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Circle of Inevitability – Capítulo 548

Governador do Mar

“Ferida? Ferida pelo lagarto humanoide?” Lumian fez um palpite casual após ouvir o julgamento de Lugano.

Ele estava ao lado da carruagem, seu olhar examinando naturalmente os arredores da residência do Governador do Mar.

O local era próximo às docas da vila de pescadores, com barcos navegando no mar e redes de pesca presas aos recifes. Ao redor das casas próximas, mulheres estavam ocupadas processando frutos do mar, transformando-os em peixe salgado e carne seca. Crianças corriam por várias estradas da vila, brincando.

Embora diferente de Cordu, a essência da cena permaneceu semelhante.

Em frente à residência do Governador do Mar, estendia-se uma praça considerável onde Lumian e os outros aguardavam Madame Martha, Rubió Paco e sua chegada.

As crianças se reuniram em um canto, arrumando várias conchas e participando de uma brincadeira de atuação.

O mais velho, vestido com uma camisa de linho, declarou: — Eu sou o Governador do Mar!

— Eu serei o guarda!

— Eu sou a mãe — responderam as outras crianças.

O mais novo pulou de um lado para o outro e perguntou: — E eu? E eu?

A criança que desempenhava o papel de Governador do Mar refletiu por um momento e disse: — Você pode ser a Criança do Mar.

“Criança do Mar? O que é isso?” Lumian, embora não olhasse, ouvia atentamente a discussão das crianças.

Essas crianças podem não entender muitos termos, mas sua falta de confidencialidade as tornou portadoras involuntárias de informações. Os adultos na Vila Milo não seriam excessivamente vigilantes contra crianças tão pequenas, que poderiam inadvertidamente revelar detalhes lembrados em suas brincadeiras diárias.

Relembrando suas experiências em Cordu, Lumian reconheceu o valor de sondar as crianças e brincar com elas. Era uma maneira sutil de obter informações sobre questões familiares.

Depois de absorver as discussões das crianças e avaliar o tempo, Lumian ajustou seu chapéu de palha dourado e foi direto para a residência do Governador do Mar.

Lugano ficou surpreso e rapidamente seguiu Lumian.

Dois “guardas” com camisas e calças verde-amarronzadas, cada um armado com um rifle, bloquearam a entrada da catedral e do local de sacrifício, fixando o olhar em Lumian.

— Parem! — gritaram os “guardas”.

Sem se deixar intimidar, Lumian continuou andando, falando em intisiano com indiferença: — Não entendo o que você está dizendo.

Com um ruído agudo, os dois “guardas” levantaram seus rifles, mirando no forasteiro de chapéu de palha dourado.

Lugano traduziu apressadamente: — Eles não vão deixar você entrar.

Ignorando seu guia, Lumian não acelerou nem diminuiu a velocidade ao se aproximar do prédio branco com tijolos cinza.

Um brilho frio cintilou nos olhos azuis dos dois “guardas” enquanto eles apertavam os gatilhos.

Naquele momento, o forasteiro com o chapéu de palha dourado desapareceu da vista deles.

Ele se fundiu às sombras iluminadas pelo sol da residência do governador.

No instante seguinte, Lumian reapareceu de uma sombra no saguão atrás deles e continuou andando.

Era como se a distância entre eles tivesse sido apagada.

Os dois “guardas”, com sentidos aguçados, rapidamente se viraram, espiando atrás deles. No entanto, Lumian já havia entrado no prédio, saindo do saguão.

Lá fora, Lugano ficou atordoado, sem saber se deveria correr o risco de segui-lo e agir como tradutor ou priorizar sua própria segurança.

Após passar pelo saguão, Lumian de repente notou o espaço à frente escurecendo. A cúpula, com pouco mais de dez metros de altura, emanava uma aura inacessível. Paredes azul-água adornadas com vários relevos chamaram sua atenção. Ao contrário das estátuas típicas de anjos e santos, estas representavam objetos do mar — estrelas do mar, corais, vários peixes, lagostas e caranguejos.

Simultaneamente, Lumian sentiu os relevos ganhando vida, lançando um olhar perigoso para ele.

Não, eles não estavam vivos. O prédio em si parecia vivo, instintivamente rejeitando intrusos e exercendo camadas de pressão.

Os passos de Lumian instantaneamente ficaram pesados, como se estivessem carregados com centenas de quilos.

Dentro de seu campo de visão, Martha, a matriarca da família Paco, estava ajoelhada diagonalmente no chão com as pernas cruzadas. Rubió Paco estava de pé, à distância. As duas criadas também estavam ajoelhadas, de costas para o salão de entrada, como se não quisessem olhar para uma certa figura importante.

Diretamente oposto ao alto domo estava um “tapete” feito de pele de peixe. Um jovem em um robe branco retrô estava reclinado nele, apoiando-se nos cotovelos enquanto observava Martha em silêncio.

Quatro outras belas mulheres adornavam o “tapete”. Uma se ajoelhou atrás do rapaz, servindo como sua almofada. Outra descascou uvas maduras tardias e as alimentou delicadamente para o rapaz. As duas restantes seguravam bandejas com álcool, comida e toalhas, cada uma em um lugar separado. Suas barrigas grávidas eram inconfundivelmente visíveis, irradiando um brilho maternal.

Com a entrada repentina de Lumian, o rapaz pareceu alarmado, sentando-se ereto e buscando consolo no abraço da mulher atrás dele.

Percebendo a anormalidade, Rubió se virou e viu o aventureiro que havia contratado, Louis Berry.

Suas pupilas dilataram-se levemente enquanto ele falava urgentemente em intisiano: — Por que você entrou?

Só então Lumian parou e sorriu.

— Sou um aventureiro profissional. Você ficou aqui dentro por muito tempo. Estou preocupado que algo possa acontecer.

Enquanto falava, Lumian sentiu olhares perigosos vindos de várias partes do prédio.

Rubió ficou em silêncio por um momento antes de dizer: — Não se preocupe. Apenas espere lá fora até que a gente saia.

— Tudo bem — Lumian riu, virou-se e entrou no saguão, agindo como se os olhares perigosos não existissem.

De volta ao saguão, ele encarou os dois “guardas” e seus rifles sem olhar para eles enquanto passava.

As expressões dos “guardas” mudaram, mas eles se abstiveram de atirar, permitindo que Lumian saísse da residência do Governador do Mar.

Lugano deu um suspiro de alívio, grato por não ser caçado pelo povo da Vila Milo.

Apesar de ser um Beyonder, enfrentar mais de um soldado armado ainda o deixava desconfortável.

Olhando para Lumian, ele hesitou em perguntar por que seu empregador insistia em invadir.

Lumian se acomodou ao lado do cocheiro, dobrando as pernas, uma delas estendida, e permitindo que seu braço direito descansasse sobre ela.

Depois de quase dez minutos, Rubió Paco e sua mãe, Martha, saíram do edifício semelhante a uma catedral.

Rubió olhou profundamente para Lumian e disse: — Vamos. O Governador do Mar concordou em deixar minha mãe receber tratamento na Igreja.

“Esse rapaz é o atual Governador do Mar? Ele parecia fraco e em pânico. Como ele pode proteger os pescadores e mercadores marítimos de Porto Santa por um ano? Ou ele não tem habilidades, mas possui um símbolo especial? A brincadeira da Reunião da Mentira causou um acidente no ritual de oração do mar do ano passado? Este Governador do Mar pode ter falhado em receber a bênção ou nomeação do mar, mas os membros da Guilda dos Pescadores escondem o assunto para evitar causar pânico, tratando-o como o verdadeiro Governador do Mar. Ele deve saber sobre o que aconteceu naquela época…” Lumian assentiu pensativamente.

Ele sorriu e perguntou a Rubió em intisiano: — Então, devemos agradecer à Mãe Terra por Seu amor e cuidado ou pela aprovação do Governador?

Rubió não respondeu e seguiu sua mãe, Martha, até a carruagem.

Lugano sentou-se apressadamente do outro lado do cocheiro, observando enquanto o cavalo girava e mudava de direção, afastando-se gradualmente da residência do Governador do Mar.

Ufa… Lugano suspirou do fundo do coração.

— Esta comissão não parece perigosa…

Tirando a insistência do seu empregador em invadir a residência do Governador do Mar, não houve surpresas.

Lumian riu e comentou: — É porque eu estou aqui. Se fosse só você, aqueles observadores ocultos já poderiam ter vindo bater à porta.

Lugano ficou em silêncio, observando enquanto seu empregador apontava para a mansão do Governador do Mar, parecida com uma catedral, e pronunciava uma frase em escocês, palavra por palavra.

— O que… acontecerá se… explodir?

Lugano estremeceu, seus cabelos ficaram em pé.

Ele olhou para o cocheiro atônito e avisou seu empregador em intisiano: — Você provavelmente será caçado por todo o Porto Santa.

Lumian sorriu e desviou o olhar, permanecendo em silêncio.

Só então Lugano percebeu.

O empregador dele estava testando alguém!

Por que mais ele usaria o escocês, uma língua que ele ainda não dominava?

Ele estava testando as reações do cocheiro e de Madame Martha na carruagem!

Ao ouvir a conversa de Martha e Rubió, Lumian notou que mãe e filho mal se falaram durante a viagem, talvez devido à saúde precária de Martha, com ocasionais gemidos de dor.

Quando a carruagem deixou a Vila Milo, o cocheiro puxou as rédeas de repente, parando os cavalos.

Um velho com uma bengala preta apareceu na frente da carruagem.

Com cabelos escuros e brancos, olhos azuis como o mar e vestindo roupas comuns de pescadores, o rosto enrugado do velho poderia matar um mosquito com suas dobras.

— Sr. Oro… — o cocheiro sussurrou, sua expressão tensa, sem saber como reagir.

“Juan Oro?” pensou Lumian. “O presidente da Guilda dos Pescadores e o antigo chefe da Vila Milo?”

Apoiado por um jovem parecido com ele, Juan Oro aproximou-se da carruagem da família Paco com sua bengala.

Na carruagem, Rubió e Martha permaneceram em silêncio.

Nesse momento, um revólver apareceu na testa de Juan Oro, pressionando o cano frio contra sua carne.

Lumian levantou o queixo levemente e olhou para o presidente da Guilda dos Pescadores. Com uma expressão calma, ele perguntou: — Quem permitiu que você se aproximasse desta carruagem?

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