Cada olhar ao redor se alargou em horror. O Herói havia descido após derrotar a Rainha Demônio da Fúria reencarnada. No entanto, em uma reviravolta inesperada, ele havia repentinamente cravado uma adaga no peito da princesa que lhe oferecia elogios. O Herói estava destinado a gravar seu nome nos anais da história, mas agora havia feito algo impensável. O choque disso era inevitável para aqueles que desconheciam as circunstâncias subjacentes. Noir mesma ficou atônita também.
Ela definitivamente não esperava um ataque repentino sem trocar uma única palavra, e com esta adaga, ainda por cima — forjada não de metal, mas de poder divino. Embora perfurasse diretamente o coração, não causava nenhum dano ou dor a Scalia, a verdadeira proprietária deste corpo. No entanto, era diferente para Noir. Ela sentia como se seu peito tivesse sido perfurado genuinamente — não, uma dor além disso.
Noir não estava possuindo Scalia usando seu verdadeiro corpo, mas estava usando um Demônio da Noite de baixo nível para controlar o corpo de Scalia. O Demônio da Noite não suportava o poder da adaga, e a agonia que ele experimentava era transmitida diretamente para Noir, que controlava o Demônio da Noite.
“Que esplêndido,” pensou Noir.
Ela registrava a morte iminente, uma sensação tanto familiar quanto estranha para ela. Ao longo de sua vida, ela havia enfrentado a morte muitas vezes. Portanto, ela não experimentava emoção alguma nessa morte.
Mas — era uma história completamente diferente se o adversário fosse Hamel. Uma morte que antes era mundana, familiar e até tediosa se tornava estimulante, deliciosa e doce apenas porque Hamel era quem a estava presenteando.
Havia uma intenção assassina inabalável e a resolução de matar sem se incomodar em iniciar um diálogo ou ouvir suas palavras era simplesmente refrescante. Mesmo agora, os olhos de Hamel brilhavam de ódio e intenção assassina. Ele não mostrava nem um fragmento de hesitação ou dúvida em suas ações.
O que cativava Noir em particular era a adaga agora alojada em seu peito. Era uma lâmina forjada a partir de poder divino, mas não era uma arma preparada para a Rainha Demônio. Se fosse, teria sido usada há muito tempo. Hamel se absteve de usar essa arma durante toda a batalha contra a Rainha Demônio. O que isso significava?
“Era para mim,” concluiu Noir.
Ele não a havia conjurado agora. Em vez disso, ele a tinha mantido consigo depois de prepará-la antecipadamente.
“Ele sabia que eu viria.” Noir sentiu um arrepio de excitação com esse pensamento.
Eles não eram apenas compatíveis demais? Era perfeito.
Noir sorriu alegremente enquanto se ajoelhava em um joelho. Eugene a apoiou pela cintura para evitar que ela desmoronasse, o abraço deles se assemelhando ao de amantes.
— Não nos conhecemos demais? — Noir sussurrou suavemente.
Sem se dar ao trabalho de responder às suas palavras, Eugene torceu a adaga mais fundo. Ele a havia apoiado pela cintura para evitar ferir o corpo de Scalia, mas ao ver o sorriso de Noir e ouvir suas palavras, sentiu que tinha feito algo desnecessário.
— Princesa!
— S-Sir Eugene! O que diabos está fazendo?!
Ivic e Ortus gritaram enquanto corriam para perto. Depois de ficarem congelados no lugar, os guardas reais começaram a se aproximar de Eugene.
Naquele momento, Sienna chegou do céu.
— Esperem. — Comandou Sienna enquanto olhava furiosa levantando o Nevasca.
Kwoong!
Uma barreira mágica envolveu os arredores, impedindo que outros entrassem, bloqueando o caminho.
— Parte da malícia da Rainha Demônio permanece dentro da Princesa Scalia. — Afirmou Sienna solenemente.
— Senhorita Sienna, o que você está dizendo…? — Veio uma resposta surpresa.
— Você acha que eu mentiria sobre algo assim? A purificação estará concluída em breve, então não se aproxime. — Sienna avisou com firmeza. Seguindo esse aviso severo, Sienna trocou um olhar com Kristina, que se aproximou com vestígios de sangue no canto da boca, e entraram na barreira juntas.
Uma risada ecoou de Noir ao assistir Sienna.
— Ahaha… Embora não fôssemos tão próximas, não podemos trocar cumprimentos depois de nos encontrarmos trezentos anos depois?
— Suma daqui, sua vadia. — Respondeu Sienna friamente.
A gravidade do insulto não afetou em nada Noir, que apenas riu ainda mais alegremente.
— É impressionante que você não tenha mudado nem um pouco depois de todo esse tempo, Sienna Merdein. E você… heh, quem você pode ser? Kristina Rogeris? Ou talvez, seja a reencarnação de Anise Slywood?
Kristina respondeu com um olhar penetrante em vez de responder às palavras de Noir. Era melhor manter em segredo as informações sobre sua possessão, um sentimento compartilhado por Anise.
Noir deu de ombros e virou-se para Eugene, dizendo com deleite:
— Estou satisfeita, meu Hamel.
O Demônio da Noite que possuía Scalia estava sendo purificado e desaparecendo lentamente. Mesmo Noir não podia fazer nada para mudar o resultado.
— Você sabia que eu estava vindo e preparou um presente para mim. Infelizmente, eu não trouxe nenhum presente para você. Parece que falhei nas preparações e consideração desta vez. — Noir tagarelava de forma descontraída, e Eugene rosnou: — O que você fez?
Atrás de Eugene, Ciel estava sentada, amarfanhada no chão, ainda incapaz de compreender totalmente a situação. Ela tremia ligeiramente devido a uma sensação desconhecida em seu olho esquerdo. Sienna e Kristina correram para mais perto dela.
— Entendo como isso pode parecer, mas eu lhe asseguro, é apenas um mal-entendido. Hamel, eu não fiz nada… Oh, desculpe, Hamel. Isso escapou sem querer. — Noir disse antes de lançar um olhar de lado para Ciel. Uma careta apareceu em seu rosto. — Hmm… não, parece estar bem. E desde quando ela sabe sobre sua identidade? Certamente, não foi antes de mim, certo?
— Eu perguntei o que você fez. — Eugene repetiu, parecendo sombrio.
— Eu não fiz nada. — Noir insistiu sinceramente, sentindo-se genuinamente acusada injustamente. — Pense logicamente, Hamel. Embora eu seja imensamente talentosa, não possuo a capacidade de implantar um Olho Demoníaco em um humano. Você sabe disso também, não sabe? É impossível para os humanos abrigarem um Olho Demoníaco.
O silêncio se seguiu antes de Noir continuar:
— O mesmo vale para os magos negros. Apesar de formarem contratos com demônios de alto nível ou até mesmo com os próprios Reis Demônios, sua essência como humano não muda. É por isso que Edmond estava obcecado em mudar sua raça para renascer como um Rei Demônio. Não importa o quão alto um mago negro suba, eles não podem desfrutar dos privilégios de um demônio enquanto permanecerem humanos.
Eugene sabia muito bem o que Noir estava dizendo. Era verdade que um Olho Demoníaco nunca poderia residir dentro de um humano.
— Claro, se fosse o Rei Demônio do Encarceramento, talvez ele pudesse implantar um Olho Demoníaco em um humano. Mas eu não posso fazer isso. Afinal, eu não sou um Rei Demônio.
Um Olho Demoníaco…? Ciel tocou seu olho esquerdo, encontrando a dor persistente desaparecida e sua visão tão clara quanto seu olho direito. Foi então que a compreensão despertou nela — a transformação de seu olho era irreversível. Ela podia sentir isso em suas entranhas.
Mas logo algo semelhante a um instinto enraizado profundamente veio iluminar Ciel. Ela entendeu que seu olho esquerdo não era mais comum; ele abrigava um poder inquietante.
— Não sei de nada sobre esse assunto. Eu só… Hamel, tentei cuidar dos ferimentos daquela criança por sua causa. — Argumentou Noir, tentando se livrar do mal-entendido.
Ela não podia mais esperar a gratidão de Hamel devido ao despertar involuntário do Olho Demoníaco por parte de Ciel. No entanto, Noir não sentia arrependimentos por esse fato. Ela sentia ainda mais alegria e satisfação, sabendo que ocupara um lugar na mente de Hamel e até mesmo recebera um presente dele.
— Mas eu sei disso, Hamel. O Olho Demoníaco daquela criança é… especial. Ele abriga duas habilidades distintas. Uma é o Olho Demoníaco das Trevas de Iris. A outra é… bem, devemos chamá-la de Olho Demoníaco da Imobilidade? O que acha? — Disse Noir lentamente.
— Vá se foder. — Retrucou Eugene.
— Oh, você poderia ser um pouco mais amável com suas palavras. Hamel, mesmo sem sua insistência, vou partir em breve. Mas antes de ir, poderia me contar uma coisa? — Noir perguntou, soando magoada.
A voz de Noir gradualmente desapareceu enquanto ela se agarrava à sua consciência flutuante e sussurrava:
— A espada que matou a Rainha Demônio.
Eugene apenas encarou Noir.
— O que diabos é aquilo? Em toda a minha longa vida, nunca vi uma espada assim. A tonalidade vermelha… é diferente do poder divino concedido pela crença humana. É mais fundamental, mais primal… — Noir refletiu, ponderando sobre a verdadeira identidade da arma de Hamel.
— Eu não sei. — Cuspiu Eugene com uma voz fria antes de sacar sua adaga.
— Mentira.
Essa acusação foi a última palavra que Noir pôde pronunciar antes de desaparecer. À medida que sua visão diminuía, Noir olhava diretamente para Eugene. Com um sibilo, uma névoa negra fluía para fora do corpo de Scalia. Eugene ignorou a névoa que se dissipava e examinou a condição de Scalia. O Demônio da Noite corrompendo sua mente havia sido purificado, mas a consciência de Scalia não tinha retornado.
“Que princesa azarada”, Eugene pensou. Ter sido possuída por um Demônio da Noite duas vezes, e isso pela própria Noir Giabella, era realmente algo. Depois de colocar Scalia cuidadosamente no chão, Eugene se virou para olhar Ciel.
— Você se sente… estranha ou algo assim? — Ele perguntou cautelosamente ao se aproximar dela.
Ciel não respondeu imediatamente. Em vez disso, ela olhou alternadamente para Kristina e Sienna. As duas estavam segurando cada uma de suas mãos.
— Hm… não, não realmente…? — Ciel respondeu com uma expressão vacilante.
Sienna, Kristina e Anise chegaram à mesma conclusão após observá-la. Não havia vestígios de poder negro no corpo de Ciel, nem sinais de magia negra. Em primeiro lugar, um Olho Demoníaco não era magia ou magia negra — era apenas um órgão que utilizava poder negro.
A autoridade manifestada por um Olho Demoníaco se assemelhava mais a um milagre de poder divino do que a magia. Não exigia fórmulas ou algo do tipo. O portador do Olho Demoníaco trazia seu poder através da vontade e do poder negro sozinhos.
Mas foi isso que tornou essa situação ainda mais estranha. Não havia vestígios de poder negro em Ciel, então como o Olho Demoníaco conseguia se manter?
— Devo tentar usá-lo? — Ciel perguntou cuidadosamente.
— Não. — Eugene respondeu imediatamente. Embora o uso do poder do Olho Demoníaco pudesse potencialmente revelar outros fatos desconhecidos, agora não era o momento de testá-lo, já que todos não estavam nas melhores condições.
— Ciel. Você também está exausta. Seria melhor verificar seu estado mais tarde, depois que todos tiverem tido amplo descanso. — Kristina aconselhou com uma expressão rígida.
Depois de examinar de perto, não parecia que o Olho Demoníaco de Ciel usava poder negro como sua força motriz. Ela tinha canalizado algum poder divino para dentro dela com cautela, mas não houve nenhuma reação adversa.
Seria possível que estivesse usando mana? Ou talvez estivesse usando a energia primal inerente aos humanos como fonte de energia? Se fosse o último, o Olho Demoníaco poderia ser extremamente perigoso. Afinal, a energia primal dos humanos era sinônimo de sua força vital, em resumo, de sua expectativa de vida.
— Sim. — Ciel concordou, tentando compor sua expressão.
Ela ainda não se acalmou totalmente. Ciel fez o seu melhor para ser otimista. Ela escapara por pouco de viver toda a sua vida como uma pessoa de um olho só; isso não era algo para se agradecer? Mas apesar de seus esforços para ver as coisas positivamente, seu humor não melhorou significativamente.
— Estou bem. — Mesmo assim, Ciel tranquilizou todos com um sorriso. Ela olhou para Sienna e Kristina, que estavam mexendo com suas mãos, e continuou: — Acabou?
Ela testemunhara a queda da Rainha Demônio. O céu não estava mais escuro, e o mar não estava mais vermelho. O ar não estava mais impregnado com o nauseante cheiro de carne podre e sangue, nem com o angustiante barulho de insetos zumbindo.
— Ainda não.
Contrário às expectativas de Ciel, foi assim que Eugene respondeu. A Rainha Demônio estava morta, e não restava nenhum de seus subordinados. Noir Giabella havia partido, e não havia vestígios do Rei Demônio do Encarceramento.
No entanto, não estava totalmente encerrado. Pelo menos para Eugene, ainda não estava encerrado, pois havia algo a fazer.
— Vá em frente. — Foi Sienna quem quebrou o silêncio. — Você tem algo para ver lá embaixo, não tem?
Quando o mar foi aberto pela espada sagrada, Sienna viu o que estava nas profundezas inimagináveis abaixo. Embora ela não pudesse compreender completamente o que era, parte dela queria perguntar a Eugene uma explicação sobre isso imediatamente. Em vez de dizer ‘vá em frente’, o que ela realmente queria dizer era ‘vamos juntos’.
Mas ela não podia. A expressão de Eugene era mais desconhecida para ela do que nunca.
— Realmente há algo que preciso verificar. — Eugene também não enrolou palavras e soltou um suspiro curto.
Sua mente era uma Tempest tumultuada de pensamentos, emaranhados e torcidos. Ele tentou organizar as emoções tumultuadas, mas foi inútil; quanto mais ele ponderava, mais emaranhadas pareciam se tornar. Isso o lembrou dos fugazes momentos logo após acordar de um sonho, quando os detalhes ainda podiam ser vividamente lembrados. Mas à medida que o tempo passava e outros pensamentos intrusivos invadiam a mente desperta, o sonho desaparecia, quase esquecido dos pensamentos. Parecia que, mesmo agora, esses pensamentos estavam desaparecendo de sua mente.
Ele temia que não fazer nada levasse suas preocupações a se derreterem em seu inconsciente, escondendo-se para sempre. E isso não era o que Eugene queria.
— Voltarei em breve. — Mais uma vez, Eugene suspirou pesadamente antes de começar a se mover.
Mas seus pés estavam enraizados no chão. Ele foi contido por preocupações com Ciel, Sienna, Kristina e Anise. Talvez eles devessem ir com ele?
“Não”, Eugene decidiu firmemente.
Ele ergueu silenciosamente o Manto das Trevas. Sentindo sua intenção, Mer e Ramira emergiram das dobras da vestimenta. Seus rostos mostravam expressões complexas de pergunta e preocupação, incapazes de compreender completamente os pensamentos de Eugene.
Eugene só pensou: ele não queria mostrar a elas — nem a turbulência em sua mente nem o que encontraria nas profundezas abaixo. O primeiro a testemunhá-lo, senti-lo, julgá-lo — tinha que ser ele e só ele.
“Tem que ser eu”. Chegando a essa decisão, Eugene se virou com determinação.
Ele se esforçou ao máximo na batalha de hoje. Sem milagres e bênçãos, ele se perguntava quantas vezes teria morrido. Utilizar a Ignição deixou seu corpo em um estado terrível. Felizmente, seu corpo atual, o de ‘Eugene Lionheart’, era naturalmente resistente. Se fosse sua forma anterior, mais fraca, certamente estaria de cama agora, incapaz de andar.
Sentindo-se grato por sua constituição robusta, Eugene cambaleou para fora da barreira. Ele estava certo de que muitas pessoas ali tinham perguntas pendentes e o desejo de falar com ele. No entanto, ninguém se aproximou de Eugene.
— Você precisa de ajuda? — Carmen perguntou em vez de se aproximar dele.
Com um sorriso amargo, Eugene balançou a cabeça.
— Por favor, fique com Ciel.
Ele não tinha intenção de depender de ninguém. Passando por Carmen, ele se dirigiu para o parapeito.
O mar ainda estava dividido, uma visão que fazia as tripulações de outros navios apontarem e murmurarem entre si. Apoiando-se precariamente no corrimão, Eugene virou-se e anunciou:
— Estou dizendo isso apenas por precaução, mas não me sigam lá embaixo.
Ele não esperou por uma resposta. Apesar de alertar os outros para não irem, ele não hesitou em pular no mar.
Woosh!
Uma rajada de vento o pegou, quebrando sua queda. Era o Tempest. Segurando Winith dentro de seu manto, Eugene riu:
— Você não está chateado?
[O que quer dizer?] Tempest perguntou.
— Eu não usei Winith para matar a Rainha Demônio. — Explicou Eugene.
[Não é como se você não precisasse de minha ajuda de forma alguma,] Tempest respondeu com uma risada vigorosa.
Não foi apenas a magia de Sienna que convocou o vento para impulsionar a frota. Tempest também teve um papel nisso, já que o vento também respondeu à vontade de Tempest. Além disso, todas as vezes que Eugene vacilava durante a batalha no céu, era Tempest que o estabilizava silenciosamente.
[Não me sinto decepcionado, Hamel,] afirmou Tempest.
Eugene voou sobre o mar, seu corpo apoiado e impulsionado pelo vento.
Tempest continuou, [meu ressentimento está com o Rei Demônio do Encarceramento, não com a Fúria. Foi com a expedição do norte que não pôde ser cumprida. Ainda me lembro da paisagem no cume de Babel. Como o vento era lá e como eu era impotente.]
Eugene decidiu ficar quieto e apenas ouvir Tempest.
[Quando você eventualmente subir para Babel, talvez não precise da ajuda de Winith ou de mim. Já não é assim, Hamel? Você tem armas formidáveis que não podem ser comparadas a Winith. Mesmo as Tempestades que eu, um Rei Espírito do mundo espiritual, posso conjurar neste mundo não seriam mais violentas do que as que você pode criar sozinho.] Tempest soou arrependido.
— Bem, quando lutar contra o Rei Demônio do Encarceramento, eu ainda vou balançar Winith algumas vezes. — Disse Eugene.
[Hahaha! Não há necessidade. Um dia… quando você alcançar Babel, quando confrontar o Rei Demônio do Encarceramento, eu o ajudarei do meu jeito assim como desta vez. Isso é o suficiente para mim. Estou satisfeito com isso.] disse Tempest com uma risada.
Eugene olhou para baixo. O mar se abriu, as águas nem despejando nem se fundindo. Junto com o vento, Eugene desceu até o fundo do abismo, até o abismo.
[O que há lá embaixo…?] Tempest perguntou curiosamente.
— Eu não sei. — Respondeu Eugene, sem parecer convincente.
[Você deveria saber… Ainda assim, não consigo ler suas emoções. Você não quer mostrá-las?] Tempest o sondou.
— É um sentimento complexo. — Eugene murmurou com um sorriso amargo. — Eu não quero aceitar em vez de não querer mostrar. Francamente, eu nem quero ver.
[Por quê?] Tempest perguntou, perplexo.
— Porque tenho medo. — Eugene admitiu francamente.
Eles finalmente alcançaram o fundo do abismo.
Eugene pousou no chão. Embora antecipasse que o leito do mar estivesse úmido, não era nada disso. Contrariando suas expectativas, parecia incrivelmente duro.
[Você tem medo?] A voz de Tempest tornou-se quase inaudível. Provavelmente devido aos poderes do Encarceramento em jogo.
Eugene resmungou enquanto caminhava pelo chão duro.
— O que temo é se vou conseguir lidar com isso.
Eugene afundou subitamente.