Os terrenos do palácio permaneciam repletos de espectadores como se fosse quase natural.
Os magos e cavaleiros da corte haviam recuado para dentro, mas os cidadãos da cidade, os magos das torres e os membros da guilda dos magos ainda permaneciam em massa do outro lado do lago.
— A Sábia Sienna!
— Sienna Merdein!
— Senhorita Sienna!
Vozes gritaram, saudando o nome de Sienna em uma cacofonia estridente. Os mais fervorosos eram os estudantes que um dia sonhavam em ser alistados nas torres. Ninguém sabia de onde os adquiriram, mas eles agitavam bastões de torcida brilhantes e, desrespeitando a lei, lançavam feitiços comemorativos explodindo no céu.
Boom! Boom! Boom!
As luzes pintaram o céu. Eugene verificou a expressão de Sienna com um olhar de soslaio. Ele pensou que a garota ficaria envergonhada, mas não foi assim. Sienna estava acostumada a tais comemorações há séculos. Tendo retornado após uma longa ausência, ela considerou tal acolhida algo natural.
— Eugene Lionheart!
— Sucessor da Senhorita Sienna!
— A segunda vinda do Grande Vermouth!
— O Herói da Espada Sagrada!
Entre os gritos para Sienna, o nome de Eugene também ecoou. Eugene também estava… Familiarizado com essas ovações, mas, ao contrário de Sienna, ele não conseguia se divertir. Com o rosto contorcido de desconforto, Eugene tentou recuar, mas Sienna não permitiu. Com ousada familiaridade, Sienna agarrou a mão de Eugene e puxou-o para o seu lado. Ela então atirou as mãos para o céu para que todos vissem.
A multidão explodiu em aplausos, seu entusiasmo confundindo Eugene. Ele não conseguia entender a razão por trás do fervor. Sienna então começou a subir lentamente ao céu com Eugene. Eles poderiam ter subido rapidamente, mas Sienna ergueu-se como se estivesse subindo ao céu, gradualmente, muito lentamente.
A altitude continuou aumentando, mas os aplausos não diminuíram, ficando mais altos com a subida lenta.
— Kyaaaahhh!
Entre a multidão gritando e aplaudindo estava Melkith, sua dignidade como mestra de torre deixada de lado como um osso descartado enquanto lançava os braços para o alto, dançando e grasnando como um corvo.
— Senhorita Sienna… Sienna, Irmã Sienna! Leve-me também, por favor! — Melkith implorou enquanto ofegava.
As expressões de Hiridus, o Mestre da Torre Azul, e de Lovellian, o Mestre da Torre Vermelha, desmoronaram com seu comportamento selvagem.
— Por favor, Mestra da Torre Branca. Os juniores estão assistindo…!
Melkith ignorou a reprimenda e bateu os braços para tentar voar, fazendo com que os magos da Torre Branca ao redor agarrassem suas pernas, alarmados. Eles a puxaram para baixo, mal conseguindo mantê-la no chão.
— Acalme-se, Mestra!
— Você não pode fazer isso!
— Deixe-me ir, deixe-me ir! Envie-me para minha irmã mais velha. Me deixem ir!
Apesar dos seus esforços de contenção, Melkith continuou a sua luta.
Bem acima do céu, Eugene olhou para o espetáculo e sentiu-se tonto. Ele havia se preparado mentalmente até certo ponto, mas a visão de tamanha loucura o fez temer o que estava por vir. Não apenas em Aroth, mas onde quer que fosse, a presença de Sienna atrairia os olhares do público, e ele sabia que retornar à mansão Lionheart em apenas alguns dias também causaria grande comoção.
— Você viu? — Sienna inclinou levemente a cabeça na direção de Eugene e deu um sorriso malicioso. — Esta sou eu.
— Você gostou? — Perguntou Eugene.
— Como não gostar? — Respondeu Sienna.
— Ver isso me faz sentir muito injustiçado. Se meu nome não tivesse sido deixado para trás como alguém tolo para a próxima geração… — Resmungou Eugene.
— É ainda mais ridículo você se sentir injustiçado. Você deveria estar grato por eles terem descrito você como tolo. — Sienna riu, ignorando o comentário. — Bem, não sei quem escreveu o livro de contos de fadas, mas…
— Já foi provado que você e Anise escreveram juntas. Por que continua negando? — Reclamou Eugene.
— Porque não é verdade! Eu não escrevi. Anise deve ter perdido algumas memórias após sua morte. Ela mentiu sobre nós escrevermos juntas sendo que ela fez isso sozinha…
— Já ouvi tudo sobre isso.
— De qualquer forma, não fui eu. Por que eu deveria… Por que eu escreveria um conto de fadas?
Mesmo que ele já soubesse, ela não podia admitir. Afinal, os desejos que ela casualmente adicionou no final…
“Não. Não foi um desejo. É fato que o idiota gostava de mim.”
Mesmo assim, Sienna não queria admitir que era a autora do conto de fadas. Ela poderia pelo menos dar uma desculpa se negasse, mas não havia chance de justificar a zombaria que se seguiria, uma vez que admitisse.
— Hum. E sabe de uma coisa? Mesmo que seu nome tenha sido transmitido como Hamel, o Tolo, se você declarasse na frente de todos que é na verdade a reencarnação de Hamel, não ouviria aplausos mais altos do que os que ouvi hoje? — Retrucou Sienna.
Era divertido reunir pessoas e se gabar de seu relacionamento como mestra e sucessor, mas ela também desejava revelar a verdadeira identidade de Eugene como Hamel e iniciar abertamente um relacionamento amoroso. Talvez eles pudessem mostrar abertamente o carinho um pelo outro.
— Você está louca? Não diga coisas tão terríveis.
— Por que está reagindo tão fortemente?
— Eu… Eu não posso fazer isso. — Eugene respondeu, suando frio além da expressão carrancuda.
Embora várias pessoas soubessem, Eugene não queria aumentar o número de pessoas que conheciam sua verdadeira identidade, especialmente na família Lionheart.
Ele havia feito muitas declarações.
Quantas vezes ele elogiou a grandeza de Hamel na frente de Gilead, Cyan e Ciel? Ele havia dito muitas vezes, mesmo na frente de Lovellian, que Hamel era um grande herói que deveria ser admirado por todos.
E se todos descobrissem que ele estava alimentando seu próprio ego? Eugene ficou com medo de imaginar que tipo de olhares receberia.
“Seria melhor cometer suicídio.”
Eugene estremeceu e cerrou os dentes. Inconsciente de sua situação, Sienna inclinou a cabeça, mas não tentou forçar mais enquanto subiam no ar.
No meio da multidão, havia quem perseguisse Sienna e Eugene. Incluíam repórteres de Aroth, agentes de inteligência estrangeiros, bem como magos que admiravam Sienna.
No entanto, nem a perseguição aberta nem encoberta resultaram em qualquer sucesso. As figuras de Sienna e Eugene desapareceram durante o voo.
— Nós os perdemos.
— Em primeiro lugar, era impossível para nós segui-los.
magos negros com roupas imaculadas estavam reunidos em um beco para uma reunião.
— O que devemos fazer agora?
— No passado distante, a Sábia Sienna não tolerava a existência de magos negros em Aroth.
Havia apenas quatro Torres Mágicas em Aroth, três séculos atrás.
Após a guerra, os magos negros de Helmuth desejavam expandir-se para o Reino Mágico de Aroth. No entanto, a Sábia Sienna não permitiu que os magos negros se estabelecessem em Aroth. Mas depois que ela repentinamente entrou em reclusão, Helmuth lançou um lobby feroz para erguer uma Torre Mágica Negra em Aroth.
— A Sábia Sienna… Ela é uma Arquimaga que não podemos deixar de admirar. Uma coisa seria se ela existisse apenas em lendas de um passado distante. Ver a lenda se tornando realidade deveria causar arrepios na espinha de qualquer mago. Mas… Não parece que a Sábia Sienna também tolerará magos negros nesta época.
Um mago negro zombou e balançou a cabeça.
— A Facção Estrela Negra deixa Aroth hoje. Termine seus negócios o mais rápido possível e siga em frente.
— Sim.
— Vamos nos reunir novamente em Helmuth.
Não foi apenas a Facção Estrela Negra que realizou tal reunião e decidiu deixar Aroth. Vários grupos de magos negros da Guilda dos Magos, não apenas da Torre Negra, também estavam em movimento. Suas facções diferiam e as hierarquias divergiam dependendo do demônio com quem haviam contratado, mas os magos negros tomavam a mesma decisão, independentemente de seu status.
Até os demônios da Rua Bolero tomaram a mesma decisão. Alguns optaram por estabelecer uma rota para Helmuth, enquanto outros optaram por destinos alternativos.
“Se o Mestre da Torre Negra ainda estivesse aqui, poderíamos ter tido alguma chance de observar a situação por um tempo.”
O demônio contratado da Facção Estrela Negra era um colaborador próximo de Amelia Merwin. Como tal, eles assumiram o papel de monitorar o Mestre da Torre Negra da época, Balzac Ludbeth, enquanto exerciam esforços para o estudo e desenvolvimento da magia negra em Aroth.
Não era apenas a Facção Estrela Negra que abrigava tais intenções secretas. Várias facções de magos negros pertencentes à Torre Negra ou à Guilda dos Magos tinham a intenção de monitorar, verificar e possivelmente capturar Balzac.
No entanto, mesmo após várias décadas de contato, capturar Balzac Ludbeth revelou-se impossível. Eles não conseguiram ver nenhum resultado em sua tarefa de monitorá-lo e mantê-lo sob controle. Balzac era impecável e meticuloso.
“Ele é como um exemplo clássico de mago negro.”
Ele era um mago inescrutável e saber o que ele estava pensando era impossível. Na verdade, ele não tinha feito nada com um propósito até agora, nem estava no centro de qualquer conspiração. Mesmo assim, a sua mera existência era suspeita.
Durante décadas, este homem misterioso foi tratado como ‘tal’, sem se afiliar a nenhuma facção. Ele não tinha interesse em política e vivia tranquilamente na Torre Negra por décadas, apesar de ser um dos Três Magos do Encarceramento.
Era por isso que os demônios de Helmuth e Amelia Merwin estavam ansiosos para monitorar e verificar os movimentos de Balzac e tentar capturá-lo. Ele era suspeito demais.
Mas mesmo isso perdeu o sentido. Depois que Balzac deixou repentinamente a Torre Mágica Negra para passar férias, eles tentaram localizá-lo… Mas mesmo isso falhou.
Mesmo depois de alguns meses, Balzac não retornou à Torre Negra. Tendo perdido o alvo para monitorar e agora enfrentando uma ameaça à sua própria segurança, muitos dos magos negros não podiam mais permanecer em Aroth.
Enquanto os magos negros e demônios realizavam sua reunião, os agentes de inteligência também estavam ocupados depois de perderem Sienna de vista.
A Sábia Sienna retornou depois de quebrar centenas de anos de reclusão. O que isso representava? O que eles precisavam considerar em primeiro lugar era a Marcha dos Cavaleiros, que ocorreu há apenas alguns meses no ponto mais ao norte do continente, Lehain.
A Lâmina do Encarceramento, Gavid Lindman e a Névoa Negra compareceram. Além disso, o progenitor de Ruhr, o Corajoso Moron, havia retornado. Além disso, o Rei Demônio do Encarceramento desceu em pessoa depois de não se mostrar durante séculos.
Aquele Rei Demônio mencionou a espada sagrada e o Herói. Ele falou do fim da promessa e da guerra, o atual mestre da espada sagrada, o descendente de Vermouth.
Eles subiriam Babel?
Naquela noite, as palavras do Rei Demônio do Encarceramento abalaram todo o continente. A paz estava acabando. Era possível que uma guerra brutal semelhante à de trezentos anos atrás estivesse no horizonte. O Rei Demônio do Encarceramento não tinha medo do continente virar sua espada contra ele. Em vez disso, ele esperava alegremente por esse dia.
Se uma guerra realmente estourasse, não seriam os reis do continente que a declarariam, nem seria o Rei Demônio que esperaria pelo fim da promessa. Aquele que quebraria a paz e encerraria diretamente o Juramento seria o jovem Herói que ganhou reconhecimento e atenção do próprio Rei Demônio do Encarceramento.
A Arquimaga Sienna, que vivia desde a era da guerra, havia retornado. Além disso, Eugene Lionheart declarou que subiria Babel. Foi confirmado que o Corajoso Moron estava vivo e, em apenas alguns meses, a Arquimaga que se isolou por séculos retornou a Aroth.
Os espiões que transmitiram as notícias às suas respectivas nações não puderam deixar de parecer sombrios. Embora tentassem não alimentar pensamentos negativos, dificilmente poderiam evitá-los, considerando o que havia acontecido.
“A guerra está vindo….”
Os espiões não puderam deixar de tremer quando imaginaram o futuro terrível.
Depois de retornar ao hotel, Eugene e Sienna sentaram-se silenciosamente na frente de Anise e ouviram sua repreensão.
— Você está louca? Devíamos estar escondidos agora, mas em vez disso, você decide começar uma briga com a família real de Aroth?! — Gritou Anise.
— Eu não comecei uma briga. Simplesmente exerci meu direito legítimo. — Retrucou Sienna.
— Legítimo, certo? É isso que você chama de afundar um castelo inteiro debaixo d’água?! — Rebateu Anise.
— Isso é um exagero. Eu não afundei. Simplesmente mergulhei-o levemente na água.
— Você está tentando dar desculpas agora?
— Não é desculpa! Anise, você também viu! Esta nação fez da minha mansão uma atração turística e vendeu minha imagem como estátua. Eles até vendiam retratos com minhas iniciais, canetas-tinteiro, capas, mantos e cajados em lojas de souvenirs!
— Você deveria ser grata pelo amor das gerações futuras. — Eugene, que também estava sendo repreendido junto com ela, entrou na conversa em voz baixa.
Os olhos de Sienna se arregalaram e ela deu um tapa no ombro de Eugene, dizendo:
— Não fique do lado de Anise na minha frente!
— Devo ficar do seu lado então?
— Bem… Isso seria legal.
— Se eu ficar do seu lado, Anise vai explodir meu queixo.
— Meu Deus, Hamel. Sinto que vou chorar de alegria. Quando você se tornou tão astuto? — Disse Sienna enquanto olhava para Anise com os olhos arregalados.
Anise olhou para Sienna com olhos penetrantes.
— A rigor, não estou do seu lado. Sienna, se você fizer algo pelo qual será repreendida, eu irei repreendê-la com Anise. E se Anise ou Kristina fizeram algo digno de desprezo, eu as desprezarei junto com você. — Disse Eugene.
— Seu moleque!
— Maldito sem princípios.
— Bem, se vocês duas querem me repreender, aceitarei humildemente. — Disse Eugene, balançando a cabeça.
Fervendo de raiva, Sienna tentou agarrar o cabelo de Eugene. No entanto, ao contrário da última vez, ele rapidamente puxou a cabeça para trás e escapou do alcance dela.
— Não faça isso. — Alertou Eugene.
— Por quê?
— O cabelo que você arrancou da última vez nem cresceu ainda. Meu cabelo é grosso, então não aparece, mas se olhar aqui, tem uma pequena mancha vazia. Você quer que eu fique careca?
— Não.
Sienna teve que imaginar a careca de Eugene por um momento antes de balançar a cabeça.
— Sienna. Suas ações são totalmente desrespeitosas e violentas. O comportamento impulsivo de Hamel foi suficiente para me perturbar e me esgotar. O que devo fazer se você começar a agir da mesma maneira? — Perguntou Anise.
— Terminou bem, então qual é o problema? — Respondeu Sienna.
— Estou dizendo que tais incidentes não deveriam acontecer no futuro. Fui declarada morta para o mundo, então estou bem e Moron não está trabalhando conosco. Mas Sienna, você continuará conosco, não é?
— Estou chateada por você estar me tratando igual ao Hamel. Você acha que agi impensadamente como ele? O que fiz, fiz para avaliar o impacto da minha existência….
— Hamel poderia dar a mesma desculpa. — Rebateu Anise.
— Já fiz coisas parecidas muitas vezes. — Eugene assentiu com um sorriso presunçoso.
Ser repreendidos assim trouxe de volta memórias e, na verdade, foi bastante agradável. Sempre acabava assim quando roubavam a bebida de Anise…
Sienna, no entanto, fez beicinho sem nenhum sinal de risada. Ela estava infeliz porque Eugene estava sutilmente, ou melhor, descaradamente apoiando Anise quando deveria estar no mesmo barco que ela.
De repente, algo passou pela cabeça de Sienna.
— Anise! Você realmente tem o direito de me repreender com tanta confiança? — Disse Sienna.
— Por que você está mudando de assunto tão de repente? — Respondeu Anise.
— Eu ouvi isso de Eugene e Mer. Da última vez, você invadiu o papado, matou um cardeal e até deu um tapa no papa, não foi? — Acusou Sienna.
— Para ser mais precisa, não fui eu quem matou o cardeal, e não fui eu quem deu um tapa no Papa. Foi Kristina. — Respondeu Anise presunçosamente.
[Irmã!] Kristina gritou de surpresa com as palavras de Anise, mas Anise casualmente ignorou.
— Além disso, todas essas coisas não são conhecidas pelo mundo. Fizemos coisas malucas em segredo. Mas você, Sienna, fez isso abertamente para o mundo inteiro ver.
— Ah, eu não me importo. — Sienna a interrompeu, então se deixou cair no chão sem ouvir o resto das palavras de Anise. As sobrancelhas de Anise se contraíram de aborrecimento quando deu um longo suspiro.
— Você viveu trezentos anos, mas por que é tão infantil… — Anise resmungou.
— Você pode ser precisa? Fiquei selada por duzentos anos — Respondeu Sienna.
— Você estava viva, não morta, então realmente tem trezentos anos. — Anise estalou a língua e balançou a cabeça. — Falando nisso, Sienna, você precisa ter cuidado no futuro.
— Com o que preciso ter cuidado agora? — Perguntou Sienna.
— Você declarou Hamel como seu sucessor em público, não foi? — Anise apontou para Eugene. — Agora pense um pouco, Sienna. O mundo conhece você como a Sábia Sienna, a grande e idosa maga que viveu por trezentos anos.
— Tire a parte do ‘idosa’! — Gritou Sienna.
— Tudo bem. Vamos nos comprometer com ‘maga experiente’. De qualquer forma, você precisa ter cuidado com os olhos do público. — Continuou Anise.
— O que você quer dizer?
— Se você tratar Hamel puramente como seu sucessor, não haverá problema. Mas você não vai, certo, Sienna? Mesmo que o chame de seu sucessor, segurará sua mão, cruzará os braços com ele ou fará outras coisas que podem parecer sutis para você, mas que seriam percebidas como flertes extremamente óbvios por todos os outros. — Disse Anise.
— Flerte… Flerte…?!
— Sim, flerte! — Anise assentiu com ênfase enquanto um sorriso vitorioso se espalhava por seu rosto. — Uma maga de trezentos anos flertando com um jovem de apenas vinte e poucos anos! O que o mundo pensaria quando visse isso?
Foi como se um raio tivesse atingido o cérebro de Sienna. Com uma expressão atordoada, seus olhos se arregalaram em compreensão.
— Sienna, para o seu próprio bem e para o bem de Hamel, você deve ter muito, muito cuidado em suas ações. Isto é, a menos que você queira ser ridicularizada pelo mundo.
— Você… Você. Então e você? — Disse Sienna com a voz trêmula.
— Eu? Não vejo nenhum problema aqui. Afinal, o receptáculo em que habito, Kristina, tem apenas vinte e três anos. — Fisse Anise.
— Mas você é uma Santa, certo…?
— E daí? A Santa e o Herói — uma ressonância tão romântica e doce, não acham? Não é mesmo, Kristina? — Perguntou Anise.
— Sim, irmã. — Kristina entrou na conversa enquanto juntava as mãos, um sorriso rápido substituindo a expressão anterior.
Os ombros de Sienna tremeram em resposta às brincadeiras.
— Eugene! Declare sua identidade para o mundo agora! Revele que você não é o Eugene Lionheart de vinte e um anos, mas o Hamel de trezentos anos atrás! — Gritou Sienna.
— Você acha que estou louco? — Eugene saiu correndo de perto de Sienna, claramente surpreso.
O desespero contorceu o rosto de Sienna enquanto ela segurava a cabeça.
— Mas o que o mundo pode pensar não é relevante, não é? — Neste ponto, Mer decidiu intervir para reforçar o ânimo de Sienna. Limpando a garganta, ela falou do seu lugar na cama. — Se alguém risse de você, Senhorita Sienna, por estar apaixonada, eu seria a primeira a dar um soco na cara dessa pessoa.
— Certo! Mer, você está correta. Quem se atreveria a zombar de mim, a menos que quisesse perder a vida? — Disse Sienna.
Sienna levantou-se de seu lugar enquanto abria os braços para Mer. Esta saltou da cama para o abraço de Sienna como se esperasse o momento.
— Se você e Sir Eugene segurarem minhas mãos e caminharmos juntos, pareceremos uma família perfeita. — Disse Mer.
— Sim, seria esse o caso! Eu fiz você se parecer comigo para tal… Sienna parou no meio da frase e congelou. O antigo desejo que ela nutria quando criou Mer em sua solidão agora se tornou um desejo muito vergonhoso e sinistro para ser expresso.
— Ah! — Porém, já era tarde demais. Mer olhou para Sienna, com os olhos brilhando. — Isso significa que quando você me criou… Não me tornou simplesmente uma familiar, mas pensou em mim como sua filha!
— Poderia ser…? Você tem se entregado a alguma fantasia de brincadeira em família na sua idade? Imaginando uma filha entre você e o falecido Hamel, criando-a como uma familiar? — Anise se juntou com uma risada forçada, provocando a pergunta. Eugene parecia silenciosamente chocado ao virar o olhar entre Mer e Sienna.
— Ehem, não entenda mal. — Disse Sienna.
— Sim, claro, deve ser um mal-entendido. Afinal, embora Mer se pareça com você, não há nenhuma parte dela que se pareça com Hamel. — Disse Anise.
— Não havia nada que pudesse ser feito a respeito. Embora eu não tenha visto o rosto anterior de Sir Eugene diretamente, Sir Hamel que vi em Acryon não era particularmente bonito. Senhorita Sienna não gostaria de imprimir em mim o rosto do não tão bonito Hamel, sua criação perfeita em vez da de Eugene, que é—
— Não é isso. — Eugene interrompeu Mer, com o rosto sério. — Meu eu passado não era nada feio. Eu era muito charmoso e bonito.
— Não me admira. Entendo por que você não quer revelar sua verdadeira identidade. — Sienna olhou para Eugene, uma careta contorcendo seu rosto. No entanto, ela não refutou a afirmação dele de ser encantadoramente bonito.
Kakakakakakakk o hamel era “feio” na perspectiva deles mais mesmo assim a Sienna ficou hipnotizada e acha ele lindo mais até eu acho o hamel lindão kkk
O amor é isso ai. Se fosse só por beleza o Vermouth teria levado todas do gp.