Aconteceria novamente como tinha acontecido antes em Aroth?
Eugene temia que sim. Ele se lembrava daquela noite em que Sienna, Anise e Kristina, bêbadas como gambás, entraram à força em seu quarto. Eugene fingiu estar dormindo, tremendo debaixo de seu cobertor, com medo.
Os demônios, cheirando a álcool, riram enquanto arrancavam o cobertor de Eugene e desferiam um soco na lateral de seu corpo. A intenção de zombar e machucar estava clara enquanto rompiam sua resistência e o provocavam…
E se isso acontecesse novamente desta vez? Felizmente, Sienna havia se abstido de beber e voltou para o quarto. Mas Anise sempre fora a mais imprevisível com álcool, uma reputação que ela ganhara por mais de trezentos anos.
E se Anise bebesse e Kristina ficasse bêbada, e até mesmo Ciel, que estava com elas, também ficasse intoxicada? E se Sienna se juntasse no meio e todas bebessem como se não houvesse amanhã? E se então invadissem seu quarto?
Eugene ficou acordado a noite toda, consumido por essas preocupações.
Mas, felizmente, o amanhecer passou sem incidentes. Eugene nem tinha se deitado em sua cama e estava sentado perto da janela, perdido em pensamentos, quando foi despertado pelo canto dos pássaros pela manhã. O alívio o envolveu enquanto ele contemplava o nascer do sol sobre o mar ao leste, não muito longe dali.
— Ufa… — Ele exalou um suspiro profundo.
Um novo dia havia começado. Apesar de suas longas contemplações durante as horas pré-amanhecer, o peso em seu peito ainda estava lá. Enquanto ele olhava sem rumo para fora, de repente se assustou.
Ciel havia aparecido no campo de treinamento com suas roupas de treino. Eugene não conseguia distinguir a expressão dela de seu ponto de vista, mas não parecia abatida, e seus passos eram firmes.
Deveria abrir a janela? Ou descer para vê-la? Ou simplesmente ignorá-la? Enquanto Eugene hesitava, Ciel virou a cabeça.
Eugene finalmente pôde ver o rosto dela. Não era exatamente fresco; seus olhos estavam vermelhos, possivelmente de tanto chorar a noite toda. Mas estavam claros, e sua expressão não estava apagada. Ciel encarou Eugene, sorriu e então silenciosamente pronunciou uma palavra: Idiota.
Enquanto estendia a língua rosa de brincadeira, fez um gesto para Eugene descer. Após uma breve hesitação, Eugene pulou da janela.
— Uh… você… dormiu bem? — Ele perguntou.
— Agora entendo. — Ciel riu enquanto cruzava os braços.. — Desde que era jovem, você repetidamente mencionou como admirava Sir Hamel mais do que Sir Vermouth, seu ancestral.
Com essas palavras, Eugene engoliu em seco. Essa era a razão pela qual ele nunca quis revelar a verdade sobre sua reencarnação para os outros, especialmente sua família. O medo imenso que ele abrigava estava se aproximando.
— Sempre que meu irmão ou eu dizíamos algo negativo sobre Sir Hamel, você o defendia instantaneamente. — Ciel continuou.
— Uh… bem… — Eugene tentou formar alguma defesa.
— Além disso, você é próximo do Capitão Genos dos Cavaleiros Leão Negro. — Ciel continuou listando suas ações até agora.
Eugene não conseguia encontrar palavras para falar. Apenas o suor frio formando em sua testa refletia seus pensamentos. Ciel parecia estar se divertindo com a reação de Eugene e ria maliciosamente.
— Sir Genos sabe, não sabe? — Perguntou Ciel.
— Uh… não… não? — Eugene negou fracamente.
— Para que se incomodar com mentiras óbvias? Se eu não soubesse sua verdadeira identidade, não pensaria muito nisso. Mas agora que sei que você é Sir Hamel, as coisas parecem muito diferentes. Pensando bem, Sir Genos teve dificuldades consideráveis lidando com você quando você era muito mais jovem.
— Aquilo… quero dizer—
Nesse ponto, Eugene estava com dificuldades para formar uma frase coerente.
— Não se preocupe. Não vou culpá-lo por contar algo a Sir Genos que não me contou. — Disse Ciel.
Ela chorou por toda a madrugada. Kristina e Anise esperaram pacientemente até Ciel parar de chorar. Elas não trocaram mais palavras naquela noite. Se Ciel desejasse uma conversa ou consolo, as Santas teriam prazer em atender. Mas Ciel não desejava tal coisa. Apenas tê-las ao seu lado durante uma noite triste havia sido suficiente.
Ela ponderou profundamente.
— Deve ser bem constrangedor, não é? — Ciel disse com uma risada… — Então, você tem inflado seu próprio ego por oito anos sem que ninguém soubesse?
— Uh—
Antes que Eugene pudesse dizer qualquer coisa, Ciel continuou:
— Além disso, na frente de crianças que não sabiam de nada.
Qualquer outra pessoa poderia ter sido silenciada pela vergonha, mas Eugene não conseguiu. Olhando seriamente para Ciel, Eugene respondeu: — Inflado o ego? Eu não vejo dessa forma. A história não avaliou Sir Hamel… quer dizer, eu, corretamente…
Conforme suas palavras se arrastavam, Ciel não pôde deixar de rir, dando um tapinha brincalhão no ombro de Eugene.
— Sim, sim, Sir Hamel, o Tolo. Eu entendo o que você está tentando dizer. Então, Sir Hamel não gostava da ideia de ser desvalorizado pelas futuras gerações?
— Ahem… — Hamel tossiu desconfortavelmente.
— Mas isso está um pouco errado. Eu posso entender alguém inflar o próprio ego, mas você, Sir Hamel… teve todas as memórias de sua vida passada desde o nascimento, certo? — Ciel se inclinou enquanto sussurrava. Quanto mais ela se aproximava, mais parecia que uma lâmina afiada perfurava o coração de Eugene. Ele cambaleou enquanto segurava o peito dolorido. Foi quando Ciel perguntou: — Isso significa que… como um recém-nascido, Sir Hamel chorou como um bebê comum, mesmo que não fosse um?
— Isso… estava além do meu controle… — Eugene finalmente conseguiu dizer alguma coisa.
— Rastejando de joelhos, depois dando passos de bebê? — Ciel continuou com a zombaria.
— Independentemente… de ter memórias de minha vida passada, mover o corpo de um recém-nascido não é fácil… — disse Eugene.
Ciel perguntou em seguida: — Você… usava fraldas e—
— Isso eu não fiz! — Interrompendo-a, Eugene exclamou, ligeiramente apavorado.
Ele definitivamente não tinha feito, certo? Ele não conseguia se lembrar. As memórias desses tempos estavam enterradas profundamente. Com o rosto corado, Eugene respirou fundo para se acalmar.
— Como devo chamá-lo? — Ciel perguntou, olhando fixamente para Eugene. — Eugene Lionheart? Ou Hamel Dynas?
— Eu preciso responder isso? — Eugene suspirou profundamente enquanto encontrava o olhar de Ciel.
Seus olhos estavam vermelhos, mas mantinham a mesma determinação clara de antes. Para Ciel, Eugene era simplesmente Eugene, independentemente de vidas passadas ou reencarnações.
— Me chame como quiser, Ciel. — Disse Eugene.
— Está bem, Eugene.
Mesmo que Eugene tivesse pedido para ser chamado de ‘Hamel’, Ciel não teria obedecido. Independentemente de vidas passadas ou reencarnações, para Ciel, Eugene era simplesmente Eugene.
— O que devemos fazer daqui para frente? — O foco de Ciel se desviou, e com um giro suave, ela começou a andar graciosamente. — Ontem eu me envergonhei muito. De hoje em diante, pretendo não fazer isso.
Eugene ouviu em silêncio enquanto Ciel dizia tudo o que pesava em seu coração.
— Isso não significa que estou desistindo ou descartando meus sentimentos por você. Eles são insubstituíveis. — Ela admitiu.
— É mesmo…? — Eugene disse levemente.
— Não importa se você não olhar para mim. — Continuou Ciel.
Mas importava. Ela desejava, mesmo que apenas ocasionalmente, por um momento fugaz de sua atenção. No entanto, ela nunca expressaria esses desejos em voz alta.
— Mas mais importante… — Disse Ciel, firmando seu coração. Ela não queria mais se afundar em tais pensamentos. Ela não queria mostrar outro lado vulnerável e choroso como no dia anterior. Ciel pausou para se recompor, então se virou com um sorriso radiante. — Quem mais sabe que você é Sir Hamel? Senhorita Sienna, Santa Rogeris, Santa Anise, Mer, Ramira, Capitão Genos dos Cavaleiros Leão Negro, e eu. Mais alguém?
— O Rei Demônio do Encarceramento e… a Rainha dos Demônios da Noite também sabem. Acho que eles são os únicos entre os demônios. — Respondeu Eugene.
— Oh? Então a Rainha dos Demônios da Noite nos emboscou na tundra por causa disso? — Perguntou Ciel.
Eugene negou imediatamente: — Não, essa não foi a razão. Aquilo foi apenas ela ficando louca, e só descobriu sobre minha verdadeira identidade muito depois. — Além disso… Eugene suspirou profundamente antes de continuar:. — E… o Mestre da Torre Vermelha parece… ter percebido, ou talvez não…
— Por que tão vago? — Ciel perguntou confusa.
— Acho… que ele percebeu, mas está fingindo que não… — Eugene admitiu.
— Heh, então ele descobriu sem você revelar explicitamente? Realmente digno do Sr Lovellian. — Ciel elogiou sinceramente.
Gerhard, os anciãos de sua família, e seu irmão Cyan não sabiam da verdadeira identidade de Eugene. Percebendo isso, o sorriso de Ciel ficou astuto enquanto ela perguntava: — Não deveríamos contar para o Cyan?
— O quê? — Um Eugene surpreso olhou cautelosamente para Ciel.
— Ele é meu gêmeo, afinal de contas. — Ciel disse, seu sorriso astuto se alargando. — Cyan o tem em alta estima, sabe? Assim como eu, ele aceitaria facilmente a verdade sobre você ser Sir Hamel.
— Não seja absurda… — Eugene disse bruscamente.
— Oh, então você deseja que eu fique em silêncio? — Ela havia direcionado a conversa de volta a seu favor. A curva nos lábios de Ciel aprofundou-se maliciosamente. — Nesse caso, me conceda um favor.
* * *
A família real de Shimuin não anunciou publicamente seu plano de suprimir a Imperatriz Pirata. Havia indicações de que a Imperatriz esperava um confronto frontal, mas nada era concreto ainda. Embora não fosse público, os planos de supressão já estavam em andamento.
— Gondor Martelo de Ferro. — Um anão robusto com uma barba marrom espessa, declarou. Ele estendeu sua mão maciça para Carmen enquanto se identificava. — Até que a Imperatriz seja subjugada e resgatemos os artesãos capturados, eu, Gondor Martelo de Ferro, apoiarei totalmente todos os guerreiros que estiverem ao seu lado.
Se a família real não tivesse iniciado o plano de suprimir a Imperatriz, não apenas os anões da guilda da capital, mas também aqueles da distante Ilha do Martelo teriam se revoltado. Se isso tivesse acontecido, Shimuin teria sofrido um constrangimento internacional significativo, e o clima do país teria caído.
Felizmente, antes que isso pudesse acontecer, a família real agiu rapidamente e negociou com a guilda dos anões. Os anões foram assegurados de que, com o tempo, a família real suprimiria a Imperatriz. Assim, pediram paciência e nenhum transtorno.
Mas os anões não eram conhecidos por sua paciência ou obediência, especialmente quando seus valorizados artesãos haviam sido sequestrados. Por que eles deixariam o resgate apenas nas mãos dos humanos?
Assim, artesãos foram enviados da Ilha do Martelo. Embora não pudessem se envolver diretamente em combate, poderiam oferecer suporte técnico para a expedição.
Gondor Martelo de Ferro era um dos melhores artesãos entre os anões da Ilha do Martelo. Ele havia perdido a implantação anterior devido a tarefas inacabadas, evitando por sorte os sequestros da Imperatriz Pirata.
— Ouvi falar de você, Carmen Lionheart. — Começou Gondor. — Você empunha uma manopla que se transforma em várias formas, não é?
Em resposta, Carmen olhou para baixo para Gondor. Em contraste com sua estatura alta, a altura de Gondor era comparável à de uma criança.
— Estou bastante interessado nas armas do clã Lionheart. — Gondor admitiu, sorrindo para revelar seus dentes amarelados. Artesãos anões habilidosos poderiam lidar com qualquer armadura ou arma, mas poucos conseguiam manejar o Exid, a armadura mágica de Shimuin.
Enquanto a maioria dos anões era excêntrica, Gondor era excepcionalmente assim. Ele estava mais interessado em armas e artefatos antigos e desgastados do que em equipamentos novos como o Exid.
O motivo era simples: armas e artefatos do mundo antigo, especialmente aqueles dos tempos míticos, eram desafiadores de reproduzir ou mesmo entender com as técnicas modernas.
E a família Lionheart detinha a maioria desses artefatos no continente.
— Essa manopla também é uma relíquia da era mítica? — Gondor perguntou.
Não importa o quão precioso seja um artefato, se for fabricado como arma, deve ser usado como tal. Era por isso que Gondor admirava os Lionheart. A família real de Shimuin tinha alguns artefatos ancestrais, mas apenas os exibia atrás do trono em vez de empunhá-los como armas.
Gondor disse apaixonadamente:
— Heh! Ser capaz de tocar e manter as armas Lionheart com minhas próprias mãos! Só de imaginar isso me anima. Quando escrevi para eles há muito tempo oferecendo meus serviços, eles recusaram, dizendo que não precisava de manutenção—
— Esta manopla não é da família Lionheart. — Carmen interrompeu. Ela estava olhando silenciosamente para a barba de Gondor.
Ela nunca tinha visto alguém com uma barba tão espessa. Bem, mais precisamente, Gondor não era humano, mas um anão. Carmen tinha uma noção romântica sobre barbas luxuosas, mas se sentiu bastante decepcionada com sua aparência desarrumada.
— O quê? Não é da família? — Perguntou Gondor.
— Não posso revelar toda a verdade… mas eu ganhei isso com minhas próprias mãos. Ou talvez tenha sido o destino que a trouxe para mim… — Carmen disse enigmaticamente.
A posse valiosa de Carmen, a Genocídio Celestial, foi um presente que recebeu diretamente do Dragão Vermelho. Devido a uma promessa feita na infância, ela não podia falar sobre sua origem. Se não fosse por essa promessa, ela teria se orgulhado de seus laços com o dragão… Carmen balançou a cabeça com arrependimento.
— No entanto… Ah, entendi. — Comentou Gondor.
Carmen acenou levemente com a cabeça em concordância.
— No entanto, minha pupila, Ciel Lionheart, a Rosa Branca. Ela possui uma das armas Lionheart. A Espada da Chuva Fantasma, Javel, uma arma favorecida pelo Grande Vermouth. Você reconhece o nome?
Os olhos de Gondor se arregalaram de surpresa. A Espada da Chuva Fantasma, Javel? Claro que ele conhecia.
— Não acredito que precise de manutenção, mas talvez não seja uma má ideia que você a inspecione? — Carmen sugeriu.
Carmen não era tão simples e estranha quanto parecia.
As armas que o Grande Vermouth usava não precisavam de manutenção há mais de trezentos anos. Elas não se desgastavam mesmo se guardadas em um cofre por muito tempo e não se quebravam mesmo quando usadas em batalhas e negligenciadas depois. A Javel não era diferente. Não havia necessidade de confiar sua manutenção a um anão agora.
Carmen estava ciente disso. No entanto, ela pensou em trazê-la para Gondor por causa de Eugene.
“A Lança Demoníaca e o Martelo da Aniquilação,” Carmen pensou nessas duas armas pertencentes aos Reis Demônios.
Há anos, ocorreu uma revolta no Castelo dos Leões Negros. Os remanescentes do Rei Demônio que residiam no Martelo da Aniquilação seduziram e manipularam Dominic, o Capitão da Primeira Divisão dos Cavaleiros Leão Negro e proprietário do Martelo da Aniquilação, marcando o início da revolta.
Depois desse incidente, os remanescentes do Rei Demônio no Martelo da Aniquilação e na Lança Demoníaca foram erradicados completamente, e Eugene tornou-se o novo proprietário das duas armas. Vários anos haviam se passado desde então, e não havia dúvidas quanto às habilidades de Eugene. Ainda assim, não custava nada ser cautelosa.
No entanto, Carmen sabia que não deveria avançar e tomar decisões sozinha sobre esse assunto. O fato de Eugene, Sienna e Kristina estarem hospedados em sua mansão após entrar na cidade era um segredo absoluto. Ela nem mesmo tinha contado a Ortus sobre isso.
“Ciel…” A caminho da mansão após se despedir de Gondor, Carmen pensou em sua pupila.
Carmen nunca tinha se apaixonado por um homem em toda a sua vida. O que ela amava era o nome Lionheart; ela mesma, que nasceu na família com muitos privilégios; seus cabelos acinzentados, que lhe renderam o apelido de Leão Prateado; e seus olhos dourados.
Ela amava seus punhos e pés, que se moviam mais rápido e mais forte do que ela poderia ter imaginado. Ela amava o fato de ter sido escolhida por um dragão. Ela amava seu destino, que agora era beneficiar o mundo…
Ela nunca tinha pensado em amar um homem. Nunca sentiu o desejo de amar. Embora tenha recebido muitas propostas em sua juventude, ela nunca as considerou. Às vezes, pensava em ter um filho, mas nunca foi desesperada por um.
Mesmo esse desejo suave foi realizado quando ela aceitou Ciel como sua discípula.
É por isso que Carmen desejava a felicidade de Ciel acima de tudo.
“Parece que as coisas não correram bem…”
Ela viu os olhos de Ciel tingidos de vermelho. A sempre orgulhosa e confiante Ciel falava com uma voz enfraquecida e um sorriso fraco. Testemunhar tal visão parecia uma adaga perfurando o coração de Carmen, e até fez Dezra chorar incontrolavelmente.
Mas o que poderia ser feito? Não havia lugar para Carmen intervir nos assuntos entre Ciel e Eugene. Na verdade, ela não deveria. Carmen estava bem ciente dessa fronteira.
“Sim. Tudo o que posso fazer é… ficar de lado e oferecer silenciosamente meu apoio. Vou confortar e consolar essa criança quando o peso se tornar demais para ela.” Com esses pensamentos, Carmen abriu as portas da mansão, sem considerar-se impotente por manter sua distância.
“Eugene….” Caminhando pelo corredor da mansão, sua mente vagou para Eugene.
A primeira vez que o viu, ele estava estudando no exterior em Aroth. Naquela época, ele mal tinha dezessete anos. A ideia de que o garoto tinha crescido tanto ao longo do tempo fez Carmen refletir sobre a marcha implacável do tempo.
O prodígio da família Lionheart, que estava apenas começando a entender a magia, tornou-se um Arquimago em um curto período de quatro anos. Nesse curto período, ele foi escolhido pela Espada Sagrada e alcançou a Sexta Estrela da Fórmula da Chama Branca como o mais rápido a fazê-lo na história dos Lionheart.
“Quatro anos…”
Era realmente um período extenso? Não, não era. Era tempo suficiente para um garoto amadurecer em um jovem, mas não o bastante para se tornar a lenda que ele era.
“Não, mas mesmo naquela época, ele era um monstro.”
Desde o primeiro encontro deles, Carmen sentiu que havia algo extraordinário em Eugene Lionheart.
Toda vez que se encontravam depois, ele crescia exponencialmente, fazendo seu eu anterior parecer distante. Ela recordou de treinar casualmente com ele durante sua cerimônia de maioridade. Depois, lutaram lado a lado contra Iris na capital de Kiehl. Embora fosse a primeira vez que coordenavam, seu ritmo tinha sido impecável. E o impasse contra os Cavaleiros Dragão Branco… Carmen não pôde deixar de sorrir ao lembrar da valentia de Eugene.
“Certamente. Não é surpreendente que Ciel esteja encantada por ele, dada a sua impressionante natureza.”
Rindo suavemente, Carmen abriu a porta de seu quarto.
Ela foi recebida por uma visão que não esperava. O formidável e impressionante Eugene Lionheart estava vestido com um vestido branco imaculado, cercado por mulheres.
Situações difíceis, requerem escolhas difíceis
Eu sabia que isso ia acontecer quando a ciel falou que ele tinha que fazer um favor kakakakakakak
Não acredito q com a personalidade do Eugene e depois de falar tanto ele ainda vai se travestir…
“Hamel, o travesti”
Mas nem fudendo
Hahahahahahaa nem fudendo
Eu odeio muito a ciel
Coitado do meu garoto… Um destino terrível. Mas será lembrado com honra.