As redondezas de Landa estavam envoltas por uma densa floresta designada como uma zona livre de desenvolvimento. Oculto em suas profundezas, travava-se uma pequena batalha, escondida pela barreira erguida para ocultar a ilegal Fábrica de Vinho Mágico dos olhares curiosos.
Embora invisível para os forasteiros, a luta era intensa. Era apenas mais uma disputa de poder no mundo implacável de Landa, mas desta vez, o lado da fábrica estava perdendo.
— Porra, caralho, cacete!
Bang! Kwa–gwang! Boom! Puff–puff–bang!
Audrey, o proprietário da fábrica e ex-aluno da Torre Mágica, assistia em desespero enquanto suas instalações de defesa, dormitório e máquinas de produção de vinho mágico explodiam em uma saraivada de tiros.
Onde as coisas deram errado?
Tudo estava correndo bem.
Começando com a fuga da prisão, a cidade estava pegando as gangues dos becos de Landa, e a maioria das gangues tinha restrições em suas ações. No momento certo, Audrey conseguiu silenciosamente estabelecer uma fábrica de vinho mágico ali.
Recentemente, o vinho mágico estava popular não apenas em Landa, mas também em muitas cidades.
A ideia de negócio era boa, e em breve investidores estavam se alinhando para financiar sua operação. Com dinheiro entrando, subalternos também foram facilmente encontrados.
O lixo que venderia seus corpos por algumas moedas estava espalhado por toda Landa.
Tudo estava indo bem… Até que esses invasores apareceram.
Tang! Tatang! Doo-doo-doo-doo-doo-doo-doo! Tung! Tung!
— Aaaagh! Meus olhos!!
— Caramba, alguém acenda as luzes! É difícil reagir no escuro!
— Se abriguem! Se abriguem!! Atirem loucamente!
Os homens defendendo o portão da frente não conseguiram subjugar um único intruso, então se esconderam aqui e ali e gritaram.
Queriam xingá-lo, mas o intruso claramente não era comum.
Ele já havia quebrado a porta da frente e já havia matado dezenas de pessoas em apenas um ataque, e não havia como detê-lo.
Ele tinha algum tipo de habilidade, disparando várias armas e fazendo tiros precisos, apesar da escuridão.
Os cadáveres que caíam a cada tiro eram evidência disso.
“Está escuro, então não consigo ver direito… Mutante? Um usuário de mão protética de golem?”
Alguns homens de Audrey ligaram os holofotes para iluminar os arredores, revelando o intruso.
O mutante grotesco estava diante deles, seus múltiplos braços torcidos de maneira contorcida. A visão por si só era suficiente para enviar calafrios pela espinha.
No entanto, apesar de sua aparência repugnante, o mutante possuía uma inteligência astuta que permitia desviar de tiros e desabilitar estrategicamente as luzes roubando lâmpadas de seus soquetes.
Tung! Tung! Dudu dudu dudu! Tang! Tadatang!
Boom! Boom! Paching! Puh–buh–buh–buh–bung!
As lâmpadas que iluminavam os arredores se quebraram em apenas dois segundos, e os arredores foram novamente mergulhados na escuridão.
Os subordinados que ergueram as lanternas se tornaram alvos.
Então, outra explosão ocorreu.
— Aaaaaagh! Minha perna!
— Ahhh! Desliguem as luzes aqui!!
— Não consigo ver à frente! À frente! Meus olhos—!
O pânico se instalou enquanto os homens de Audrey corriam para se proteger. Bombas infundidas com magia negra causaram estragos, causando destruição não apenas às instalações, mas também às pessoas que as apoiavam. Os ataques do intruso eram precisos e mortais.
Apesar do caos, alguns conseguiram evitar as explosões, e entre eles estavam aqueles com habilidades mutantes poderosas ou conhecimento básico de magia. Eles se reuniram para enfrentar o intruso, mas seus esforços foram de curta duração.
O intruso lançou outra bomba, e uma chama monstruosa irrompeu, distorcendo todas as formações básicas em seu caminho. Sem hesitar, o intruso avançou pelo inferno, brandindo uma espingarda de cano serrado em ambas as mãos.
Bang! Bang!
O som ensurdecedor de tiros encheu o ar enquanto o mutante disparava implacavelmente contra os homens de Audrey, seus gritos de pânico preenchendo o vazio. A pura força de fogo da espingarda de cano serrado era avassaladora, superando até mesmo as chamas ardentes.
O intruso se deleitou na carnificina, rindo maniacamente da destruição que causara. Os homens de Audrey estavam desmoralizados e fugiam aterrorizados, deixando o intruso se deleitar em sua vitória.
— Eek…!! Monstros!!
— Isso não deveria ter acontecido…! Não deveria!
— Mãe… Mãe…
Tudo havia acabado.
O medo permeava cada canto, especialmente para aqueles pertencentes à classe baixa dos becos. Audrey, o líder deles, sabia que não havia maneira de lidar com isso. Ele tinha que agir rápido, e tinha que fazer isso agora.
Audrey imediatamente fez seu próximo movimento — fugir.
A opção de lutar estava lá, mas era muito arriscada. As apostas eram altas, e Audrey sabia que não podia se dar ao luxo de perder. Ele havia adquirido conhecimento suficiente de seus negócios por trás da Torre Mágica para perceber que o momento de partir era agora.
Audrey desceu rapidamente da torre de vigilância central para o escritório e, sem hesitar, falou no dispositivo de comunicação.
— O inimigo é forte! Eu vou me juntar a vocês, todos venham por aqui!
O dispositivo apitou, e uma enxurrada de vozes respondeu, algumas cheias de medo, outras de coragem e outras de suspeita. Mas nada disso importava para Audrey. Quer acreditassem ou não, quer se reunissem ou não, ele ia fugir.
Estava tudo bem fugir, e estava tudo bem vir para cá. Qualquer coisa chamaria a atenção do inimigo.
— Sim, isso é apenas um contratempo temporário. Seja o que for. Eu sempre posso criar um novo plano.
Audrey murmurou para si mesmo enquanto juntava suas coisas, enchendo a bolsa mágica roubada com tudo, desde receitas mágicas, poções, métodos de cultivo de ervas, introduções à produção de pergaminhos, livros da escola de magia pura, diários de pesquisa e dinheiro.
Mesmo que explodir a fábrica não agradasse aos investidores, não importava. Como disse antes, ele tinha um plano.
Era o suficiente se refugiar no mais rico e poderoso dos investidores.
Se ele compensasse os danos trabalhando sob ele por alguns anos, com certeza o protegeria.
Ele era um druida ganancioso que se gabava de seu dinheiro e mulheres.
“Porque ele valoriza o talento mais do que qualquer coisa… Bem, ele não pode me ignorar!”
Audrey abriu a porta confiantemente.
Kwajik!!!
À medida que a porta se abria, os instintos de Audrey entraram em ação. Ele sentiu a ameaça diante dele e, num piscar de olhos, colocou seu escudo mágico, pronto para a batalha. Mas não adiantou. Um impacto repentino atingiu seu peito, fazendo-o voar para trás e colidir com a parede com um estrondo ensurdecedor. A força era tão intensa que ele sentiu como se um canhão o tivesse atingido em cheio.
Enquanto lutava para recuperar sua orientação, Audrey se deparou com seu agressor, um homem careca empunhando uma tonfa em cada mão. O homem exalava uma poderosa força de vida e mana.
“Hipertrofia de Mana??!! Os guardas no corredor? Estão todos mortos? Mas como?”
Audrey supôs que ele fosse uma pessoa significativamente habilidosa. No entanto, Audrey também era da Torre Mágica e, ainda mais, da facção da Escola de Magia Pura. Ele não entrou em pânico, mas, em vez disso, conjurou uma densa corrente de magia e lançou um ataque, esperando suprimir seu agressor.
Embora parecesse simples, a especialidade de Audrey era ser capaz de atacar e suprimir seu inimigo ao mesmo tempo.
Conforme a corrente pegava o braço do intruso careca, este concentrou sua mana rapidamente na tonfa oposta e rasgou a corrente mágica feita por Audrey.
— ……!!!
Não parecia ser uma tonfa comum.
Thwack!!
O intruso rapidamente fechou a distância e atacou Audrey indiscriminadamente.
Audrey tentou se defender com a armadura mágica que já havia equipado em seu corpo, mas o ataque do intruso careca era tão forte que o choque perfurou o escudo.
Mesmo tentando contra-atacar, os ataques do inimigo eram muito brilhantes e imprevisíveis, tornando difícil resistir.
Golpe com punho, golpe com uma onda de tonfa, golpe com um cotovelo, chute com um joelho, onda com uma tonfa e chute.
Tum! Tum! Tum!
Cada golpe era mortal como um martelo de ferro.
Audrey tentou usar as habilidades de combate corpo a corpo que aprendeu em sua escola, mas não adiantou.
— Ugh!
No final, Audrey usou o item mágico escondido em seu bolso.
Um item salvo para uso no momento realmente inevitável.
O escudo mágico que acumulou mana por vários meses ativou enquanto desenhava um círculo mágico tridimensional no ar. Uma barreira em forma de cubo envolveu Audrey.
O intruso foi empurrado para trás pela mana deslumbrante. Ele começou a balançar sua tonfa no escudo.
Tung—!
Tung—!
“Ha! Você acha que pode quebrar este escudo onde armazenei minha mana por meses?!”
Com um sorriso de satisfação, Audrey reuniu e condensou mana.
Ele tentou sair silenciosamente, mas sob tal pressão, não pôde evitá-lo. Era uma magia explosiva em grande escala que ele pretendia usar nessa crise, mas…
— Hã?
Audrey percebeu que o intruso careca estava concentrando mana em sua mão e na tonfa.
“Você está planejando me matar…? Tudo bem, posso suportar!”
Após terminar o cálculo, Audrey gritou.
— Acha que pode quebrar este escudo apenas com isso?!
— Não…
O cara respondeu com um sorriso desconcertante e assustador. Era tão nojento como se alguém estivesse puxando à força o rosto de uma boneca.
Então, da escuridão, apareceu um intruso de quatro braços e colocou magia negra nos braços do intruso careca.
— Hein…?
Essa voz perplexa se tornou as últimas palavras de Audrey.
Antes que pudesse sequer gritar, o intruso careca balançou seu punho imbuído de magia negra no escudo.
Bang!
Como se o espaço tivesse torcido, o escudo foi dividido ao meio horizontalmente, separando o corpo superior e inferior de Audrey.
A sensação de órgãos quentes tocando o ar frio era indescritível, e por alguns segundos, Audrey, lutando por ar, olhou para os dois intrusos olhando para baixo para ele.
Ele nem sentiu raiva, ódio ou tristeza diante da realidade que era tão inacreditável para acreditar.
Ele apenas ficou lá em branco.
“Hein?”
Audrey percebeu algo estranho antes de parar de respirar.
Percebeu que os dois seres que o mataram não eram humanos.
No início, eles foram obscurecidos por habilidades excelentes de maquiagem, mas quando viu as órbitas oculares vazias, percebeu que não eram humanos.
No entanto, agora tudo isso era sem sentido.
Audrey, um ex-aluno da Torre Mágica que queria se tornar um gigante no submundo começando como um conglomerado de vinho mágico, perdeu a consciência.
Para sempre.
* * *
Oliver observou atentamente a fábrica de vinho mágico, observando cada movimento através dos olhos de seu subordinado. Ele fechou um olho e murmurou baixinho:
— Acabou.
Enquanto anotava suas observações sobre a situação da batalha, recuperou as plantas da fábrica que Murphy lhe havia fornecido. A defesa era densa, tornando a tarefa complicada, mas, felizmente, Murphy já cuidara das plantas, facilitando a missão além do esperado.
Seguindo o plano, Oliver enviou seus subordinados e avaliou a situação do inimigo. Posicionou estrategicamente as Las Bombs nos subordinados e implantou os bonecos cadáveres, rapidamente assumindo o controle da fábrica. Apesar de não encontrar oponentes formidáveis, o feito de Oliver em derrubar quase cem inimigos não deixou de ser digno de elogios.
O que mais surpreendeu Oliver foi que os bonecos cadáveres não eram apenas eficazes como apoio. Elas também podiam lutar como força principal, especialmente o Boneco Cadáver Sniper. Embora inicialmente considerado com baixas expectativas, Oliver descobriu seu verdadeiro potencial durante a batalha. Equipado com uma arma e armas auxiliares, o Boneco Cadáver Sniper demonstrou notável poder de combate e versatilidade. Até mesmo conseguiu romper o portão principal e derrubar dezenas de gângsteres.
“No entanto, preciso ficar de olho na tendência do Segundo de ostentar seu poder de fogo. É uma característica nova que eu não vi antes, e embora não seja necessariamente ruim, pode interferir em nosso trabalho.”
Além do sniper, o Bruxo e Duncan também exibiram habilidades intrigantes. A taxa de sincronização do Bruxo com Duncan era tão alta que quase replicava os movimentos de Duncan quando ele estava vivo, demonstrando um notável poder de combate. Até mesmo um aluno da Torre Mágica foi superado por seu desempenho.
“Combinou bem com o Primeiro, que se juntou ao Bruxo.”
Oliver ficou satisfeito com os resultados. Embora a luta consumisse quantidades significativas de energia, como a força vital, emoções e mana, agora ele tinha uma equipe que poderia usar em caso de emergência. Isso ampliou sua gama de ações no trabalho.
— Kyayaya…
Enquanto a Terceira Criança chorava suavemente dentro de seu tubo de ensaio, Oliver a retirou do bolso, tranquilizando-a de que não precisava se sentir arrependida. Prometeu criar em breve um novo boneco cadáver, dada a abundância de materiais à sua disposição.
Depois de passar pelas barricadas quebradas e defesas, e chegando à fábrica central de vinho mágico, Oliver foi recebido pelo Boneco Cadáver Sniper coletando materiais — cadáveres.
— Arma! Contar! Ingredientes! Muitos! — Exclamou o boneco cadáver, mas Oliver rapidamente o acalmou.
Ele cumprimentou [Duncan] e [Bruxo] enquanto desciam, cada um carregando um cadáver que havia sido separado de cima para baixo.
Um cadáver foi deixado no chão, juntamente com as palavras ‘Dom’ e ‘Kyahyahyahya’. Oliver tirou uma foto em preto e branco e contrastou o rosto. Era Audrey, um ex-aluno da Torre Mágica que vinha ameaçando o negócio de vinho mágico de Murphy.
Oliver retirou a Grande Boca da maleta de couro atrás das costas, instruindo-o a cuidar do cadáver e de quantos outros fosse possível. A Grande Boca tentou argumentar, mas quando Oliver se interessou por outras coisas, logo ficou desapontado e começou a trabalhar.
— Rurrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr…
— Kyahehehehe.
A cena da Grande Boca morta sendo consolada pelo Boneco Cadáver Sniper era sinistra.
No entanto, a atenção de Oliver já estava focada na bolsa mágica que o Boneco Cadáver Bruxo havia trazido.
Foi uma grande colheita apenas com a bolsa mágica, mas havia coisas melhores dentro. Dezenas de pacotes de dinheiro amarrados em moeda de alta densidade, livros da Escola de Magia Pura, receitas de vinho mágico, receitas de poções, métodos de cultivo de ervas e assim por diante. Mas o mais chamativo entre eles eram os diários de pesquisa que pareciam escritos à mão.
O Mago Relâmpago e Audrey eram iguais. Pareciam ter uma predileção por escrever coisas. Oliver exclamou enquanto examinava o diário. Havia algo melhor do que ele esperava.
— Como esperado, fiz a escolha certa ao aceitar este trabalho. — Disse ele enquanto verificava a colheita. Era hora de voltar.