Memórias do Chaos passaram por sua mente, enquanto ele adormecia…
Dentro dessas memórias, fragmentos do passado que ele havia negligenciado todo esse tempo começaram a surgir um a um, lembrando-o constantemente de uma vida anterior pela qual as pessoas que compunham seu corpo passaram.
Desde o início que ele conseguia se lembrar dessas memórias, e à medida que evoluía… essas memórias só se tornaram mais claras para ele.
Mas Chaos sempre pensou que aquelas pessoas não eram ele, que… ele não podia simplesmente tentar se reconhecer dentro dessas memórias de um Vampiro e um Dragão em particular.
Afinal, eles estavam mortos…
E ele tinha certeza de que sua alma vinha de outro lugar, ele não tinha nada a ver com eles, exceto ter seus corpos fundidos no vaso de sua alma.
Então, por que ele deveria se importar com essas memórias?
No entanto, quando ele caiu nessa escuridão, essas memórias surgiram como fragmentos de vidro brilhando com luz brilhante.
Em meio à escuridão, ele só poderia agarrá-los como seu último recurso e mergulhar em quaisquer segredos que eles guardassem…
E em tais memórias, o que ele viu foi…
As memórias de um menino.
“Uma criança? Meu corpo foi feito pelo corpo de uma criança? Ou isso é…?”
Chaos continuou a mergulhar no fragmento de memória, ao ver que o menino caminhava por uma grande mansão, parecia ter uma estética gótica, e era tão vasta e grande que parecia um labirinto.
“Mana! Mana, onde você está?”
O garoto falou baixinho com uma voz que Chaos reconheceu levemente…
“Minha voz? Mas…”
A voz era muito parecida com a dele, mas um pouco diferente porque vinha de um menino no início da adolescência. O menino atravessou a casa inteira procurando por sua irmã.
Quando ele de repente chegou a um quarto e o abriu, o que encontrou foi sua irmã dormindo sobre a cama.
“Nossa, você ainda está dormindo? Vamos, mana!” ele disse, enquanto a acordava suavemente.
“Muhh… Só mais cinco minutos! Nós vampiros precisamos dormir muito, Daniel!” suspirou a menina, enquanto tentava se afastar do menino, mas falhou terrivelmente e acabou sendo acordada por ele.
“Nossa! Ok, vamos!” ela suspirou.
As duas crianças de mãos dadas enquanto caminhavam para fora do quarto das meninas, sorrindo inocentemente e de forma fofa, o coração de Chaos se comoveu um pouco com o quão adoráveis e inocentes elas eram.
Eles brincaram pela casa e muito mais, até que de repente se depararam com alguém.
“…”
Um homem alto com pele branca pálida, olhos vermelhos carmesim e uma barba branca curta.
Seu rosto velho parecia cheio de desprezo…
“P-Papai…” disse o menino.
“Bom dia, papai!” disse a garota.
“… O que vocês dois estão fazendo aqui? Você acha que as crianças Vampiras deveriam brincar?” perguntou o homem.
“Eh? Ah… B-Bem…” disse o menino.
“Mas nós estávamos nos divertindo… às vezes fica chato…” disse a garota.
O homem apertou os olhos.
“Em vez de brincar, você deve cultivar sua força, os vampiros são governados pelo poder, não por “brincar”, mesmo se você for criança, você precisa saber que cada segundo que passa é um segundo que você pode usar para ficar mais forte. Sem a necessidade de comer e sem a maioria das fraquezas que todos os mortais têm, você realmente acredita que podemos andar vagarosamente como eles fazem? perguntou o homem com bastante rigor.
“Desculpe pai…” suspiraram as duas crianças.
“Se arrepender não vai mudar nada, agora me mostre que você está arrependido de suas ações, seu tutor está esperando por você, hoje você vai estudar mais sobre magia e a habilidade de manipular o sangue… Neste mundo, você não pode realmente relaxar, vocês devem trabalhar duro para se tornarem mais fortes e se tornarem alguém respeitável dentro de nossa família! Por favor, certifiquem-se de gravar isso em suas mentes, crianças.” Disse o homem.
“O-Ok… Nós vamos fazer.” Disse o menino.
“Sim, pai…” Disse a menina.
“Agora vá.” Disse o homem.
As duas crianças assentiram enquanto se afastavam, movendo-se para suas aulas diárias de magia e muito mais. sua vida diária era assim, por anos, e anos, e anos…
Mas Chaos não foi capaz de ver tudo, pois era apenas um fragmento de uma memória.
“…O que isso significa? Por que… estou vendo isso?” ele se perguntou.
E então, outro pedaço de vidro caiu sobre sua consciência, fazendo sua mente mergulhar em outro fragmento de memória…
Havia uma terra árida por toda parte.
A paisagem inteira parecia ser feita de terra marrom e enormes rochas em forma de espinhos que se projetavam do chão.
E o Chaos se viu dentro de uma pequena caverna.
Ele tinha acabado de sair de uma casca de ovo e se viu saindo coberto de gosma.
“Huh?”
Ele olhou em volta e não viu nada, ninguém estava com ele.
Mas ao contrário do menino vampiro, este pequeno dragão não tinha ninguém com ele.
Ele nasceu sozinho, em um lugar árido, seco de qualquer água e aparentemente desértico de qualquer vida.
Ou assim pensou.
“GRITO!”
Um enorme monstro parecido com um urso de repente emergiu do lado de fora, suas patas gigantes quase agarraram o bebê, mas o bebê conseguiu escapar.
CLAAASH!
“GROOOOAARRR!”
O urso gigante rugiu alto, enquanto tentava entrar na caverna, mas parecia grande demais.
O pequeno dragão estremeceu de medo, correndo o mais longe possível, mas a caverna era pequena e ele rapidamente chegou ao seu limite.
“Grauuhh…”
O pequeno dragão gemeu com medo, tremendo como uma coisinha, tinha acabado de nascer e já estava prestes a ser comido…