— Irmão, irmão. Eu estou aqui.
Enquanto um restaurante se preparava para fechar as portas no final do dia, uma mulher aparentando ter uns vinte anos chegou ao local. Sua beleza requintada era verdadeiramente cativante, semelhante a uma obra-prima esculpida, embora tal descrição possa soar clichê.
Cada característica que ela possuía era impecável — seus olhos, nariz, boca e orelhas não tinham imperfeições. Seus olhos brilhavam como gemas preciosas, enquanto sua pele, suave e sem manchas, lembrava a pureza da porcelana. Era como se os aspectos mais encantadores da feminilidade tivessem sido habilmente reunidos para formar sua existência.
— O que te traz aqui?
Ao chegar, a mulher chamou prontamente o proprietário do restaurante, que era seu irmão. Em contraste com a beleza impressionante da irmã, o irmão possuía uma aparência atraente, caracterizada por ombros largos e uma robusta constituição, digna de um homem de Galos.
No entanto, vale ressaltar que ele não estava acima do peso. Pelo contrário, seu abdômen bem definido se assemelhava a uma tábua de cortar esculpida, e seus braços firmemente tonificados mostravam evidências de seu cuidado diligente e boa forma física.
— Eu estava curiosa sobre como anda o seu negócio… Como tem sido ultimamente?
— Igual como sempre.
— Isso significa que está indo bem. Afinal, sua comida é deliciosa e boa para a saúde.
De fato, era inegável. A comida preparada pelo irmão da mulher não apenas possuía um sabor requintado, mas também surpreendentes benefícios para a saúde. Os doentes recuperavam sua saúde após apenas algumas refeições, os idosos recuperavam sua vitalidade, e até mesmo aqueles que haviam perdido a juventude experimentavam um efeito rejuvenescedor.
Devido a esses resultados notáveis, apesar dos preços exorbitantes e condições rigorosas, a nobreza de Galos, os recém-ricos e até mesmo a família real aguardavam ansiosamente, prontos para trocar sua riqueza pelos pratos revitalizantes.
— E você? Como está a vida na faculdade?
— Bem, é divertido. Há muito o que aprender do meu jeito, e é divertido sair com os colegas… Sinto como se tivesse rejuvenescido uns dez anos.
— Dez anos não seriam suficientes.
Diante do comentário malicioso do irmão, a irmã deu um tapa em seu braço.
— Isso dói.
— Eu bati porque queria que doesse.
Sentindo que sua irmã tinha algo importante a discutir, o irmão sutilmente mexeu o dedo, um sinal para os funcionários envolvidos na limpeza da loja se retirarem momentaneamente. Sem hesitação, os trabalhadores diligentes prontamente obedeceram às suas instruções, refletindo uma atitude de servidão solene, como se fossem escravos devotos atendendo ao comando de seu mestre.
Com a retirada deles, uma calma serena se instalou sobre a loja. Aproveitando a oportunidade, a irmã graciosamente se sentou em uma mesa vazia e começou a falar.
— Eu sempre sinto isso, mas seus discípulos são muito disciplinados.
— É assim que o restaurante opera corretamente. É também a nossa força… O presunto que eu te enviei teve algum problema?
— Presunto? Ah… Não, está tudo bem. Tem um gosto melhor do que eu pensava e é rico em nutrientes. Olha.
A irmã ergueu a mão, canalizando e comprimindo uma concentração incrivelmente densa de mana dentro dela. A mana era notavelmente pura, seu poder difícil de avaliar. Na verdade, era uma das exibições mais excepcionais que ele havia testemunhado ao longo de centenas de anos de existência.
— Isso é impressionante.
— Não é? No entanto, como a nutrição é tão alta, leva um tempo para digerir, então eu tenho que comer em porções. Eu provavelmente já comi um terço agora? Bem, estou me acostumando, então acho que posso comer mais rápido.
— Fico feliz em ouvir isso. Então, por que você veio aqui para conversar?
— Você acha que eu só venho quando tenho algo para discutir?
— Não era isso que você estava fazendo?
Tap!
A irmã bateu novamente no braço do irmão.
— Isso dói.
— Ah, eu bati porque era para doer… Bem, você não está errado. Eu vim aqui para discutir algo.
— Então, por que você me bateu… O que você quer discutir?
— Hm… Você se lembra da Bathory?
— Lembro…
O irmão pausou por um momento, mas logo controlou suas emoções e respondeu, para que sua irmã não pudesse lê-las.
— Claro que me lembro, eles são uma das forças hostis contra nós, mesmo que tenham ficado quietos recentemente. Mas por quê?
— Hmm… Eu tenho um informante no acampamento deles.
— Na família Bathory?
— Sim. Não importa quão elite seja um grupo, sempre há pelo menos um covarde, certo?
— E daí…?
— Parece que há um problema na família Bathory.
Ela fez um comentário casual, aparentemente despreocupada, enquanto examinava meticulosamente as unhas. No entanto, a gravidade da situação estava longe de ser insignificante.
Apesar da família Bathory estar sob olhares atentos, eles ainda eram uma força que se opunha a eles e estava contada entre as famílias influentes entre as nações escolhidas.
Embora não igualassem a influência da Marionete da Vida Eterna, do Leque da Juventude Eterna e do Flautista, incluindo sua própria facção do Chef de Carne Humana, a família Bathory permanecia uma força formidável, não ficando muito atrás das outras quatro figuras proeminentes.
Uma questão crítica surgiu dentro da família Bathory, ultrapassando os domínios de preocupações comuns. Especialmente neste momento, quando a profecia poderia ter começado.
— Você tem alguma prova?
— Não há evidência visual, mas há circunstanciais. Supostamente, a Bathory levou seus escravos para a Inglaterra a negócios pessoais e, de repente, perdeu o contato de lá.
— Não seria apenas um problema de comunicação, já que estão do outro lado do mar?
— Irmão.
Ela piscou os olhos.
— Por que você é assim? Você sabe como eles se comunicam, não sabe? Haveria algum problema, quer esteja do outro lado do mar ou do outro lado da terra? Ou… você ainda tem algum sentimento residual por ela?
Suas emoções surgiram com grande intensidade, fazendo com que a mana que se acumulava em seu corpo por centenas de anos entrasse em erupção. A mana, que inerentemente respondia ao seu estado emocional, rapidamente tomou conta do espaço circundante, reduzindo mesas e ornamentos a meros destroços.
Tal era a força de sua mana que, se ela desejasse, tinha o poder de amassar a própria essência do espaço tão facilmente quanto alguém amassaria uma lata de estanho.
— Não. De jeito nenhum. Eu só estava perguntando para confirmar. É um incidente incomum.
O irmão se ajoelhou humildemente, posicionando-se ao nível dos olhos de sua irmã, e começou a falar. Seu olhar fixo nela tinha uma clareza que desafiava qualquer noção de que ele era um canibal.
— Ah… é mesmo? Peço desculpas então.
Ela sorriu como se não tivesse ficado zangada, e a mana que dominava o espaço foi liberada instantaneamente.
— De qualquer forma, o contato foi cortado de repente. Eles acharam estranho, então alguns de seus escravos foram para a Inglaterra verificar diretamente, e lá, ouviram um boato interessante se espalhar…
— Um boato interessante?
— Sim. Bathory supostamente foi derrotada por algum solucionador e um funcionário da Torre Mágica.
— ……
— Não é interessante?
Ela disse com um sorriso.
— Você voltou?
Oliver, que tinha retornado à Torre Mágica através do portal da filial do Posto Avançado, foi saudado por Kevin.
— Professor?
— Parece que você não esperava me ver.
— Ah, me desculpe… Eu simplesmente não esperava que você viesse me receber.
— Eu pareço tão antipático para você?
— Não, eu só não esperava que você fosse tão amigável.
— ……
Com a resposta sincera de Oliver, Kevin franziu a testa e olhou silenciosamente para ele.
— Bem… Não é completamente errado. Eu não pretendia receber você em primeiro lugar.
Suas palavras eram genuínas, desprovidas de qualquer má intenção.
Como professor na Torre Mágica, as responsabilidades de Kevin eram numerosas e condizentes com seu cargo. Não era incomum que ele não pudesse receber um funcionário que estava em uma viagem de negócios em seu nome. Tais práticas eram consideradas costumeiras dentro da Torre Mágica, onde prioridades e demandas tinham precedência.
Dada a natureza meticulosa de Kevin e sua dedicação ao trabalho, o fato dele ter feito uma aparição neste cenário específico significava que ele devia ter um motivo válido e significativo para fazê-lo.
— Há algo acontecendo?
— Se eu dissesse que não, seria uma mentira. Venha comigo por enquanto.
Kevin ordenou, e Oliver seguiu imediatamente. Afinal, Kevin era o empregador de Oliver na Torre Mágica.
— Espera.
Assim que Kevin estava prestes a levar Oliver para fora da Torre Central, eles se depararam com dois homens.
Julgando pelo emblema de ‘Cajado de Asclépio’ gravado em seus peitos, pareciam pertencer à Escola de Magia da Vida, e julgando pela mana inerente em seus corpos, pareciam ser pelo menos magos formais.
— Oh… Professor Kevin.
Um dos homens tentou ser cortês. Ele tentou esconder, mas revelou seu desconforto em relação a Kevin.
No entanto, esse desconforto não era porque Kevin era um Vermelho, mas semelhante à sensação de encontrar um obstáculo ao fazer um trabalho importante.
— Você precisa de alguma coisa de mim?
Os dois magos da Escola da Vida se olharam e abriram francamente a boca.
— Sim, Professor. Para ser preciso, temos algo a discutir com seu funcionário.
Com a menção de ter algo para discutir com ele, Oliver inclinou a cabeça, mas Kevin não. Em vez disso, parecia calmo, como se tivesse esperado por isso.
— O que exatamente?
— Hm… Se você permitir, poderíamos pegar emprestado seu membro da equipe por um momento?
Com o pedido inesperado, Kevin permaneceu em silêncio, e os dois homens da Escola da Vida abriram a boca de maneira constrangedora.
— É uma ordem de cima… Não esqueceremos seu favor se nos ajudar.
— Está bem.
— Sério?
— Sim, de acordo com as regras da Torre Mágica, você pode pegar emprestado um funcionário, desde que haja procedimentos e consentimento.
Afinal, a posição de membro da equipe pessoal de um professor era altamente variada e podia abranger uma ampla gama de funções e responsabilidades, cada uma diferindo dependendo do professor em questão.
Alguns membros da equipe pessoal eram apenas vistos como assalariados ou entregadores de recados, enquanto outros estavam envolvidos ativamente na pesquisa e serviam como assistentes inestimáveis. A natureza de seu papel podia variar desde ser um dedicado subordinado pessoal do professor, ou até mesmo abranger um papel mais amplo como servidor público para o bem maior.
Dada a natureza dessa posição única, Oliver não ficou muito surpreso com o pedido inesperado.
— No entanto, tenho algo a fazer com ele agora, então envie um pedido de cooperação depois de acordo com o procedimento. Essa é a ordem para pedir ajuda a um funcionário de outra escola. Com licença agora.
Enquanto Kevin estava prestes a seguir em frente novamente, o mago da Escola da Vida ficou surpreso e bloqueou o caminho.
— O quê?
— Desculpe, Professor. É só que nosso mestre—
— Parece que você esqueceu que a pessoa na sua frente agora também é um mestre.
Kevin falou com seu tom severo único, e como a maioria das pessoas, eles calaram a boca sob a pressão.
— Além disso, nem sou da mesma escola que vocês. Mas como ousam fazer um pedido a mim do nada? Como devo interpretar essa grosseria?
— Me desculpe…
— Vou aceitar suas desculpas. Eu sei que vocês estão com pressa. Mas no futuro, distingam entre assuntos públicos e privados. E…
— …
— Não ousem pegar meu funcionário arbitrariamente no futuro. Se precisarem de ajuda, solicitem formalmente cooperação de acordo com as regras da escola… O que vocês estão fazendo? Estou perdoando seus erros e até dando conselhos, vocês deveriam responder.
— Obrigado…
— Boa, abram caminho agora.
Com as palavras de Kevin, os dois magos da Escola da Vida se afastaram para a esquerda e para a direita, abrindo caminho, e Kevin passou por eles com confiança. Oliver também seguiu, despedindo-se dos dois magos.
Quando já tinham passado dos dois magos, Oliver perguntou a Kevin.
— Aconteceu alguma coisa na Torre Mágica?
— Sim, aconteceu.
— Hm… O que aconteceu?
— É disso que precisamos falar agora.
Tendo deixado a Torre Central, que gerencia a administração de toda a Torre Mágica, coordena os relacionamentos entre cada escola e gerencia a diplomacia para toda a Torre Mágica, Oliver se moveu para a Torre da Escola Elemental com Kevin.
Durante a jornada, Oliver podia sentir uma sensação de constrangimento.
É a sensação de déjà vu ao voltar de férias e voltar ao trabalho.
Depois de ver um aluno olhando para ele e baixando a cabeça, Oliver perguntou a Kevin enquanto olhava ao redor.
— Esse interesse vai diminuir em uma semana, certo?
— Bem… Acho que pode levar mais do que uma semana?
— Mesmo?
— Por enquanto, vamos lá conversar.
Conforme instruído, Oliver manteve a boca fechada e seguiu Kevin até o escritório do professor no canto mais distante da Torre da Escola Elemental.
Assim que entraram, Kevin mexeu o dedo para espalhar a magia à prova de som por todo o quarto e então abriu a boca.
— Certo, agora me conte o que aconteceu. Tanto a versão de ficção para relatar à Torre Mágica quanto a versão não-ficcional.
Como se tivesse visto através de tudo, Kevin passou para o tópico principal.
Oliver perguntou:
— Qual delas, ficção ou não-ficção, devo contar primeiro?