Vroom—!
O veículo em que Forrest e Oliver estavam dirigia suavemente pela estrada, indo em direção ao Distrito A.
No coração de Landa, o Distrito A era densamente povoado com o conselho da cidade, instalações administrativas relacionadas e a filial local da Igreja Parter.
Dentro do carro, Forrest estava falando com alguém no dispositivo de comunicação.
— Então você não precisa vir. Certo. Vou entrar em contato imediatamente.
Com um clique, a ligação terminou, e Oliver perguntou:
— Com quem você estava falando?
— Joe. Ele ouviu o boato e perguntou como você estava indo.
— Mesmo?
— Sim, ele pode parecer bruto, mas parece que gosta muito de você. Ele estava perguntando se é necessário.
— Hm, sou grato por isso. Não sei por que, no entanto.
Oliver falou sinceramente. Ele realmente não sabia por que Joe gostava dele.
Forrest olhou para Oliver e balançou a cabeça, então abriu a boca.
— Ter uma conversa sem sentido com você é agradável, mas voltemos à realidade. Você conseguiu memorizar tudo o que te disse?
Oliver respondeu, segurando o memorando.
— Sim, primeiro, responda às perguntas sobre o passado minimamente. Segundo, se perguntado sobre demônios, diga que não tem interesse e não sabe de nada. Terceiro, se perguntado sobre empregos, mencione os termos do contrato e exerça o direito de permanecer em silêncio… Eu memorizei tudo.
— Excelente.
Forrest imediatamente pegou o memorando de Oliver, amassou-o, e colocou-o na boca, mastigando e engolindo.
Foi uma ação contrastante com sua aparência habitualmente bem-vestida, educada e digna. Oliver olhou fixamente para ele.
— Não podemos dar aos Paladinos nada do que nos acusar.
— Ah…
— Concentre-se novamente. Alguém te viu usando um boneco Cadáver?
— Sim, durante meu último trabalho com o Sr. Jonathan. Usei o Assistente dois Parker para capturar Venium. Alguns residentes viram.
— Assistente dois Parker?
— Sim, é um boneco Cadáver feito combinando as mãos de médicos e engenheiros com uma forma de vida contaminada por aranhas como base. Ele tem o tamanho de um cachorro grande e pode ser usado para reparar outros bonecos Cadáveres no local.
— Obrigado por explicar tão bem. Estou começando a me sentir um pouco nauseado, mas isso é comigo. Ei, não quero ser autoritário ou algo assim, mas preciso perguntar — era realmente necessário usar esse boneco Cadáver super único?
— Peço desculpas por ir contra o seu conselho anterior. Mas era necessário. Se eu não tivesse feito isso, o dano poderia ter sido maior, e as pessoas que vivem lá poderiam ter sido prejudicadas.
— Hmm… Tudo bem, se você diz, vou acreditar em você.
Ao ouvir a razão, Forrest aceitou imediatamente sem mais questionamentos.
Seu foco não estava em apontar falhas triviais, mas em resolver a situação atual.
— Diga que consertou e utilizou o boneco Cadáver obtido da área contaminada. Mesmo que soe forçado, diga isso com seriedade.
— Sim, entendi… Mas isso é melhor?
— Só usar o boneco Cadáver em si é um grande problema. Não quero criticar você, mas é um objeto que mina a dignidade humana, dadas suas matérias-primas.
— Hm…
— Desculpe se isso te fez se sentir mal.
— Não, não é isso. Você está certo.
— Além disso, como o Marionente foi o primeiro a criar bonecos Cadáveres, usar a técnica muitas vezes é associado a ele e pode ser visto com maus olhos.
— É mesmo?
— Ouvi dizer que é apenas um boato, mas é o que eu sei… Quero dizer, mesmo que a técnica de bonecos Cadáveres seja antiga, há outras maneiras de aprendê-la, então por que arriscar chamar atenção indesejada?
— Hm, entendi… Você sabe muito.
— Estudo todas as noites.
Forrest sorriu como se estivesse brincando.
A partir daquele momento, Forrest tranquilizou Oliver, dizendo-lhe para não se preocupar muito, pois iria com ele, pedindo ajuda ao sindicato dos corretores e explicando que não havia grandes problemas com outros bruxos como exemplos.
Dava para sentir sinceridade e dedicação em cada palavra que ele falava.
— Provavelmente será apenas um incômodo, então não fique ansioso e responda calmamente. Responda apenas às perguntas feitas, minimamente.
— Sim, entendi.
Quando estavam um pouco preparados para enfrentar os Paladinos, Al falou cuidadosamente.
— Chefe. Sr. Dave. Estaremos chegando em breve.
Olhando para fora, era verdade.
Um prédio branco que parecia uma mistura de uma instalação militar e um templo apareceu à vista.
— Isso é…?
— É a filial inglesa dos Sagrados Paladinos.
— O prédio é impressionante.
— Deveria ser, já que foi construído com os dízimos dos fiéis. A igreja presta muita atenção a essas coisas. Impressionante e majestoso.
— Há uma razão para isso?
— É necessário para estabelecer autoridade.
Forrest respondeu com uma mistura de sarcasmo e ridículo, como se estivesse dizendo que era mesquinho.
Um pouco depois, o carro parou no portão de entrada.
Os guardas, que pareciam ser membros da equipe, verificaram o rosto de Al e franziram a testa.
— Pele vermelha?
Havia um sentimento de desconforto. Foi a mesma experiência que tiveram quando visitaram o prédio do Ministério de Assuntos Internos pela primeira vez.
Assim como naquela época, Forrest disse aos guardas que era o motorista deles.
A diferença era que, quando os guardas do Ministério de Assuntos Internos viram o rosto de Forrest, cumprimentaram-no com desculpas e sorrisos, enquanto os guardas na filial inglesa dos Sagrados Paladinos pareciam ainda mais descontentes.
— No Ministério de Assuntos Internos, éramos convidados, mas não somos para esses humanos. Eles nos consideram como insetos que precisam ser exterminados. Acreditam que ganhamos a vida através de meios ilegais.
Forrest falou enquanto passavam pelo portão principal e entravam.
— Entendo… Mas por que eles não fazem nada a respeito?
— Devido ao tratado da cidade, eles não podem interferir em nada além de crimes de bruxos e assuntos relacionados a demônios. Além disso, regularmente ‘alimentamos’ doações através da união de corretores.
— Vocês ‘alimentam’ doações?
— É assim que eu gostaria de descrever. É uma doação, mas ao mesmo tempo, é um suborno. De qualquer forma, o ponto é não se preocupar demais, já que temos um acordo em vigor. Eu vou lidar com isso, e você só responde quando perguntado. Abstenha-se de comentários desnecessários.
Oliver assentiu diante do pedido sincero de Forrest.
— Sim, eu entendi. Eu só confiarei em você, Sr. Forrest
— Vou tentar não decepcionar suas expectativas.
— O que você quer dizer com isso?
Forrest, que havia saído do carro e entrado no prédio da filial inglesa dos Sagrados Paladinos, parou de andar pelo corredor e perguntou ao membro da equipe.
Era evidente que Forrest estava irritado.
Como se tivesse experimentado algo extremamente injusto.
— Como dissemos, apenas o bruxo convocado pode entrar. — Respondeu um membro da equipe mal-encarado, com um pescoço grosso, que parecia um urso.
Apesar de sua aparência intimidadora, o homem parecia determinado a usar sua aparência para intimidar a outra parte.
No entanto, Forrest não recuou. Afinal, ele também não era estranho à vida difícil em Landa.
— Eu não entendo. Por que não posso entrar? Sou o corretor designado de Dave e até sou o fiador deste cara. Além disso, ouvi dizer que os corretores anteriores podiam entrar com seus Solucionadores.
— Mudamos temporariamente as regras para uma investigação mais precisa. Por favor, coopere.
— Já cooperamos bastante, e não podemos concordar com essa regra.
— Você está ignorando o pedido dos Sagrados Paladinos?
— Estou dizendo para seguir as regras desta cidade. Isto é Landa, não alguma vila no interior onde caipiras ignorantes acreditam que comer carne de coelho faz suas orelhas crescerem mais.
Forrest não escondeu seu desagrado nem um pouco.
O membro da equipe da filial dos Sagrados Paladinos também mostrou seu desconforto.
Parecia que ter a autoridade dos Sagrados Paladinos desafiada era uma afronta significativa.
Ele levantou lentamente sua enorme mão, que era uma mistura harmoniosa de músculo e carne, e tentou colocá-la no ombro de Forrest…
Tum…!
Oliver, que estava assistindo de trás, levantou levemente seu bordão e parou a mão do membro da equipe.
Os outros membros da equipe ao redor estavam surpresos e observavam a cena. Pareciam prontos para agir, se necessário.
Oliver se lembrou de quem eram essas pessoas.
Eram servos, assistentes e soldados que apoiavam os Sagrados Paladinos.
Ele já havia visto pessoas semelhantes quando conheceu Joanna pela primeira vez.
“Hm… Então, eu vou encontrar a Srta. Joanna hoje?”
Era totalmente possível. Joanna era uma Sagrada Paladina. E então, Oliver sentiu uma emoção indescritível.
Deveria chamar de constrangedor, ou amargo? De qualquer forma, era um sentimento misterioso.
Naquele momento, alguém falou com Oliver, e Oliver voltou à realidade.
— Ei… O que você está fazendo? — Ele perguntou.
— Hã? Oh…
Oliver olhou para o servo que estava falando com Forrest. O bordão de Oliver estava bloqueando a mão dele.
Ele parecia muito insatisfeito com isso.
— Como ousa um simples bruxo como você se opor a nós? Na casa de nosso Santo Pai?
Santo Pai. O único Deus da religião Parter.
Oliver queria perguntar se Deus descia e dormia aqui, mas ele se segurou, parecia ser uma expressão metafórica, não importava quanto ele pensasse sobre isso.
Oliver abriu cuidadosamente a boca ao ver os outros servos ao seu redor em guarda.
— Não, eu só pensei que seria rude tocar no corpo de um mais velho descuidadamente. Deveríamos nos respeitar mutuamente.
O servo que estava prestes a tocar no corpo de Forrest parecia surpreso com a resposta inesperada e hesitou por um momento.
Então, ele baixou lentamente sua mão maliciosa. Seguindo o exemplo, Oliver abaixou seu bordão e se curvou levemente como cumprimento.
— Obrigado por entender. Peço desculpas por tocar em você sem permissão.
Oliver, que havia aprendido a ser educado com sua experiência na casa do anjo, abriu a boca novamente.
— Você disse que eu deveria entrar sozinho?
— Sim…
— Do que você está falando?
Forest perguntou, segurando Oliver, que estava falando de repente por conta própria.
Oliver respondeu silenciosamente.
— Não deveríamos cooperar?
— Há um limite para isso também. Você pode recusar se sair assim. Isso é cooperação, não uma obrigação legal.
— Sr. Forrest. Mesmo sem coerção, você não estava disposto a cooperar por uma boa razão?
Estava certo. Embora não houvesse problema legal em recusar imediatamente, havia muitas maneiras de assediar indiretamente.
Eles tinham autoridade de investigação e o poder de mobilizar forças policiais em relação a bruxos e assuntos relacionados a demônios.
Embora fosse apenas uma suposição, se os sagrados paladinos tivessem más intenções, poderiam ter facilmente interferido no trabalho de Forrest.
— Posso lidar com isso.
— Isto não é um momento ocupado para o Sr. Forrest e para mim?
Forrest ficou surpreso com as palavras precisas que acertaram em cheio mais uma vez.
Ele tinha um prazo rigoroso para entregar os membros do Grupo de Lutadores para a Firma de Crime, e até o tempo para comer, dormir e aproveitar uma xícara de café ou uma bebida parecia valioso demais para desperdiçar.
Ele percebeu que qualquer contratempo com os sagrados paladinos poderia ter sérias consequências para seu trabalho, e os contratos no submundo eram muitas vezes mais rigorosos do que os do mundo acima.
— Além disso, você precisa encontrar um lugar para mover o restaurante e expandir o negócio, certo? Apenas cooperação. Parece melhor assim.
Forrest suspirou com o argumento irrefutável. Não havia nada a dizer, já que a parte mais afetada estava falando assim.
— Quando você ficou tão bom em falar?
— Depois de passar mais de um ano aqui, comecei a entender um pouco a atmosfera. Saber das coisas facilita a conversa.
— Hoo… Você está realmente bem?
— Sim. Não posso ter certeza sem tentar, mas acho que vai dar certo. Eu também quero terminar meu trabalho rapidamente.
— O que vocês estão cochichando?
O servo que havia parado Forrest anteriormente perguntou com um tom interrogativo, mantendo ainda um certo grau de cautela em relação a Oliver e Forrest, apesar de ter suavizado sua atitude.
Forrest parecia ter se decidido e disse.
— Nos dê licença por um momento… Dave, sinto muito por não poder ser de mais ajuda depois de prometer ajudar. Vou deixar com você agora.
— Você já me ensinou o suficiente, então foi útil. Por favor, espere um pouco mais.
Forrest assentiu, e Oliver se virou para o servo, dizendo que o seguiria.
O servo olhou desconfiado para Oliver e o guiou.
— Siga-me.