— Agora? — Lumian pulou de susto.
Embora ansioso para explorar o subsolo da catedral, não tanto!
Um pensamento ocorreu. — Não podemos esperar até o anoitecer?
Na calada da noite, com apenas dois ou três servos restantes na catedral, não seria fácil para Beyonders como eles se infiltrarem?
Ryan respondeu gentilmente, mas com firmeza: — Agora é o momento ideal. Pense nisso. Se percebermos que não há ninguém na catedral à noite e ela não tem proteção, como o padre e a companhia poderiam não perceber o mesmo? Suspeito que eles enviarão seus homens mais fortes para protegê-la em turnos ou montar armadilhas sutis. Uma vez acionadas, haverá um alarme.
— E agora é quase meio-dia. Todos os aldeões foram para casa, então ninguém virá orar a esta hora. Além disso, é dia, então as armadilhas não serão ativadas para evitar acidentes. Com os dois padres e servos na catedral, é fácil as pessoas baixarem a guarda. Resumindo, o mais forte estará almoçando em casa em paz. Enfrentamos apenas o padre, o vice-padre e três biscates.
Lumian acenou com a cabeça, entendendo, e finalizou o pensamento de Ryan.
— E antes de 3 de abril, o padre ainda é uma pessoa comum, sem poderes sobrenaturais.
Hoje era 1º de abril.
— Além disso, embora o vice-padre pareça estranho, ele claramente não é um membro importante da equipe do padre. O mesmo vale para os três trabalhadores ocasionais, — Leah acrescentou com um sorriso. — Quatro Beyonders não podem lidar silenciosamente com cinco pessoas comuns?
Lumian hesitou antes de responder: — Mas isso não tornará impossível chegar à décima segunda noite?
Isso equivalia a desencadear uma anormalidade por parte do padre. A história mudaria de acordo.
— Você mesmo disse. Comparado a nós, o padre e companhia vão se segurar até a Quaresma para inaugurar a décima segunda noite. Contanto que não o matemos, encontrar alguém entrando no porão o fará fingir que não percebeu e acelerará seu ganho de poderes sobrenaturais, — Leah disse sorrindo. — Ganhando poder, ele pode nos caçar com os outros, mas Cordu não é pequena e não somos fracos. Podemos nos esconder e protelar até a Quaresma.
Lumian aceitou esse raciocínio. — Tudo bem, vamos fazer isso agora. — Ele os lembrou: — Mas os olhos de Aurore não estão totalmente curados. Receio que ela não possa nos ajudar.
Antes de ver Madame Pualis, Lumian verificou Aurore. Seus olhos só poderiam se recuperar à noite.
— Está tudo bem. Madame Pualis nos apoiará, não é? — Leah disse meio brincando, os sinos acima de sua cabeça tilintaram.
Lumian não objetou mais e sugeriu cautelosamente: — Antes da catedral, vamos dar uma volta pela aldeia e confirmar que o pastor Pierre Berry e os perigosos estão em casa.
Ele queria evitar Pierre e os outros, que haviam recebido uma bênção, ao entrar no porão.
Ryan acenou com aprovação, concordando.
Discutindo detalhes, Valentine olhou friamente para Lumian. — Você precisa de limpeza?
Leah explicou rapidamente em nome de seu companheiro: — Você entrou no castelo e falou com Madame Pualis. Você pode ter sido corrompido novamente.
— Não, acredito que Madame Pualis não fez isso desta vez. Não faz sentido. — Lumian tinha certeza.
Ele não teve escolha a não ser se sentir seguro. Não ousou deixar Valentine purificá-lo novamente. Comparado com ontem, ele já era um dançarino. A aura maligna vazava do selo interno. Uma vez purificado com água benta, provavelmente haveria grandes problemas.
De acordo com a análise de Aurore, ele precisava de uma purificação de todo o corpo.
Vendo que Lumian não tinha nenhum problema com isso, Valentine, apenas sendo gentil, naturalmente não disse mais nada.
Então, vagando por Cordu, Lumian voltou para casa e contou a Aurore seu plano.
Aurore ficou irritada com a incapacidade de se juntar e ajudar. Ela só poderia se oferecer para esperar nos limites da aldeia e reiniciar o loop se algo desse errado. Isso exigia pouca visão. Bastou ver vagamente a estrada. Concordando em reiniciar antes que alguém viesse buscá-la às 12h30, Lumian se despediu de Aurore e se reuniu novamente com o grupo de Leah.
Até então, os três Beyonders oficiais confirmaram onde estavam o pastor Pierre Berry e os principais membros do grupo do padre.
Fazendo um meio desvio, chegaram à lateral da catedral por um pequeno caminho, a porta que haviam usado para acompanhar o caso do padre e madame Pualis num loop anterior.
Lumian se preparou para se voluntariar quando Leah se aproximou, usando um arame para mexer na fechadura e abrir a porta de madeira escura.
Vendo a surpresa de Lumian, ela sorriu. — É uma técnica necessária para investigação.
“Não faça isso parecer tão nobre…” Lumian não expressou seus pensamentos porque Leah já havia entrado na catedral.
Os pequenos sinos prateados em seu véu e botas não se moviam nem faziam barulho.
Lumian tentou interpretar isso.
— É muito seguro entrar na catedral. Não há perigo?
Leah olhou para trás. — Por favor, adicione ‘limitado a lidar com o pessoal da catedral’.
“Isso significava que o perigo no porão permanecia desconhecido?” Lumian entendeu aproximadamente, obtendo insights sobre adivinhação. Porém, mesmo melhorado por Dançarino, ele carecia de adivinhação.
Ryan passou por ele, seguindo Leah até a catedral.
Dentro, um servo se aproximou.
Em um piscar de olhos, Ryan correu, levantou a mão e golpeou perto da orelha do servo.
O servo desabou silenciosamente. Ryan o pegou e arrastou para a sala mais próxima.
Leah correu, pegando uma garrafa incolor cheia de líquido e despejando-a na garganta do servo.
— O que é isso? — Lumian perguntou curioso.
Leah manteve o sorriso.
— Um sedativo.
“Você está bem preparado…” Lumian suspirou interiormente.
Derrubando os três servos sem alertar o padre, Leah entrou furtivamente no quarto do padre através das sombras, girando silenciosamente a maçaneta e abrindo a porta de madeira. Ela viu o homem mais poderoso de Cordu em uma túnica branca com fios dourados, respirando lenta e profundamente em uma cama simples.
Pratos de almoço e talheres de prata estavam numa mesa perto da porta.
Leah o avaliou e saltou, acertando o padre atrás da orelha.
Imediatamente, ela despejou a maior parte do sedativo restante na garganta de Guillaume Bénet.
— É isso? — Lumian colocou a cabeça para fora de trás de Leah.
“Não foi muito fácil?”
— O que mais? O que você esperava de uma pessoa comum? — Leah perguntou, divertida.
Lumian acenou lentamente, levantando o manto do padre.
— O que você está fazendo? — Leah ficou chocada, mas sorrindo.
Lumian disse sem se virar: — Verificando seu corpo.
Ele queria ver se o padre tinha o símbolo com espinho no peito.
Logo, a metade superior do padre Guillaume Bénet ficou exposta, revelando nada além de tufos de cabelo preto.
Nenhum símbolo de espinho negro. Nenhuma marca negra de um contrato especial.
Lumian assentiu imperceptivelmente, murmurando: “Parece que o símbolo foi recebido após aceitar a benção. Ou existe agora, mas só é ativado através da Cogitação?”
“E como consegui o meu? A décima segunda noite?”
Pensando que o padre Guillaume Bénet poderia não ter o símbolo do espinho negro agora, Lumian não pôde evitar pensamentos malignos.
“Se eu matá-lo agora, isso desencadeará o loop?”
“Como matar esse homem antecipadamente impactaria os eventos posteriores?”
Considerando a importância do padre mais tarde, Lumian — ainda querendo esperar pela décima segunda noite — convenceu-se do contrário.
Saindo do quarto do padre, Ryan disse a Lumian e Leah: — Não consigo encontrar o vice-padre.
— Ah? — Lumian hesitou antes de entender. — Talvez ele esteja em casa. Ele não tem permissão para morar na catedral e ninguém lhe traz comida.
— O lacaio deste demônio é verdadeiramente tirânico, — Valentine amaldiçoou, olhando para o padre na sala.
Sem mais delongas, o quarteto seguiu na direção oposta em direção ao altar.
Num canto erguia-se uma escadaria de pedra, estreita e íngreme, que permitia a passagem de apenas uma pessoa. Dava acesso ao telhado da catedral e ao subsolo.
Leah assumiu a liderança. Depois de descer alguns lances de escada, o véu e os quatro pequenos sinos prateados em suas botas tocaram ao mesmo tempo.
Ding ding dang dang. O som não era alto, mas ecoava fracamente no pequeno espaço. Às vezes urgente, às vezes calmante.
— O que isto significa? — Lumian lutou para interpretá-lo com base em seus encontros anteriores.
Leah se virou e sorriu.
— Isso significa que há um nível de risco, mas não consigo determinar a gravidade.
— A adivinhação funcionou para o castelo… — Lumian murmurou para si mesmo, surpreso. — Isso não significa que o subsolo é ainda mais perigoso?
— Não necessariamente, — Leah acalmou. — Talvez seja apenas uma interferência. Madame Pualis não estava ausente no castelo?
Neste ponto, era impossível recuar diante de um soluço tão trivial. Eles desceram as escadas degrau por degrau até as profundezas.
Logo, os quatro viram uma velha porta de madeira marrom no porão.
Leah beliscou sua glabela e ativou sua Visão Espiritual antes de se aproximar da porta de madeira.
Embora Lumian não tivesse dominado a ativação da Visão Espiritual, com o aumento de espiritualidade com Dançarino, não demorou muito para ele ativá-la. Ele viu todos brilhando vermelhos e saudáveis.
Quando seus companheiros se prepararam, Leah abriu a porta do porão.
Em meio aos rangidos, Lumian sentiu o cheiro de uma fragrância familiar. Elegante e doce.
Ele imediatamente fez a conexão e disse apressadamente a Ryan e aos outros: — Cheira a âmbar cinza.
Este era o material usado para reverenciar a entidade oculta chamada Inevitabilidade! 1
Nota:
[1] ou como antes mencionado: Poder da Inevitabilidade.