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Dao of the Bizarre Immortal – Capítulo 188

Soldados

Havia um poço na aldeia. Havia até uma lareira perto da casa de hóspedes. Assim, tudo que precisavam fazer era colocar a panela na lareira e poderiam facilmente fazer a refeição.

Enquanto bebia a sopa de vegetal selvagem e comia o pão de grãos, Li Huowang sentiu a úlcera em seus lábios retroceder lentamente.

Naquele momento, perguntou a Gao Zhijian sobre a noite passada: — Alguém veio noite passada?

— N-Não. N-Ninguém esteve a-aqui — respondeu Gao Zhijian.

Li Huowang olhou para o Pão e viu que estava bem também. Ele lembrou do casamento estranho de ontem.

Mesmo que tudo parecesse normal, Li Huowang sentiu que o olhar do homem estava errado. Ele não tinha certeza quando obteve o poder de determinar as emoções pelo olhar, mas podia dizer que o homem o encarando ontem não estava fazendo isto por curiosidade, mas por cautela.

— Descansaremos hoje e partiremos amanhã. Filhote, como não temos comida o bastante para nossa viagem, vá conseguir algumas rações. Gao Zhijian, Chun Xiaoman, vocês dois podem ir com ele. Não sejam descuidados — instruiu Li Huowang.

Li Huowang olhou para Bai Lingmiao, que estava sussurrando algo para Chun Xiaoman, antes de continuar sua refeição.

Considerando que era um dos raros dias de descanso, Li Huowang aproveitou a chance para praticar a Escritura Ardente.

Entretanto, mesmo agora, não tinha ideia de como reunir ou invocar o sentimento de compaixão em seu coração.

Quando mal conseguiu reunir a cera branca numa pilha, detectou alguém o encarando.

Li Huowang guardou rapidamente a Escritura Ardente e abriu a janela, só para encontrar o Protetor da Aldeia fungando e sorrindo para ele.

É ele? Talvez eu possa conseguir alguma informação dele.

Li Huowang imediatamente desceu e pegou alguns pães de grão da cozinha antes de se aproximar do Protetor da Aldeia.

Ele balançou os pães na frente dele e o viu encarando intensamente a comida: — Te darei um pão para cada pergunta respondida. Feito?

— Tudo bem! — O idiota Protetor da Aldeia assentiu.

— Qual é o seu nome? — perguntou Li Huowang.

— Não tenho ideia, mas minha mãe falou que meu sobrenome é Hua — respondeu o Protetor da Aldeia.

— Tudo bem, aqui está seu pão.

O Protetor da Aldeia ficou tão feliz em receber um pão que seu ranho saiu.

— Outra pergunta. Quem é o homem batendo no gongo ontem? Qual é o trabalho dele? — indagou.

— Aquele é o Hou Laoer. Ele é um soldado. Seu irmão, Hou Laoda, ia se casar, então ele voltou recentemente — respondeu o Protetor da Aldeia.

— Um soldado? Do Reino de Hou Shu? — murmurou Li Huowang.

Isso significa que ele está trabalhando com o reino!

Li Huowang esteve aqui por algum tempo, mas além dos soldados protegendo as fronteiras, nunca conheceu um oficial ou um representante do reino.

Agora estava bem curioso. Como os oficiais governam seus países que estavam cheios de seres malignos neste mundo bizarro?

O Protetor da Aldeia não respondeu, apenas encarou o pão.

Vendo isto, Li Huowang entregou outro pão e o Protetor da Aldeia começou a falar novamente: — Não sei que tipo de soldado ele é e nem sua patente. Tudo que sei é que ele é um soldado e que empunha uma lança grande. A lança é tão pesada que nem consigo levantar.

Ao ouvir isto, Li Huowang franziu a testa e olhou na direção da casa da Família Hou. Ela ficava um pouco adiante, com os leões de pedra protegendo os portões.

— Onde ele está agora? — perguntou Li Huowang.

— Ele partiu. Após a cerimônia de casamento terminar, ele foi embora — respondeu o Protetor da Aldeia.

Ao ouvir que Hou Laoer já havia partido, Li Huowang suspirou de alívio. Ainda assim, preferiria enfrentar um humano a alguns seres malignos.

Li Huowang não sabia se encontraria aquele homem de novo, mas se seu palpite estivesse certo, então os oficiais do estado provavelmente estavam ocupados demais com o sumiço da “decomposição” do mundo.

Então, uma voz idosa veio de trás: — Protetor da Aldeia, esse homem te deu comida?

Li Huowang reconheceu o idoso; era o pai do noivo. O homem ainda estava usando seu chapéu e a roupa de ontem.

— Saudações, bom senhor — cumprimentou Li Huowang.

— Aiya, você já foi nosso convidado ontem. Não precisa ser tão educado — disse o idoso.

Enquanto os dois conversavam, o Protetor da Aldeia viu que não havia mais pães e foi embora.

Olhando para as costas sujas do Protetor da Aldeia, Li Huowang perguntou ao homem: — Senhor, ouvi que os Protetores da Aldeia podem proteger uma aldeia de desastres. É verdade? Ele ajudou esta aldeia antes?

Mesmo que Gao Zhijian só tivesse mencionado, era algo completamente possível neste mundo bizarro.

— É apenas uma história que inventaram para que uma pessoa mentalmente doente sem família não morra de fome. Qualquer um esperto o bastante conseguiria dizer — respondeu o idoso.

— Entendo. Você deve ser muito gentil, então.

— Creio que não. Nossos ancestrais nos falaram que uma aldeia só pode conter um Protetor da Aldeia. Afinal, não podemos alimentar várias pessoas de graça. Dito isso, você vai passar pela Cidade de Ji? Lembro que está oferecendo serviços de escolta, certo? — indagou o idoso.

Li Huowang ficou surpreso. Pelo que parecia, o velho não o encontrou por acaso.

— Minha filha mais velha está morando lá. Você poderia passar uma mensagem para ela? Preciso que diga que seu irmão acabou de se casar e que esperamos uma nova adição na nossa família. Quanta prata isso seria necessário? — perguntou o idoso.

— Não precisa de pagamento. Você já nos convidou para jantar na noite passada. Não tem motivo para exigir o pagamento só para passar uma mensagem.

Após ouvir as palavras de Li Huowang, o idoso não continuou insistindo. Ele então contou o endereço da sua filha.

Após memorizar o endereço, Li Huowang lembrou de repente sobre Hou Laoer: — Seu segundo filho não acabou de partir? Por que não pediu para ele passar a mensagem? Ele deve chegar mais rápido enquanto viaja no cavalo do que eu com minhas carroças.

— Meu segundo filho está com pressa para voltar ao acampamento. Como poderia passar em Ji? Na verdade, ele já teve muita dificuldade só para deixar seu posto por dois dias. Ai ai, espero que não ocorra outra guerra — lamentou o idoso.

— Senhor, qual é a patente do seu segundo filho? Ele deve ser alguém de uma patente alta — perguntou Li Huowang.

A pergunta feita era algo que o velho amava ouvir. Ele falou mais alto de propósito quando começou a se vangloriar: — É claro! Ele é um soldado de armas leves.

— Um soldado de armas leves? O que é isso? — questionou Li Huowang.

— Oh, você não sabe? Bem, também não sabia no começo. Porém, ele me disse que os soldados de armas leves são essencialmente os guardas que ficam ao lado do general. Como um soldado protegendo o general não poderia ser alguém de alta patente? Olhe para minha casa, minha carroça de boi e os dois leões de pedra na porta. Todos foram presentes do meu segundo filho — vangloriou o idoso.

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