Pa! Franca rapidamente chutou o osso da mão que tentava bloquear seu caminho, evitando habilmente tropeçar.
— Você não está cansada disso? Não pode tentar algo diferente? — ela xingou, virando a cabeça para inspecionar a placa de trânsito ao seu lado.
Isso indicava que elas finalmente haviam chegado ao seu destino.
Cada nível das catacumbas se espalhava vastamente, evidente pela quantidade de ossos. As placas de trânsito em cada placa só podiam exibir sete ou oito nomes icônicos e tumbas próximas. Franca e Jenna confiaram em retornar à pequena praça de sacrifício e começar de novo para localizar a Tumba dos Espinhos e da Muralha de Escudos. Nota: 1
Ao contrário da tumba do quarto nível, praticamente fechada e sem cadáveres e ossos ao longo do caminho, este lugar estava coberto de ossos espalhados e itens em decomposição, emitindo um fedor fraco e desconfortável.
Jenna olhou para a pilha de ossos do lado de fora e observou algumas finas placas de metal incrustadas na parede da tumba. Suas superfícies estavam borradas, mostrando sinais de corrosão severa. Apenas a parede de escudos e o símbolo do espinho podiam ser vagamente discernidos. Se havia outros padrões permanecia impossível dizer.
— Não é de se admirar que seja chamada de Tumba dos Espinhos e da Muralha de Escudos. — Franca suspirou.
Simultaneamente, iluminada pela fraca luz amarela das velas, ela notou itens dispostos em uma ranhura na parede interna da tumba. Alguns eram feitos de madeira, desgastados e deteriorados, enquanto outros eram de vidro e porcelana, na forma de fragmentos. O único item intacto era uma garrafa de vidro, sua superfície incrustada com padrões esculpidos que lembravam ouro e adornada com uma tampa dourada única. Talvez devido à proteção do metal, a garrafa de vidro não se quebrou, mas parecia turva e menos transparente.
— É primoroso, quase como arte — Franca comentou, intrigada. — Por que os trabalhadores da catacumba não roubaram?
Parecia muito valioso!
— Talvez tenha sido colocado nesta tumba depois que as catacumbas foram concluídas — especulou Jenna.
As duas Demônias não se demoraram no assunto. Jenna pegou uma das Substituições de Espelho e entregou para Franca.
Com um salto rápido, Franca saltou sobre os esqueletos aparentemente silenciosos, mas perigosos, pousando graciosamente na entrada da Tumba dos Espinhos e da Muralha de Escudos.
Depois de confirmar o ambiente e não receber nenhum aviso de sua espiritualidade, Jenna se aproximou cautelosamente da ranhura na parede lateral no chão, evitando os ossos branco-claros.
Instintivamente, ela estendeu a mão direita, mas a retirou. Um velho lenço do bolso foi produzido, protegendo sua palma do contato direto com o antigo coletor de lágrimas.
As lágrimas no coletor de lágrimas já haviam secado há muito tempo.
Jenna examinou o coletor de lágrimas por um momento antes de guardá-lo. Ela refez seus passos e pulou para o lado de Franca.
— Você concluiu a tarefa tão facilmente? — ela sussurrou, incerta.
Era um contraste gritante com o desaparecimento do porteiro do Claustro do Vale Profundo que ela havia aceitado anteriormente.
Franca zombou e respondeu: — Que tipo de dificuldade você quer para uma comissão de 1.000 verl d’or?
Jenna resumiu sua experiência seriamente: — É verdade. O desafio está em entender os perigos ocultos no terceiro nível da tumba.
…
Motel Solow.
Enquanto Lumian, voltando a Louis Berry, entrava no salão de entrada, seu olhar caiu sobre uma cena vibrante. Uma jovem garota de cabelos castanhos, vestida com um vestido vermelho adornado com padrões pretos, balançava graciosamente em um canto. De vez em quando, ela parava para refinar seus movimentos de dança.
Os pensamentos de Lumian correram enquanto ele se aproximava da recepção. Aproveitando a oportunidade, ele perguntou: — O que ela está fazendo?
Desta vez, ele falou em intisiano.
O chefe grisalho, com as maçãs do rosto marcadas com marcas de queimadura de sol, pareceu surpreso. Respondendo em intisiano com sotaque de Dariège, ele explicou: — Ela é minha neta, Isabella. Ela está praticando a Dança do Mar para a apresentação do mês que vem.
— Dança do Mar… Dança do Mar para o ritual de oração do mar? — Lumian não havia previsto essa revelação. Instintivamente, ele sorriu e comentou: — Isso deixaria muitas garotas com inveja, não é?
O chefe sorriu.
— Isso não é como se tornar uma Donzela do Mar. Poucas pessoas ficarão com inveja, mas participar da apresentação da Dança do Mar pode realmente deixá-la orgulhosa e feliz por um longo tempo.
Quando Lumian sinalizou para Lugano guiar Ludwig de volta ao quarto, ele perguntou casualmente ao chefe: — Você veio de Dariège?
— Isso mesmo. Eu sou um Guillaume — disse o chefe com um sorriso autodepreciativo. — Otta Guillaume. Quando vi sua identificação esta manhã, pensei em cumprimentá-lo em intisiano, mas desisti no final. Você sabe, os intisianos não são o melhor grupo. Mesmo entre meus companheiros aldeões, me deparei com alguns com moral questionável.
— Há quanto tempo você está em Porto Santa? — Lumian perguntou com interesse genuíno, apoiando o cotovelo direito na mesa da recepção.
Sr. Otta ponderou seriamente.
— Quarenta anos, eu acho. Provavelmente quarenta anos. Naquela época, eu era assistente em uma caravana. Conheci minha esposa aqui e decidi ficar. Heh heh, ela agora é uma velha chata. Sempre reclamando sobre como me vestir quando fica frio ou me lembrando de ir para casa para jantar, deixando o motel para os assistentes. Ela administra tudo tão bem que não preciso me preocupar. Quão ótimo é isso? É raro encontrar uma mulher assim em Dariège.
Lumian suportou as divagações de Sr. Otta por um tempo antes de ir direto ao ponto.
— Fui convidado por um amigo para Porto Santa para testemunhar o ritual de oração do mar.
— Está bem animado. O porto inteiro estará em euforia — elogiou Sr. Otta sem hesitação.
Lumian lançou um olhar para Isabella, ainda absorta em sua prática, e comentou casualmente: — Ouvi dizer que houve um acidente no ritual de oração do mar do ano passado?
— Não? — Sr. Otta respondeu com uma expressão confusa. — Eu assisti ao desfile de barcos de flores, à corrida de barcos e à Dança do Mar. Não houve acidentes.
Franzindo a testa, ele mergulhou em pensamentos profundos.
— No entanto, Sandro mencionou que o número de naufrágios aumentou significativamente este ano. Encontramos mais piratas, e nossos ganhos com pesca não foram tão bons quanto os do ano passado… Houve realmente um acidente no ritual de oração do mar do ano passado? Foi o ritual de vigília ou o sacrifício do mar? Os velhos da Guilda dos Pescadores esconderam o problema?
— Quem é Sandro? — Lumian pressionou.
Sr. Otta sorriu novamente.
— É meu filho, o pai de Isabella. Ele trabalha como escriturário no governo, e sua esposa é professora na escola primária.
“O ritual de oração do mar de Porto Santa é realmente eficaz? Seu poder de proteção diminuiu depois da brincadeira da Reunião da Mentira?” A mente de Lumian brilhou com as informações que ele havia reunido antes.
Dos três membros periféricos da Reunião da Mentira envolvidos na brincadeira, um viajou para Torres, capital da Província de Gaia, para personalizar um anel de ouro exclusivo. Outro lidou com o suborno da Guilda dos Pescadores, enviando o cordeiro junto com o anel de ouro como uma oferenda ao navio especialmente preparado para o sacrifício do mar. O terceiro, disfarçado de repórter, seguiu os membros do comitê da Guilda dos Pescadores, observando e documentando suas reações.
A mistura de choque, terror e raiva dos idosos ao receber a notícia foi uma fonte de alegria duradoura para os participantes da Reunião da Mentira.
Depois de buscar mais detalhes sobre o ritual de oração do mar, Lumian se despediu do Velho Otta e subiu para sua suíte no andar de cima.
…
Às 16h em Trier, Quartier de l’Observatoire, perto da Place du Purgatoire.
Depois de vestir um manto preto com capuz e transformar seu rosto na persona dramática de Encantadora Diva, Jenna seguiu o feedback de seu contato e chegou a uma rua especializada em itens funerários.
A maioria dos triernenses que passavam por ali pareciam bem comuns, mas um punhado ostentava máscaras brancas, brandia foices e se adornava com túnicas pretas. Eles se passavam por mensageiros mortos-vivos do folclore, costurando caveiras brancas e outros elementos artísticos em seus ombros…
Graças à presença deles e à atmosfera única de Trier, Jenna, vestida como uma feiticeira com um capuz escondendo suas feições, se misturava perfeitamente ao ambiente.
Ela parou em um canto tranquilo e pegou o requintado coletor de lágrimas.
Não demorou muito para que alguém parecido com ela se aproximasse e, com voz grave, perguntasse: — Quanto custa esse coletor de lágrimas?
— 1.000 verl d’or — respondeu Jenna, com a excitação borbulhando.
Isto marcou sua primeira encomenda executada com sucesso.
— 1.001 verl d’or — rebateu o homem vestido de bruxo.
Após a conversa secreta, Jenna insistiu em cobrar apenas 1.000 verl d’or.
Após a confirmação mútua, ela entregou o coletor de lágrimas, recebeu a recompensa e partiu discretamente.
Com o coletor de lágrimas na mão, a figura encapuzada percorreu as ruas próximas, levando quase quinze minutos para retornar à Place du Purgatoire e se aproximar de um banco na beirada.
Um homem estava sentado ali, absorto em um jornal.
A pessoa encapuzada apresentou o requintado coletor de lágrimas, adornado com intrincados padrões dourados vazados, e sussurrou: — Concluí sua encomenda. Isso compensará o dinheiro que lhe devo?
A pessoa no banco abaixou o jornal, olhou para cima, revelando um funcionário com cabelo preto cacheado, olhos fundos e lábios grossos. Um monóculo de cristal adornava seu olho direito.
— Monsieur Monette? — a pessoa encapuzada pressionou em confirmação.
Monette aceitou o coletor de lágrimas, traçando gentilmente os padrões dourados com um sorriso lento nos lábios.
…
Motel Solow, suíte no quinto andar.
Lumian passou a tarde inteira dentro dos limites de seu quarto. Descansando em uma poltrona reclinável, ele balançava suavemente, absorto em seu estudo contínuo de escocês. De vez em quando, folheava livros de viagem detalhando os costumes do Reino Feynapotter.
À medida que a noite se aproximava, Lugano, que havia se aventurado a descer para conversar, retornou ao quarto de Lumian.
Inclinando-se, Lugano baixou a voz e disse: — Chefe, tem uma Madame procurando por você.
“Madame…” Lumian sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao ouvir esse termo, e os músculos de suas costas ficaram tensos.
Que “Madame” poderia ser essa?
Após uma breve pausa, Lumian percebeu que Lugano estava se referindo a uma Madame comum, não à “Madame” do mundo Beyonder.
— Qual Madame, e o que a traz aqui? — Lumian perguntou calmamente, sentando-se e se dirigindo ao seu tradutor.
Lugano balançou a cabeça e respondeu: — Ela não disse. Apenas mencionou ter algo para confiar ao renomado aventureiro, Louis Berry.
Lugano enfatizou o termo “aventureiro renomado”.
Nota do Tradutor:
[1] a tradução foi alterada pq eu pensava que era nome de pessoa… mas é titulo. Vou mudar no cap anterior.