Eugene e Anise ficaram em silêncio na frente do cadáver de Nur por alguns momentos. Por que o corpo foi deixado nesse estado? Os dois tinham a mesma suspeita em suas cabeças, mas não suportavam expressar seus pensamentos em voz alta.
Em vez disso, eles apenas levaram alguns momentos para resolver suas emoções.
O som do estrondo ainda podia ser ouvido intermitentemente.
Com medo de colocar a cabeça para fora do manto, Mer apenas se enrolou dentro dele. Em circunstâncias normais, Eugene teria dado um tapinha na cabeça de Mer ou segurado sua mão para que ela não ficasse tão ansiosa, mas agora, ele simplesmente não conseguia fazer isso. Também estava se sentindo ansioso e realmente não tinha atenção para confortá-la.
Depois de ficar ali distraído por algum tempo, Eugene estalou a língua e balançou a cabeça.
— Idiota. — Praguejou. Ele não queria pensar nisso, mas não podia evitar.
Eugene passou pelo cadáver do Nur. Anise também soltou um suspiro silencioso e seguiu atrás dele.
Era difícil andar pelo chão que subia e descia em ondas, como se a lava aparentemente tivesse endurecido no lugar. Alguns lugares eram difíceis o suficiente para caminhar, mas outros lugares não eram tão resistentes, e seus pés afundavam no chão quando cruzavam essas áreas.
Além disso, Lehainjar era uma montanha nevada e a neve caía naturalmente do outro lado, mas ali não havia nem um traço de neve, muito menos uma paisagem invernal. Em vez disso, tudo parecia uma pintura a dedo aleatória de uma criança. Formas bizarras sem padrões coerentes formavam a paisagem.
Eugene e Anise estavam muito familiarizados com esse tipo de ambiente. Neste momento, Helmuth era considerado um dos impérios. Era um país normal que aceitava imigrantes de todo o continente e havia perdido todos os traços de sua aparência anterior de trezentos anos atrás. A Helmuth do passado, no entanto, era uma visão terrível digna de ser chamada de ‘Inferno’.
— Isso me lembra os velhos tempos. — Murmurou Eugene enquanto subia a encosta curva.
— Você sente falta desses tempos? — Anise perguntou atrás dele.
— Para ser sincero, seria mentira dizer que não senti falta. — Admitiu Eugene. — Naquela época, eu ainda estava vivo e você também estava.
Anise riu ironicamente e assentiu.
Ela olhou para o pedaço de carne aos seus pés. Era um fragmento de um cadáver que havia sido despedaçado em pedaços tão minúsculos que era impossível imaginar como seria originalmente. Pedaços semelhantes de carne estavam espalhados por todo o campo de visão.
Alguém arrastou o cadáver até aqui, batendo-o aleatoriamente contra o que quer que estivesse no caminho, depois o rasgou apenas com a força do aperto antes de jogar os pedaços fora. Embora fosse impossível imaginar a aparência original do cadáver, era possível imaginar por que o cadáver havia se tornado assim.
Eugene olhou para os intestinos pendurados em uma árvore retorcida.
Eles já estavam podres?
Ele realmente não sabia dizer. O cheiro era desagradável e as cores eram estranhas, então definitivamente pareciam estar podres… Ou talvez os órgãos internos do Nur parecessem assim para começar.
Eugene se perguntou se isso era mesmo importante. Este lugar parecia mais um depósito de lixo do que uma sepultura, então era mais correto dizer que os cadáveres despedaçados ali foram jogados fora como lixo em vez de serem ‘conservados’ dentro de uma tumba.
Além dos pedaços de carne, vísceras, sangue e ossos, havia vários outros vestígios visíveis. Havia marcas claras de arranhões nos penhascos e rochas, pelo menos, estava claro que haviam sido feitas intencionalmente, embora fosse difícil dizer se eram para ser imagens ou palavras.
Entre todos esses vestígios, os que eram mais comuns e mais proeminentes… Eram os vestígios de violência aparentemente deixados por algo se debatendo e destruindo aleatoriamente o que quer que estivesse ao seu redor.
Eugene e Anise passaram por esses rastros, continuando a subir. Quanto mais alto subiam, mais violentos, óbvios e frequentes esses traços cresciam. Era como se aquele que os deixou para trás quisesse garantir que ninguém subiria esta montanha. Ou, talvez, não quisessem que nada lá de cima descesse.
— Idiota.
Desta vez foi Anise, não Eugene, quem murmurou esta palavra. Ela mesma deu um passo à frente e girou seu mangual para derrubar os escombros que os bloqueavam.
Boom, boom!
O som não vinha mais de tão longe. Eugene enfiou a Espada do Luar, que estava segurando em sua mão, de volta em seu manto.
Por um momento, ele hesitou. Deveria sacar alguma outra coisa e mantê-la pronta? Ele pensou por um segundo. Havia realmente uma razão pela qual ele precisava ter uma arma na mão? No final, decidiu não se preocupar com isso. Não sacou outra arma e nem cerrou os punhos.
Anise, que agora o seguia mais uma vez, também pendurou o mangual que segurava na cintura. Em vez disso, ambas as mãos se ergueram para agarrar o rosário pendurado em seu pescoço. Em voz baixa, Anise começou a recitar uma oração.
Boom, boom!
O som agora vinha bem à frente deles.
Alguns momentos depois, Moron apareceu.
Ele se parecia exatamente com o que imaginaram desde o momento em que entraram neste lado de Lehainjar e ouviram pela primeira vez aquelas explosões estrondosas.
Moron estava sentado de joelhos, com as duas mãos agarradas ao chão, e batia a própria cabeça no chão. Cada vez que isso acontecia, o chão tremia como se tivesse ocorrido um terremoto.
Dentro do manto, Mer engoliu um suspiro. Eugene e Anise não mostraram nenhuma reação imediata. Enquanto estavam subindo até ali, não, desde o momento em que Moron revelou que havia algo lá que ele não queria mostrar a eles… Suspeitaram que poderiam ver algo assim.
Eugene e Anise estavam muito familiarizados com Moron. De trezentos anos atrás até agora, ele sempre foi um corajoso guerreiro que nunca desistiria de um desafio. Em vez disso, outra pessoa teria cogitado a ideia de simplesmente desmaiar e ceder ao desespero diante de tal dever, mas não podiam nem imaginar a visão de Moron desistir assim.
Moron sempre esteve na vanguarda do campo de batalha. Ele assumiu isso como seu dever, e todos confiaram a vanguarda a Moron como se fosse natural. E realmente, naqueles dias, era a coisa natural a se fazer. Porque ele era corajoso e nunca recuou; era um verdadeiro guerreiro forte e que nunca vacilava.
— Ei. — Eugene gritou para Moron em voz baixa.
Eugene não experimentou diretamente os trezentos anos que se passaram desde que se encontraram pela última vez. O mesmo aconteceu com Anise. Ela morreu e se tornou um anjo, mas após sua morte, passou a maior parte do tempo dormindo. Assim, os dois nunca haviam experimentado o longo e terrível período de tempo de trezentos anos para um ser humano.
No entanto, foi diferente para Moron. Ele viveu por trezentos anos inteiros. Além dele, todos os seus companheiros morreram e, depois que desapareceram, ele suportou todo aquele tempo sozinho. Ele teve a oportunidade de escolher morrer em paz e felicidade, com a bênção de todos por tudo o que havia feito.
No entanto, não havia feito essa escolha.
Não que ele não quisesse morrer. Não, Moron queria morrer, mas queria a morte de um guerreiro. Em sua opinião, todos os seus amigos morreram como guerreiros, e ele desejava o mesmo para si.
Então, Vermouth confiou esta missão a Moron no momento em que este foi pego nessa aflição. Naturalmente, Moron aceitou alegremente a missão.
Por mais de cem anos, ele sozinho bloqueou o aparecimento desta raça de monstros sinistros cuja origem era impossível de confirmar. Ele emitiu um decreto para impedir que alguém cruzasse o Grande Cânion do Martelo e subisse ao pico da montanha nevada. A preocupação era que as pessoas encontrassem os Nur, pois era praticamente impossível prever quando e onde reapareceriam. Assim, Moron teve que manter vigilância permanente sobre este deserto árido no fim do mundo.
Moron era forte. Era corajoso. Nunca recuou e nunca se desesperou. Nunca entraria em colapso.
Mas pode já estar desgastado.
O peso de suas centenas de anos havia desgastado a força mental de Moron. Seu corpo ainda estava tão forte como sempre, mas havia centenas e milhares de cadáveres empilhados neste lugar e todos eles emitiam uma aura venenosa. Além disso, tendo que observar de lado todos os seus amados e confiáveis camaradas, bem como seus descendentes, deixaram este mundo, deixando-o sozinho, corroendo Moron por dentro.
Agora, seus companheiros falecidos reapareceram na frente dele. Suas aparências eram diferentes de centenas de anos antes, mas ainda era capaz de reconhecê-los.
Eugene não sabia se Moron ainda pensava pessoalmente em si mesmo como o mesmo ‘Corajoso Moron’ que tinha sido trezentos anos antes. No entanto, agora que foi capaz de se reunir com seus companheiros falecidos, Moron provavelmente decidiu que queria que todos pudessem se dirigir a ele da mesma forma que faziam no passado e vê-lo como a mesma grande figura de que se lembravam, do que como uma versão lamentável e arruinada de si mesmo.
O Moron de que Eugene se lembrava era exatamente esse tipo de idiota. Um idiota que não sabia usar artimanhas e coisas complicadas assim, e só conseguia pensar de forma bárbara e simples.
Como tal, Eugene não pôde deixar de chamar Moron de idiota mais uma vez.
— Ei, idiota.
Os ruídos crescentes pararam de repente. A figura de Moron, que batia com a cabeça no chão como uma máquina, congelou no lugar.
Moron ergueu a cabeça da profunda cratera que havia cavado. Ele não se virou para olhar para trás imediatamente. Em vez disso, ficou assim por alguns momentos, então lentamente virou a cabeça.
— Eu não queria mostrar a vocês esse meu lado. — Disse Moron enquanto se levantava.
Suas costas ainda estavam voltadas para eles. Eugene olhou para os músculos protuberantes que cobriam suas costas, sua pele era impecável, sem uma única cicatriz.
As costas de Moron, geralmente tão altas e largas, agora pareciam estranhamente pequenas.
— E daí. — Zombou Eugene. — Era só uma questão de mais cedo ou mais tarde. Eventualmente, teríamos encontrado você assim. Esqueceu disso? Você concordou em nos mostrar este lugar assim que a Marcha dos Cavaleiros terminasse.
Moron argumentou de volta.
— O que prometi mostrar a você foi este lugar, não eu agindo assim.
— Esqueceu o que eu disse? — Anise falou, sua voz tremendo ligeiramente no início. No entanto, logo controlou suas emoções e forçou seu sorriso habitual.
— Moron, eu não disse que se há algo que você definitivamente não quer me mostrar, isso só me faria querer ver ainda mais, custe o que custar? Desde o momento em que nasci até o momento em que morri, não tive muitos desejos realizados, mas graças a você pude desfrutar de uma experiência tão rara.
Não que Anise não pudesse imaginar Moron em tal estado. Como Santa, ela curou e salvou inúmeras pessoas. No processo, viu inúmeras pessoas morrerem na sua frente sem poder fazer nada e, bem no final, nem conseguiu se salvar.
Assim, Anise estava bem ciente de como as pessoas podiam desmoronar e entrar em colapso. Ela havia enfrentado a opção de se entregar ao desespero e fugir de tudo. Mas no final, não conseguiu fugir. Coisas como suas crenças e seu dever a detiveram como uma maldição em seu último momento.
Anise não se arrependeu de morrer assim, no entanto. No final, ela foi capaz de escolher a morte em vez de ser forçada a isso.
No entanto, Moron era diferente. Ele não foi capaz de escolher a morte. Ninguém mais poderia ajudá-lo, nem poderia salvá-lo.
— Se sua cabeça… Foi ferida mesmo que um pouco, então eu poderia pelo menos curá-lo. Mas sua cabeça é tão dura, Moron. Eu sei que você não tem nem um arranhão. Bem, é bom não ter nada para fazer.
Anise simpatizava com Moron. Seu coração doía por ele, e parecia que ela poderia até chorar. No entanto, definitivamente não podia se permitir revelar esses sentimentos. Ela sentiu que Moron não gostaria de vê-la assim, e a própria Anise não queria se comportar assim.
— Vocês dois… — Disse Moron enquanto ria.
Depois de olhar fixamente para o céu por alguns momentos, Moron virou-se lentamente e eles finalmente conseguiram ver seu rosto.
Era exatamente como Anise havia dito. Mesmo que tivesse batido o rosto no chão com força suficiente para que a própria montanha tivesse sido abalada pela força, a testa de Moron não apresentava um único arranhão, muito menos qualquer ferimento ou sangue.
Enquanto estava fisicamente intacto, no entanto, sua expressão dizia algo completamente diferente sobre seu estado mental. A impressão que Moron deu quando o viram poucos dias antes era que ele era o mesmo Moron que conheceram nos velhos tempos, mas o homem que estavam vendo diante de seus olhos…
Este homem era o mesmo de quando se reuniram pela primeira vez no Grande Cânion do Martelo. Seus olhos eram frios, sem nenhum traço de emoção. Olhos que pareciam ter sido esvaziados pelos anos. Assim como os olhos de Vermouth na câmara escura: cansados, nublados, opacos.
— Vocês… Vocês não mudaram. Estão como antigamente. — Murmurou Moron para Eugene e Anise, olhando para eles com aqueles olhos sem vida.
Com essas palavras, Eugene bufou e balançou a cabeça.
— É porque nós dois já morremos uma vez. Isso vale especialmente para mim, já que morri antes. É natural que eu não tenha mudado.
— Isso vale para mim também. — Concordou Anise. — Minha vida também foi bastante trágica, mas ainda consegui tirar minha vida depois de fazer todas as coisas que queria fazer e beber à vontade.
— Eu… — Moron parou com uma luz. — Eu tentei o meu melhor para não mudar. Pensei que não poderia me permitir fazer isso. No entanto, contra minha própria vontade, não pude deixar de mudar lentamente.
Eugene apontou.
— Trezentos anos é muito tempo para um ser humano.
— Eu sei. — Suspirou Moron. — Trezentos anos é muito tempo. No entanto, eu ainda não queria mudar. Eu disse a mim mesmo que não conseguiria e acreditei que só seria capaz de cumprir minha missão mantendo um estado claro de mim mesmo.
Alguns dias atrás…
—É por causa do pedido de Vermouth que você não pode morrer?
Quando Eugene fez essa pergunta, Moron respondeu com um sorriso.
—Não vou morrer, porque não quero.
—Como guerreiro, preciso viver uma vida digna. Atendendo ao pedido de um velho amigo, estou protegendo as montanhas nevadas e os campos de neve que amo, o país que criei com minhas próprias mãos e até o mundo inteiro.
—Não quero ter uma morte feia de velhice. Quero morrer como guerreiro, como herói. Atualmente, a morte parece algo distante para mim, mas se eventualmente eu perder as forças e acabar morrendo…
—Não posso cair. — Afirmou Moron.
—Os cadáveres dos Nur que empilhei até este ponto servirão como prova da minha vida como guerreiro e herói.
Moron declarou com orgulho:
—Esta é a missão que Vermouth me confiou. Como o único de nós vivo, aceitei seu pedido.
Vermouth fez o pedido e Moron decidiu aceitá-lo. Porque era isso que Moron queria.
Moron não se ressentiu do Vermouth. Ele não lhe dera nenhuma explicação. Não havia dito o que os Nur eram, nem por que continuavam reaparecendo. Nem havia explicado por que estava pedindo esse favor.
No entanto, Moron ainda não se ressentiu de Vermouth. Era porque ele sabia muito bem que o único em quem seu amigo poderia confiar para esse tipo de tarefa era o Corajoso Moron.
— Estou bem. — Disse Moron depois de balançar vigorosamente a cabeça. — Só estou um pouco tonto. Como você já deve ter percebido, o miasma do Nur é infernal. É impossível se acostumar com isso. Especialmente para mim, já que matei tantos deles por um longo período de tempo. Como tal, há momentos em que não consigo controlar todas as coisas dentro de mim.
— E daí? Como você não consegue se controlar, está tentando resolver seus problemas assim? — Eugene perguntou sarcasticamente.
— Eu sei que é constrangedor e feio. Estou muito ciente de que tal comportamento não convém a um guerreiro, então não queria mostrar isso a vocês. Quanto mais eu pensava sobre isso, mais irritado eu ficava comigo mesmo. É por isso que eu estava batendo minha própria cabeça no chão. — Moron confessou envergonhado.
— Idiota. Você realmente acha que pode liberar sua raiva batendo a cabeça no chão. — Eugene murmurou enquanto fechava e abria os punhos.
Com essas palavras, Moron só pôde sorrir.
— Hamel, Anise… — Moron falou depois de um breve silêncio. Como seus olhos cansados, sua voz soava tão desgastada quanto, e continuou: — Não é o suficiente agora?
— O que você quer dizer? — Exigiu Eugene.
— Hamel, você disse que queria conhecer este lugar. Anise, você também disse que queria ver o que eu não queria mostrar a ninguém. No final, vocês viram tudo o que queriam ver. — Moron os lembrou.
Eugene notou que as pontas dos dedos de Moron tremiam levemente.
Moron tentou persuadi-los.
— Não sei como vocês entraram aqui. Mesmo se eu fizer vocês saírem, vocês podem voltar. Mas, por favor, não. Eu ainda… Preciso de um tempo para me acalmar adequadamente. Não quero que vocês me vejam nesse estado por mais tempo.
Moron podia sentir o olhar de Eugene. Ele juntou as mãos trêmulas para esconder o tremor e se virou.
— Volte para a Fortaleza Lehain. Há uma chance de que o Nur reapareça mais uma vez. Eu… Voltarei em dois dias. — Prometeu Moron.
— E se o Nur não reaparecer durante esses dois dias. — Retorquiu Eugene. — Vai continuar batendo a cabeça no chão como antes?
Moron se defendeu:
— Não é como se fosse realmente tão doloroso fazer isso.
— Acho que sim. — Eugene concordou sarcasticamente. — Seu corpo é inutilmente resistente e, se seu corpo quebrar por causa de automutilação excessiva, você não poderá continuar atendendo ao pedido de Vermouth.
— Não estou fazendo isso só por causa do pedido de Vermouth, Hamel. Como eu disse antes, qualquer um de nós faria a mesma coisa que eu. — Argumentou Moron.
— Eu sei. Não há como você simplesmente deixar um monstro como o Nur ou qualquer outro em paz, então mesmo se fosse eu no seu lugar, eu teria vivido aqui para continuar matando os Nur. Então, quando finalmente pensasse que não poderia continuar fazendo isso por mais tempo, teria me matado. — Eugene afirmou sem hesitar.
— Isso não teria acontecido, Hamel. Você não era um guerreiro tão fraco. Nenhum de nós jamais teria cometido suicídio sem cumprir nossa missão.
— Então eu simplesmente enlouqueceria e desmoronaria. — Eugene murmurou enquanto olhava para Moron. — Assim como você.
— Eu não estou maluco. — Moron negou. — Também não estou quebrado. Só estou tendo problemas para manter a calma.
— Espero que seja o caso. Para você, deve ter sido há muito tempo, mas o campo de batalha em que lutamos… — Eugene sorriu enquanto chutava algo na frente dele.
Pow!
A cabeça amassada de Nur foi lançada voando pelo chute de Eugene.
— Estava cheio de monstros muito piores que este. Se você ficasse preso lidando com uns caras como esses por mais de cem anos, então alguém como você, que é bárbaro por natureza e transbordante de força, nunca ficaria satisfeito com apenas isso. Pode fazer seu sangue ferver, mas não seria o suficiente para acalmá-lo.
Anise tentou intervir.
— Hamel, Moron está—
— Fique quieta, Anise. — Eugene a interrompeu.
Diante do olhar penetrante de Eugene, Anise apenas suspirou e deu alguns passos para trás.
— Idiotas. — Murmurou Anise.
— Não me inclua nisso. — Respondeu Eugene com uma risada.
Eugene colocou a mão direita dentro de seu manto e ergueu o olhar para olhar para a montanha. Ainda havia um pouco mais de distância que eles poderiam escalar.
— Ei, Moron, quero dar uma olhada no pico desta montanha. — Sugeriu Eugene.
— Não há nada lá. — Moron o informou. — A vista também não vale muito.
— Isso é para eu julgar.
— Hamel.
Eugene mudou de assunto.
— Pensando bem, seu descendente me contou uma história bem interessante.
De volta a Hamelon, a capital de Ruhr, Aman Ruhr os deixou em frente à estátua de Hamel e Moron, depois disse algo a Eugene com um sorriso malicioso.
Relembrando aquele momento, Eugene disse:
— Ouvi dizer que você mesmo disse isso. Que trezentos anos atrás, você era o mais forte dos companheiros de Vermouth. Em outras palavras, você estava dizendo que era mais forte do que eu.
— Hamel. — Chamou Moron calmamente.
Eugene continuou desimpedido.
— Pensando bem, também estou muito curioso. Enquanto viajava com Vermouth, enfrentei-o algumas vezes, mas nunca tive uma partida adequada com você.
Moron virou a cabeça mais uma vez para olhar para Eugene.
— Além disso, Anise me mostrou algo interessante. — Acrescentou Eugene.
Ele estava falando sobre o sonho que lhe foi mostrado através da Espada Sagrada na Floresta Samar.
— Você… Disse alguma coisa enquanto chorava no meu túmulo, não foi? Disse que queria lutar comigo algum dia. Queria saber, entre nós dois, quem era o maior guerreiro, certo? — Eugene pressionou Moron.
Moron tentou, hesitante, neutralizar a situação.
— E-Eu não preciso lutar contra você, Hamel. Eu te conheço muito bem. Reconheço sua capacidade. Você é maior, mais corajoso e mais forte—
— Você realmente acha isso? — Eugene perguntou enquanto inclinava a cabeça para o lado.
Incapaz de responder, Moron apenas olhou para Eugene. Vendo esse olhar, Eugene sorriu e acenou com a cabeça.
— Seus olhos me dizem que você realmente não pensa isso. — Eugene observou enquanto sua mão dentro de seu manto agarrava Akasha.
Moron o advertiu:
— Não faça nenhuma tolice, Hamel.
— Ele teria pensado que tais palavras jamais sairiam de seus lábios. — Eugene sarcasticamente se maravilhou enquanto sua Fórmula da Chama Branca emitia faíscas de chamas roxas.
Ao ver essa aparição, Moron cerrou os punhos.
Eugene viu uma luz fraca começando a piscar dentro dos olhos de Moron. Ele prometeu:
— Não vou usar nenhuma arma, porque você é um amigo, afinal.
— Hamel! — Moron gritou alarmado.
— No entanto, vou usar magia. Já que suas habilidades não são as mesmas de minha vida passada, então vou usar a magia que eu não era capaz de usar naquela época. — Eugene se justificou.
Com Akasha, Eugene começou a preparar sua assinatura.
Anise, que já havia se afastado, balançou a cabeça.
— Idiotas.
Nossa o Eugene vai apanhar tanto pqp, mas vai ser cinema demais
A peia que o Hamel vai tomar nessa luta não tá escrito.
Fiquei triste queria que oque eu disse no cap anterior se realizar-se ver o moron assim tocou meu coração