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Circle of Inevitability – Capítulo 646

Luta Interna

Os ouvidos de Twanaku Tupián zumbiam, seus olhos ardendo com sangue. Sua mente queimava, seus pensamentos se espalhavam como faíscas. Por um momento agonizante, ele não conseguiu processar sua situação, não conseguiu nem pensar no inimigo se aproximando.

Sangue, com cheiro estranhamente metálico, escorria de seus olhos e nariz. Sua pele pálida escureceu ameaçadoramente.

— Há!

Lumian cuspiu uma rajada de luz amarelo-pálida, atingindo o suspeito Hisoka a apenas dois metros de distância.

Os olhos de Twanaku se fecharam e ele caiu. Antes de atingir o chão, a Sinfonia do Ódio de Lumian, uma flauta de osso preto, atingiu seu pescoço.

Instantaneamente, o piso de ladrilhos do banheiro se dissolveu em uma vasta e lamacenta extensão de escuridão. Braços irromperam para cima.

Alguns estavam sem pele, todos músculos crus e tendões brilhantes. Outros retorcidos e fantasmagóricos, pálidos e transparentes. Alguns tinham olhos esbugalhados que giravam loucamente, outros brotavam grossos crescimentos verdes…

Os membros grotescos rasgaram Lumian e Twanaku, arranhando e arrastando.

Este era o feitiço de Twanaku, um encantamento do tipo morte, antigamente chamado de Enredamento do Espectro Vingativo, cujo objetivo era invocar uma horda de mortos-vivos para paralisar seus alvos.

Mas como um Beyonder de Sequência Média do caminho do Diabo, seu poder transformou o feitiço em algo novo: o Abismo Caído!

Ele podia alterar um espaço com antecedência, permitindo que mortos-vivos ou criaturas caídas se escondessem sob a superfície. Qualquer um que tivesse o azar de entrar seria agarrado por braços invisíveis e arrastado para as profundezas lamacentas e escuras. O Abismo tornaria suas vítimas mais lentas e fracas, com o toque gelado dos mortos-vivos roubando suas forças com uma velocidade agonizante. Se fossem puxados para baixo, seriam corrompidos e perdidos.

Twanaku havia lançado esse feitiço no banheiro antes de atacar Kolobo. Ele não queria que nenhum funcionário ou cliente intrometido tropeçasse na cena, mas acabou sendo um golpe de sorte. É por isso que ele apareceu no espelho em vez de bem dentro dos olhos de Kolobo.

O ataque de Lumian com a Sinfonia do Ódio foi interrompido abruptamente.

Inúmeros braços envolveram seus tornozelos, panturrilhas, quadris e tronco. Uma onda de rigidez gelada o invadiu, seus movimentos se tornando lentos.

Foi o mesmo para Twanaku. Com o Espectro e o Apóstolo do Desejo inconscientes, o Abismo Caído escapou de seu controle, deixando-o vulnerável. Seu corpo mole foi agarrado pelos braços estranhos e arrastado para o chão.

Perto dali, Kolobo, gravemente ferido e fora de combate, foi puxado para as profundezas lamacentas e escuras do Abismo ilusório.

Uma explosão de chamas vermelhas explodiu do corpo de Lumian, envolvendo-o como um manto flamejante.

As chamas rugiram, queimando a maioria dos braços em retirada. Ainda assim, alguns permaneceram ilesos, seu aperto implacável. Um frio rastejante entorpeceu o corpo de Lumian, mas ele recuperou um pouco de sua antiga agilidade.

Antes, ele poderia simplesmente ter se lançado para frente, empurrando a flauta de osso preto em direção ao pescoço do inimigo. Mas agora, o alvo — aquele que ele acreditava ser Hisoka — estava prestes a desaparecer no chão.

Thud!

Twanaku bateu no chão, o impacto o acordou. O aperto do Feitiço de Harrumph desapareceu, e ele finalmente recuperou os sentidos.

Seu momento mais difícil, aquela onda implacável de desejo, já havia ficado para trás.

Lumian abaixou a cabeça e deixou escapar um único som de desprezo.

— Humpf!

Dois feixes de luz branca dispararam enquanto Lumian retraía as mãos e deslizava os dedos de volta para sua Bolsa do Viajante.

Os raios erraram o alvo, mas braços horripilantes e sangrentos brotaram do chão, uma floresta macabra que bloqueou o caminho dos Twanaku.

Com um lampejo de consciência, Twanaku assumiu o controle do feitiço Abismo Caído, protegendo-se e atacando seu inimigo.

Os braços atingidos pelo Feitiço de Harrumph amoleceram, afundando de volta na lama escura como se estivessem drenados.

Twanaku aproveitou a chance. Seu corpo se contorceu, se transformando em uma malevolência escura e transbordante, uma forma nascida das sombras mais escuras de seu coração.

Silenciosamente, Twanaku se transformou em um líquido preto ilusório, viscoso e fétido, fundindo-se com o Abismo lamacento e desaparecendo.

Os braços malignos, imperturbáveis ​​pelas chamas, agarraram-se a Lumian, limitando seus movimentos.

Suas mãos voaram para sua Bolsa do Viajante, retirando de lá uma armadura prateada reluzente.

Ele colocou a armadura ao lado dele, afundando-a firmemente na lama escura.

Armadura do Orgulho!

Braços malignos e contorcidos irromperam do Abismo ilusório — e do mundo espiritual correspondente. Guiados pelo feitiço, eles se lançaram contra a Armadura do Orgulho, agarrando seus tornozelos, pernas, tronco e costas.

A Armadura do Orgulho revidou, uma espada larga de luz pura brilhando em sua mão. Uma luz cegante e sagrada inundou o banheiro.

Os braços sombrios recuaram com silvos de fumaça preta, recuando para as profundezas.

A lama preta se dissolveu, revelando os ladrilhos de pedra do banheiro.

Kolobo, que estava à beira de afundar no Abismo, estava inconsciente no chão.

A poucos metros de distância, perto da porta do banheiro, uma figura de líquido preto viscoso se preparou para fugir.

Agora livre, Twanaku tomou uma decisão rápida.

Ele não perderia tempo tentando possuir Lumian Lee. Em vez disso, abandonaria a Loja de Importação e Exportação Matani — e Porto Pylos!

Era uma armadilha. Ele tinha que escapar antes que ela se fechasse ao seu redor. Ficar para lutar era tolice — ele não podia arriscar ficar só para satisfazer sua raiva e desejo assassino.

Isso seria muito perigoso!

Twanaku ficou feliz por ter escolhido dar aqueles dois “presentes” a Lumian Lee. Ele até dividiu seus itens místicos favoritos para fazer isso. A equipe de patrulha deveria estar em caos agora, focada em um alvo falso.

A distração lhe daria uma chance de escapar.

Antes, Twanaku não estava focado em matar Camus. Sua prioridade era derrotar Kolobo e escapar. Se tudo corresse bem, não haveria problemas para nenhum dos lados. Qualquer caos causado pela morte de Camus seria um bônus — distraindo o inimigo fazendo com que o outro cara fosse o alvo.

Ele enviou aquele “presente” extra como precaução, não por algum desejo sanguinário!

No escritório de Camus, aninhado dentro do prédio bege da equipe de patrulha, uma carta de pôquer brilhou com luz metálica enquanto se lançava em sua direção. Café era a última coisa em sua mente. Ele mergulhou atrás de sua mesa com uma onda de adrenalina, planejando mandar a mesa voando de volta para Sow antes de explodi-lo com Perfuração Psíquica.

A carta com a face do coringa voou sobre a cabeça de Camus, errando o alvo.

Mas então, como se tivesse vida própria, a carta desviou e caiu, mirando nas costas de Camus.

Parecia derreter-se dentro dele, desaparecendo num piscar de olhos.

O sorriso de Sow se alargou. Ele caminhou até a mesa, arrancando a espada larga de suas costas.

Dentro do banheiro masculino da Loja de Importação e Exportação Matani.

Uma figura feita de um líquido preto e espesso deslizou pela fresta sob a porta e estranhamente se reformou em seu local original.

Garrafa de Ficção!

No momento em que Lumian guardou rancor e tirou a Sinfonia do Ódio da Bolsa do Viajante, ele usou o respiradouro do banheiro como base, usando a Garrafa de Ficção para estabelecer uma condição: somente mulheres poderiam entrar ou sair!

Dessa forma, clientes inocentes não tropeçariam na perigosa batalha Beyonder. E Hisoka não poderia escapar sem destruir a Garrafa de Ficção primeiro!

A figura preta e líquida se espalhou em direção à abertura, desviando dos dois raios brancos de Lumian.

Twanaku estava cansado de se esquivar. Seu corpo inchou e se deformou, transformando-se em um gigante monstruoso de quase três metros de altura.

A pele do monstro ficou com um tom escuro e opaco, e um par de chifres de cabra curvos marcados com padrões estranhos brotou de sua cabeça. Asas colossais de morcego envoltas em chamas azuis e carmesins atacaram, liberando um fedor pungente e sulfuroso.

Transformação Diabólica!

Esse era o poder característico de um Sequência 6: Demônio do caminho do Diabo: um aumento de força, velocidade, defesa… tudo.

Lumian sabia que seu alvo, aquele que ele pensava ser Hisoka, estava em alerta máximo, preparado para desviar de seu Feitiço de Harrumph. Ele parou de usá-lo.

Ele descartou a Sinfonia do Ódio também. A situação era diferente.

Antes, seu inimigo tinha sido alimentado pela sede de sangue em sua tentativa de assassinato de Kolobo, um gatilho perfeito. Agora, havia apenas uma clareza fria e sem emoção.

Sem garantia de que a Sinfonia do Ódio funcionaria — ou que não sairia pela culatra — Lumian não iria correr esse risco.

Em vez disso, uma lança carmesim surgiu. De alguns metros de distância, ele a atirou no suspeito Hisoka.

No segundo em que a lança deixou sua mão, Lumian desapareceu.

Ele não conseguia ficar parado. Ser possuído pelo Espectro, uma explosão psíquica devastadora de um Apóstolo do Desejo, algum feitiço de desejo distorcido — qualquer um desses era um risco!

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