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Death March kara Hajimaru Isekai Kyusoukyoku – Volume 5 – Capítulo 2

Jornada (2)

Satou aqui. Caminhar é ótimo, não é? Quando se está cercado pela natureza, inalando o aroma das árvores e da grama, você se esquece completamente de todo o estresse do trabalho.


Depois de cuidar dos cavalos, comecei a compor os materiais para fabricar mais desodorante atrás da carruagem. Isso porque eu queria fazer alguma coisa em relação ao cheiro forte das peças de couro e da lã.

Rudy: Embora o Satou fale em “desodorante”, ele não se refere aos aerossóis perfumados que usamos no dia a dia, mas sim de uma poção que é capaz de eliminar completamente os cheiros.

Enquanto trabalhava, Liza veio me perguntar se estaria tudo bem não preparar uma sopa de acompanhamento, pois não havia lenha suficiente para o cozimento.

Porém, estava frio e também o pão preto que vendiam em Seryuu era muito duro para se comer sem algo que o amolecesse. Foi então que coloquei os olhos na Chapa de Aquecimento que eu estava usando para aquecer a água do meu experimento.

Decidi então usar ela para ajudar na cozinha. Se a usássemos para aquecer a sopa e então colocar lenha o suficiente para terminar de ferver, daria tudo certo. Quanto ao suprimento com poder mágico, deixei por conta da Arisa.

Ainda assim, nunca pensei que conseguir lenha neste mundo poderia ser tão difícil. Talvez tivesse sido melhor ter trazido alguma de Seryuu. Caso fiquemos em uma situação realmente precária, posso tirar alguns restos de madeira que estão entulhando no meu [Armazém]. A parte chata era que eu tinha que pegar toras que fossem pequenas o bastante para passar pela abertura da [Caixa de Itens] para não levantar nenhuma suspeita.


Passado algum tempo desde que comecei a fazer o desodorante, o aroma agradável da sopa chegou até a mim que estava atrás da carruagem. O produto final do meu experimento era um pó branco que coloquei dentro de uma pequena bolsa, e que poderia ser utilizado espalhando por cima da fonte do odor que se quisesse eliminar.

Tirei algumas das peças de couro e de lã de dentro do [Armazém] e os coloquei em um saquinho junto do desodorante dentro da [Caixa de Itens]. Como a quantidade era maior do que a minha atual capacidade de carga, coloquei alguns pontos na habilidade até que ela atingisse o level 4.

Liza veio no exato momento em que terminei para avisar que o almoço estava pronto, como se ela tivesse me observado desde o início para saber o timing perfeito.

Agora que os preparativos para o almoço estão terminados, vou chamar a Tama e a Pochi de volta.  — E então, chamei as duas em voz alta.

Talvez seja melhor comprar um apito na próxima cidade que chegarmos.

Eu tinha alguns apitos mágicos no meu [Armazém~], mas seria terrível se eu chamasse sem querer algum tipo de Kaijuu ou Anjo Vingador por acidente, então era melhor não.

Rudy: Kaijuus são monstros gigantes que nós vemos em séries como Godzila, Ultraman e Power Rangers.

— Uma presa, nanodesu!

Pochi foi a primeira a vir carregando orgulhosamente um coelho em suas mãos. As orelhas eram um pouco curtas demais para um coelho, eu diria. De acordo com a leitura do [AR] aquele era um Coelho de Orelhas curtas, mesmo. Quanto a Pochi, ela estava completamente suja, com folhas e lama da cabeça aos pés, mas com um enorme sorriso no rosto.

Entreguei o coelho que recebi para Liza e parabenizei Pochi lhe acariciando na cabeça. Como eu não poderia deixa-la almoçar suja daquele jeito, coloquei um pouco de água num balde e limpei ao menos suas mãos e o rosto.

Quando estávamos no labirinto, criei uma política de que, antes das refeições, eu lhes daria um balde com água para que se higienizassem primeiro. Pochi pegou o balde, molhou as mãos e a cabeça, e se sacudiu para enxugar sem esperar que eu lhe desse uma toalha. Pelo visto, levaria algum tempo até tirar este hábito dela.

— Carne~? Tama trouxe presa~

Desta vez foi Tama que chegou com um presente.

O que será que ela pegou? Alguma ave, talvez?

— Carne! Nano… desu? — Pochi inclinou a cabeça parecendo meio confusa.

Quando me virei para ver o que era, a coisa que Tama tinha nas mãos foi um rato com mais de 80 cm… ou não. De acordo com a leitura do [AR] aquilo era um homem-rato da raça dos Ratkins. Ele parecia estar inconsciente, mas pelo menos ainda respirava.

— Não, Tama. Deixe ele ir.

Apesar de parecer um pouco triste, ela disse “Presa ruim~?” e se aproximou inclinando a cabeça. Eu quase que mudei de ideia quando vi a decepção nos olhos dela, mas resisti firme no fim. Não seria nada bom acostumá-las a comer pessoas. Creio que fosse uma boa lhes ensinar isso de maneira gradual

— Esse tipo de presa vai prejudicar o seu estômago, então não.

— Aye~

Tama começou a girar com o Ratkin nas mãos até que ganhou velocidade o suficiente e o atirou para longe.

Ei, ei, ei, isso é muito bruto, não importa como se veja.

A barra de vida do Ratkin diminuiu um pouco com a queda, mas ele continuava vivo segundo o [AR]. Ainda fazendo a leitura, o homem não tinha nenhuma habilidade e sua idade foi de dois anos. Como esperado de ratos, eles cresciam bastante rápido.

Por sinal, ele tinha alguma coisa que parecia uma bola de lama em suas mãos, mas como eu não tinha o menor interesse naquilo, deixei de lado. Provavelmente era o lanche dele daquela tarde.

Ele continuava inconsciente, então o levei para mais longe das minhas meninas e coloquei algumas frutas em volta dele como pedido de desculpas pelo ocorrido.

Rudy: Satou-kun, é assim que você trata outras pessoas? Quando digo que ele é um monstro, todo mundo diz que estou exagerando…

Do outro lado, Liza rapidamente já tinha desossado o coelho que Pochi capturou e começou a prepara-lo na fogueira. As entranhas foram limpas e cortadas em pequenos pedaços por Liza e assadas com algumas ervas. Por sinal, estávamos utilizando o tronco de uma árvore morta que Tama achou do outro lado das rochas como combustível para a fogueira.

— A barriguinha de Pochi está roncando, nodesu…

— Ah, imitar os outros é ruim, nanodesu!

— Carne~nanodesu~

Arisa pediu comida imitando a fala da Pochi que imediatamente protestou, mas acabou sendo traída pela Tama no caminho.

Devo admitir que foi um pouquinho engraçado, nanodesu.

Como parecia que o Ratkin não acordaria tão cedo, decidimos começar a comer.

Liza me ofereceu o maior pedaço de carne, mas eu imediatamente o oferici para a Pochi, a nossa MVP desta rodada. O segundo pedaço foi dado para Tama que, embora não tenha conseguido uma presa boa, foi a mais ativa na aquisição de lenha.

A carne do coelho era macia e deliciosa. Eu não sabia se era por causa das habilidade de Liza na cozinha ou se era porque os ingredientes estavam frescos, mas boa comida era sempre boa comida.

Ela também me ofereceu as entranhas, mas para mim a carne já era o bastante, então a declinei.

Kasakasa.

Mesmo sem olhar na direção do som, eu sabia pela leitura do radar que o Katkin havia acordado e estava fugindo. Depois do almoço fui conferir o lugar onde ele estava caído e percebi que as frutas tinham sido devidamente levadas.


Eu estava desfrutando de uma bela xícara de chá junto a Lulu e a Liza depois do almoço. Lulu colocou o chá para mim. Mesmo sendo de um reino pequeno, ela havia sido instruída a como preparar um chá na corte real. Por isso, o chá que ela preparava estava num nível completamente diferente de tudo aquilo que eu havia provado em minha vida. Realmente delicioso.

Ela sorriu timidamente quando a elogiei por isso.

Arisa tinha ido explorar a formação rochosa junto de Tama e Pochi. A pessoa em si disse “estou mantendo o olho na segurança”, mas tudo o que eu via era uma menina procurando aventuras em seu olhar.

Vasculhei o meu [Mapa] enquanto desfrutava do aroma do chá.

Tentei ver aonde teria uma vila Ratkin por aqui, mas o único que encontrei foi aquele de mais cedo. Poderia ser que aquela criança estava perdida?

Ainda de acordo com o mapa, a vila mais próxima dos Ratkins estava escondida a algumas dúzias de quilómetros ao sudeste daqui, Portanto, este menino se perdeu e acabou parando no território dentro do condado. A boa notícia era que ele estava se dirigindo na direção correta e a única coisa perigosa por aqui seriam as raposas, então eu não tinha com que me preocupar mesmo que o deixasse só.

Como eu estava antes procurando por monstros, habilidades únicas e level na minha pesquisa, acabei deixando passar o Ratkin de antes. Pode ser que haja bandidos também. Então fiz alguns ajustes no escopo da minha pesquisa.

Hmm…

Assim como esperado, tinha bandidos mesmo. Mas como eles estavam a uma boa distância e a estrada principal não cruzava o caminho deles ao sudeste da montanha, nós provavelmente não os encontraríamos tão cedo.

Oh!

Quando desafunilei ainda mais o filtro, diversos pontos vermelhos surgiram rapidamente na minha tela, apesar de quando olhei em volta não consegui ver ninguém. Isso porque normalmente insetos ou pequenos animais não seriam mostrados por conta da configuração padrão.

Olhando para o ponto vermelho mais próximo, percebi que alguma coisa estava tentando fugir.

Seria algum animal procurando pelos restos que deixamos? Se este mundo fosse um jogo, animais sem intensão agressiva seriam excluídos do radar, não é? Mas que problema.

Acho que vou tirar das pesquisas qualquer coisa com level 1 que não seja venenoso. Afinal, eles não machucariam nem se morderem.

Agora, tudo que não tivesse veneno ou habilidades únicas estava excluído.

Hmm, mas o número de pontos vermelhos não diminuiu. Espera, isso são insetos? Tem alguns mosquitos voando em volta e a descrição da raça deles está dizendo [Característica Racial: Drenar Sangue]. Ou seja, mosquitos sugadores de sangue, hein?

Vamos deixar essa configuração para apenas quando estivermos viajando por alguma montanha ou matagal e excluir qualquer coisa além de venenoso em situações normais. Claro, farei alguma coisa com relação aos pontos vermelhos que achei na leitura do [AR], pois se forem bichos de apenas level 1, eliminá-los não será esforço algum mesmo.


Quando eu estava prestes a terminar os ajuste, ouvi a voz da Arisa me chamando do topo de uma das pedras.

Como foi que ela subiu até ali?

— Você encontrou alguma coisa?

— Mais ou menos. Sobe aqui para dar uma olhadinha.

Pochi apareceu de trás da pedra carregando a Tama nas suas costas. Aparentemente, a Arisa tinha usado essas duas como escadinha para subir no alto daquela rocha.

— Arisa, injusto~

— Pochi também quer subir, nodesu.

Arisa estendeu a mão para puxá-las, mas ela não tinha como fazer isso com apenas um braço; Já que as duas realmente queriam subir, as levantei uma a uma.

Como isso significava que eu também não conseguiria subir, decidi pular até lá em cima de um ponto fora da vista de Liza e Lulu.

— Dá uma olhada nisso.

Olhei na direção em que ela apontou, mas tudo que pude ver foram mais rochas caídas. O que será que ela está querendo me mostrar?

— O que tem de mais?

— Sério, olha direito!

Ah, acho que agora entendi.

— Aquilo são portões Tori?

Rudy: Um portão Tori são aqueles arcos vermelhos que se vê na frente dos templos.

— Não sei dizer ao certo já que só tem escombros, mas acho que seriam três portões alinhados um após o outro, não? Talvez aqui fosse um templo antigamente?

Eu encarei os destroços por um tempo até que apareceu a leitura do [AR]. A princípio, achei que fosse apenas as ruínas de alguma civilização antiga, mas…

— Eles são os destroços de algum portal para outras regiões.

Que nem aqueles portais que frequentemente aparecem nos jogos para outras cidades. O que estava aqui parecia ter sido destruído em tempos imemoriais, então não era possível nem tentar imaginar se era ou não possível repará-los.

Ouvindo a minha resposta, Arisa imediatamente gritou “Dá para reconstruí-los!?”, mas eu imediatamente respondi “Impossível”.

A ideia de encurtar nosso caminho como nos jogos parecia atraente, mas preferi evitar o risco de acabar em alguma região desconhecida. Como programador de jogos pode parecer estranho vindo isso de mim, mas como os jogadores podiam se jogar nos portais sem se preocupar para onde iriam?

Aparentemente, as rochas continuam com suas propriedades mágicas ainda ativas, pois elas reagiram no momento em que derramei o meu poder mágico sobre elas. Apesar de que era melhor para agora antes que eu acabasse recebendo a mensagem [Você está preso dentro de uma rocha] por ser querer ativar o portal destruído.


Assim que partimos, as nossas três meninas acabaram entrando no reino encantado dos sonhos. Talvez por causa das barrigas cheias, a tremedeira da carruagem serviu de canção de ninar. No caso de Arisa, a fadiga também parece ter sido uma importante parcela também.

— Mestre, o senhor se importaria de me ensinar a como dirigir?

— Claro, sente-se do meu lado.

Aceitando o pedido de Liza, fui um pouco para o lado para lhe dar algum espaço no banco do cocheiro. Seria ótimo ter mais pessoas ajudando a guiar os cavalos. Por isso decidi ensinar as outras meninas também.

— Você gostaria de aprender também, Lulu?

— Sim, eu adoraria.

Tentei a sorte com a Lulu que estava por perto e inesperadamente recebi uma resposta positiva.

Parei a carruagem por um instante e pedi para que ela se sentasse no banco enquanto eu segurava as rédeas por detrás dela. Desse modo, eu poderia ensiná-la ao mesmo tempo que a Liza.

— O primeiro passo é segurar as rédeas.

Entreguei o comando dos cavalos para Liza.

— Deixe elas um pouco soltas, mas tenha cuidado para não larga-las em momento algum.

Passei às duas o ensinamento que tive de Yosagu-san. Elas cometeram apenas alguns pequenos deslizes que já eram esperados para quem estava fazendo isso pela primeira vez, mas no geral as duas aprenderam bem a dirigir a carruagem.

No caso de Liza, eu diria que ela tinha apenas o suficiente para ser aprovada, mas não demorou muito até que ela dominasse a técnica muitas horas mais rápido que eu e imediatamente se tornou hábil o suficiente para me substituir como cocheiro.

>Habilidade: [Magistério] foi adquirida.

Quanto a Lulu, eu diria que ela era um pouco menos confiável do que a Liza. Boa o bastante para dirigir numa linha reta e plana, mas seria necessário um pouco mais de prática para que ela se tornasse autossuficiente.

Enquanto assistida por mim e por Liza, a carruagem prosseguiu chacoalhando vigorosamente nas mãos de Lulu ao longo da estrada por entre as colinas.

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