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Damn Reincarnation – Capítulo 156

A Inquisição (5)

— Não aceitarei sua intenção de renunciar. — Klein, o recém-nomeado chefe do Conselho, deixou claro desde o início.

Gilead não respondeu a essas palavras imediatamente e apenas franziu os lábios.

Os dois estavam sentados na Mesa Redonda dentro do Castelo dos Leões Negros.

— Eu sei o que você deve estar pensando, e também sei que você está se sentindo culpado. No entanto, o clã Lionheart será lançado em um caos ainda maior se você decidir assumir a responsabilidade por este incidente renunciando ao cargo. — Klein continuou falando sem perder o ímpeto. — Se você abdicar de seu assento como Patriarca, a quem no mundo você acha que podemos recorrer como nosso próximo Patriarca? Gion, que se juntou aos Leões Negros? Ou Gilford, que já saiu para formar sua própria linhagem colateral? Se isso acontecer, o que devemos fazer com sua esposa e filhos?

Hesitantemente, Gilead tentou responder: 

— Isso é…

— Seria difícil lidar com isso. — Klein prosseguiu. — Tendo abdicado de sua posição como Patriarca, devemos permitir que você permaneça como parte da família principal? Ou então devemos enviar você para iniciar uma nova linhagem colateral? E o que devemos fazer com o próximo Patriarca? Não importa como você pense sobre isso, tudo estaria longe de ser fácil de lidar e levaria a uma bagunça total. Como tal, eu ordeno que você aguente sua vergonha e humilhação e apenas continue sentado no assento como o Patriarca.

Eugene também foi convidado a sentar-se na Mesa Redonda com eles. Enquanto ouvia Klein falar, Eugene assentiu para si mesmo.

“Se Gilead deixar sua posição como patriarca neste momento, os olhos de Ancilla certamente rolarão para trás de sua cabeça.”

A personalidade dela tornou-se mais amável, porque sua posição na família principal foi fortalecida e Cyan foi confirmado como o próximo Patriarca. Mas e se eles fossem forçados a deixar a família principal neste ponto, ou perguntas sobre quem deveria ser o próximo Patriarca? Era quase certo que Ancilla enlouqueceria.

Gilead hesitantemente tentou argumentar. 

— No entanto… Este incidente ocorreu devido às minhas inadequações como pai. Como prejudiquei o clã devido às minhas deficiências, devo assumir a responsabilidade por isso…

— A responsabilidade por isso não é só sua, mas do clã Lionheart como um todo. — Klein rosnou enquanto dispensava a confissão de Gilead. — Este problema não foi causado por seu filho, Eward Lionheart, sozinho; em vez disso, foi a erupção de um problema que há muito infeccionou no coração do clã Lionheart.

Gilead silenciosamente reconheceu essa verdade.

— O falecido ex-chefe do Conselho deixou para trás um testamento que estabelece este assunto claramente. Como o novo chefe do Conselho e veterano do clã Lionheart, farei tudo o que puder para garantir que a família não tenha um problema como este no futuro. — Klein jurou sinceramente.

— Ele deixou um testamento…? — Gilead perguntou hesitante.

Klein tossiu em resposta e levantou-se para ler o testamento.

A conversa a seguir entre os dois homens seguiu a linha dos tópicos que Eugene havia levantado com Doynes. Haveria uma expansão maciça no recrutamento e treinamento para os Leões Negros e uma abolição da Cerimônia de Continuação da Linhagem Sanguínea de modo que, a partir deste ano, todas as famílias colaterais tivessem a mesma liberdade para treinar sua mana e esgrima que a família principal tinha.

— A Fórmula da Chama Branca ainda permanecerá na posse da família principal, mas a abolição da Cerimônia de Continuação da Linhagem Sanguínea deve convencer todas as linhas colaterais de que a mudança realmente chegou ao clã Lionheart. — Concluiu Klein.

— Isso… Tudo isso realmente estava no testamento do ex-Chefe do Conselho? — Gilead perguntou em dúvida.

— Você está surpreso? Eu também. No entanto, ele realmente deixou tal testamento antes de finalmente descansar os olhos. — Klein então soltou um longo suspiro e sentou-se. — Embora seja repentino… E honestamente difícil de aceitar, os anciãos, inclusive eu, decidiram validar seu testamento. Esta última situação foi desencadeada pela insatisfação das linhagens colaterais, que se acumularam devido à obsoleta tradição da Cerimônia de Continuação da Linhagem Sanguínea, então é hora de admitir que isso nos apodreceu por dentro.

Gilead hesitou, incapaz de descobrir o que dizer. O fato da Cerimônia de Continuação da Linhagem Sanguínea não ser uma tradição bem pensada era algo que Gilead já sentia há algum tempo. No entanto, a tradição não era algo que pudesse ser facilmente corrigida, mesmo quando todos sabiam que havia algo errado com ela.

— O clã Lionheart… Realmente está mudando. — Gilead percebeu com algum choque.

— Tem que mudar. — Klein concordou com um profundo suspiro. — Devíamos ter mudado antes… Não, não seria possível. Se não tivéssemos experimentado esse tipo de dor, nunca teríamos pensado em mudar…

— Eu também acredito que aumentar a força dos Leões Negros é uma necessidade. — Gilead finalmente disse, tendo controlado suas emoções turbulentas. — É um pouco tarde para informá-lo disso, mas o Imperador de Kiehl disse que, para se preparar para os esquemas de Helmuth, ele quer promover a união entre as ordens de cavaleiros de cada país.

— União? — Klein repetiu. 

Os outros anciãos que se reuniram ali hoje também começaram a mostrar interesse nas palavras de Gilead.

Gilead tossiu ao sentir todos os olhares focados nele e continuou a falar: 

— Sim. Todos os aliados de Kiehl serão convidados para uma conferência, incluindo os países menores que desejarem participar… Ainda não foi totalmente confirmado, mas parece que qualquer corpo mercenário de tamanho semelhante a uma ordem de cavalaria também poderá participar.

— Entendo. — Klein murmurou enquanto franzia a testa. — Para ele convidar os cavaleiros e mercenários de outros países… Parece que o imperador quer fazer uma disputa de força em nome da união.

Havia várias ordens de cavaleiros famosas neste continente. Os Cavaleiros da Cruz de Sangue do Império Sagrado de Yuras, os Cavaleiros da Tempestade do Reino do Mar de Shimuin, os Cavaleiros Dragão Branco do Império Kiehl, os Presas Brancas do Reino de Ruhr, os Escorpiões da Areia de Nahama… E os Cavaleiros Leão Negro e Cavaleiros Leão Branco do Clã Lionheart.

Mas qual entre todos eles era a ordem de cavalaria mais forte? Tal pergunta não poderia ser respondida apressadamente. Claro, o Imperador de Kiehl sempre acreditou que seus Cavaleiros Dragão Branco eram os melhores, mas até agora, ele não teve a oportunidade de provar isso.

Gilead explicou: 

— Por meio desta Conferência de União, cada uma das ordens de cavalaria terá a oportunidade de cruzar os braços para promover a camaradagem…

— Se todos os impérios e reinos reunirem suas forças em um único local, até mesmo os Reis Demônios de Helmuth podem começar a ficar um pouco nervosos. — Disse Klein com otimismo.

Gilead apenas riu. 

— Hahaha… Mesmo que o Rei Demônio do Encarceramento não tenha mostrado nenhuma reação por ter a Aliança Anti-Demônio e os Cavaleiros da Cruz de Sangue posicionados nas fronteiras de Helmuth?

Mudando de assunto, Klein perguntou: 

— O Imperador lhe disse onde planeja realizar a Conferência de União?

— Claro, ele está planejando realizá-la dentro das fronteiras de Kiehl. — Gilead respondeu, embora suas sobrancelhas franzidas em ceticismo.

— Isso não vai acontecer de jeito nenhum. — Klein estalou a língua enquanto balançava a cabeça, desapontado com a ingenuidade do imperador. — Afinal, esse incidente é maior que Kiehl, não é? Então a única possibilidade é… Tem que ser em Ruhr.

— Foi o que conclui também. — Concordou Gilead.

Enquanto ouvia a conversa entre os anciãos e o Patriarca, Eugene manteve a boca fechada. No entanto, não conseguiu mais conter sua curiosidade com a notícia, então olhou para Genos, parado atrás de Klein, e encontrou seu olhar.

Genos tossiu. 

— Ahem… A razão pela qual Ruhr é altamente provável que seja o local da Conferência de União… Deve ser a forte aura de legitimidade que a família real de Ruhr possui.

— Legitimidade? — Eugene repetiu interrogativamente.

Genos respondeu: 

— A família real de Ruhr é descendente direta do Corajoso Moron. Claro, nós, Lionhearts, também somos descendentes do Grande Vermouth, e os discípulos da Senhorita Sienna podem ser encontrados em Aroth, mas…

— O maior motivo deve ser que, apenas cem anos atrás, Sir Moron foi flagrado no aniversário de fundação do Reino Ruhr, certo? — Gilead continuou de onde Genos havia parado. — Depois disso, desapareceu novamente, mas a morte de Sir Moron ainda não foi revelada ao mundo. A família real de Ruhr diz apenas que o paradeiro atual de Sir Molon é ‘secreto’.

— Aha, então você está dizendo que todo mundo espera que Sir Moron apareça na Conferência de União? — Eugene disse enquanto seus olhos brilhavam de empolgação, e acenou com a cabeça em compreensão.

— Essa deve ser a maior razão para isso. — Confirmou Gilead. — Considerando que o Rei Demônio do Encarceramento nos deu esse aviso, na era atual, você nunca sabe quando Helmuth pode revelar suas intenções desprezíveis. Em tempos tão turbulentos, se um herói que enfrentou pessoalmente os Reis Demônios trezentos anos atrás adicionasse seu apoio—

— Ahehem… — Genos tossiu sem jeito.

Gilead voltou-se para Genos preocupado. 

— Lorde Genos? Há algo de errado? Você está se sentindo desconfortável…?

— É… Ahem… Não é nada. De repente eu tenho algo preso na minha garganta… Ahem… Às vezes eu só tenho essas tosses incontroláveis… — Genos fracamente tentou se desculpar.

Mas no momento em que Eugene olhou penetrantemente para Genos, ele rapidamente recuperou o controle de sua respiração.

— Quando será a Conferência de União? — Klein perguntou.

— Visto que Sua Majestade está demonstrando grande entusiasmo pela ideia, provavelmente receberemos a notícia dentro de um ano. — Revelou Gilead.

Klein suspirou. — Muito precipitado… Já que esse incidente também aconteceu, parece que ele planeja tornar público o fato de que a situação do clã Lionheart não é mais a mesma?

— Bem, não é um comportamento incomum para eles, não é? Ao longo dos anos, os sucessivos imperadores de Kiehl sempre quiseram provar que seus Cavaleiros Dragão Branco são superiores aos Leões Negros e aos Leões Brancos. Eles sempre quiseram tomar posse da força do clã Lionheart para si mesmos. — Disse Gilead com certa resignação.

— Parece que seremos forçados a mostrar-lhes uma aparência bastante patética e vergonhosa. Com o Leão Branco Imortal morto e seu sucessor, Dominic… — Incapaz de terminar a frase adequadamente, o novo Chefe do Conselho soltou um profundo suspiro. — A destruição da Lança Demoníaca e do Martelo da Aniquilação também terá um grande impacto em nosso prestígio.

— No entanto, a Senhora Carmen ainda está aqui, não está? Há também o Lorde Genos, e quanto à força dos Cavaleiros Leão Negro… — Gilead hesitou, sem saber como terminar.

Genos de forma pessimista avaliou. 

— Seria justo dizer que a força dos Leões Negros caiu pela metade em comparação com o nosso auge.

— Isso pode não ser necessariamente o caso. — Argumentou Klein enquanto dava tapinhas nos joelhos e levantava a cabeça. — Não temos a pessoa responsável por destruir a Lança Demoníaca e o Martelo da Aniquilação aqui conosco?

Todos os olhos dos anciãos se voltaram para Eugene. Ele piscou calmamente, depois coçou a bochecha e assentiu.

— Farei o melhor que puder. — Prometeu-lhes.

Talvez porque ele já os tivesse recusado antes, nenhum deles o pediu para se juntar aos Cavaleiros Leão Negro mais uma vez.

“Se essa Conferência de União for realizada em Ruhr, isso funciona bem para mim”, pensou Eugene.

Era um lugar que ele ainda precisava visitar em algum momento, mas como era tão longe, era um pouco complicado para ele ir sozinho. Mas se Moron ainda estivesse vivo… Então, como todos esperavam, ele definitivamente faria uma aparição na Conferência de União.

“A menos que sua personalidade tenha mudado significativamente nos últimos trezentos anos, quero dizer,” Eugene considerou cautelosamente.

Desde os velhos tempos, Moron sempre gostou de festejar e competir com os outros. Se um grande número de cavaleiros e outros guerreiros poderosos de países estrangeiros se reunissem no meio de seu reino, Moron certamente faria uma aparição, mesmo que fosse apenas para provar que ainda era o guerreiro mais forte e habilidoso.

“Se ele ainda estiver vivo”, Eugene suspirou silenciosamente.

Eugene lembrou-se de Moron e sua pobre compreensão da linguagem comum. Mesmo depois de vagar juntos por mais de dez anos, a maneira rude de falar dele nunca havia melhorado. Ele era simples e honesto, e mesmo tendo técnicas hábeis, ao invés de exibi-las, preferia desafiar seus inimigos de frente, confrontando-os em termos de força ao invés de habilidade.

Não importa a situação ou que tipo de inimigo eles encontravam, Moron sempre era o primeiro a atacar. Sempre que a batalha terminava, sendo ele o primeiro a se machucar, Moron prometia a eles que olharia para frente e pensaria antes de entrar em ação na próxima vez.

Todos confiavam nele, e essa fé nunca foi abalada.

Se fosse Moron, ele seria capaz de suportar. Com ele, poderiam superar isso. Se estivesse com eles, estariam tudo bem.

Embora Moron não fosse o único a quem essa confiança era dirigida. Hamel, Sienna, Moron, Anise e Vermouth, todos os cinco confiavam uns nos outros.

Por causa de sua confiança incondicional um no outro, eles foram capazes de avançar através da terrível escuridão de Helmuth.

Eles nunca se traíram, nunca fugiram sozinhos, e foi porque todos acreditavam que compartilhavam a mesma determinação de lutar que foram capazes de enfrentar os Reis Demônios sem duvidar um do outro.

“Moron”, Eugene pensou melancolicamente enquanto ponderava sobre sua complexa mistura de emoções.

Embora já tivesse passado tanto tempo desde a última vez que se viram, Eugene ainda conseguia se lembrar claramente da aparência e da voz dele como se tivessem acabado de se conhecer.

Não era apenas ele, mas Sienna, Anise e Vermouth também. Eugene ainda se lembrava vividamente de como todos lutaram juntos, carregando os mesmos objetivos e protegendo as costas uns dos outros.

“Eu simplesmente não consigo imaginar você parecendo velho ou fraco.”

Ao relembrar a aparência de seu velho amigo, Eugene cerrou os punhos com força.


No dia seguinte ao término da reunião, Eugene saiu para o portão de dobra em frente ao Castelo dos Leões Negros.

Como não havia mais razão para lá, ele estava ali para fazer um retorno antecipado à propriedade principal.

Ele tinha ouvido falar que os Inquisidores do Império Sagrado haviam retornado mais cedo naquela manhã. Eles não pediram a ninguém para se despedir deles e, ao contrário de quando chegaram, deixaram o castelo em silêncio.

“Eu deveria ter pedido a eles que transmitissem minhas saudações a Kristina”, Eugene pensou com pesar por alguns momentos, mas então percebeu que não havia necessidade de dizer algo tão sem sentido.

Atarax era bom em irritar as pessoas com sutileza, e Hemoria havia mostrado seus dentes afiados e bestiais para eles. Não importa o quanto Eugene pensasse sobre isso, nenhum deles parecia cordial o suficiente para fazer tal favor a Eugene.

— Parece que vou ter que ficar aqui no castelo até o final do mês. — Gilead falou com um sorriso irônico. — Precisamos garantir que este incidente seja tratado adequadamente, e também preciso visitar o túmulo do falecido, ex-chefe do Conselho.

Não era apenas o túmulo de Doynes. Eward havia massacrado toda a família do conde Bossar, incluindo Theonis. Seus funerais já haviam sido organizados e outro lorde havia sido nomeado para herdar o feudo do conde Bossar.

Klein e os outros anciãos já haviam abaixado a cabeça em desculpas para apaziguar os parentes enfurecidos dos Bossar. Mas separado deles, Gilead também precisava pedir desculpas. Ou pelo menos era assim que Gilead se sentia. Então primeiro precisava visitar o cemitério do clã Bossar e, uma vez que isso fosse resolvido, também precisava visitar a família do falecido Deacon que havia sido usado como sacrifício.

E depois disso? Precisava anunciar a abolição da Cerimônia de Continuação da Linhagem Sanguínea enquanto também lidava com as figuras influentes das linhagens colaterais que certamente visitariam o Castelo dos Leões Negros. Normalmente, tais reuniões seriam realizadas na propriedade principal, mas com o anúncio da abolição da tradição milenar e outras mudanças ocorrendo nas tradições de longa data do clã Lionheart, era natural que essas reuniões fossem realizadas no Castelo dos Leões Negros, onde os anciãos se colocariam à disposição.

— Acho que você não poderá voltar antes do fim do mês. — Opinou Eugene.

— Eu também sinto o mesmo. — Gilead concordou com um aceno de cabeça enquanto continuava a sorrir amargamente. — Não poderei voltar até o mês que vem, o mais tardar. Já que Cyan disse que permanecerá neste castelo comigo e continuará seu treinamento até lá… Vou deixar a propriedade principal em suas mãos até meu retorno.

— A Senhora Ancilla e a Senhora Carmen também estarão lá. — Eugene o assegurou.

— Você esqueceu de mencionar Gerhard. — Gilead disse em um lembrete.

Apenas para Eugene zombar. 

— Meu pai não vai ajudar muito, mesmo estando lá…

Ao ouvir Eugene fazer tal piada, Gilead forçou suas bochechas afundadas em um sorriso estranho. Vendo essa reação, Eugene sentiu que não fazia sentido fazer tal piada. O sorriso forçado de um homem doente, que parecia prestes a desmaiar a qualquer momento, parecia lamentável.

— Ciel também vai voltar para a propriedade principal em breve, não vai? — Eugene disse quando se virou para olhar para trás de Gilead, apenas para Ciel Lionheart colocar a cabeça para fora de uma parede do castelo e revirar os olhos para Eugene.

— Só vou voltar para continuar aprendendo com a Senhora Carmen. — Insistiu Ciel.

— Quem questionou isso? — Eugene simplesmente respondeu.

— Estou livre para voltar para minha casa sempre que quiser.

— Como eu disse, quem diabos questionou isso?

O tom de Ciel era um pouco petulante. Parte dela queria dizer a ele para esperar mais alguns dias para que pudessem voltar juntos, mas não podia. Ela havia decidido ficar no Castelo dos Leões Negros por mais um tempo, porque estava preocupada com o sofrimento que seu pai estava passando. Como Gilead provavelmente também precisaria de um assistente, Ciel estava pensando em acompanhar Gilead em sua visita ao cemitério da família Bossar e depois à família de Deacon também.

— Certifique-se de dizer à mamãe que meu irmão e eu estamos bem de saúde e não temos nenhum ferimento. — Ciel implorou relutantemente.

— Mhm… — Eugene grunhiu em resposta antes de se virar para olhar para Gilead. — Se isso é tudo, vejo você quando voltar para a propriedade principal, tio.

Ao ver Eugene aproximar-se dele com a mão estendida, Gilead deu um leve sorriso e disse: 

— Obrigado…

Gilead aceitou o aperto de mão de seu filho adotivo com quem não compartilhava uma gota de sangue. Parecia que foi ontem que ele adotou Eugene como seu filho adotivo, mas a mão que segurava não tinha nenhum vestígio daquele antigo jovem. Isso fez o coração de Gilead doer ainda mais.

Ele ainda conseguia se lembrar claramente de como era a mão de seu filho adotivo quando se conheceram, mas… Descobriu que não conseguia se lembrar claramente de como eram as mãos de seu filho mais velho, Eward. Dominado pela culpa e remorso, Gilead fechou os olhos.

“Tio…?” Ciel pensou, seus lábios se projetando em um beicinho.

Era óbvio a quem Eugene estava se referindo com esse título, mas por que Gilead agora era ‘tio’? A última vez que os dois se encontraram, ela tinha certeza de que Eugene havia prestado atenção ao limite entre eles e se referia a seu pai como ‘Sir Gilead’.

“Bem… Chamá-lo de tio… Não é tão ruim assim…” Ciel percebeu, pensativa.

— Me chame de irmã mais velha. — Ciel exigiu.

— Você começou a beber tão cedo? — Eugene perguntou.

Ciel argumentou: 

— Por que você não me chama de irmã mais velha quando pode chamar meu pai de ‘tio’?

— Não sei o que isso tem a ver. — Murmurou Eugene enquanto se virava.

O portão de dobra estava conectado desde antes, e Dyad, o capitão da Sexta Divisão encarregado de mantê-lo, estava lançando-lhe um olhar apressado.

— Tente ficar longe de problemas e faça uma massagem nos ombros do tio quando tiver tempo. — Eugene a aconselhou.

— Você está falando como um velho de novo. — Ciel resmungou.

Sem dizer mais nada, Eugene se dirigiu para o portão de dobra.

Uma vez que voltasse para a propriedade principal, a primeira coisa que ele precisaria fazer seria explicar completamente a situação para Ancilla e Carmen. Depois disso, teria que testar a Lança Demoníaca e o Martelo da Aniquilação na floresta onde os elfos agora viviam. E talvez durante esse processo, ele pudesse se esgueirar para a linha lei da propriedade por um tempo.

“Eles devem me perdoar por isso”, ponderou Eugene.

Depois de terminar a manutenção do Martelo da Aniquilação e da Lança Demoníaca, Eugene também precisaria começar a se preparar.

“Iris…” Eugene rolou o nome em sua cabeça.

Já era hora da princesa Rakshasa aparecer.

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Deus Maligno
Membro
Deus Maligno
2 meses atrás

E esse fetiche aí da Ciel? Gosta do MC e quer ver ele chamando ela de irmã mesmo assim.

Giovanne
Membro
Giovanne
3 meses atrás

Que merda ainda tem essa elfa negra que aparecer justamente quando os cara tão enfraquecidos

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