Embora a cor tivesse desbotado, o próprio círculo mágico ainda podia ser visto no chão. Os Mestres de Torre, Lovellian e Melkith, aproximaram-se do círculo mágico com os olhos brilhando.
— Isso é uma escrita antiga, não é? — Melkith voltou-se para Lovellian em busca de confirmação.
— Mas, à primeira vista, parecem Gelse. — Observou Lovellian.
— A oscilação se parece com isso.
— Enquanto houver semelhanças sistemáticas, poderemos traduzi-las.
— Bem, existem mais do que alguns caracteres antigos…
— Esta pode ser a escrita antiga do povo demônio. — Observou Lovellian.
— Como esperado, este é um conhecimento repassado pelos remanescentes dos Reis Demônios, certo? Mas isso não é… Algo pelo qual deveríamos chamar Balzac? — Melkith perguntou hesitante.
— Não há como chamar um especialista tão suspeito. — Recusou Lovellian. — Se for a escrita Antiga, também sou bastante versado nela, então, por enquanto, vamos continuar procurando um pouco mais.
Lovellian e Melkith estavam envolvidos em sua própria conversa pessoal enquanto examinavam o círculo mágico. Depois de olhar para os dois por alguns momentos, Eugene ergueu Akasha, que segurava com a mão esquerda.
— Estas são as partes restantes do círculo mágico que consigo lembrar. — Eugene os informou.
O resto do círculo mágico, que agora permanecia apenas em sua cabeça, foi desenhado no ar. Como a mana não foi infundida nele, o círculo mágico não foi ativado. No entanto, suas ações incitaram Hemoria a se mover antes que ele pudesse dizer qualquer coisa.
Hemoria estava agora de pé entre Eugene e o círculo mágico que ele havia desenhado no ar, olhando para Eugene com os olhos estreitados. Eugene podia sentir uma hostilidade fervente dirigida a ele no fundo daqueles olhos vermelho-rubi.
— O que foi? — Eugene perguntou cautelosamente.
Hemoria era uma mulher bastante estranha. Aquela máscara preta de metal que cobria completamente sua boca de canto a canto lembrou Eugene da focinheira colocada em volta das mandíbulas de cães ferozes. Não era desconfortável usar algo assim na própria boca? Você teria que gastar um bom tempo tirando-o toda vez que quisesse comer e beber.
— Se você tem algo a dizer, diga na minha cara. — Exigiu Eugene.
No entanto, Hemoria permaneceu completamente em silêncio. Em vez disso, um som ‘grk-grk’ pôde ser ouvido vindo de dentro de sua máscara de metal. Ela estava rangendo os dentes? Ou havia realmente algum tipo de mordaça no interior da máscara que ela estava mordendo? Agora que Eugene pensou sobre isso, desde o momento em que Hemoria passou pelo portão de dobra, ela nunca disse uma única palavra.
— Com licença. — Gritou Atarax enquanto agarrava Hemoria pelo ombro e a puxava para longe.
Eugene notou que os dedos de Atarax estavam afundando no ombro de Hemoria. No entanto, não houve nenhuma mudança em sua expressão. Ela simplesmente continuou a encarar Eugene como tinha feito antes.
— De certa forma, minha discípula é ainda mais fervorosa do que eu. — Atarax admitiu com um sorriso enquanto dava um tapinha no ombro de Hemoria. — Mas como o herói escolhido pela Espada Sagrada—
Eugene o interrompeu.
— Eu preferiria que você não me chamasse por esse título.
— Tudo bem, eu também achei que poderia ser um pouco inconveniente me dirigir a você assim durante uma conversa particular. — Atarax concordou enquanto virava a cabeça para olhar o círculo mágico. — Eu sei que não pode ser evitado, mas… Compartilhar o conhecimento deste terrível círculo mágico com dois dos Mestres de Torre de Aroth e o fato de que você o memorizou em sua cabeça, Sir Eugene, é… Tudo isso é difícil para nós aceitarmos.
— Você ouviu isso, Mestre da Torre Vermelha? Aquele bom senhor inquisidor parece pensar que você e eu podemos estudar esse círculo mágico de merda e ter algumas ideias ruins. — Melkith disse com um sorriso de escárnio.
— Para ser justo, não é impossível. — Argumentou Atarax. — Até onde eu sei, se for por causa de seus interesses e objetivos, os magos não hesitariam em fazer essas loucuras.
— Não posso negar isso, mas se é um mago do nosso nível, Mestres de Torre, então eles já devem estar bem loucos. Minha própria marca de insanidade significa que não tenho nenhuma atenção de sobra para esse tipo de círculo mágico não ortodoxo. — Melkith retrucou com um bufo e um aceno de mão desdenhoso. — Deveria ser o mesmo para o Mestre da Torre Vermelha, que apenas manteve a boca fechada ao meu lado. Hum? Você sente isso? Ahhh…! Todo o meu cabelo está arrepiado e sinto vontade de tremer de terror com essa intenção assassina…! Quer saber por que isso acontece?
Embora a maneira como Melkith estava tremendo fosse altamente exagerada, ela não estava mentindo. Eugene também podia sentir uma leve intenção assassina. Essa intenção vinha de Lovellian, que cerrava os dentes com tanta força que parecia que seus molares estavam prestes a ser esmagados em pedaços.
Melkith continuou entusiasmada:
— É por causa da fúria do Mestre da Torre Vermelha! Você sabe o quão grande é o ódio pela magia negra que se contorce dentro dele por trás daquela máscara gentil e bonita dele? Este é o Mestre da Torre Vermelha, Lovellian Sophis! Embora tenha se tornado dócil na velhice, até trinta anos atrás, ele era conhecido como o Cachorro Louco da Torre Mágica Vermelha e tinha um temperamento verdadeiramente desagradável.
Lovellian finalmente falou:
— Não vamos trazer à tona meu passado vergonhoso, Princesa Espiritual da Torre Mágica Branca.
Este era um apelido da juventude de Melkith que ela esperava nunca mais ouvir.
Melkith cobriu os ouvidos e gritou como um corvo.
— Kyaaaah!
Ignorando isso, Lovellian continuou.
— No entanto, também é verdade que minha fúria foi de fato alimentada. Inquisidor Atarax, absolutamente nunca usarei ou mesmo pesquisarei este círculo mágico para meu próprio interesse. Se você quiser, posso até jurar isso pela minha mana.
— O Império Sagrado é um aliado de Aroth. — Atarax disse com um sorriso enquanto balançava a cabeça. — Estou apenas expressando minha opinião de minha posição como Inquisidor. Não tenho intenção de insistir em algo como um juramento. Mestre da Torre Vermelha, já sei por que você odeia tanto a magia negra…
Grrk.
O som foi ouvido mais uma vez, vindo de trás da máscara de Hemoria.
Tentando desviar a atenção disso, Atarax voltou-se para Eugene.
— Quanto aos Lionhearts, os descendentes do Grande Vermouth… Acreditando na pureza e retidão de sua linhagem… Pode ser tolice fazê-lo em luz de como este incidente ocorreu, mas não há como Sir Eugene, que foi reconhecido pela Espada Sagrada, ser corrompido pela magia negra.
Tap, tap.
Os dedos de Atarax, ainda segurando o ombro de Hemoria, bateram em seu ombro como lembrete. O rangido não podia mais ser ouvido por trás da máscara de Hemoria, e a hostilidade também desapareceu de seus olhos vermelhos. Hemoria inclinou a cabeça para Eugene e recuou para ficar atrás de Atarax.
— Hemoria. Não diga nada, não faça nada, e apenas fique aqui observando enquanto os Mestres de Torre inspecionam o círculo mágico. — Ordenou Atarax.
Hemoria assentiu em reconhecimento.
“Ele está fazendo com que ela atue como vigilante?” Eugene pensou enquanto olhava para Gilead.
Ao chegar aqui, a tez de Gilead ficou ainda mais pálida e ele mastigava seus lábios trêmulos com tanta força que estavam cobertos de sangue.
— Patriarca. — Gritou Klein ao se aproximar de Gilead, olhando-o com pena. — Um diário foi descoberto nos aposentos de Eward na mansão do Conde Bossar.
Klein tirou um diário chique com capa de couro de dentro do bolso.
— De acordo com os Leões Negros que vasculharam a mansão… Este diário foi encontrado na primeira gaveta da escrivaninha de Eward como se ele pretendesse que encontrássemos. — Revelou Klein.
— Isso não é fofo? — Atarax comentou antes de cair na gargalhada. — Ele deve ter sonhado com um futuro bem legal para si mesmo dentro de sua própria cabeça. Depois de terminar o ritual aqui… Tendo sacrificado todos aqueles que zombaram dele e o menosprezaram… E tendo ganho tanta força com isso, ele deve ter se imaginado sendo capaz de escapar sem pressa. No entanto, se fizesse isso, não seria capaz de dizer por que fez tudo pessoalmente, então ele deliberadamente deixou um diário para encontrarmos.
Essa poderia ser a única explicação para Eward ter deixado para trás algo tão importante como seu diário. Eugene também teve o mesmo sentimento que Atarax. Aquele idiota deve ter querido muito revelar o “motivo” e o “processo”, então devia mesmo ter feito algo assim.
Gilead silenciosamente pegou o diário e o abriu. Eugene pensou que Atarax discordaria deles lendo o diário, mas surpreendentemente, ele permitiu que Gilead o lesse sem qualquer interferência.
Não demorou muito para Gilead ler o diário inteiro.
— Haaah… — Gilead deu um longo suspiro e balançou a cabeça algumas vezes.
Então ergueu o queixo e olhou para o céu.
— Pai… — Ciel gritou com uma voz triste enquanto abraçava um dos braços de Gilead.
Depois de deixar escapar algumas lágrimas, Gilead entregou o diário a Eugene.
— Posso ler? — Eugene checou.
— Já que você foi o último a falar com ele, acho que merece ler também. — Disse Gilead.
Não havia razão para recusar a oferta. Eugene também estava bastante curioso sobre o funcionamento interno desse incidente.
“Realmente…” Eugene murmurou para si mesmo quando terminou de ler.
A primeira metade do diário não tinha nenhum valor de leitura. Estava cheio de lamentação, raiva e ódio de si mesmo. Incapaz de colocar seus pensamentos em frases coerentes, tudo era apenas um fluxo de palavras gaguejantes. Havia apenas detalhes sobre o quanto ele era desprezado pelo conde Bossar e quantas repreensões ele foi forçado a ouvir de sua mãe, Theonis.
Embora o conteúdo fosse deixar o pai de Eward, Gilead, em grande pesar, eles não significavam nada para Eugene. Ele não estava interessado em nenhum desses pensamentos. No entanto, Eugene continuou a folhear o diário.
Onde o conteúdo mudou abruptamente–
[Dominic Lionheart veio até mim.]
Foi naquele momento.
Por que Dominic se aproximou de Eward? Até o próprio Dominic não conseguiu explicar o motivo exato disso. Foi apenas um impulso.
Isso foi tudo o que deve ter parecido a Dominic, mas Eward poderia descobrir a razão exata para isso.
Não era outro senão os remanescentes dos Reis Demônio.
O sussurro dos espíritos das trevas levou Dominic a se aproximar de Eward. A existência deles estava aninhada no Martelo da Aniquilação de Dominic, e tinham interesse no ‘sangue da família principal’ fluindo pelo corpo de Eward.
[O espírito disse que eu era especial. Depois que se tornaram um espírito, possuíram várias pessoas, mas eu fui o primeiro a ouvir a voz deles.]
[Quando perguntei a eles sobre quando surgiram, eles disseram que se tornaram um espírito há cem anos. Como um espírito das trevas, perguntei se eles poderiam se tornar tão poderosos quanto um Rei Demônio? Como os pensamentos remanescentes dos Reis Demônios derrotados… Com apenas isso, eles não seriam capazes de se tornar um Rei Demônio. Mas, ao mesmo tempo, também não são apenas uma existência trivial. O espírito disse que eu era especial, e eles, como um espírito especial, combinaram bem comigo.]
[Eu quero me tornar um grande mago, não um invocador de espíritos.]
[O espírito me disse que também não queria permanecer apenas um espírito. Então, se fosse esse o caso, o que deveríamos fazer? O espírito disse que me mostraria o caminho.]
[Tudo o que o ritual requer é o sangue de seus inimigos. Então, que tal Ciel e Cyan? Se forem esses gêmeos, eles devem ser uma ótima oferenda. Já que tanto tempo se passou, o poder de usar a linhagem de Vermouth para o ritual deve ter desaparecido, mas o espírito diz que com o quão especial eu sou, posso servir como seu recipiente e que oferecer o sangue do meu irmão como sacrifício dará significado importante. A magia é realmente incrível.]
[Quanto mais sacrifícios houver, melhor.]
[Vou sair desta casa amanhã. Mãe, avô e todos os outros estão dando suas bênçãos para o meu futuro. Assim que o ritual for concluído, eu me tornarei um Arquimago que ninguém mais poderá desprezar.]
[Ainda não decidi para onde devo ir quando tudo isso acabar. O Orgulho diz que eu deveria fazer um novo clã Lionheart para simbolizar a queda da família principal, mas… Dominic não parece se importar com essa ideia. O mesmo vale para mim. Eu odeio os Lionhearts.]
Com isso, o diário terminou. Eugene fechou o livro e o entregou a Atarax, que esperava pacientemente.
— Eu sabia que ele tinha enlouquecido quando lutou, mas parece que já estava louco antes mesmo de começar a escrever aquele diário. — Observou Eugene.
Desde o dia antes de Eward finalmente deixar a mansão, Eward era o único humano vivo que restava na propriedade do Conde. O conde Bossar, Theonis e os servos foram todos mortos por Eward antes dele partir.
— Parece que o poder desse ritual de magia negra é amplificado na medida em que quebra tabus. — Folheando o diário, Atarax continuou falando. — O inimigo dos Reis Demônio era o Grande Vermouth, que os subjugou trezentos anos atrás. Como herdeiro de seu sangue… Eles queriam que aquele filho exilado… Sacrificasse seus próprios irmãos. Se tivessem conseguido, não haveria melhor condição do que a realização desse ritual de magia negra. Parece que era verdade que o ‘sangue’ de Eward era muito especial.
O sangue de seu inimigo.
Em vez de ativar o ritual com força de alguma forma, Eward estava obcecado em obter Eugene como um sacrifício.
“Parece que não foi apenas a teimosia de Eward”, pensou Eugene.
Vermouth não era o único inimigo daqueles Reis Demônios. Para o Espírito das Trevas, Eugene devia ser um grande sacrifício potencial do qual eles não podiam desistir.
— Este termo, ‘O Orgulho’, é frequentemente mencionado ao longo deste diário. Isso está se referindo ao câncer dentro do clã Lionheart? — Atarax deduziu.
— Logo após esse incidente, dos muitos ramos colaterais do clã Lionheart que se espalharam pelo continente, quatro famílias desapareceram de forma suspeita. Além disso, alguns membros de outros ramos também desapareceram. — Explicou Klein. — Eles são provavelmente um grupo dissidente dos Lionheart que desviou Dominic e tentou usar Eward.
— Eles ainda são uma ameaça? — Atarax perguntou.
— De jeito nenhum. — Respondeu Klein sem qualquer hesitação. — Se Dominic tivesse conseguido roubar a Lança Demoníaca e o Martelo da Aniquilação, eles poderiam ter se tornado uma organização perigosa. E se Eward… Tivesse completado a cerimônia, seu grupo teria se tornado um verdadeiro terror. No entanto, não foram capazes de realizar nada. Eles podem ter reivindicado um nome chique e grandioso para si mesmos como “O Orgulho”, mas nada mais são do que um bando de perdedores que fugiram, abandonando tudo o que tinham para preservar suas próprias vidas.
— No entanto, se conseguirem emigrar para Helmuth, o prestígio do clã Lionheart pode cair por terra. — Alertou Atarax.
— Você acha mesmo que nosso prestígio ainda tem mais espaço para cair? — Klein zombou com uma risada enquanto balançava a cabeça. — Se conseguirem emigrar para Helmuth, podemos ser gratos por isso. Se Helmuth realmente tornar público a notícia de que os descendentes do clã do grande herói voluntariamente entraram nos braços de Helmuth com seus próprios pés… Então deixaremos que os Leões Negros cuidem deles.
— Eles podem emigrar para Nahama ou até mesmo se esconder na floresta tropical de Samar. — Atarax murmurou um lembrete enquanto fechava o diário.
— Terminamos nossa inspeção do círculo mágico. — Disse Lovellian enquanto se levantava. — Excluindo a ajuda de um mago negro ou de um demônio de alto escalão de Helmuth, nossa interpretação de seus propósitos deve ser a melhor disponível.
— Por favor, dê-nos sua opinião de especialista. — Pediu Klein.
— O propósito deste ritual é a reconstituição da alma e a criação de um corpo. — Declarou Lovellian enquanto seu rosto se contorcia em uma carranca. — A essência básica do feitiço é semelhante à magia de invocação. Embora tenha sido distorcido em uma bagunça obscena.
— Você disse que era para criar um corpo? — Atarax perguntou.
— Se os sacrifícios tivessem sido feitos com sucesso, este círculo mágico teria invocado um grande número de bestas demoníacas de Helmuth. Então provavelmente teria construído um novo corpo usando uma mistura dessas bestas demoníacas. — Teorizou Lovellian.
— E a reconstrução da alma? — Atarax perguntou depois de processar a resposta anterior.
Melkith respondeu a esta pergunta:
— É literalmente o que parece. A coisa que morreu aqui foi um espírito das trevas nascido dos remanescentes dos Reis Demônios, não um Rei Demônio em si. Mas se o ritual tivesse sido concluído… então poderia ter se tornado um ‘Rei Espírito’.
Melkith parou de falar por um momento para cair na gargalhada.
— Devo dizer que é uma grande surpresa! E pensar que um espírito das trevas estava tentando elevar seu próprio status por meios independentes e artificiais. Devo dizer, como esperado dos remanescentes dos Reis Demônios? Eles tentaram um método que um espírito comum definitivamente nunca pensaria. — Melkith relutantemente admirou.
— Então eles seriam um Rei Espírito sem um corpo… — Eugene murmurou.
— Embora possam não ser capazes de alcançar as alturas de um Rei Demônio imediatamente, estavam perto de se tornar uma existência que provavelmente alcançaria as alturas de um Rei Demônio com o tempo. — Lovellian disse enquanto se virava para olhar para Eugene. — Dizendo isso, felizmente, não conseguiram.
— Tudo graças às bênçãos colocadas na Espada Sagrada e no Herói. — Elogiou Atarax.
Com uma risada satisfeita, ele aplaudiu Eugene.
Os aplausos de Atarax cessaram repentinamente quando ele começou.
— Entretanto…
Grrk.
O som metálico vazou por trás da máscara de Hemoria mais uma vez.
— Parece que nem todos que estavam aqui morreram naquela noite. — Atarax concluiu.
Boom!
O pé de Atarax pisou no chão. Como seu corpo estava cercado por um brilho suave, uma massa de terra morta e enegrecida se ergueu como uma só.
Shashashak!
O solo flutuante fluiu como uma onda de areia. Lentamente, muito lentamente, o solo avançou em direção ao enorme buraco que havia sido criado durante a feroz batalha. Quando o solo se aproximou da entrada do buraco, de repente começou a girar.
— Hrm…! — Lovellian soltou um grunhido de surpresa.
Ele não foi capaz de detectar nenhum traço de magia naquele local. Mesmo segurando Akasha, Eugene também não conseguiu ver nada.
No entanto, como um departamento da Inquisição do Império Sagrado, os Inquisidores do Maleficarum eram caçadores experientes que receberam treinamento para eliminar a magia negra e caçar demônios que foram transmitidos ao longo de centenas de anos.
Atarax era um dos poucos membros mais talentosos do Maleficarum. Ele examinou todo o poder demoníaco restante naquela área e encontrou vestígios da magia negra que havia sido conjurada ali cinco dias atrás.
— Embora seja impossível reproduzir a técnica exata… — Atarax reforçou seu controle sobre o solo suspenso no ar e continuou falando. — Isso foi… Algum tipo de teletransporte espacial. Não era Teleporte, mas algum tipo de técnica de longa distância… Que permite teletransportar sem passar por um portal…
— Hector. — Eugene rosnou enquanto seu rosto se contorcia em uma carranca. — Parece que ele conseguiu fugir.
— Você não permitiu que ele fugisse, não é? — Atarax perguntou, virando-se para olhar para Eugene com um sorriso.
Olhando de volta para aqueles olhos aparentemente amáveis, Eugene deu de ombros e respondeu:
— Que razão eu poderia ter para permitir que ele escapasse?
— Você pode ter um motivo que não quer que os outros saibam. — Insistiu Atarax.
Eugene rosnou.
— Eu? Alguém que foi reconhecido pela Espada Sagrada?
— Eu só quero explorar todas as possibilidades. Porque a Espada Sagrada não prova necessariamente a inocência de alguém. — Atarax afirmou calmamente.
— Achei que Hector estava morto. — Eugene deu de ombros mais uma vez. — Para ter conseguido fugir, parece que ele era muito mais talentoso do que eu esperava.
— Por que você não confirmou? — Atarax perguntou com desaprovação.
Adotando um tom insolente, Eugene perguntou:
— E se eu te disser que é porque não quis?
— Sir Eugene, seu descuido permitiu que esse rato fugisse. — Acusou Atarax. — Não sabemos se ele conseguirá se esgueirar para se esconder em um galpão, onde poderá devorar alguns grãos antes de continuar a espalhar doenças—
— Espere aí, acho que não entendi o que você está tentando dizer. — Eugene tentou responder com calma antes de ceder e perder a paciência. — Você está realmente tentando dizer que eu deixei ele fugir de propósito? O filho da puta que tentou me matar? Eu te disse, eu não sabia que ele estava vivo, porra! Eu estava ocupado mantendo meus olhos na Lança Demoníaca tentando me golpear e no Martelo de Aniquilação tentando esmagar minha cabeça, enquanto o maldito que eu chamava de meu irmão mais velho dava as mãos a um espírito das trevas para tentar me sacrificar! Então, como diabos eu deveria verificar se aquele desgraçado que deveria estar fora da contagem escapou ou foi varrido por nossos ataques e morreu?
— Por favor, não fique chateado. — Atarax tentou acalmá-lo.
— Eu não estou chateado. Estou apenas irritado. Não importa o quanto eu pense sobre isso, é ridículo e irritante. Você está tirando sarro da Espada Sagrada? Você acha que pode segurar a Espada Sagrada? — Eugene os desafiou.
— Grrrk.
— E ela é muda ou o quê? Por que está fazendo aqueles barulhos grk-grk em vez de falar? Se você vai questionar minhas palavras e foder comigo, então pare de resmungar aí e diga alguma coisa. Se vai fingir que não há nada de errado, pare com esses barulhos de grk-grk!
Diante da explosão de Eugene, a boca de Atarax se fechou, e Hemoria também piscou surpresa ao parar de fazer aqueles ruídos.
— Já chega. — Afirmou Eugene enquanto respirava fundo, então plantou a Espada Sagrada, que estava segurando, no chão. — Se você tiver mais alguma reclamação ou apenas quiser falar mais besteira, então antes de dizer qualquer coisa, você precisa puxar esta Espada Sagrada primeiro.
Eugene cruzou os braços e se afastou dela.
Ele então deu este ultimato:
— Não vou aceitar essa merda de um idiota piedoso que só finge ser fiel, se não conseguir nem mesmo segurar a Espada Sagrada.
Botou a espada sagrado na mesa e mandou puxar
Como não amar o Eugene, alguém me explica pqp, botou moral nesse filha da puta de inquisidor e na cachorra dele q só sabe rosnar kkkkkk
Eugene explode = deu merda
Botou a espada no chão e mandou pegar kkjkkk “dá uma pegada aqui na minha espada, otário”
Hmmmmmm boto o pau na mesa e mandou pega no espadão