Lá estava um homem gigante. Os patrulheiros de Lehainjar e Aman Ruhr, o Rei Besta, tinham bem mais de dois metros, mas o homem que se elevava no topo do penhasco parecia ser uma cabeça mais alta do que eles.
Ele usava pele sobre os ombros, embora fosse difícil dizer se já havia pertencido a um animal ou a um monstro. Além disso, seu braço esquerdo estava coberto com o que parecia ser uma braçadeira feita de um material desconhecido, e essa era toda a armadura que ele tinha. Mesmo em um clima tão severo e gelado, o homem estava sem roupas grossas de inverno, e seu peito grande e firme e os músculos dos braços estavam expostos.
No entanto, apesar do clima frio, ele parecia completamente imperturbável, sua respiração vindo lenta e constante, embora seu peito estivesse nu. Seus músculos grossos e enormes faziam o homem parecer ainda mais alto e maior do que já era.
O homem também tinha um machado pendurado no ombro; em termos de aparência, a arma robusta lembrava um machado de lenhador. Além disso, parecia grande o suficiente para derrubar uma árvore gigante com um golpe. De fato, o homem havia decapitado a cabeça do Nur, um monstro gigante, com um único golpe, e não restou uma única gota de sangue manchando sua lâmina.
O vento espalhava o cabelo do homem na frente de seu rosto, e seu olhar desceu lentamente através da cortina de cabelo. Não havia como Eugene e Anise deixarem de reconhecer o homem: Moron Ruhr. Embora ele adornasse uma barba desgrenhada, ao contrário de trezentos anos atrás, isso não importava. Mesmo que Moron deixasse crescer a barba, ele ainda era Moron.
Pelo menos, é assim que deveria ser.
Eugene e Anise ficaram paralisados por um momento.
Os dois ficaram parados no mesmo lugar, olhando para ele. Embora Eugene tenha chamado seu nome, ele não conseguiu fazer mais nada. Seria porque Moron era mais alto do que trezentos anos atrás? Ou era porque ele estava cada vez maior? Foi porque ele estava cobrindo o braço esquerdo com uma estranha braçadeira, ou porque tinha uma barba desgrenhada? Mesmo assim, Moron ainda era Moron, certo?
Eugene e Anise viram os olhos que os observavam. Os olhos pertencentes a seu velho amigo eram frios e não continham nenhuma emoção. Era quase impossível pensar que aqueles olhos pertenciam a Moron. Foi porque ele não ouviu Eugene chamar seu nome? Era definitivamente possível, já que Eugene mal havia gritado alto o suficiente devido ao seu imenso choque.
Eugene não conseguia entender o porquê Moron estava exalando tal atmosfera. Eugene talvez pudesse entender se ele fosse o único ali, já que não seria estranho para Moron desconfiar de estranhos desconhecidos. No entanto, Eugene não estava sozinho. Ele estava com Kristina, que se parecia exatamente com Anise. Mesmo que Moron não reconhecesse Eugene como a reencarnação de Hamel, ele não poderia deixar de reconhecer Kristina, ou melhor, Anise. Para começar, Anise estava abrindo todas as suas oito asas.
“Ei, Moron,” Eugene chamou mais uma vez depois de saciar suas emoções. Havia muitas coisas que ele não conseguia entender.
Ele não tinha certeza se aquele monstro era o Nur, objeto do aviso dos patrulheiros e protagonista das antigas lendas dos Bayar. O que Eugene e Anise sentiram do monstro foi a mesma sensação sinistra e repulsiva que sentiram do Rei Demônio da Destruição, e também não foi uma simples ilusão. Eles sentiram a ominosidade visceral até os ossos, e era algo que eles sentiram apenas do Rei Demônio da Destruição entre todos os Reis Demônios e demônios que encontraram. Claro, essa sensação não era tão forte em comparação com a do Rei Demônio da Destruição, mas o monstro evocou com sucesso a memória de trezentos anos atrás apenas com sua presença.
Eugene não conseguia entender por que tal monstro estava nesta montanha e por que Moron estava ali depois de entrar em reclusão cem anos atrás. Havia tanta coisa que ele não entendia.
— Seu idiota. — Suspirou Eugene.
Mas, verdade seja dita, o que essas coisas importavam? Seu companheiro de trezentos anos atrás estava vivo e bem. Ele não sabia o que Moron havia experimentado, mas parecia muito bem em pé no penhasco. Ele não forjou sua própria morte como Vermouth, nem foi selado com um buraco no peito como Sienna, ou se matou como Anise.
Então Eugene chutou o chão e saltou alto. O penhasco era alto, mas Eugene conseguiu chegar ao fim com um único salto. O olhar de Moron o seguiu para cima, e seus olhares se encontraram no ar. Mas o que Eugene viu foram olhos frios e distantes.
Eugene não se lembrava dos olhos de Moron assim. Eles eram monótonos e turvos, como se tivesse sido desgastado e destruído pelos trezentos anos que experimentou, e Eugene não pôde deixar de se perguntar o que ele havia passado nos últimos trezentos anos após a morte de Hamel. Ele parecia cansado e exausto, assim como Vermouth apareceu na cadeira na Sala Escura dos Lionheart.
Eugene estava prestes a pisar no penhasco quando Moron balançou a cabeça e, pouco antes de pousar, ele acenou com a mão. Embora fosse um aceno suave de sua mão, causou uma forte rajada de vento como uma tempestade. A neve que cobria o penhasco subiu sob a enorme pressão e se espalhou. Não esperando esse desenvolvimento, Eugene foi imediatamente jogado para trás, nunca tendo imaginado que Moron o afastaria. Ele foi levado de volta a uma boa distância pelo vento.
— Ei! — Eugene gritou. Ele ficou pasmo e imediatamente deu ordens aos espíritos do vento e se conteve. Então, avançou com uma rajada de vento ainda mais forte e se aproximou do penhasco.
— Volte. — Os lábios centrados entre a barba desgrenhada se separaram, e Moron continuou enquanto olhava diretamente para o rosto de Eugene. — Hamel.
Parecia que Moron reconheceu Eugene, embora parecesse completamente diferente de sua vida passada. Foi por causa de como Eugene se dirigiu a ele?
‘Volte’? A expressão de Eugene se contorceu de aborrecimento. Ele se reuniu com Moron depois de trezentos anos, depois de escalar aquela maldita montanha. Havia tanta coisa que ele queria perguntar a Moron, mas o idiota estava dizendo para ele voltar?
— Vai se foder. — Eugene não tinha intenção de cumprir as palavras de Moron. Eugene mais uma vez desceu ao penhasco depois de retornar, e a barba de Moron se contorceu enquanto ele sorria. Então levantou o machado acima do ombro, o agarrou com uma mão antes de girá-lo no ar.
O ataque não continha absolutamente nenhuma hostilidade, mas criou uma força tremenda que era impossível resistir pela frente. Eugene reflexivamente agarrou Winith de dentro de seu manto e chamou o vento de Tempest.
Kwaaaaah!
Uma tempestade surgiu atrás da trajetória de Winith Mesmo que a espada e o machado nunca tenham se chocado diretamente, a força total de seus golpes colidiu no ar. Eugene percebeu imediatamente a enorme diferença em seu poder, embora tivesse certeza de que ambos haviam balançado sem nenhuma preparação. A força bruta de Moron era extremamente poderosa, assim como trezentos anos atrás. Embora seus olhos e aparência tivessem sofrido todo o impacto da passagem do tempo, a força contida em seus músculos grosseiramente grandes não havia desaparecido.
“Não, na verdade, ele é ainda mais forte do que trezentos anos atrás…”
O choque das tempestades desabou e Eugene foi jogado para trás. O poder contido na força que o empurrava para trás era enorme, e Eugene não poderia dizer o quão longe ele seria lançado voando se não resistisse. Como tal, Eugene mais uma vez chamou o vento e parou no ar, então desceu.
— Aquele imbecil. — Cuspiu Eugene enquanto empurrava contra a nevasca. Ele viu as costas de Anise quando voltou para o fundo do penhasco. Ela estava de pé no lugar depois de invocar suas oito asas.
— Anise, você está bem? — Eugene perguntou.
— Estou bem. — Respondeu ela sem olhar para trás. Em vez disso, levantou lentamente o dedo para onde seu olhar estava direcionado — o topo do penhasco. Eugene fez o mesmo e olhou para o penhasco mais uma vez.
— Para onde foi aquele idiota? — Eugene perguntou com uma carranca profunda. Ele não podia ver Moron ou o cadáver do monstro.
Anise deu de ombros e olhou para trás.
— Não sei. Ele desapareceu de repente na tempestade de neve.
— Aquele idiota sumiu com o cadáver estupidamente grande? O que, ele agarrou o cadáver e pulou para longe? — Perguntou Eugene.
— Não. Embora eu não saiba muito sobre magia, Moron desapareceu com o corpo como se fosse magia. Eles desapareceram em um piscar de olhos. — Disse Anise.
— Vou dar uma olhada. — Resmungou Eugene, aproximando-se de Anise.
— Já guardei minhas asas. — Disse Anise.
— Bem, você pode invocá-las novamente. E desde quando você precisa invocar as asas para voar? Eu sei que você pode fazer isso sem suas asas. Ou pode simplesmente pular. Você pode pular bastante, não pode? — Eugene continuou com seus resmungos.
Embora o penhasco fosse relativamente alto, Eugene não tinha dúvidas de que Anise era mais do que capaz de pular até o topo.
— Kristina carece de habilidades físicas. E eu preciso que minhas asas pareçam sagradas, não é? — Respondeu Anise.
— Não é como se alguém estivesse assistindo agora.
— Oh, verdade. Acho que somos só você e eu agora, Hamel. — Disse Anise com um sorriso.
Kristina teria gritado de vergonha se estivesse acordada, mas, infelizmente, ela ainda estava inconsciente dentro de sua mente. Anise esperava que Eugene corasse de vergonha, mas ele parecia indiferente. Em primeiro lugar, Eugene não ficou envergonhado com o que disse durante os fogos de artifício, então por que se sentiria envergonhado agora?
— Então acho que não há como evitar. — Eugene disse antes de dar passos gigantescos até Anise. Depois de parar na frente dela, ele de repente colocou a mão em sua cintura.
O cérebro de Anise entrou em curto-circuito pela ação repentina e inesperada de Eugene. No entanto, ele a trouxe para seus braços e a carregou sem se importar com o quanto ela havia enrijecido.
— Fique quieta. — Disse Eugene.
Foi uma escolha razoável para os padrões de Eugene. Embora não pudesse ver Moron no penhasco agora, não era possível que ele estivesse escondido em algum lugar? Além disso, ele poderia muito bem brandir seu machado mais uma vez como antes. Claro, Eugene sabia que Anise era forte o suficiente para se proteger, mas julgou que seria mais seguro carregá-la enquanto voava.
“V-V-Vou ser carregada que nem princesa…”
Na verdade, Anise esperava secretamente que algo assim acontecesse. No entanto, esperava que o rosto de Eugene estivesse tingido de vermelho, e ele hesitaria quando ela sugerisse que ele fizesse isso em vez dele tomar a iniciativa. Em outras palavras, Anise não estava preparada para que Eugene a carregasse assim. Então não poderia zombar dele, mas silenciosamente permitiu que a carregasse em seus braços. Ela tinha certeza de que poderia recuperar a compostura e provocá-lo se ficasse em seus braços por um tempo, mas… Infelizmente, o alto penhasco era de apenas um simples salto para Eugene escalar.
— Ele não está aqui. — Resmungou Eugene depois de pousar no penhasco enquanto colocava Anise no chão. Não, para ser exato, ele tentou derrubá-la. Depois de recobrar o juízo tardiamente, Anise envolveu os braços com força em volta do pescoço de Eugene. Mesmo que já a tivesse soltado de seus braços, ela segurou seu pescoço apertando seus braços com força. A força que Eugene sentiu em seus braços tornou muito difícil acreditar que ela estava fisicamente ausente.
— O que você está fazendo? — Perguntou Eugene.
— Hum. — Anise não tinha uma boa resposta, então limpou a garganta enquanto afrouxava lentamente o aperto. Ela desceu, depois olhou em volta antes de comentar: — O local está limpo.
— Eu sei. — Respondeu Eugene.
O Nur era um monstro tão grande quanto um gigante. Não seria estranho que seu sangue negro tingisse toda a neve do penhasco, mas, estranhamente, o chão estava imaculado e branco. Além disso, não havia vestígios de um corpo sendo arrastado.
— Você tem razão. É como magia. — Murmurou Eugene com uma zombaria. Seria possível que Moron tivesse aprendido magia durante esses trezentos anos? Não era uma impossibilidade.
Eugene virou a cabeça e olhou para Anise. Ela disse que Moron havia desaparecido com o corpo do monstro como se fosse magia. Sim, era verdade que Anise não sabia muito sobre magia. Mas só porque a própria Anise não sabia como usar magia não significava que não pudesse reconhecê-la. Esse fenômeno não foi causado por magia, mas por algo semelhante à magia.
Eugene olhou em volta mais uma vez. Mesmo segurando Akasha em seu manto, ele não conseguia descobrir como Moron havia desaparecido com o corpo.
— Moron não disse nada a você? — Eugene perguntou.
— Ele não disse nada, Hamel. Apenas olhou para mim por um momento antes de você voltar. — Respondeu Anise.
— Como Moron desapareceu? — Perguntou Eugene.
— De repente. Assim como magia. Não sei exatamente como, e embora eu tenha dito… Ele desapareceu em um piscar de olhos, na verdade não fechei os olhos, só que ele desapareceu tão rápido e de repente. Desapareceu na tempestade de neve como se… Nunca tivesse estado lá, para começar. — Respondeu Anise.
— Só há uma explicação que posso inferir do que você está dizendo e dos vestígios aqui. — Disse Eugene.
— Uma barreira. — Disse Anise, balançando a cabeça.
Era provável que o próprio penhasco atravessasse um limite como uma barreira. Moron e o corpo do Nur estavam em um penhasco diferente paralelo a este. Para barreiras como essas, certamente haveria um totem que a alimentasse. No entanto, por mais que tentasse, Eugene não conseguia ver através da barreira, mesmo com Akasha, e não conseguia procurar cegamente pelo totem, sem saber o que havia além do penhasco e da barreira.
— Vamos descer. — Disse Eugene com o cenho franzido. — Foi o que Moron disse. ‘Volte’.
— E desde quando você obedecia tanto ao que Moron dizia? — Perguntou Anise.
— Moron é mais velho do que eu. — Respondeu Eugene.
— Ele também era mais velho que você trezentos anos atrás. — Retrucou Anise.
— Naquela época, Moron era apenas três ou quatro anos mais velho do que eu. — Disse Eugene.
— Cinco anos. — Corrigiu Anise.
— Naquela época, uma diferença de cinco anos não era nada. Nós éramos todos apenas amigos de qualquer maneira. Se estamos falando de detalhes, Anise, você era dois anos mais velha que eu. — Disse Eugene.
— Três anos. — Corrigiu ela mais uma vez.
— Naquela época, éramos todos iguais, independentemente de nossas idades e de quando nascemos. Mas já se passaram trezentos anos, e aquele desgraçado do Moron envelheceu trezentos anos. Tenho certeza de que não me disse para voltar só porque não gosta de mim, então vamos descer e resolver as coisas. — Disse Eugene.
— Que fofo. — Comentou Anise.
— O quê?
— Independentemente do motivo, você está mostrando respeito pela vontade de Moron. Hamel, você está com medo de ser empurrado para trás por Moron novamente enquanto procura obstinadamente este lugar…? — Perguntou Anise.
— Pare de dizer coisas estranhas. Moron está vivo e tenho certeza de que tem seus motivos.
— Isso é o que chamamos de respeito. — Riu Anise antes de se virar. Ela pulou do penhasco, pensando que Hamel parecia incrivelmente fofo com seu rosto tímido, resmungando como um idiota.
— Ah. Não foi até que ela alcançou o chão que tardiamente chegou a uma conclusão. Ela poderia ter pedido a ele para ajudá-la a descer, dizendo que era muito alto. Se tivesse feito isso, poderia ter feito ele carregá-la como uma princesa mais uma vez…!
Anise rapidamente virou os olhos para cima com pesar. Eugene estava olhando para ela com os olhos apertados e uma expressão absurda.
— Ehem. — Anise limpou a garganta enquanto acalmava sua decepção.
Abel estava esperando por eles com as orelhas caídas quando voltaram para a tenda. A sensação sinistra semelhante ao Rei Demônio da Destruição havia desaparecido com a morte do Nur, ou o monstro desconhecido. Graças a isso, Abel não parecia tão assustado quanto antes.
Um pouco depois, Mer gentilmente colocou a cabeça para fora do manto de Eugene, e Kristina também caiu em si.
Kristina sentiu vergonha de si mesma por desmaiar sem conseguir opor resistência e se culpou.
[É natural que você tenha desmaiado, Kristina. Afinal, você nunca experimentou nada parecido antes, certo?] Anise a consolou.
Eugene fez o mesmo.
— Quase desmaiamos há trezentos anos, embora tivéssemos passado por todo tipo de coisa.
— Mas aquele não era o Rei Demônio da Destruição. — Disse Kristina, recuperando o fôlego.
— Mas foi parecido. Não deixe isso pesar muito em seu coração. É como um medo instintivo, algo que você realmente não pode resistir sem experiência. — Eugene a tranquilizou quando terminaram a refeição. O mingau havia esfriado, então o ferveram novamente. O gosto estava pior do que o normal.
Dois dias depois, Eugene e Kristina cruzaram a fronteira de Lehainjar e chegaram ao campo de treinamento de Lehain. Era uma fortaleza protegida por muros altos, mas com a forma de uma aldeia ligada a um castelo. Os cavaleiros do Reino Ruhr usavam principalmente os campos de treinamento, mas o povo das tribos Bayar residia na aldeia. Os que não haviam deixado o campo de neve administravam a fortaleza desde que foi construída enquanto viviam na aldeia.
A maioria dos patrulheiros de Lehainjar eram nativos de Bayar que nasceram na aldeia, e muitos jovens guerreiros sonhavam em algum dia ir para Hamelon, a capital, para se tornarem cavaleiros escolhidos pelo rei.
— É grande. — Resmungou Eugene ao entrar na fortaleza.
Ele também não estava se referindo apenas à fortaleza. Os residentes nativos da aldeia eram altos e grandes, assim como Moron, o rei de Ruhr e os patrulheiros da montanha nevada. Eugene também era bastante alto, mas não conseguia ver nenhum homem na fortaleza que fosse mais baixo do que ele. De qualquer forma, a própria fortaleza também era enorme.
Era para a Marcha dos Cavaleiros. Assim que o local de dela foi confirmado, o Rei Besta ordenou que a fortaleza de Lehain fosse expandida extensivamente. Eugene não sabia exatamente quantos cavaleiros e mercenários estavam vindo para a Marcha dos Cavaleiros, mas a fortaleza expandida parecia grande o suficiente para acomodar todos os visitantes.
— O Rio Ardente. — Disse Eugene.
Um rio quente e fumegante corria pelos arredores da aldeia. Talvez graças a isso, não sentisse muito frio apesar da neve.
— Não é permitido entrar sem se lavar e não é permitido entrar com nada além de maiô. — Respondeu o morador responsável por mostrar o local.
— Não vou entrar.
— Não vemos muitos visitantes aqui normalmente, e muitos forasteiros que estão aqui parecem bastante enganados. Este é o fim do campo de neve do norte, e os nativos de Bayar residem neste lugar há muito tempo. Infelizmente, isso significa que gostam de pensar que somos ignorantes e bárbaros. — Continuou o aldeão com um encolher de ombros. Como os outros nativos, ele era alto, uma cabeça mais alto que Eugene.
— Mas não somos tão ignorantes ou bárbaros como pensam que somos. O rio ardente… De fato, é ótimo entrar lá quando neva, mas não significa que entramos sem antes nos lavarmos. Se você realmente quer fazer algo assim, pode usar a fonte termal privada em sua própria casa. O rio pertence à aldeia, então você não deve incomodar seus vizinhos. Todos aqui respeitam a regra. — Disse o aldeão.
— É mesmo? — Disse Eugene.
— Mas o clã Lionheart é amigo de nosso fundador. Embora trezentos anos tenham se passado, o clã Lionheart ainda é amigo da família Ruhr. Então, Sir Eugene Lionheart, se você quiser pular naquele rio agora mesmo. — O aldeão disse hesitante.
— Alguém já pulou? — Perguntou Eugene. Ele sentiu seu coração cair um pouco.
— Não, ninguém pulou. Em vez disso, caminharam na fonte termal dizendo que era incrível, sem nem mesmo tirar os sapatos. — Respondeu o morador.
— Deve ter sido a Senhora Carmen. — Murmurou Eugene.
— Como você sabia? — O aldeão perguntou surpreso.
— A Senhora Carmen é a única que gosta de tal… Comportamento excêntrico na família Lionheart. Peço desculpas em nome dela como membro da família. — Disse Eugene.
— Já ouvimos desculpas suficientes. — Respondeu o aldeão.
Os outros membros da família Lionheart partiram alguns dias antes de Eugene e chegaram a Lehain antes.
No entanto, Cyan, Ciel, Dior e a Princesa Scalia ainda não haviam chegado. Eugene sentiu-se intimamente preocupado, mas não se apressou em procurá-los, em parte por causa do que Anise havia dito a ele antes. Ele não podia continuar a tratá-los como se fossem crianças.
— Os convidados do clã Lionheart estão hospedados nesta mansão. — Disse o aldeão quando chegaram a uma grande mansão perto do castelo. — É o casarão com a maior fonte termal, com exceção do castelo e dos banhos públicos da cidade.
Os reis e cavaleiros reais de diferentes nações estavam hospedados no castelo. Ainda faltavam quatro dias para o início da Marcha dos Cavaleiros, mas os reis de cada país, exceto o próprio rei de Ruhr, já haviam chegado.
Aeuryus, o Papa do Império Sagrado.
Straut II, o Imperador de Kiehl.
Alabur, o sultão de Nahama.
Daindolf, o Rei de Aroth.
Os líderes dos impérios e nações equivalentes estavam presentes, assim como o Rei Rigos, Rei do Reino Flayvour e Diretor da Aliança Anti-Demônios, e outros reis pertencentes à aliança. A maioria dos governantes do continente, exceto os de Helmuth, estava atualmente nesta fortaleza.
— Bem, por favor, aproveite sua estadia. — Disse o aldeão antes de retornar.
Eugene olhou para a mansão por um tempo. Ele já podia sentir alguns olhares, olhares de pessoas arrogantes que não tinham vontade nem razão para esconder os olhos. Eugene podia sentir os olhares vindos de diferentes alturas. Era bastante óbvio. Nem todos os reis estavam em pé de igualdade, e os impérios eram superiores aos reinos, enquanto os reinos podiam ser divididos em grandes e pequenos reinos.
Ele era a segunda vinda do Grande Vermouth. Mesmo que não fosse o próximo patriarca da família, ele era um jovem leão da família principal do clã Lionheart que certamente lideraria a próxima geração.
Os governantes da autoridade real estavam prestando muita atenção a Eugene.
— Sir Eugene.
— Não vou ser rude. Só estou olhando para cima, só isso. — Disse Eugene com um sorriso malicioso. Ele então virou a cabeça antes de entrar na mansão com passos leves.
— Eles podem olhar o quanto quiserem lá de cima.
Como q o moron tá vivo porra e quão fodão ele deve tá agora depois de 300 anos
Moron foda de mais se é loko