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Damn Reincarnation – Capítulo 169

Seu primeiro encontro (3)

Quando pediram emprestado o quintal do restaurante, o proprietário concordou prontamente. O lixo havia sido empilhado nos cantos e o chão estava coberto de ervas daninhas, mas ainda era largo o suficiente para um duelo.

Hamel e Vermouth ficaram de frente um para o outro. Hamel realmente não gostou da aparência calma de Vermouth, como se o herói não tivesse nada para ficar nervoso.

Vermouth era o Herói da Luz.

Hamel já tinha ouvido esse título muitas vezes antes, mas o que significava? Estalando a língua, Hamel tirou o manto.

Por baixo do manto, Hamel usava uma armadura de couro fino que não era muito pesada e não atrapalhava seus movimentos. Além disso, usava uma camisa de cota de malha que chegava aos cotovelos e tinha várias armas presas aqui e ali. Hamel tirou cada arma, colocou-as no chão e até tirou sua cota de malha.

— Quanto mais leve você acha que vai ficar apenas tirando isso? — Sienna, que estava assistindo com as costas na parede, comentou sarcasticamente com um sorriso malicioso.

De sua perspectiva como maga, tudo o que Hamel estava fazendo era grosseiro e ignorante. Se seu corpo e equipamento parecessem pesados, tudo o que Sienna precisava fazer era conjurar um feitiço para aliviá-los em vez de tirá-los.

— Você não pode simplesmente manter sua boca fechada por um momento? — Hamel reclamou.

— O que você acabou de dizer? — Sienna sibilou.

Hamel suspirou. 

— Além de você, ninguém mais parece estar me incomodando agora, então não é óbvio que estou falando com você?

Os olhos de Sienna se arregalaram com o sorriso malicioso que Hamel acabara de lançar para ela, e ela se virou para Vermouth para perguntar: 

— Vermouth, posso simplesmente lutar com ele em seu lugar?

— Sienna, foi você quem arranjou briga com ele primeiro, não foi? — Vermouth apontou.

— Por que importa quem arranjou briga primeiro? Eu só não gosto desse desgraçado, então quero bater nele. — Sienna exigiu.

— Você finalmente teve uma boa ideia. Sabia que, durante minhas andanças aqui e ali, tive que aturar muita gente me chamando de lixo? Quer saber por que isso aconteceu? Porque não hesitarei em bater em alguém, mesmo que seja a porra de uma mulher. Se você tiver confiança, suba aqui, vou enterrar esse seu rostinho bonito no chão e deixar você com uma cara horrível que só sua mãe aturaria. — Hamel ameaçou com uma expressão feroz.

Ele esperava que Sienna explodisse de raiva e atacasse, mas ela não reagiu da maneira que ele havia previsto, em vez disso, olhou para Hamel com os olhos arregalados. Então, depois de piscar algumas vezes, limpou a garganta e virou ligeiramente a cabeça para evitar o olhar dele.

Sienna gaguejou. 

— Bem… Hum… Isso é… Seu rosto também não é ruim, eu acho.

— O que você está dizendo de repente? — Hamel respondeu confuso.

— Não… Hum… Obrigada por me chamar de bonita. Apesar de sua aparência, parece que seus olhos são bastante… Bastante aguçados. Embora eu ache que você só estava apontando o óbvio. Como tal, eu escolho perdoá-lo. — Sienna declarou com orgulho.

“Ela bebeu um pouco mais cedo, mas será que já está bêbada?” Hamel pensou enquanto lançava outro olhar para Sienna.

Claro, Sienna não tinha realmente ficado bêbada com o vinho da taverna. Ela roubava secretamente goles da água benta de Anise todos os dias e, às vezes, treinava sua tolerância ao álcool bebendo com ela a noite toda. Portanto, não havia como ficar bêbada depois de apenas algumas taças de vinho.

Sienna não estava acostumada a receber elogios por sua aparência.

Isso não tinha como ser evitado, pois ela foi abandonada na floresta Samar e foi criada pelos elfos. Isso significava que a família e os vizinhos de Sienna eram todos membros de uma raça considerada a mais bonita do mundo. A beleza era algo que os elfos consideravam natural, então não havia razão para eles elogiarem a beleza uns dos outros.

“Como eu pensei, alguém como eu realmente é bonita, certo?” Sienna pensou consigo mesma enquanto limpava a garganta e inconscientemente acariciava seu rosto.

Ela conviveu com centenas de elfos desde que era jovem, então era difícil ter confiança em sua aparência.

— Quer ir primeiro? — Vermouth falou.

Vermouth estava parado ali casualmente, com as mãos vazias, pois ele nem havia desembainhado a espada. Para dizer tal coisa enquanto parecia tão relaxado, o rosto de Hamel não pôde deixar de se contorcer em uma carranca.

— Você não vai sacar a Espada Sagrada? — Perguntou Hamel.

— Você não é um homem demônio ou mesmo uma besta demoníaca. — Observou Vermouth.

— Então pode simplesmente desembainhar uma espada diferente. — Rosnou Hamel. — Se não for uma espada, então alguma outra arma.

Hamel relembrou todos os rumores que ouviu sobre aquele homem. A habilidade de Vermouth Lionheart em magia atingiu um nível alto o suficiente para que ele também pudesse ser comparado a um arquimago. Ele era o mestre da Espada Sagrada, mas podia até empunhar várias armas além dela, e mantinha essas armas em um subespaço criado por sua magia espacial.

— Hmmm. — Vermouth murmurou pensativo por alguns segundos antes de estender a mão.

Em resposta ao seu gesto, o espaço à sua frente pareceu vacilar e o punho de uma espada de repente se projetou do nada.

Mas era apenas uma espada comum. Hamel não conseguia sentir nada suspeito saindo dele, e sua aparência também não era nada notável. Era apenas uma espada longa e reta.

Tuum.

Hamel cerrou os dentes e baixou a postura. Durante a hesitação momentânea de Vermouth, Hamel finalmente pôde dizer o que exatamente o estava incomodando na atitude do homem.

Vermouth parecia sentir que nem precisava de uma arma. O homem tinha tanta confiança, mas ainda desembainhou uma espada por consideração ao seu oponente.

“Que gentil da parte dele”, Hamel pensou com desdém.

Ele era o herói amado por todos. Claro que teria tanta confiança. Mas dito isso, Hamel não se deixou intimidar.

A manipulação de mana que Vermouth havia mostrado antes era realmente incrível. Era impossível para Hamel administrar manipulações tão elaboradas de mana enquanto visava um espaço tão distante de seu próprio corpo.

No entanto, se o alvo da manipulação de mana estivesse dentro de seu próprio corpo, Hamel ainda mantinha a confiança.

Mana fluiu de seu núcleo e se espalhou por todo seu corpo em um instante. No mesmo momento, Hamel já havia chutado o chão e avançado para o alcance de Vermouth.

Ohoh”, Sienna pensou enquanto seus olhos brilhavam.

Naquele instante, a jovem Arquimaga notou o quão explosivamente Hamel havia acelerado a mana sob seu controle, e percebeu que sua sofisticada manipulação de mana estava longe de ser tão grosseira quanto ela esperava.

“Sua quantidade total de mana não é tão impressionante. Também não é tão pura. E apenas mobilizando essa quantidade de mana, seu núcleo já está sendo levado ao limite”, criticou Sienna.

O que isso significava era claro. A escritura de treinamento de mana de Hamel certamente era de má qualidade. Sienna não sabia quando diabos ele havia começado a treinar sua mana, mas era óbvio que a escritura de treinamento de mana desse mercenário não era tão refinada quanto às habilidades que ele havia desenvolvido pessoalmente.

“Mas como poderia ter alcançado este nível… Com um núcleo tão mal desenvolvido?” Sienna se maravilhou.

Não importava o quão duro Hamel tivesse treinado com sua escritura de treinamento de merda, ele ainda deveria ter terminado com uma classe de merda um pouco melhor. No entanto… Sienna não conseguia pensar na manipulação de mana desse mercenário como mero lixo. Ele pode ser apenas um mercenário, mas sua manipulação e controle de mana eram mais suaves do que qualquer outro cavaleiro que ela tinha visto até agora.

Anise também começou a se concentrar enquanto olhava para o confronto entre Hamel e Vermouth. Ela agora podia entender por que Vermouth insistiu teimosamente em aceitar Hamel como seu companheiro.

“Ele tem potencial,” Anise murmurou para si mesma.

O potencial de Hamel era diferente do de Sienna, Anise e Moron. Ele era apenas um mercenário que nunca recebeu instrução adequada. Mas se treinou lentamente para chegar onde estava agora, passando por incontáveis campos de batalha e sobrevivendo a todos eles.

O fluxo de sua mana era irregular, mas ele ainda conseguia sintonizar aquela corrente turva apenas com seus sentidos inatos e se concentrava exclusivamente em acelerar seus movimentos em vez de fortalecer sua espada de força.

Mas e se alguém pudesse corrigir essa imperfeição para ele?

Hamel torceu o corpo violentamente enquanto brandia a espada. Seu golpe atingiu o lado de Vermouth. Mas no momento em que seu ataque se aproximou, sua espada tremeu. Um corte se dividiu em dezenas de cortes que avançaram simultaneamente para cortar o corpo de Vermouth em pedaços.

O corpo de Vermouth finalmente começou a se mover em resposta a esses cortes. Sua espada fluiu tão suavemente quanto a água ao se aproximar da espada de Hamel.

Claaang!

Quando a mana deles colidiu uma com a outra, uma explosão de som foi produzida.

A mana de Hamel recuou. Depois de apenas um confronto, sua espada de força foi destruída em um único momento. Hamel apertou a força de volta em suas mãos latejantes e agarrou sua mana, que estava uma bagunça com a reação. Então levantou sua espada de força mais uma vez. A lâmina de mana que voltou para cobrir sua espada imediatamente passou por uma conversão.

A lâmina explodiu em chamas. Então, como se a espada tivesse sido mergulhada em óleo, essas chamas instantaneamente cresceram e tentaram engolir Vermouth.

No momento em que viu isso, Sienna balançou a cabeça e pensou: ‘Acabou’.

Anise também soltou um suspiro curto. Ela então preparou um feitiço de recuperação apenas no caso de algumas circunstâncias imprevistas.

Quanto a Moron, ele apenas ficou lá com seus grandes olhos bem abertos, assistindo até o fim.

“Minhas chamas?” Hamel percebeu que algo estava errado.

Sua extrema concentração alongou sua percepção do tempo.

Ele foi forçado a assistir enquanto chamas brancas e puras envolviam o corpo de Vermouth. Brasas se espalharam dos ombros dele como a juba de um leão. A espada do homem nem se moveu, mas as chamas brancas puras que invocou consumiram o fogo de Hamel.

Este era o fim?

Hamel agarrou-se desesperadamente à sua consciência. Não houve nem mesmo uma reação de mana. Em vez disso, toda a mana que derramou nas chamas desapareceu. Mesmo assim, Hamel forçou seu corpo a se mover. Ele passou por centenas de campos de batalha, sobreviveu a vários confrontos com a morte e superou inúmeros desafios. Seu corpo, que estivera com Hamel em todas essas lutas, resistiu à derrota inevitável.

Ele ainda tinha uma adaga escondida sob a manga da camiseta. Se não pudesse vencer com uma espada, então Hamel estava planejando desesperadamente chegar perto e esfaquear Vermouth na lateral, mas…

Boooom!

Uma parede de chamas varreu o chão em sua direção, e Hamel foi jogado para trás pelo impacto. Incapaz de conter a queda, Hamel caiu de cara no chão.

— Isso não foi… Um pouco duro demais? — Sienna murmurou com um aceno de cabeça.

Ela deveria lançar um feitiço de cura? Anise considerou a questão por um momento antes de abaixar a mão estendida.

Anise justificou sua decisão. 

— Se Vermouth não mostrar a diferença clara que existe entre eles, aquele mercenário tentará de novo e de novo.

— Incrível! — Moron gritou em voz alta.

Sienna e Anise se viraram para olhar para o grandão, assustadas com o grito alto que irrompeu ao lado delas.

Moron continuou gritando: 

— Esse espírito de não desistir até o fim, ele é mesmo um guerreiro!

Antes de ser levado pela onda de chamas que se aproximava, Moron viu Hamel lançar sua adaga. Vermouth estava confiante em sua vitória e não esperava que aquela minúscula adaga perfurasse as chamas e fosse voando para ele.

Mas, na realidade, aquela adaga não causou nenhum dano ao corpo de Vermouth. No entanto, conseguiu roçar levemente a manga dele antes de queimar completamente em cinzas.

Então olhou espantado para a marca em sua manga. E pensar que Hamel seria realmente capaz de acertar um golpe nele. Embora não houvesse nenhum ferimento deixado em seu corpo, o fato de seu oponente poder deixar um corte na bainha de sua manga, mesmo quando havia uma grande diferença entre eles, foi o suficiente para surpreender Vermouth.

Mas tal surpresa só o fez rir por um momento antes de se dirigir ao caído Hamel. 

— .Parece que eu sou mais forte do que você.

Com um leve sorriso no rosto, Vermouth se aproximou de Hamel e estendeu a mão.

O rosto de Hamel doía. Seu nariz parecia ter sido quebrado e o interior de sua boca estava cheio de sujeira. Seu corpo, atingido pelas chamas, também gritava em protesto.

Hamel havia perdido. Não havia desculpas que ele pudesse dar para uma derrota tão esmagadora. Nem sabia quando havia perdido tão completamente. Poderia uma pessoa como Vermouth realmente existir neste mundo? Como poderia ser possível?

— Cale a boca. — Rosnou Hamel.

O resultado do duelo não mudaria, mesmo que lutassem mais uma vez. No entanto, Hamel não podia simplesmente admitir a derrota. Agarrando-se à sua consciência atordoada, Hamel olhou para o homem.

Olhando para seus cabelos grisalhos e olhos dourados, o maldito estava parado na frente de Hamel, ainda vestido com suas chamas brancas.

Vermouth estendeu a mão para ele… O quê? Esse cara estava oferecendo um aperto de mão? Em vez de aceitar o aperto de mão, Hamel levantou a mão e agarrou seu nariz.

Crack!

Torcendo o nariz, Hamel segurou-o no lugar até que o sangramento nasal parasse.

Olhando para a espada em sua mão direita… A lâmina havia sumido. Aquela chama branca quebrou sua espada em pedaços. A mana era realmente capaz de explodir instantaneamente uma espada em pedaços assim? Não, não era apenas a mana. Na verdade, começou desde a primeira vez que suas espadas colidiram umas contra as outras. Vermouth tinha visto através das técnicas de espada de Hamel um momento antes de suas lâminas se encontrarem e usou isso para destruir a lâmina dele.

Vermouth estava em um nível diferente.

Hamel não era um idiota. Ele sabia que haveria uma diferença enorme entre ele e Vermouth. Mesmo que lutassem centenas ou mesmo milhares de vezes, Hamel não tinha confiança em vencê-lo nenhuma vez.

Mas Hamel se recusou a aceitar essa verdade. Parecia que no momento em que aceitasse isso, também teria que admitir que nunca seria capaz de derrotar aquele homem.

— Porra… De novo. Vamos lutar de novo. Eu não perdi…! — Hamel rosnou.

Hamel odiava perder. A derrota pode ter sido familiar para ele desde tenra idade, mas ainda era uma coisa nojenta e desagradável com a qual ele se recusava a se acostumar, não importava quantas vezes tivesse acontecido.

Ele havia perdido tudo muito jovem e começou a viver como mercenário. Ao longo desse tempo, Hamel melhorou na luta para sobreviver. Ele não era um bom lutador desde o início. Hamel havia sofrido inúmeras derrotas, então, em algum momento, as vitórias começaram a superar suas derrotas.

Hamel não podia permitir se acostumar a perder. Desde jovem, Hamel seguia cegamente esse objetivo.

— Se você não pode aceitar, tudo bem. — Vermouth concordou com um aceno de cabeça enquanto retirava a mão.

Ele então deu alguns passos para trás enquanto continuava a olhar para Hamel. O mercenário largou a espada quebrada no chão e cerrou os punhos. Se uma espada não funcionasse… Então talvez pudesse usar os punhos? Hamel estava confiante em sua luta de punhos. Mesmo antes de se tornar um mercenário, ele frequentemente lutava boxe com as outras crianças de sua aldeia e, depois de se tornar um mercenário, ele balançava os punhos com mais frequência.

Até agora, Hamel sempre se considerou um gênio. Ele tinha talento suficiente para fazer sentido para ele. Desde jovem, nunca sentiu nenhuma dificuldade real quando se tratava de aprender coisas novas, e suas habilidades também melhoravam mais rápido do que o resto.

Mesmo depois de se tornar um mercenário, sua confiança em si mesmo não mudou. Pelo contrário, ele construiu confiança em si mesmo, o que reforçou sua própria autoconfiança.

Nunca vi um pirralho tão bom com uma faca quanto você.

Você acabou de dizer que já pode sentir mana?

Essa espada é luz? Isso é impossível!

Todos os mercenários que conheceram o jovem Hamel ficaram chocados com ele. Alguns deles ficaram com inveja do talento de Hamel e até tentaram aleijá-lo por isso. Quando se tratava da inveja que acompanha os gênios, Hamel sempre esteve do lado dos invejados.

Embora tenha se familiarizado com os gritos de choque vindos de seu entorno… Assim como as pessoas o chamando de gênio, Hamel não se permitiu tornar-se complacente em sua arrogância. Ele não deixou de trabalhar duro e treinar.

Foi assim que conseguiu cultivar tal nível de habilidade.

Mas seu oponente era o herói Vermouth Lionheart. Então, só fazia sentido para ele perder. A verdade é que ter qualquer expectativa de vitória em primeiro lugar era a coisa mais absurda.

No entanto, Hamel não podia se permitir perder assim. Mesmo sem ter conseguido acertar um ataque adequado em Vermouth, ele não podia se permitir admitir a derrota, mesmo sentindo essa diferença avassaladora em suas habilidades. Mesmo que não fosse uma luta de igual para igual, pelo menos tinha que haver uma troca de golpes. Mesmo que isso significasse lutar centenas ou milhares de vezes, Hamel tinha que acreditar que seria capaz de vencer pelo menos uma ou duas vezes.

— Ei… — Hamel acabou chamando.

Agora, ele nem tinha forças para levantar o corpo do chão.

Eles já haviam lutado duas vezes e Hamel havia perdido as duas vezes. Não conseguiu nem encostar na bainha das roupas de Vermouth como fizera na primeira partida. Não foi apenas por causa daquelas chamas brancas puras. Hamel também foi completamente derrotado quando competiu apenas com seus corpos. Nenhuma das técnicas em que Hamel tinha tanta confiança fizeram efeito em Vermouth.

Hamel continuou. 

— Sou muito mais fraco que você. Então, por que quer que eu me torne seu companheiro?

Hamel sentiu que não havia nenhuma razão para que ele pudesse aceitar esta oferta. Tendo lutado tanto, ele percebeu o tamanho da diferença entre eles. Mesmo que se tornasse um dos companheiros de Vermouth, estava claro que ele seria apenas um fardo segurando seus tornozelos.

Hamel não sabia usar magia e, claro, também não sabia usar magia sagrada. Ele também não era tão bárbaro quanto Moron.

Era por isso que ele definitivamente não podia aceitar.

Era porque ele era forte? Não, Hamel era fraco comparado a eles. Era porque ele era um gênio? Obviamente não. Então, o que exatamente eles queriam dele? Por que esse desgraçado monstruoso veio à procura de Hamel para convidá-lo a se tornar seu companheiro e até se dispôs a lutar contra Hamel três vezes?

— Porque preciso de você. — Declarou Vermouth.

Mas a resposta de Vermouth soou como uma piada para ele.

— É por isso que estou perguntando por que diabos você precisa de mim…?! Você é obviamente mais forte do que eu! — Hamel soltou um rugido quando bateu com o punho no chão.

Ele havia perdido. Nunca teve nenhuma chance de ganhar. Depois de ser derrotado por Vermouth em todas as três lutas, tudo o que Hamel podia sentir era raiva de si mesmo.

— Se eu ganhasse, você se tornaria meu camarada. Não é isso que você prometeu? — Vermouth o lembrou.

— Mas eu simplesmente não consigo entender! Se você dissesse a eles que os queria como camaradas, não haveria apenas um ou dois malditos fortes que ficariam lisonjeados com a oferta. Então, por que diabos você viria até mim com isso?! — Hamel exigiu enquanto levantava a cabeça para olhar para Vermouth.

Em vez de responder imediatamente, Vermouth olhou para Hamel com olhos calmos. Diante daquele olhar, Hamel inconscientemente engoliu em seco. Aqueles olhos dourados brilhantes eram inabalavelmente calmos, mas também eram tão intensos que era como se pudessem penetrar em tudo o que viam e revelar a verdade escondida dentro de seu coração.

— Você é o último. — Os lábios de Vermouth se abriram. — Então vamos lá juntos, Hamel.

Vermouth ofereceu a mão a Hamel mais uma vez, mas Hamel não agarrou a mão imediatamente.

Como havia perdido, tudo o que precisava fazer era seguir Vermouth. Se pudesse pensar assim, então Hamel ficaria mais à vontade, mas ele precisava de um motivo diferente para concordar em ir com o herói.

— Seu maldito podre. — Hamel xingou.

Recolhendo os pedaços estilhaçados de seu orgulho, Hamel se recompôs. Ele então aceitou firmemente o fato de que não era um gênio. Depois de fazer isso, Hamel olhou para Vermouth.

— Você… O que está planejando fazer? — Hamel perguntou.

— Vamos atravessar o mar e viajar para Helmuth. — Respondeu Vermouth.

— Nenhum dos navios deste porto está disposto a navegar para Helmuth.

— Se eu disser que vou com eles, eles zarpam.

Vermouth provavelmente estava certo. Hamel soltou uma risada vazia com isso. Nenhum dos navios mercantes estava disposto a navegar para Helmuth, porque o mar que ficava no meio era muito perigoso. Abaixo da linha do mar, as águas estavam cheias de monstros violentos e bestas demoníacas, e acima da linha do mar, magos negros e mortos-vivos navegavam nas águas em seus navios fantasmas.

Se houvesse uma força de escolta suficiente, os navios poderiam estar dispostos a partir, mas uma grande batalha havia sido travada nesta cidade apenas alguns dias antes. Os únicos ainda cheios de energia eram os desajeitados jovens cavaleiros que haviam acabado de ser promovidos para preencher os espaços vazios deixados pelos mortos. Entre os cavaleiros e mercenários sobreviventes, o único que se ofereceu para ir para o lugar infernal que era Helmuth foi Hamel.

No entanto, se Vermouth e seus companheiros dissessem que iriam embarcar para lá, todos os cavaleiros cegos pela lenda do poderoso herói certamente se reuniriam para embarcar no mesmo navio. Mesmo desconsiderando seus números, os navios mercantes estariam dispostos a zarpar para Helmuth, desde que Vermouth concordasse em embarcar em seu navio.

— E o que… Você pretende fazer em Helmuth? — Hamel continuou.

— Nós vamos matar os Reis Demônios. — Vermouth respondeu sem hesitar. — Primeiro, vamos matar o Rei Demônio da Carnificina. Então mataremos o Rei Demônio da Crueldade e, depois disso, mataremos o Rei Demônio da Fúria. Depois de matarmos o Rei Demônio do Encarceramento, tudo o que resta é matar o Rei Demônio da Destruição.

Vermouth ainda não havia retirado a mão.

— A fim de matar os Reis Demônios, precisamos de sua força. — Vermouth solicitou sinceramente. — Hamel Dynas, sem você, eu… Não, nós não seremos capazes de matar todos os Reis Demônios.

Parecia absurdo. Vermouth realmente acabou de dizer que iria matar todos os Reis Demônios? Como o herói escolhido pela Espada Sagrada, parecia plausível, mas o que diabos Vermouth quis dizer ao dizer que não seria capaz de matar os Reis Demônios sem Hamel?

— Se for esse o caso, então não há como evitar. — Hamel cedeu com um suspiro.

Vermouth estava apenas acalmando os sentimentos doloridos de um perdedor? Provavelmente foi esse o caso.

Mas ele realmente tinha algum motivo para fazer isso?

Hamel não queria perder mais tempo pensando nisso. Quanto mais pensava, mais sua cabeça doía.

— Bem, eu só estava procurando uma maneira de atravessar o mar. — Hamel admitiu como desculpa para pegar a mão de Vermouth.

— Que fingimento orgulhoso. — Sienna, que ainda estava encostada na parede, cuspiu com uma voz chamativa.

Ao lado dela, Moron olhava para Vermouth e Hamel com grossas correntes de lágrimas escorrendo de seus olhos.

Então, com os braços bem abertos, Moron aproximou-se de Vermouth e Hamel para dizer: 

— Guerreiros em caminhos diferentes agora se uniram para trabalhar com o mesmo propósito! Agora que somos companheiros, podemos ter nascido em dias diferentes, mas o dia em que atingirmos nosso objetivo final será o mesmo!

Enquanto derramava lágrimas de sangue quente, Moron abraçou Hamel e Vermouth.

— Você terminou? — Anise perguntou enquanto levantava seu frasco vazio de água benta e o virava de cabeça para baixo sobre a boca para derramar as últimas gotas restantes da água. — Hamel, por termos que lidar com sua teimosia, não pude realizar nosso culto noturno. Como você vai assumir a responsabilidade por isso?

— O que você espera que eu faça sobre isso? — Hamel perguntou rabugento.

— Permita-me esclarecê-lo. Anise gosta de beber. Você sabe o que isso significa, certo? Ela quer que você compre algo para ela beber. — Sienna aconselhou Hamel com uma risadinha enquanto acenava com o dedo.

Uma rajada de vento soprou a poeira agarrada ao corpo de Hamel.

— Hmm, já que estamos dando as boas-vindas a um novo companheiro hoje… Então até Deus deveria me perdoar por faltar ao culto de hoje. — Anise confirmou a sugestão de Sienna.

Hamel olhou para as duas mulheres com cautela. 

— O que… Há com vocês duas? Por que está agindo tão amigável de repente? Não disse que me odiava e que eu era um merda?

— Hamel, eu nunca disse que te odiava ou te achava um merda. Se eu tivesse que dizer isso, poderia admitir que você é um idiota, mas existe alguém neste mundo que pode realmente jurar amar todos os outros que existem? Enquanto você for humano, ainda pode pensar que outra pessoa é um idiota; e como santa, não sou exceção a isso. — Confessou Anise enquanto olhava para Hamel com os olhos semicerrados. — Como tal, enquanto as pessoas ainda podem pensar umas nas outras como idiotas e ligeiramente agir como idiotas umas com as outras, ainda precisamos nos dar bem e nos entendermos. Quanto a nós em particular, já que teremos que lutar juntos a partir de agora, colocando nossas vidas nas mãos um do outro, devemos nos conhecer ainda mais profundamente do que em um relacionamento comum.

— Uh… Tudo bem. — Hamel gaguejou, dominado pelo sermão.

— E nada como beber juntos para se conhecerem. A razão pela qual o álcool existe é que, ao intoxicar as pessoas, permite que elas revelem seu verdadeiro eu sem qualquer engano; assim, bebendo juntos, podemos nos entender mais profundamente. É por isso que o álcool é na verdade água benta. — Concluiu Anise.

— É por isso que você deve comprar uma bebida cara e de boa qualidade. — Acrescentou Sienna, prestativa.

— Ou então, será que você não quer beber com a gente? Você preferia quando não gostávamos de você antes? — Anise acusou.

Hamel se defendeu: 

— Só é suspeito que a atitude de vocês tenha mudado tão rapidamente.

— Pensávamos que você era apenas um desleixado sem nenhuma habilidade que ganhava a vida falando alto, mas vendo você lutar contra Vermouth, passamos a apreciá-lo. — Admitiu Anise honestamente.

— Sua persistência também é muito boa. — Elogiou Sienna.

Moron entrou na conversa: 

— Seus olhos que queimaram até o fim eram realmente adequados para um guerreiro.

Que caras estranhos. Hamel pensou enquanto se libertava dos braços de Moron.

— Você também gosta de beber? — Hamel perguntou incerto, olhando para Vermouth.

Algo parecia ter divertido Vermouth, já que ele manteve o sorriso de antes.

— Não desgosto. — Respondeu.

— Essa é uma resposta bastante ambígua. — Reclamou Hamel.

Anise explicou: 

— Embora tenha falado assim, Sir Vermouth nunca recusou uma bebida.

— Se é esse o caso, vamos tomar uns drinques. — Disse Hamel, lembrando-se do que Vermouth havia dito antes.

Você já comeu?

Então vamos fazer uma refeição juntos.

Então, assim como Vermouth, ele se virou e começou a liderar o caminho a seguir.

“Aquele maldito, ele não vai chutar uma pedra em mim, vai?”

Hamel de repente ficou preocupado com a possibilidade de uma pedra cair na parte de trás de sua cabeça, mas Vermouth não chutou uma pedra de repente contra ele como Hamel havia feito antes.

— Hahaha.

Em vez disso, o som de uma risada soou atrás dele.

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Velgrynd
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Velgrynd
20 dias atrás

vermouth sabia de coisas…

Flavin
Membro
Flavin
3 meses atrás

E surpreendente que o vermouth o qual quase nunca sorria nesse mini arco de recrutamento do hamel ele sorriu bastante certeza que a anime e a Sienna foram as que ficaram mais surpreendidas MT bom akakkakkKKkKak

Giovanne
Membro
Giovanne
3 meses atrás

Bom demais achei foda o hamel ser reconhecido por realmente ser talentoso e forte mas só ter passado por muito desgraça e ter pego coisas de má qualidade

Saefel
Membro
Saefel
4 meses atrás

Divertido, ao menos tá explicado como a Siena acabou caindo na teia do hamel, ela é fraca com elogios

leo
Visitante
leo
1 ano atrás

foi legal ver esse primeiro encontro

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