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Damn Reincarnation – Capítulo 402

Estátua Sagrada (2)

Eugene tinha certeza de que, mesmo considerando sua vida presente, sua vida passada e a vida antes disso, a experiência que ele suportou em Shimuin foi o auge da humilhação.

O desfile no Leão de Platina já tinha sido terrível o suficiente… mas agora, ele se encontrava fazendo uma pose diante de inúmeros espectadores que cercavam a praça.

— Estou perguntando porque estou realmente curioso, e não sei melhor, mas será que realmente precisamos fazer isso aqui? — Eugene questionou, sua voz mal passando de um sussurro.

Estava claro que sua paciência estava no limite. O anão responsável pela criação da estátua tinha uma aparência notavelmente astuta. Ele ergueu uma sobrancelha em resposta à pergunta de Eugene:

— Não deveríamos construir a estátua mais adequada para a paisagem?

— Um escultor mestre não deveria ser capaz de capturar uma pose dentro de uma oficina e ainda otimizá-la para esse tipo de fundo? — Retrucou Eugene.

— Bem, se nosso Herói aqui fosse um modelo profissional, alguém que pudesse revelar vitalidade com o movimento de cada ponta de dedo e se encaixasse naturalmente em qualquer paisagem simplesmente ficando de pé, então talvez isso fosse possível, mas… — O anão se interrompeu ali.

Ele ajustou seu chapéu em forma de pão com um toque de desdém, então continuou:

— A essência de uma estátua é produzida não apenas pelo escultor, mas também pelo modelo. Lamentavelmente, apesar de sua aparência marcante, suas poses deixam muito a desejar, Herói.

Eugene ficou em silêncio diante dessa declaração flagrante.

— Não se sinta desconfortável, nem tímido. Existem estátuas destinadas a transmitir tais sentimentos, mas a que estamos erigindo aqui deve retratar o Herói, a pessoa que derrotou a Rainha Demônio, certo? Deveria irradiar sua coragem, sua nobreza, mas você parece excessivamente envergonhado agora. — Reclamou o anão.

— Se você quer essas emoções de mim, remova os espectadores primeiro. — Eugene disse entre dentes.

— Cada uma dessas pessoas o admira e o reverencia. Eles vieram aqui por respeito. E, Herói, me perdoe por fazer essa pergunta, mas… não foi você quem solicitou esta estátua?

Em vez de responder, Eugene limpou a garganta constrangido. O anão inclinou a cabeça com confusão antes de continuar:

— Não é como se as pessoas tivessem forçado isso. Estamos erigindo isso a seu pedido… Por que você está tão envergonhado?

— Vamos acabar com isso rapidamente. — Respondeu Eugene. Ele sentiu que se a conversa se arrastasse por mais tempo, poderia simplesmente perder a paciência e espancar o anão irritante na frente da multidão vasta.

“Vamos nos acalmar…”, Eugene disse a si mesmo. Ele respirou fundo.

Erguer uma estátua e um arco triunfal em Shimuin tinha um significado profundo. Eles marcavam o local onde o Herói derrotou um Rei Demônio pela primeira vez. As façanhas de Eugene já eram lendárias e quase míticas.

A estátua e o arco se tornariam símbolos evidentes. Não seriam apresentados apenas aos cidadãos desta terra, mas também às pessoas de várias nações que viriam ver esses monumentos. Jornais e inúmeros livros apresentariam as duas estruturas e idolatrariam o Herói.

Nesse ponto, os sentimentos de constrangimento pareciam menos preocupantes do que a natureza surreal de tudo isso. Aqueles desavisados poderiam se perguntar por que ele se incomodaria com tanta grandiosidade. Eles poderiam até supor que o jovem Herói tinha sido cegado pelo orgulho e ambição.

Mas para Eugene, construir a estátua e o arco era de importância primordial.

As Estrelas tinham desaparecido da Fórmula da Chama Branca. Ele não poderia simplesmente esperar aumentar o número delas como fez no passado. Embora ainda houvesse potencial não testado na Espada do Luar, sua confiança em ter sucesso em seus empreendimentos futuros estava vacilante.

No entanto, ele mantinha uma crença inabalável em sua Espada Divina e no poder divino. Quanto mais fosse reverenciado como o Herói, mais forte seu poder divino se tornaria, assim como sua Espada Divina.

Assim como os Reis Demônios obtinham força através do terror e do espanto, os deuses ficavam mais fortes com a adoração e a fé. Se Noir tinha transformado toda a Cidade Giabella em uma fábrica de força vital, Eugene precisava aproveitar a fé e a reverência das pessoas do continente.

Suas bochechas queimavam menos de vergonha quando ele pensava na situação dessa maneira. Segundo as palavras do anão, ele precisava parecer orgulhoso, corajoso e puro para modelar a estátua.

Com determinação renovada, Eugene adotou uma pose que considerava a mais orgulhosa, corajosa e pura.

Uma estátua, de fato, assim como uma estátua.

Sienna se orgulhava de possuir inúmeras estátuas assim. Sem exagero, havia dezenas de estátuas de Sienna em Aroth sozinha. Bem, isso se contássemos as estátuas espalhadas por toda Aroth, juntamente com as da Cidade do Pentágono e suas torres imponentes.

E era só isso?

A ‘Sábia Sienna’ era a oráculo e guia para os magos desta era. Como tal, suas estátuas eram comuns mesmo fora de Aroth. Para exagerar um pouco, quase todos os lugares relacionados à magia abrigavam uma estátua de Sienna.

Não era muito diferente para Anise.

A Fiel Anise era considerada uma das santas mais sagradas de Yuras, ao lado do Grande Vermouth. Na verdade, ela era ainda mais adorada e amada do que Vermouth pelo povo de Yuras. Assim, havia dezenas de estátuas de Anise em Yuras, além de muitas mais quando contadas as erigidas em países que seguiam a Igreja da Luz.

Mas e as estátuas de Hamel, o Tolo? Claro, elas existiam. No entanto, uma coisa estava clara: enquanto existiam estátuas do Herói e seus companheiros, que retratavam todos os cinco, havia apenas uma estátua de Hamel que ficava independente.

“No meu túmulo”, Eugene pensou com raiva. A simples ideia fazia seu interior ferver.

A terra natal de Hamel era o Reino de Turas. No entanto, a maioria em Turas nem mesmo saberia que Hamel vinha de sua terra. Naquela época, um censo adequado dos territórios não foi conduzido, e a cidade natal de Hamel estava localizada na borda mais distante do reino. Na verdade, agora era um deserto.

A maioria das outras estátuas retratava Vermouth e seus companheiros. A melhor delas era a que foi erguida por Moron na capital de seu reino, que apresentava apenas Moron e Hamel.

“Quanto mais eu penso nisso, mais isso me irrita”, pensou Eugene com os dentes cerrados.

Ele sentiu uma leve onda de raiva, mas ao mesmo tempo, sentiu que este momento era especial. Porque neste momento, a estátua de Eugene Lionheart, que já foi Agaroth e Hamel, seria erguida por sua própria vontade.

Sua determinação se fortaleceu. Eugene abriu seu manto amplamente e puxou a Espada Sagrada.

A boca de Sienna se abriu. Anise também ficou chocada enquanto observava Eugene através dos olhos de Kristina. Não foi apenas o ato de desembainhar a espada que as chocou. Pelo contrário, foi que Eugene levantou a lâmina brilhante em direção aos céus. Mesmo sem vento, seu manto tremulava loucamente.

E ele não tremulava aleatoriamente, mas flamejava de uma maneira que complementava perfeitamente a grandiosidade da postura de Eugene. O movimento do manto não fazia nada para manchar sua postura. Pelo contrário, não poderia ser mais perfeito.

A iluminação também parecia… estranha. O brilho que contornava Eugene se misturava perfeitamente com o ambiente. Não era uma luz ofuscante que obscureceria sua forma, mas sim o tipo que o destacava e glorificava.

— Idiota maluco. — Murmurou Sienna. Ela estava sem palavras.

De dentro do manto, Mer manipulava diligentemente os movimentos do manto para dar a ele essa aparência, e Ramira infundia o espaço com luz para lançar um filtro sobre Eugene. Eugene ficou em pé com uma expressão solene e justa, ajudado pela dupla escondida dentro de seu manto.

— Ah, como ele pode parecer tão puro e majestoso…?! — Kristina expressou, atordoada.

Anise também ficou atônita, mas Kristina estava completamente fascinada. Ela juntou as mãos e olhou para Eugene com reverência. Ela não foi a única a reagir assim. Enquanto a reação de Sienna e Anise era de choque e incredulidade por serem tão familiares a Eugene, a multidão fora da praça aplaudiu e rugiu em pura adoração por Eugene.

— ……

Era impossível construir uma estátua em apenas algumas horas, mesmo para os anões. Sim, poderia ter sido possível se realmente quisessem, mas a estátua em questão era do Herói. Deveria ser uma estátua destinada a perdurar através dos anais da longa e vasta história. Portanto, ela tinha que ser mais magnífica e bonita do que qualquer estátua que já existira na história. Na verdade, se deixado à obstinação dos anões, levaria pelo menos mais dez anos para ser concluída.

É claro que Eugene não tinha intenção de lhes conceder uma duração tão extensa.

— Um mês. Nem mais um dia. — Declarou.

— Herói! Um mês é muito curto! — Reclamou o anão artesão.

— Se não estiver feito, não estará feito. Se houver o menor atraso, mesmo que seja um dia além de um mês, eu irei pessoalmente a esta nação e destruirei a estátua que você fez. — ameaçou Eugene.

— Que loucura é essa! — Retrucou o anão.

— Loucura? Eu sou o cliente, e é isso que estou pedindo, então por que você está reclamando tanto? De qualquer forma, saiba disso: se não estiver pronto em um mês, seus parentes não serão confiáveis com a tarefa. — Continuou Eugene.

— Quem mais neste mundo, além de nós anões, poderia imortalizar a imagem do Herói? — Perguntou o anão.

— Pode haver outras raças capazes disso. Acho que escultores humanos são bastante habilidosos também. Talvez haja escultores entre os elfos. — Respondeu Eugene.

— Você acha que esses orelhas compridas entendem de arte? Tudo o que sabem fazer é mordiscar folhas na floresta como insetos e fazer cocô verde. O melhor que podem fazer é entalhar em casca! — O anão gritou frustrado.

Os olhos de Sienna se inflamaram de raiva ao ouvir suas palavras. Ela secretamente mantinha um preconceito contra os anões. Ela os desprezava e os considerava uma raça fedorenta. Além disso, ela ficou irritada quando se sentiu menosprezada — muito uma característica humana dela.

— Contenha-se. — Advertiu Anise, garantindo que Sienna não voaria em fúria para quebrar livre das tentativas de Anise de acalmá-la e bater no anão com seu cajado. Eugene também estava ligeiramente preocupado, imaginando se Sienna poderia perder o controle. No entanto, ele pôde suspirar aliviado quando viu Anise ajudando-a a se acalmar.

— Bem… os elfos são uma raça bonita, então eles podem ter algum senso de arte, e, dada a longevidade deles… — Murmurou Eugene.

— Não seja ridículo! Você não conhece as falhas inatas dos elfos?! Apesar da longevidade deles, apesar de viverem por séculos, passam a maior parte do tempo ociosos nas florestas! Se usassem suas vidas sabiamente, os maiores guerreiros, magos, sábios e artesãos deste continente seriam todos elfos. — Rugiu o anão.

— Deixa, deixa, deixa eu pegar aquele anão! — Sienna gritou, incapaz de formular a frase coerentemente devido à sua raiva.

Tudo o que o anão disse fazia sentido para Eugene, mas Sienna não via assim.

Eugene mal conseguiu acalmar a fúria de Sienna, impedindo-a de se soltar das tentativas de Anise de acalmá-la e de bater no anão com seu bastão. Ele exalou profundamente e fixou seu olhar no anão.

— Bem… — Eugene disse. — Minha posição permanece inalterada. Um mês. Nada mais. Se vocês desejam marcar na história de sua raça que esculpiram a primeira estátua do Herói, terminem dentro do mês.

— Hmm… — O anão parecia sombrio.

— Por que você está lamentando? Você disse que já encontrou a inspiração de que precisava, não é mesmo? — Questionou Eugene.

A pose que Eugene havia demonstrado estava firmemente gravada na mente do anão. Depois de fazer observações de vários ângulos e ajustar posições várias vezes, o anão havia escolhido o local perfeito na praça.

Agora, tudo o que restava era esculpir a estátua exatamente como ele se lembrava e como estava registrado com a ajuda da magia.

Eugene enviou o anão de volta depois de recusar mais negociações. Ele retornou à mansão onde Ciel, Dezra e Carmen estavam hospedados. O trio já havia partido para retornar à família principal de manhã cedo.

~

—Diga-me que confia em mim.

~

A sinceridade nos olhos de Ciel ainda estava vívida na memória. Mais cedo, de manhã, enquanto Eugene se despedia do trio, Ciel havia dito surpreendentemente pouco antes de se despedir de Eugene.

~

—Espere por mim.

~

Um sorriso radiante. Uma voz firme em sua resolução.

Julgando pela determinação que ele viu nela, ela provavelmente estava absorta em treinamento sob o lago agora.

— Não temos mais nada a fazer em Shimuin, certo? — Eugene perguntou.

— Isso mesmo. — Confirmou uma das mulheres.

Não havia nada para levar da mansão.

Tudo já havia sido enviado para casa, incluindo os dois Exids dados pelo Rei Oseris, dez artesãos anões liderados por Gondor e o cadáver de Raizakia que Eugene havia guardado no manto.

Embora a criação de uma nova oficina levasse algum tempo, no máximo até meados do verão, os anões desmontariam o corpo de Raizakia e fabricariam armamentos para os clãs Lionheart.

— Poderíamos partir amanhã. — Respondeu Eugene enquanto se espreguiçava no sofá.

Melkith havia sido encarregada de vasculhar o Deserto Nahama. Considerava-se que, em vez de Eugene, o Herói, agir desde o início, Melkith receberia uma recepção melhor em Nahama como uma parte neutra.

Enquanto isso, Eugene e seus companheiros decidiram seguir para Ruhr.

— Não devemos dar algum presente para aquele idiota do Moron? — Os olhos de Sienna brilhavam com travessura enquanto ela falava.

Embora Eugene e Anise tivessem conhecido Moron no ano passado, para Sienna, este reencontro estava quase há duzentos anos acontecendo.

— Você não disse que o idiota já está meio louco? O que é bom para a saúde mental? Que tal uma tela e um conjunto de tintas? Talvez ele possa pintar quando se sentir instável. — Brincou Sienna.

— Parece que você está entendendo errado. — Retrucou Eugene. — Moron não está preso e indefeso como você. Ele pode conseguir o que precisa por conta própria.

— E que tal algemas mágicas, então? Não as comuns, mas as mágicas que eu mesma confeccionarei. — Sugeriu Sienna.

— Por que diabos você sugeriria isso? — Questionou Eugene.

— Como um presente para Moron. Vou fazer algemas que ele possa usar quando sentir que está perdendo o controle. — Respondeu Sienna.

— Você acha que é a Rainha Demônio do Encarceramento ou algo assim? — Eugene perguntou, boquiaberto.

Sienna o olhou, surpresa.

— Você não acha que me chamar de Rainha Demônio é um pouco demais?

— Realmente foi uma analogia inadequada, Sir Eugene. Por favor, peça desculpas. — Interveio Kristina.

— Sim… Desculpe. — Eugene cedeu. Ele foi forçado a isso, com ambas agindo de maneira tão séria.

Sienna contemplou por um momento antes de continuar.

— Acho que a tela e as tintas podem ser uma boa ideia. Como você disse, Eugene, mesmo que Moron possa conseguir o que precisa, duvido que ele compre uma tela e tintas.

— Ele pode ter talento para a arte, sabe. — Anise riu enquanto recordava o passado e tomava um gole de sua bebida. — Você não se lembra? Sempre que acampávamos, Moron costumava esculpir esculturas em rochas e troncos quando não havia mais nada para fazer.

Anise riu sinceramente enquanto compartilhava essa lembrança.

A memória de Eugene também havia ressurgido. De fato, como Anise havia dito, as esculturas de Moron eram razoavelmente boas.

— Moron é melhor do que os elfos. — comentou Eugene.

— Você… seu pedaço de… o que você acabou de dizer?! Há artistas entre os elfos também! Até mesmo meu próprio irmão pinta lindamente. E havia alguns elfos que esculpiam! — Retrucou Sienna.

— Então, por que todos os artesãos renomados do mundo são anões? — Questionou Eugene.

— Isso porque os elfos não são tão gananciosos quanto os anões! Para os elfos, tudo no mundo pertence à natureza. Não é algo para negociar com dinheiro! Os elfos não ficam obcecados em deixar para trás arte; uma vez feita, ela é devolvida à natureza! — Sienna argumentou com os ombros tremendo.

É claro que Eugene não tinha interesse na veracidade da afirmação de Sienna. Ele deu uma resposta casual e lançou um olhar para Mer e Ramira, que estavam absortas em um jogo de um lado da sala.

Ambas pareciam extremamente sérias. No entanto, sempre que as duas jogavam algum jogo, era raro que uma delas vencesse decisivamente. Se parecia que Mer ganharia, Ramira virava o jogo, e vice-versa.

— Você planeja testar a Espada do Luar onde Moron está? — Perguntou Anise.

— Bem, se a Espada do Luar enlouquecer novamente, acalmá-la pode ser mais um trabalho para o Moron do que para nós. — Comentou Sienna.

Moron era tão forte e resistente quanto simples. A Espada do Luar poderia repelir mana, magia e até mesmo poder divino, mas a força de Moron provavelmente prevaleceria contra ela.

— Mas… a razão pela qual Moron perdeu a cabeça não era relacionada ao poder da destruição? A Espada do Luar não o afetaria adversamente? — Sienna questionou depois de pensar um pouco.

— Então, eu só vou dar um tapa nele para fazê-lo voltar ao normal. — Respondeu Eugene.

— E se você e Moron enlouquecerem? — Perguntou Sienna.

— Então vocês podem nos dar um tapa para nos fazer voltar ao normal. — Respondeu Eugene simplesmente.

— O que diabos você está dizendo, seu louco?! — Sienna perguntou com um olhar perplexo.

Eugene riu e acenou a mão displicentemente.

— Eu não sei sobre mim. Mas o Moron ficará bem.

— Como você pode ter tanta certeza? — Questionou Sienna.

~

—Toda vez que você ficar estranho, sofrer ou enlouquecer, vou chamá-lo de idiota e vir bater em você.

~

Era uma conversa que ele teve com Moron antes de se separarem.

~

—Moron, você não está sozinho. Você não enfraqueceu também. Por quê? Porque eu levei golpes de você como se não houvesse amanhã. Isso sozinho prova sua força. Você ainda é um guerreiro corajoso e forte.

~

Tinha sido um consolo desajeitado e constrangedor. Eugene oferecera essas palavras enquanto estava à beira da morte depois de ser espancado por Moron, recebendo apoio de Kristina e Anise.

No entanto, tendo compartilhado essa conversa, Eugene acreditava em Moron.

— Eu concordo com o Hamel. Moron está bem. É verdade que a mente dele estava instável, mas… encontramos Moron apenas um ano atrás. — Anise acrescentou com um sorriso de concordância enquanto tomava um gole de sua bebida. Ela estivera ouvindo a conversa deles em silêncio.

~

—Moron, você é o único capaz de cumprir essa missão. Mesmo que todos nós estivéssemos vivos, teríamos que confiar isso a alguém. Não apenas ao Sir Vermouth, mas mesmo nós teríamos pedido a mesma coisa a você.

~

Quando Anise disse isso, Moron respondeu.

~

—Então eu não tenho escolha a não ser fazer isso.

~

— Isso está me irritando. — O rosto de Sienna ficou vermelho de raiva enquanto ouvia. — O que todos vocês estão lembrando agora é de quando eu não estava lá. — Ela disse.

— É verdade. Foi quando você estava selada dentro da Árvore do Mundo. — Eugene respondeu despreocupadamente.

No entanto, Anise sussurrou com um sorriso serpenteante:

— Sim, Sienna. Esta é uma lembrança que você não compartilha. É uma entre Kristina, Hamel, Moron e eu.

Os punhos de Sienna tremeram com suas palavras.

— Vamos pedir a Moron para perder a cabeça mais uma vez. Não completamente, apenas pela metade. — Declarou Sienna.

— Você está louca? — Eugene perguntou, chocado.

Sienna explodiu:

— Quero dizer, ele só deveria fingir enlouquecer. Não pense muito nisso. Apenas recrie a situação quando eu não estava lá. Eu só quero dizer algo plausível para o Moron quando ele recuperar a sanidade.

— Por que encenar tal cena? Poderíamos simplesmente encontrar Moron e dizer a ele diretamente. — Disse Anise.

— Se nos cumprimentássemos calorosamente e então disséssemos tais palavras, não pareceria estranho? — Perguntou Sienna.

— Você sempre foi peculiar. Não precisa se preocupar desnecessariamente agora. — Retrucou Anise. Com um bufar, ela serviu mais vinho em sua taça.

Sienna fez beicinho, pensando em que palavras teria para Moron. Ela exclamou subitamente:

— As terras do norte são frias, não é? Roupas de inverno… não, não! Um rio quente!

— Você quer dizer uma fonte termal? — Perguntou Anise.

— Sim, uma fonte termal! Moron se gabava das fontes termais em sua terra natal. Não pudemos ir há trezentos anos, mas agora podemos… — Sienna se interrompeu antes de tossir constrangedoramente. Ela olhou para Eugene, depois para Anise, que segurava a taça no ar. Depois de uma pausa, Sienna disse: — Quero dizer, com você, Anise.

— Sim, entendi… Ah, me lembro. Trezentos anos atrás, fizemos uma promessa, Sienna. Você e eu iríamos tomar banho juntas na fonte termal.

Diante do entusiasmo repentino de Sienna, Anise, que havia abrigado uma centelha de esperança, mostrou sua clara decepção com sua desajeitada tentativa de recuperação.

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Arquimaga
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Arquimaga
25 dias atrás

Gosto da Kristina, Anise e até da Ciel, mas a Sienna é muito chata…

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