Damn Reincarnation – Capítulo 154

Grgrgrk.

Um som muito mais alto do que todos os sons ouvidos anteriormente emergiu de dentro da máscara de Hemoria. Seus olhos se transformaram em um tom de vermelho muito mais profundo do que no início; em vez de apenas injetados de sangue, parecia que algo estava queimando dentro deles.

Ao contrário de Hemoria, que exibia emoções intensas, a expressão de Atarax era calma. Ele sorriu enquanto olhava entre a Espada Sagrada, mergulhada no chão, e Eugene, parado ali com os braços cruzados.

— ‘Finge ser fiel’ você fala… Haha! Sir Eugene, você pode ser a única pessoa que ousaria dizer tal coisa a um Inquisidor do Maleficarum. — Atarax disse com calma surpresa.

Eugene retrucou: 

— Eu também sou o único a ser reconhecido pela Espada Sagrada como seu mestre.

Atarax tentou se defender. 

— Só estou tentando considerar todas as possibilidades.

— Não foi você quem disse antes que não havia como eu, o mestre da Espada Sagrada, ser corrompido pela magia negra? — Eugene o lembrou.

— Permitir que Hector escapasse é diferente de ser corrompido pela magia negra. — Argumentou Atarax.

— Se continuarmos indo e voltando assim, nunca vai acabar. Você está tentando de alguma forma me forçar a fazer uma confissão? Eugene perguntou com um sorriso malicioso enquanto olhava para Atarax. 

— Está parecendo que você acha que descobriu uma grande conspiração e agora está se precipitando para tentar ganhar renome.

— Não tem como ser esse o caso. — Atarax negou a acusação enquanto recuava com um encolher de ombros. — Por enquanto, vou apenas aceitar. Farei o possível para acreditar que a fuga de Hector Lionheart… Realmente não teve nada a ver com você, Sir Eugene. Na verdade, se você quiser provar sua inocência com certeza, existe—

— Você quer usar Confissão em mim, certo? — Eugene interrompeu.

— Você já sabia disso?

— Só sei que é um método cruel de interrogatório que despedaça a mente da vítima.

— Haha! — Atarax riu. — Não há necessidade de se preocupar com o perigo disso. Porque os especialistas do Maleficarum são melhores do que qualquer outro no Império Sagrado quando se trata de ‘interrogatório’. Não é como se pretendêssemos cavar muito fundo, só queremos a verdade sobre o que aconteceu cinco dias atrás, então não deve haver efeitos colaterais da investigação.

— Já esqueceu o que acabei de dizer? — Eugene perguntou enquanto gesticulava com o queixo, apontando para a espada embutida na frente dele. — Se você está descontente comigo ou sente que quer começar uma discussão, então estou lhe dizendo para vir aqui e sacar a Espada Sagrada primeiro.

— Essa é uma proposta bastante interessante. — Atarax finalmente murmurou enquanto seu olhar se voltava para Hemoria.

Hemoria, que estava olhando para Eugene com seus olhos vermelho-sangue, caminhou até a Espada Sagrada até que ela estivesse ao alcance do braço. Os cantos dos lábios de Eugene se torceram em um sorriso quando ele encontrou o olhar intenso de Hemoria.

— Grk. — veio o som por trás da máscara de Hemoria.

Tal som parecia muito alto e agudo para ser feito apenas por ranger os dentes… Eugene inclinou a cabeça para o lado em curiosidade enquanto olhava para Hemoria.

— Você não parece uma pessoa-fera, mas seus dentes poderiam ser tão terríveis quanto os de uma fera? — Eugene observou.

— Minha discípula está cumprindo um voto de silêncio, então ela não pode usar a voz. — Atarax explicou no lugar de Hemoria.

Então ela fez um voto de silêncio. Eugene soltou um bufo e recuou.

A mão de Hemoria, coberta por uma luva preta, estendeu-se em direção à Espada Sagrada. Mas no momento em que seus longos dedos estavam prestes a tocar o punho da Espada—

Fwoosh!

As chamas da Espada Sagrada envolveram a mão dela.

No entanto, Hemoria não entrou em pânico nem soltou um grito. Ela calmamente retirou a mão e então sacudiu a chama que envolveu sua luva. A pele de Hemoria ficou visível através das rachaduras que a chama queimou na luva. Sua coloração parecia pálida e sem sangue.

Hemoria sentiu o olhar de Eugene sobre ela. Então tirou a luva e levantou a mão como se o convidasse a olhar mais de perto. Sua pele era pálida, mas fora isso, não havia nada de especial nela.

— Grrk.

O rangido foi ouvido mais uma vez quando Hemoria começou a acenar com a mão entre Eugene e ela.

— Isso é língua de sinais? — Eugene finalmente percebeu.

— Ela está perguntando se você achava que ela era uma vampira. — Traduziu Lovellian.

Sem tentar evitar o olhar penetrante de Hemoria, Eugene respondeu: 

— Ela parece estar querendo chamar atenção, com o quão alto está rangendo os dentes, e o som sendo bastante agudo. Seus olhos são vermelhos, sua pele é branca e ela usa chapéu, um manto e até luvas. Isso não é motivo suficiente para suspeitar dela?

— Suspeitar que um Inquisidor seja um vampiro. — Murmurou Atarax. — Infelizmente, o Maleficarum é uma organização mais conservadora do que você parece pensar, Sir Eugene, então demônios como vampiros não podem ser aceitos como Inquisidores.

Eugene notou algo. 

— Isso significa que eles podem ser aceitos para outros cargos que não o de inquisidor?

— Isso mesmo, porque até mesmo um povo demônio tem o direito de se converter. Se eles realmente desejam servir ao Deus da Luz como seus sacerdotes, por que não batizá-los e permitir que sirvam como evangelistas da luz? — Atarax disse com um sorriso enquanto dava um tapinha no ombro de Hemoria. — Mesmo Hemoria, cuja fé é tão forte, é incapaz de segurar a Espada Sagrada… Como esperado da Espada Sagrada.

— E você? — Desafiou Eugene.

— Se eu tentar inútilmente estender minha mão para ela, tudo o que posso conseguir é uma mão queimada. Receio não ter nenhum desejo de ser humilhado assim. — Disse Atarax enquanto se virava e caminhava até o local onde Hector havia desaparecido. Então, enquanto olhava para o solo ainda flutuando no ar, ele continuou falando. — De qualquer forma, confirmamos que Hector Lionheart escapou daqui sem morrer.

— Tal teletransporte de longo alcance… Só um Arquimago seria capaz de tal coisa. — Lovellian entrou na conversa com os olhos semicerrados. — Para realizar um Teleporte, você precisa calcular as coordenadas de um ponto de chegada dentro do seu campo de visão e saltar para lá. Contanto que seja capaz de realizar esses cálculos com precisão, não é um feitiço muito difícil ou complicado. No entanto, o teletransporte de longo alcance é uma questão totalmente diferente.

Atarax o corrigiu ligeiramente: — Esta foi uma Dobra que conectou os portais em ambos os lados de um teletransporte. É um pouco diferente de um feitiço de teletransporte.

Para este tipo de teletransporte, o usuário precisava de um guia. Se a Árvore do Mundo, por exemplo, fosse o guia, seria possível se teletransportar para a Árvore do Mundo de qualquer lugar do mundo usando uma de suas folhas.

— A menos que possamos descobrir o que Hector usou como meio para a dobra, não temos como saber para onde ele se teletransportou. — Declarou Atarax.

— No entanto, quantos magos no mundo conseguem fazer tal teletransporte? — Melkith apontou com um sorriso quando começou a contar nos dedos. — Em primeiro lugar… Há os cinco Mestres de Torre em Aroth. Depois, há Trempel Vizardo, Comandante da Divisão de Magos da Corte. Então, até onde eu sei, nenhum outro deveria ter alcançado o Oitavo Círculo entre todos os magos pertencentes a outras nações?

— Acabei de deixar o Palácio Real de Kiehl esta manhã. — Revelou Gilead. — Kiehl ainda não tem um Arquimago do Oitavo Círculo.

Essa resposta fez com que os cantos dos lábios de Melkith subissem até as maçãs do rosto.

— Não é por isso que Aroth é conhecido como o Reino da Magia, não importa o quê? Afinal, incluindo os Mestres de Torre, o reino tem seis Arquimagos! Se a guerra estourasse, não seria possível para Aroth unir o continente por conta própria? — Melkith declarou com orgulho.

Lovellian falou: — Os Mestres de Torre não são obrigados a participar, caso Aroth escolha iniciar qualquer guerra de conquista. Se Aroth começasse tal guerra, então talvez todos na Torre Mágica Vermelha, inclusive eu, escolheriam deixar Aroth.

— Isso vale para mim também, mas… — Melkith continuou falando com uma risadinha. — Deixando de lado Aroth… O único lugar com magos capazes de um teletransporte como esse é Helmuth. Há o pessoal do encarceramento, Edmund Codreth, e alguns outros demônios de alto escalão.

Lovellian continuou o tópico. 

— A Rainha dos Demônios da Noite e o Dragão Negro… Esses são os dois mais famosos do último grupo.

Enquanto mencionava o Dragão Negro, Lovellian deu uma olhada em Eugene. Lovellian foi o responsável por investigar Raizakia em nome de Eugene. Como tal, estava ciente da possibilidade de que Raizakia, atualmente reinando sobre o Castelo do Dragão Demônio em Helmuth, pode não ser o verdadeiro Raizakia.

Lovellian continuou. 

— Entre os demônios de alto escalão, pode haver outros arquimagos capazes de se teletransportar além desses dois. O Povo Demônio vive muitas vezes mais do que os humanos, e são muito melhores em conjurar magia negra do que os humanos.

— Não existe também um arquimago em Nahama? — Atarax levantou com os olhos estreitados. — A Mestra do Deserto, Amelia Merwin. Estamos cientes de que a situação entre Kiehl e Nahama está instável há vários anos. Enfraquecer o poder de Kiehl promovendo a divisão interna dentro do clã Lionheart de Kiehl… Soa como algo que Nahama, que engoliu Turas enquanto culpava as tempestades de areia, faria. Além disso, Amelia Merwin também é uma maga negra que fez um contrato com um Rei Demônio.

— Pode ser, mas o Rei Demônio do Encarceramento não deve ser aquele que apoia Hector e lhe dá ordens. — Eugene continuou com uma expressão séria. — Porque um caso como este é muito trivial para um Rei Demônio sequer prestar atenção. Em primeiro lugar, o Rei Demônio do Encarceramento sentiria qualquer necessidade de ressuscitar os Reis Demônios que morreram trezentos anos atrás por lealdade a eles?

Hesitante, Atarax respondeu: 

— Bem, você não acha que está sendo um pouco definido demais…?

— Senhor Atarax. Eu também tenho sido um estudante diligente de história desde que era jovem. Os Reis Demônios nunca cooperaram entre si. De trezentos anos atrás até agora, os Reis Demônios sempre competiram para ver quem poderia causar o colapso de mais nações e quem poderia aumentar mais seu território e poder. — Afirmou Eugene com confiança.

Claro, Eugene não tinha realmente estudado história. Ele viveu bem no meio dessa história, então não havia necessidade de estudá-la.

Mesmo quando os três Reis Demônios foram mortos, os Reis Demônios restantes nunca cooperaram entre si. Embora todos fossem chamados coletivamente de Reis Demônios, não havia nenhum senso de camaradagem entre eles.

— O Rei Demônio do Encarceramento realmente se envolveria pessoalmente, fazendo esse tipo de esquema para reviver os Reis Demônios falecidos e dividir o clã Lionheart? Que razão um Rei Demônio poderia ter para fazer isso? Como um Inquisidor, particularmente um do Maleficarum, você deveria saber disso. Um Rei Demônio é uma existência que não precisa fazer algo assim. — Eugene disse com um sorriso de escárnio.

O Rei Demônio do Encarceramento teria algum motivo para tentar separar o clã Lionheart? Especialmente quando, se ele realmente se preocupasse em tomar qualquer ação, poderia simplesmente destruir o clã diretamente? Da mesma forma, havia alguma necessidade dele tentar realizar secretamente este ritual para ressuscitar os falecidos Reis Demônios? Afinal, ele poderia apenas realizar o ritual abertamente enquanto eliminava todos os que ousassem interferir.

— Então não acho que o Rei Demônio tenha algo a ver com isso. — Concluiu Eugene.

Os que estavam atualmente sob suspeita eram os três magos negros que assinaram um contrato com o Rei Demônio do Encarceramento, os Arquimagos de Aroth e alguns demônios de alto escalão.

— Tendo escapado das consequências deste incidente, Hector Lionheart não deve mais poder viajar pelo continente em paz. — Atarax raciocinou. — Porém, se ele fugiu para um lugar sem ordem pública, é outra história. Mesmo os Olhos de Luz, espalhados por todo o continente, não conseguem compreender totalmente um lugar sem lei como a Floresta Samar.

Eugene perguntou em dúvida: 

— Então você está dizendo que Hector pode ter fugido para Samar?

— Acho que há uma possibilidade bastante significativa de que sim. Sir Eugene, ouvi dizer que você desenvolveu um bom relacionamento com a tribo Zoran, uma das grandes tribos de Samar… Você não poderia pedir ajuda para eles? — Atarax propôs com um sorriso enquanto olhava para Eugene.

Com essa menção à tribo Zoran, Eugene lembrou-se de Evatar, o herdeiro da tribo que o havia escoltado em sua saída de Samar.

— Já que a floresta é tão grande, deve ser muito difícil encontrar alguém específico… — Eugene apontou com relutância.

— Cabe a você, Sir Eugene, como fazer tal pedido. — Atarax disse com um encolher de ombros. — Dependendo do seu desejo, você pode pedir que capturem ou matem o fugitivo, Hector Lionheart.

— E o que o Maleficarum fará?

— Como Hector Lionheart estava envolvido neste ritual, é claro que também faremos o possível para persegui-lo. E para isso estaremos utilizando os Olhos de Luz espalhados pelo continente.

O Deus da Luz tinha um número verdadeiramente grande de seguidores.

— Meus mais profundos arrependimentos. — Atarax desculpou-se enquanto tirava a barretina que usava e inclinava a cabeça para eles. — Parece que não conseguimos esclarecer nada. No entanto, lamentamos sinceramente a tragédia que aconteceu aqui.

— É uma desgraça. — Admitiu Klein enquanto soltava um profundo suspiro. — Já que não há mais nada para investigar aqui, e você verificou tudo o que podia… Por que não voltamos para o castelo agora? Já que você também tem que entrevistar as crianças envolvidas neste incidente.

— Obrigado pela compreensã-  —  Atarax parou de falar abruptamente e virou a cabeça. Então, enquanto olhava para Hemoria, ele soltou uma risada baixa e murmurou. — Hm… De fato.

— Qual é o problema? — Eugene perguntou com uma expressão dissimulada.

A verdade é que ele já havia adivinhado o que poderia acontecer em breve. Enquanto a conversa estava acontecendo, Hemoria continuou a olhar para Eugene e a Espada Sagrada. Enquanto seu olhar não estava tão cheio de hostilidade como antes, Eugene sentiu uma motivação familiar e desejo de vitória vindo de Hemoria.

Atarax disse.

— Parece que ela quer confirmar por si mesma, porque você foi reconhecido como o mestre da Espada Sagrada, Sir Eugene.

— Mas me parece que você também pode compartilhar desse mesmo desejo, Sir Atarax? — Eugene perguntou.

— Haha… Não vou negar. Porque não é apenas no Império Sagrado, todos neste continente já ouviram os contos de fadas da Espada Sagrada Altair e o herói escolhido para empunhá-la desde que eram jovens. — Atarax admitiu com uma risada baixa enquanto se aproximava de Hemoria. — Claro, também há alguma insatisfação.

— Insatisfação? — Eugene repetiu.

Atarax explicou. 

— Os Lionhearts mantiveram a Espada Sagrada em sua posse nos últimos trezentos anos sem nunca devolvê-la ao Império Sagrado. Desde o Grande Vermouth, ninguém no clã Lionheart foi capaz de se tornar o mestre da Espada Sagrada. No entanto, e se a Espada Sagrada tivesse sido devolvida ao Império Sagrado? Não poderia ter sido possível para um de nossos jovens devotos e excepcionais ter se tornado o Mestre da Espada Sagrada durante esse tempo?

— Isso pode ter sido possível, mas não acho que aquele jovem devoto e excepcional seria você. — Eugene disse com um sorriso malicioso enquanto inclinava a cabeça. — Além disso, o fato é que até o Papa de Yuras reconheceu minha identidade como o mestre da Espada Sagrada.

— No entanto, Sir Eugene, você nem mesmo acredita no Deus da Luz, nem é cidadão de Yuras.

— Então o que você propõe fazer sobre isso?

Atarax respondeu calmamente: 

— Não estou tentando dizer que devemos tirar a Espada Sagrada de você.

— Não é como se isso fosse possível. — Eugene bufou.

— É só que… Eu gostaria de perguntar se você estaria disposto a atender ao desejo do minha discípula. — Atarax pediu enquanto colocava a mão no ombro de Hemoria. — Você concorda com uma luta leve?

— Comigo usando a Espada Sagrada?

— Se você precisar.

— Acho que não há necessidade disso. — Negou Eugene com uma risada enquanto tirava o Manto das Trevas.

Mer rapidamente colocou a cabeça para fora do manto com esse movimento e protestou: 

— Sir Eugene! Seu corpo ainda não está—

— Está bem, está bem. Vai ser apenas uma luta leve, então… — Eugene riu da preocupação de Mer enquanto jogava o manto no chão.

Melkith, que estava observando silenciosamente de lado, gritou com essa ação e correu para Eugene.

— Não deixe cair no chão! — Melkith gritou. — Você vai sujar!

Embora ainda faltassem alguns anos até que Eugene tivesse que devolvê-lo, Melkith não desejava ver seu precioso manto deixado neste chão sujo.

Ignorando Melkith, Eugene perguntou a Atarax. 

— E as armas?

Atarax respondeu. 

— Hemoria não usa nenhuma arma em particular.

— Ahah… Então o corpo dela é uma arma ou alguma coisa clichê assim? Hum, tudo bem então. Parece que você a treinou bem. — Avaliou Eugene.

— Por favor, não subestime muito minha discípula. — Atarax o advertiu.

— Não é você que está me subestimando? — Eugene rebateu com um largo sorriso enquanto balançava os pulsos. — Parece que vocês dois não perceberam isso completamente, mas aquele de quem você está questionando as qualificações é o maior gênio da história do clã Lionheart desde a época de nosso ancestral fundador. Eu também sou o mestre da Espada Sagrada e Akasha e aquele que derrotou os remanescentes dos Reis Demônios.

— Hm, Sir Eugene, admito que você é bastante impressionante, mas… Como sua familiar disse agora há pouco, não é verdade que seu corpo ainda não se recuperou completamente? — Atarax o lembrou.

— É apenas uma luta leve, sem nem usar armas. Não estaremos apenas cruzando os punhos um pouco, então qual é o problema com isso? — Eugene perguntou retoricamente.

— Se você se machucar, faremos questão de oferecer tratamento. — Prometeu Atarax. — Mesmo que não seja na mesma medida que a Candidata a Santa, Kristina, ainda sou bastante eficiente em magia de cura.

Grk.

O som foi ouvido mais uma vez por trás da máscara de Hemoria. Ela tirou o chapéu e o manto, então ergueu os punhos enquanto tomava uma posição. Por outro lado, Eugene apenas manteve os braços relaxados enquanto a enfrentava.

— Não vai tirar a máscara? — Eugene perguntou a ela.

Hemoria manteve-se em silêncio.

— Hm… Isso é seu jeito de me pedir para não bater na sua cara? — Eugene perguntou.

Eugene sentia antipatia por ela desde antes.

— Se você for atingida no maxilar usando uma máscara de metal assim… Será meu punho ou o seu maxilar que vai doer mais…? — Eugene meditou.

Hemoria o encarou ferozmente, vazando hostilidade e insatisfação flagrante ao mesmo tempo em que fazia aquele som estranho de rangido de dentro de sua máscara.

“Foi ela quem escolheu essa luta.”

Enquanto olhava para Hemoria, Eugene desabotoou o primeiro botão de sua camisa.