seguido.

Observando isso, Lumian jogou-lhe o brinco Mentira.

Lugano correu para o banheiro e voltou à sua aparência original, embora suas feições faciais tenham se tornado mais refinadas.

Só então ele relaxou e explicou: — Você já ouviu falar da Batalha do Juramento Violado?

Lumian, moldado pela educação rigorosa de Aurore, respondeu instintivamente: — A Batalha do Juramento Violado que começou na Quinta Época em 738? Aquela em que Lenburg, Masin, Segar e outros pequenos países do centro-sul foram separados do norte do Reino de Feynapotter, e a Igreja do Deus do Conhecimento e da Sabedoria se separou da Igreja da Mãe Terra?

Lugano ficou surpreso.

— Sim.

Ele só tinha uma ideia aproximada. A outra parte tinha realmente revelado o ano exato e o resultado final.

Depois de alguns segundos, Lugano baixou a voz e disse: — Durante a Batalha do Juramento Violado, toda a Província de Gaia, especialmente aquelas próximas à cordilheira de Dariège, tentaram obter independência, mas falharam.

— Mais tarde, para se proteger dos nativos, apesar das minas de ferro e carvão de alta qualidade logo ao sul das Montanhas Dariège, o Reino Feynapotter só montou fábricas de fundição e nenhuma fábrica de armas. Não havia um único nativo nas tropas estacionadas aqui; todos foram designados para outros lugares.

— Houve uma crença generalizada no Deus do Conhecimento e da Sabedoria aqui? — Lumian não pôde deixar de olhar para Ludwig, que estava saboreando a sobremesa.

A chave para a independência de Lenburg, Masin, Segar e outros países da região centro-sul foi sua fé predominante no Deus do Conhecimento e da Sabedoria, não na Mãe Terra.

— Não sei, — Lugano balançou a cabeça honestamente.

Sem se deixar intimidar, ele continuou com o assunto em questão.

— Você já deve saber que a antiga Província de Gaia era composta principalmente por quatro tipos de pessoas. Primeiro, fazendeiros. Segundo, pescadores de lugares como Porto Santa. Terceiro, moradores das montanhas que dependiam de minerais e caça para sobreviver. Quarto, os pastores com os quais você está familiarizado. Os últimos três são ferozes, empunhando espadas destemidamente em conflitos.

Lumian assentiu.

Esse foi realmente o caso.

Sejam pescadores, moradores das montanhas ou pastores, todos viviam em relativa pobreza. Eles lutavam contra a crueldade da natureza e enfrentavam vários perigos além dos assentamentos humanos. Eles até tinham que ser cautelosos com aqueles entre eles com más intenções. Espadas e lâminas eram necessidades, não ornamentos.

Lumian tinha ouvido em primeira mão dos pastores migrantes sobre ataques de matilhas de lobos e a brutalidade de bandidos. Isso deixou uma profunda impressão nele.

Lugano engoliu a limonada que tinha acabado de pedir e suspirou aliviado.

— Uma das três ordens de combate da Mãe Terra está estacionada permanentemente na Província de Gaia. Eles nos protegem no norte e em Lenburg no nordeste. Simultaneamente, eles visam monitorar os locais.

— Heh heh, encontrar freiras combatentes na Província de Gaia e Porto Santa não é incomum. Seus comportamentos diferem de outras mulheres…

A expressão de Lugano mudou para uma de lazer e fascinação.

“O time agora eram as freiras combatentes que mantêm a ordem?” Lumian percebeu.

Ele provocou Lugano com um sorriso: — Elas são freiras.

Lugano sorriu enigmaticamente e comentou: — As freiras da Igreja Mãe Terra não fazem votos de castidade. Em vez disso, elas prometem ter o máximo de filhos possível antes de uma certa idade. Se elas estiverem interessadas em você, serão bem proativas. Às vezes, elas podem até forçar um pouco. Os jovens aqui adoram mostrar sua bravura na frente dessas freiras. A coragem delas pode chamar a atenção de alguém.

“Prometer ter vários filhos antes de uma certa idade… Parece peculiar, alinhado com os ensinamentos da Mãe Terra, mas reminiscente de outra Mãe. Costumes locais, envolvimento governamental, doutrinas religiosas e comportamentos primitivos de cortejo estão todos entrelaçados no folclore deste lugar onde armas frias governam as ruas.” Lumian não esperava tamanha complexidade por trás de um assunto aparentemente trivial.

Pensando bem, foi bastante intrigante.

Naquele momento, Lumian de repente entendeu as palavras de Aurore do passado.

“Se eu retornar à universidade sem as pressões da vida, estudarei história.”

Fuuuu… Lumian exalou lentamente e se virou para Lugano: — Algum progresso?

Lugano, ainda perdido em pensamentos sobre freiras combatentes, foi pego de surpresa e lutou para sair de seu devaneio.

— Vocês, Intisianos… — Lumian estalou a língua.

Só então Lugano entendeu a pergunta. Ele sorriu timidamente e disse:

— Eu fiz algumas. Encontrei um comerciante bem relacionado no mercado negro que pode ajudar.

— Você gostaria de conhecê-lo? Ele também é descendente de Dariège.

— Claro. — Lumian terminou seu café e se levantou.

Trier, quarto nível das catacumbas.

Jenna e Franca seguravam cada uma uma vela branca acesa, os olhos fixos na antiga tumba que estava aberta, hesitantes em avançar.

Ninguém sabia o que estava enterrado lá dentro, e o medo de algo aterrorizante emergir pairava no ar.

No mundo exterior, as duas Demônias podiam empregar adivinhação para discernir a situação. No entanto, nas catacumbas, estabelecer uma conexão próxima com o mundo espiritual comum era quase impossível. O resultado era evidente.

Afinal, Lumian não podia entrar através da Travessia do Mundo Espiritual, mas ele podia “teletransportar-se” dentro de seus limites.

Após uma breve pausa, Franca passou sua Substituição de Espelho para Jenna e deu um passo à frente com determinação solene. Confiando em sua premonição espiritual, ela se aproximou cautelosamente da tumba antiga.

À medida que se aproximavam, a fraca luz amarela das velas revelou uma pilha de ossos branco-claros na área de entrada, adornados com manchas de mofo verde-escuras.

Franca ergueu a vela branca, lançando sua luz nas profundezas do túmulo.

Esqueletos jaziam espalhados em desordem, ocupando cada centímetro do chão. No centro, um sarcófago inclinado revelava uma multidão de ossos em decomposição.

Franca hesitou por um momento antes de declarar: — Não parece perigoso.

Só então Jenna se aproximou, devolvendo a Substituição de Espelho.

Franca continuou sua observação e comentou: — Nada de valor também.

Gemas e outros itens estavam ausentes entre os artigos funerários, provavelmente perdidos durante a construção das catacumbas e a abertura dessas tumbas antigas. Todo o resto havia se deteriorado ou quebrado. Até mesmo os murais nas paredes tinham apenas leves traços.

Jenna observou por um tempo e disse, incerta: — E a área onde esses ossos estão?

— Deixe-me dar uma olhada. — Franca se aproximou, permitindo que a seda invisível da aranha se espalhasse e se entrelaçasse nos ossos branco-claros na entrada, auxiliando em seu movimento.

De repente, um fragmento irregular de espelho, aparentemente coberto de tinta preta, materializou-se nas chamas.

Os olhos de Jenna e Franca se estreitaram.

Tinha uma semelhança impressionante com o Fragmento do Mundo Espelhado que elas obtiveram na Trier da Quarta Época!

— Uma Pessoa Espelhada especial morreu aqui uma vez? —  Franca refletiu. — A sombra de Krismona apareceu aqui para nos informar? Mas por que Ela nos atacou?

Jenna compartilhou a perplexidade. Após um momento de reflexão, ela disse: — Por que a Pessoa Espelhada especial morreu aqui? Quem é o dono desta tumba? Ou melhor, a qual família antiga ela pertence?

Franca olhou fixamente por um momento antes de concordar solenemente.

— Essa pode ser nossa próxima investigação.

Não encontrando anomalias, a dupla guardou o fragmento do espelho. Utilizando a seda de aranha sem forma da Demônia do Prazer, elas meticulosamente vasculharam a tumba inteira, mas não encontraram nada que identificasse o dono da tumba.

Franca suspirou e disse: — Bem, nós vamos desvendar isso quando voltarmos. Vamos adquirir um antigo coletor de lágrimas para o empregador agora.

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