— ACABOU!? COMO ASSIM ACABOU!?
— Bem, é exatamente isso, ssuyo. Nosso estoque está zerado, ssu.
A jovem de cabelos ruivos Nell, que trabalha como vendedora na loja de produtos da Firma Echigoya, respondeu enquanto usava uma bandeja para se proteger das cusparadas que escapavam da boca do homem enraivecido.
— QUANDO É QUE TERÃO MAIS!?
— Ah… a próxima entrega ainda não foi decidida, ssu…
— COMO É QUE É!? POIS TRATE DE DEIXAR NA MINHA CASA QUANDO VIER!
— Sen-senhor, nós não podemos, ssu… não temos serviço de entregas, ssu.
— ENTÃO RESERVE UMA PARTE PRA MIM, PORRA!
— É uma pena, ssu… a gente não aceita pedidos de reserva, ssuyo.
— FODA-SE! EU SOU O CLIENTE AQUI!
O “cliente” que Nell estava lidando entrou em uma fúria incontrolável, obrigando aos seguranças da firma que o segurassem antes que partisse para cima dela.
— Se, se o senhor realmente quer assim tanto, por que não experimenta comprar dos aventureiros em frente a torre, ssuka? — Nell tentou dar um conselho ao homem quando este estava sendo arrastado pelos seguranças para forma da firma.
Por alguma razão, o conselho pareceu tê-lo feito lembrar de alguma experiência ruim, visto que o mesmo passou a disparar linguagem abusiva enquanto era carregado.
— Essa confusão toda foi por causa dos doces, outra vez?
— Yup, ssu. “Me dê agora, café ou cola, qualquer um serve!”, ele gritava.
Nell respondeu a pergunta de sua colega de trabalho, a Secretária da Gerência, Tifaliza.
— A placa de [Estamos Sem Doces] na entrada parece não ter surtido efeito, não é?
— Um monte de gente não sabe ler~
Apesar da popularização dos [Cartões de Estudo] que dizem ter se originado na Cidade de Seryuu, a taxa de alfabetismo da capital continuava baixa como sempre.
— Talvez a gente devesse pedir para a Tama-sensei desenhar uma placa nova, ssukane?
Sem que ninguém percebesse, a sombra aos pés de Nell se agitou um pouco.
— Desenhar? Não seria escrever?
— Desenhar, ssu. Mesmo quem não souber ler, pode entender o desenho, ssuyo.
— Deixando de lado a sua impertinência em sugerir incomodar a um dos [Matadores de Demônios], usar gravuras parece uma boa ideia. Vamos oferecer uma recompensa a algum artista que esteja em bons termos com a firma.
A sombra aos pés de Nell se aquietou tristemente quando Tifaliza terminou sua proposta. Ninguém ouviu o pequeno suspiro “Uma pena~” que veio de um canto escuro da loja.
Aparentemente, teremos que aguardar mais um pouco até a próxima chance de presenciar a nossa Gata Ninja revelar seu gênio artístico ao mundo.
— Eu sabia, três eram demais pra gente!
— Não cara! Nós podemos ganhar! Três Goblins não são nada!
— Caralho mano, a gente pode!
Cinco garotos segurando ferramentas agrícolas como se fossem porretes estavam lutando contra três Semi-Goblins de Vanguarda na [Torre]. Apesar desses inimigos não poderem ser considerados fortes de forma alguma, esses adolescentes nunca tiveram um treinamento apropriado em sua vida.
Os garotos ensanguentados continuaram a bater nos Semi-Goblins com suas armas improvisadas enquanto eram feridos pelas garras dos inimigos.
— ARGH! TÃO PERSISTENTE!
— CONTINUA BATENDO, PORRA!
— SE MATARMOS TRÊS DE UMA VEZ, TENHO CERTEZA QUE VAI CAIR UM DOCE! ENTÃO BATE, PORRA!
— VERDADE!?
— VERDADE!
Pelos itens que poderiam ser obtidos nos andares mais baixos, doces vendiam mais do que fragmentos de núcleo mágico agora que os preços haviam despencado.
— Olhem ali!
No instante em que a batalha dos garotos estava chegando ao clímax, a voz de um homem pode ser ouvida nos arredores.
— Hehee, valeu pelo Goblin!
— Ops, aqui mais um~♪
Três homens armados correram para cima dos garotos e mataram dois semi-goblins em um instante. Tudo aconteceu tão rápido que eles só conseguiram ficar parados olhando enquanto os homens já avançavam para cima dos itens de queda.
— Oh que sorte, um doce!
— E esse aqui deixou um núcleo completo, não só um fragmento!
Ignorando os meninos, os homens começaram a celebrar o resultado de seu saque.
— EI! NÃO ROUBEM AS PRESAS DOS OUTROS!
— AQUELES GOBLINS ERAM NOSSOS!
— HÃ??? OS GOBLINS ERAM DE QUEM, MOLEQUES!?
— ESTÃO DIZENDO QUE A GENTE ROUBOU!???
O sorriso no rosto dos homens se apagou na mesma hora quando os meninos protestaram e então, com as armas em mãos, começaram a colocar pressão sobre eles. O grupo de malfeitores vestia armaduras de couro em bom estado, assim como espadas e machados de Goblin, itens de queda bastante populares na capital.
— Nós salvamos o rabo de vocês matando esses Goblins!
— Sal…salvaram!?
— HÃ???
Quando um dos garotos tentou fazer uma réplica, um homem barbudo colocou ainda mais pressão neles.
— Merda, o último foi embora!
O Semi-Goblin de Vanguarda restante aproveitou para fugir quando o homem barbudo se distraiu.
— CACETE!
— ATRÁS DELE!
Os homens usaram suas armas para manter os garotos longe e depois correram atrás do goblin. Frustrados em terem suas presas roubadas, os meninos baterem no chão e nas paredes com os seus porretes.
— DROGA! A GENTE DEU TÃO DURO POR AQUELES GOBLINS!
— MALDIÇÃAAAAAAAAAAAOOO!!!
— Nosso doce… nosso núcleo mágico…
— E eu achando hoje teríamos mais do que aquele pão bolorento pro jantar…
— AQUELES FILHOS DA PUTA NÃO TERIAM QUALQUER PROBLEMA EM IR PROS ANDARES SUPERIORES!
Os garotos cuspiam todos os seus ressentimentos enquanto faziam os primeiros socorros nas feridas.
[Isso foi injusto, não foi?]
[Sim, adultos são realmente injustos, não são?]
— É! Aqueles babacas supostamente eram para agir como adultos!
A voz de crianças pode ser ouvida de algum lugar. A voz de meninas.
[Adultos maus]
[Gente má precisa ser punida, não acham?]
— SIM PUNIDOS!
— PUNIR OS ADULTOS MAUS!
No entanto, nenhum deles achou isso estranho.
[Que tipo?]
[Que tipo de punição eles merecem?]
— Ah, hmm… JÁ SEI! Bem que aqueles idiotas poderiam cair de cara no chão enquanto perseguem aquele goblin!
Uma das meninas riu, [Kusu kusu] com a sugestão do jovem.
[Vocês não acham que isso seja muito leve?]
[Não acham que pessoas más deveriam sofrer um pouquinho mais?]
As meninas sussurraram malícias nos ouvidos dos garotos.
— Também acho! Eles mereciam ter suas armas quebradas e então serem comidos pelos goblins!
— Sim! Tipo encontrar um ogro enorme no meio da perseguição e então serem esmagados com um BOOM!
— E terem suas cabeças devoradas!
[Ótimo, essa punição me parece justa]
[A punição justa para pessoas injustas]
O [Miasma] que se esvaía para fora do corpo dos garotos fluiu para dentro da escuridão da torre. Ao mesmo tempo, o sorriso sombrio no rosto deles suavizou.
[O Mestre ficará encantado se punirmos pessoas más]
[O Mestre certamente ficará]
[O Mestre irá nos elogiar e depois fazer carinho em nós, com toda certeza]
[O Mestre poderá até mesmo dar um beijinho em nossas bochechas]
[Mal posso esperar]
A voz das meninas foi ficando cada vez mais inaudível, a medida que foram se afastando.
— Err…
— O que a gente estava fazendo mesmo?
— Reclamando que nossos goblins foram roubados?
— Bem, quem se importa com aqueles caras? Vamos procurar uma nova presa.
— É, ficar reclamando não vai encher nossa barriga, mesmo.
Os garotos voltaram à sua caçada sem se lembrarem de terem ouvido aquelas vozes misteriosas.
— Tsc, essa porcaria correu pelo andar inteiro.
— E só pra pegar a bosta de um fragmento.
— Isso foi uma enorme perda de tempo.
Em um ponto bem distante de onde estavam os garotos, o grupo de homens finalmente conseguiu abater o Semi-Goblin de Vanguarda que havia fugido.
— Porra, nós viemos bem longe.
— Que luta é esse aqui mesmo?
— E como é que eu vou saber?
— Foda-se, não tem qualquer monstro nesse andar que possa com a gente mesmo.
— Né. Na verdade, não ia ser uma boa se viessem mais goblins?
— Sabe que tu tem razão.
Sem saber qual exatamente era a graça, os homens olharam entre si e deram várias gargalhadas.
[Adultos maus encontrados]
[Encontrados adultos maus]
— Tu falou alguma coisa?
— Eu não.
Apenas um deles reagiu a voz das meninas.
[Punição justa!]
[Justa punição!]
— UAA!
Um dos homens ficou com o pé preso em uma depressão que surgiu no solo e caiu de cara no chão.
— Mas tu é muito burro mesmo.
— Cala boca! Porra, esta torre é cheia de armadilhas inúteis.
— Como se isso fosse uma armadilha, idiooooota!
— Como é que é!?
O homem que caiu começou a gritar com o que havia rido da desgraça dele, como se estivesse tentando esconder o embaraço.
— Ei, parem com essas briguinhas enquanto estivermos na torre.
O líder tentou mediar seus dois amigos que estavam segurando um ao outro pelo colarinho, mas estes homens temperamentais não mostraram qualquer sinal de que iriam parar.
— Vamos lá, qual é…eh?
No instante em que ele iria intervir nos dois que começaram a trocar socos, sentiu a vibração de passos pesados. Ele então mandou os outros ficarem em silêncio e pôs a orelha no chão.
— Merda, tem alguma coisa grande vindo.
— Grande?
— Tipo aquele bando de aventureiros formado por [Gigantes Menores]?
O líder correu em disparada sem ao menos responder aos outros dois.
— E-EI!
— Qual foi a dele?
Nenhum deles entendia o que tinha assustado o líder.
O senso comum dizia que apenas Semi-Goblins de Vanguarda apareciam nesses andares e isso havia sido enraizado profundamente nas pessoas conforme os meses foram passando.
— Por bando de Gigantes Menores, tá falando do time [Comedores de Ogros]?
— Pode ser que seja também os [Caçadores de Doces].
— Ah é, tem esse também. Droga, por que uns grandalhões desses não ficam apenas nos andares de cima?
— Me pergunto a mesma coisa.
Era estranho pensar que esses dois tinham a presunção de criticar os outros quando eles mesmos tinham essas péssimas maneiras.
Foi então que os passos finalmente chegaram.
— Eh!?
— Ei, ei, isso é sério!?
A face dos homens se deformou em horror quando se depararam com um [Semi-Ogro de Vanguarda] vindo em direção a eles.
— O W R G W A A A A A A A A !!!
Eles correram desesperadamente quando o monstro rugiu e, em seguida, os passos estrondosos da criatura começaram a ecoar logo atrás deles.
— PORRA, O QUE FAZ UM OGRO AQUI!
— EU SEI LÁ! AQUELE FILHO DA PUTA DO JIFU FUGIU ANTES DA GENTE!
— LÁ ESTÁ ELE!
O líder deles estava em pé logo atrás do pilar para onde corriam. Embora só pudesse ver suas costas, eles se conheciam há tanto tempo que não tinha como errar.
— PORRA, POR QUE TU CORREU SEM AVISAR A GENTE!?
— NÃO FICA AÍ PARADO NÃO! É UM…!
O homem parou no meio da fala. Isso porque eles notaram que a outra metade do seu amigo estava faltando.
— UUUUUUUUAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!
— JIIIFUUUUUUUUUUU!!!
O grito dos homens foi abafado por um súbito impacto. Foi então que eles perceberam que o outro Ogro os havia alcançado e os atingiu com um soco, jogando os dois contra uma parede.
— ArgH! VAMOS FUG…!
Ele desistiu de dizer “vamos fugir” para o seu amigo depois de ver que o pescoço dele estava torcido em uma direção estranha.
O homem tentou se arrastar para longe, mas o segundo Semi-Ogro de Vanguarda bloqueou seu caminho enquanto mastigando alguma coisa em sua boca suja de sangue.
— UWWWWWWWWAAAAAAAAA!!!
O homem tentou balançar sua espada, mas esta se partiu ao meio quando atingiu a armadura da criatura. O ogro então, pegou o homem ainda se debatendo com as duas mãos e estendeu sua enorme mandíbula, dando uma grande bocada.
[Um pouco diferente do planejado?]
[Um infeliz acidente]
[Não há o que se fazer]
[Realmente não há mais o que se fazer. Afinal, foi um infeliz acidente]
As meninas de cabelo cor-de-rosa se lamentaram ao lado do homem com o pescoço torcido.
[Vamos para casa agora~]
[Sim, para onde o mestre se encontra]
[Será que ele vai elogiar a gente?]
[Sim, com toda certeza ele vai]
[Devíamos nos livrar do ogro?]
[Ahh, é muito chato~]
[Mas temos de guardar os brinquedos depois de brincar, não?]
[Então porque você não faz sozinha, então? Eu estou indo.]
[Eu também~ Não aguento mais esperar pelo elogio do mestre~]
[Ah, esperem! Me esperem!]
Quando as duas primeiras meninas desaparecem em um buraco aberto na parede púrpura, a última que insistiu em se livrar do Semi-Ogro de Vanguarda correu atrás de suas amigas, desaparecendo logo em seguida também. Depois de comerem os três corpos, a dupla Semi-Ogros de Vanguarda reinaram com fúria e medo aquele andar.
No dia seguinte, rumores se espalharam por entre as tabernas de como Munabudachi, Shatei e uma guerreira da raça Dogkin haviam dado conta dos Semi-Ogros.
Como nota adicional, aparentemente os garotos que tiveram suas presas roubadas conseguiram escapar ilesos da calamidade já que eles haviam ido para outro andar antes de tudo acontecer.
— Masuta, “estou indo instruir os jovens organismos”, assim reporto.
Nana, vestindo o seu disfarce, veio se despedir de Satou, que estava na sala de estar do Palácio da Ilha Solitária. Os veteranos do orfanato a tinham pedido para lhes ensinar a como serem exploradores em seu local de prática na torre.
— Tenha cuidado.
— Sim, masuta. “Valorize sua vida”, assim firmemente prometo. — Nana o saudou firmemente antes de sair.
A razão para o seu disfarce foi para ocultar a sua identidade como membro dos [Matadores de Demônios]. Embora, qualquer um que conversasse com ela descobriria imediatamente sua identidade por causa de sua forma peculiar de conversar, mas não tinha problema desta vez.
— Mestre, Elterina-san e Tifaliza-san vieram da firma para ver o senhor.
— Muito obrigado, Lulu. Elas estão no escritório?
— Sim.
Lulu entrou logo depois que Nana saiu para informar a Satou sobre as visitas.
— Mu!
Mia, que estava fazendo uma performance musical para ele na sala, mostrou sua insatisfação em ser interrompida.
— Desculpe, Mia. Quando eu voltar do trabalho, podemos continuar, tudo bem?
— Nn.
Depois apertar as pequenas bochechas infladas de Mia, Satou partiu para o escritório.
— Kuro-sama, pedimos desculpas por vir sem hora marcada.
Quando entrou no escritório, a gerente Elterina e sua secretária Tifaliza, fizeram uma reverência.
— Não, vocês não precisam fazer isso.
Depois de oferecer um assento a elas, Satou se acomodou no sofá.
— Sim, sim, vocês deveriam vir aqui com muito mais frequência.
Teleportando-se para dentro da sala, Arisa falou casualmente com elas enquanto acomodava-se ao lado de Satou. Diferente da peruca loira habitual, ela permanecia com seus cabelos púrpuros livres quando estava no palácio da Ilha Solitária.
— É sobre a questão dos doces, não é mesmo? Qual foi o resultado?
— O Instituto Real de Pesquisas não detectou qualquer substância particularmente perigosa. Aqui estão os resultados.
Ele pegou os documentos passados por Tifaliza e rapidamente deu uma olhada neles.
— Não diferem muito dos relatórios dos Clãs Burainan e Boruenan, mas… o que seria essa nota de “causa dependência”?
Satou fez sua pergunta depois de mencionar o nome de dois renomados clãs Élficos, famosos por amarem fazer pesquisas. Diferente deste, os relatórios deles não indicavam esse tipo de efeito.
— Esse não é um resultado direto da análise. Como descrito, todos os testes foram negativos quando experimentados em aves e ratos de laboratório. Esta nota se trata de uma observação feita na população da Capital Real. Os efeitos de dependência se mostraram mais leves do que o de drogas banidas como a [Droga Corporal] e o [Pó Demoníaco], estando no mesmo patamar que o vício em álcool.
N/T: o [Pó Demoníaco] é uma droga que aumenta o nível da pessoa, mas, se usado em excesso, transforma ela em um monstro de padrão vermelho.
Ouvindo a explicação de Tifaliza, Satou ficou absorvido em seus pensamentos. Isso porque estava indeciso se esse nível de dependência era alto ou não. Ele mesmo tem o costume de beber, mas nunca chegou ao nível de dependência. Por outro lado, embora haja aqueles que conseguem parar, outras pessoas precisam atravessar um árduo caminho, ou até mesmo de ajuda médica.
Além disso, o motivo para ele ter solicitado as análises foi por causa da atitude extrema das Fadas Aladas da Floresta Boruenan em sua demanda por doces, depois de ter começado a trazer estes itens em suas visitas.
— Não está escrito aqui, mas seriam os sinais mostrados irritação ao ficar sem doces, ou usar de meios inescrupulosas para obtê-los?
— Mi-minhas sinceras desculpas. Nós não nos aprofundamos quanto a…
Tifaliza parou no meio de suas desculpas.
— Falando nisso, houve aquele caso, hoje. Quando Nell informou a um cliente que os nossos estoques de doces haviam acabado, ele causou uma confusão e inclusive tentou atacar a Nell.
— Está tudo bem com ela?
— Sim, ela está bem. O nível dela é alto, além disso, a segurança conseguiu agir a tempo.
Tifaliza deu um pequeno sorriso quando viu a expressão de Satou aliviar.
— Considerando que algo assim aconteceu, seria uma boa ideia ouvir a opinião dos pesquisadores. Quem era o encarregado?
— Um homem chamado “Pesquisador Associado do Instituto Real de Pesquisas”.
— Ah, aquele cara…
N/T: Trata-se do pesquisador com o apelido de “Segundo Lugar” que apareceu no capítulo 17-08 [O Crescimento dos Montes-Púrpura].
Satou murmurou para si depois de lembrar do evento que aconteceu durante a primeira aparição das torres.
— Como iria demorar muito se fôssemos através da mansão na capital, se importam se eu for junto pela firma?
— Claro que não!
Após sorrir para a gerente, Satou se transformou em Kuro. Sem a máscara ou a cicatriz no rosto, nem suas roupas características, ele vestia apenas um elegante traje comum no Reino Shiga.
— E obviamente, eu irei também!
— Claro, pode vir.
— Eu~também~?
— Ir.
Mia, que estava espiando pela porta e Tama, que saiu de algum lugar da sombra de Satou, apareceu para acompanhar também.
— Parece que não tenho escolha. Tenham certeza de se disfarçarem, entendido?
— Nn.
— Aye~!
Mia colocou uma peruca loira igual a de Arisa enquanto Tama insistia que estava tudo bem, já que ela era uma ninja, mas, no final, não resistiu a tentação de conjunto de Tigerkin que Satou mostrou a ela. Não que isso tenha a ver com o enorme laço cor-de-rosa que ela achou que lhe combinaria bem.
Arisa não parecia muito diferente, visto que ela apenas vesti sua peruca, mas como misteriosamente ninguém nunca descobriu seu status como [Matadora de Demônios] enquanto vestia isso, não houve qualquer reclamação.
— Kuro-sama! Todas as bonecas de Seven-sensei foram vendidas! Por favor, avise a ela que precisaremos de um novo lote na próxima vez que encontrá-la.
As bonecas em questão foram brinquedos que Seven-sensei (Nana) passou a fazer para as crianças do orfanato. As crianças começaram a ter lições de costura recentemente e Nana estava dando lições a elas.
— Tudo bem, terei certeza de passar o recado a ela.
Kuro e as garotas passaram pela área de vendas no primeiro andar antes de irem para fora.
— Ah! Tifa-san! Você falou com a Tama-sensei, ssuka?
— Sobre~?
— Hm? Não me diga! Tama-sensei, ssuka!
— Shiii~!
Tama fez o sinal de [Segredo] para Nell quando esta gritou.
— Sin-sinto muito, ssu.
Depois de se desculpar, Nell pediu para que Tama fizesse o quadro alertando a falta de doces no estoque.
— Difícil~?
— Então não tem como, ssuka…
— Pode funcionar com imagens que se movam, mas o número de coisas que o desenho pode representar é muito grande. Por exemplo, proibido fumar, com um X dentro de um círculo vermelho, e assim vai.
— Mesmo a Arisa-chan não sabe, ssuka.
— Nell, Kuro-sama e companhia estão ocupados agora. Deixe para falar em outro momento.
Elterina interveio e passou um leve sermão me Nell.
— Ah, não, ssu! Sinto muito, Kuro-sama, ssu Tama-sensei, vamos conversar mais depois!
— Aye~ Aye~!
O grupo acenou em despedida a Nell e aos outros empregados da forma, enquanto caminhavam até a carruagem que estava à espera.
— Não necessariamente precisa ser uma placa de proibido. Podemos colocar uma que indique há doces sobrando, não?
— Ah, entendi. Desenhar um armazém vazio pode funcionar também.
Arisa bateu palmas em realização com a sugestão que Satou lhe deu.
— Isso ou talvez abrindo uma fabrica de doces, assim os estoques nunca faltariam. Nós temos aquele monte de grãos de café do Império Saga, mesmo.
— Ah, isso seria maravilhoso e ainda abriria novas oportunidades de negócio também. Quando voltarmos, vamos falar sobre isso com a Tifa-san e decidir o local para a fábrica.
— Nn. ■■……■ [Invocar Pombo Correio].
Mia usou a [Magia de Invocação] que tinha acabado de aprender com um [Orb de Benção] do Labirinto Fantasmagórico. Diferente de pombos comuns, este familiar pode ir para qualquer lugar que o invocador conheça.
N/T: Aparentemente, os pombos correios eram treinados para ir a apenas um lugar específico.
Teria sido mais rápido usar a Magia Espacial [Telefone], mas percebendo que Mia estava ansiosa para usar seu novo feitiço, Satou decidiu colocar uma carta no pombo e o deixou voar.
— Então, você também acha que esses doces fazem parte de algum esquema do Deus Demônio?
— Ainda não estou certo.
Satou respondeu com toda honestidade. Considerando como eram os Demônios e Demônios Lordes, ele não tinha como dizer que o Deus Demônio era completamente virtuoso. No entanto, tendo em mente que ele fazia questão de informar aos reencarnados que trazia sobre os riscos de abusar das habilidades únicas, também não foi possível dizer que era completamente mau.
A carruagem atravessou o portão de entrada do Instituto Real de Pesquisas enquanto Satou ponderava sobre o assunto.
[Para onde foram os homens maus?]
[Onde será que estão os vilões?]
[Nós eliminamos vários para ganhar o elogio do mestre]
[Pelo elogio do mestre, nós acabamos com todos eles]
[Sem homens maus?]
[Deve haver mais em algum lugar, estou certa]
[Homenmau-san, por favor, venha para ser exterminado~]
Hoje, as meninas estavam sussurrando nas profundezas da torre também. Levaria ainda um pouco mais de também antes que suas vozes alcançassem Satou.