Tradutor: GePeTo | Revisor: BanKai
Uma semana depois.
Uma semana havia se passado desde o início das negociações, e hoje marcava o seu fim. Para anunciar a conclusão bem-sucedida, bem como as condições acordadas após a rendição, uma coletiva de imprensa estava sendo realizada no palácio presidencial de Esparia. Devido ao fim da guerra, os repórteres que haviam partido retornaram, e algumas centenas deles estavam presentes. Por isso, a coletiva precisou ser realizada no jardim, em vez da sala de conferências.
“Hoje marca o fim das negociações entre Eden e Esparia, assim como o fim da guerra causada pelos Esparianos que foram corrompidos pelo dinheiro e pela busca por benefícios”, Alexander começou seu discurso com a confiança de alguém que tinha certeza de que nada aconteceria com ele, não importasse o que dissesse. Mas, mesmo assim, ele não colocou a culpa nos cidadãos do país. Em vez disso, culpou apenas os políticos por trás da decisão.
“Há alguns minutos, assinamos o Acordo de Rendição de Emanuel. Demos esse nome para que suas ações fiquem para sempre na história, e para que nenhum Espariano inocente precise morrer no futuro por causa de um político ganancioso”, continuou.
“Os termos da rendição são os seguintes:
Artigo 1: Desarmamento Completo. Esparia, a partir de agora, deve desarmar totalmente suas forças militares. Em conjunto com isso, haverá a ratificação da constituição para permitir que a ARES assuma a responsabilidade pelas forças armadas. Eles contratarão os soldados Esparianos agora desempregados após passarem por uma avaliação. Quanto ao equipamento, ele será comprado pela ARES por um preço acordado, e o dinheiro arrecadado será usado como compensação para as pessoas e famílias que foram prejudicadas pela guerra. Isso serve como um começo para a recuperação do trauma e da dor emocional causados por esse conflito sem sentido”, declarou.
Ao formular dessa forma, ele fez com que as pessoas vissem Eden sob uma luz positiva. Que ele não estava fazendo isso apenas como um meio de enfraquecer Esparia, mas sim para ajudar aqueles que foram prejudicados pela guerra. Algumas pessoas até o viam como o presidente que seu país precisava, mas que, infelizmente, não tinha. Em suas mentes, era uma grande pena e uma mudança completa na imagem que tinham do presidente Edeniano, que antes era visto como um político ganancioso e desonesto, buscando apenas beneficiar seu país sem se importar com o que prometia ao povo em troca de poder. Portanto, quando ele prometeu que os Edenianos garantiriam que Esparia não sofresse humilhação excessiva e pudesse se recuperar sem muitos atrasos, todos acharam que ele estava mentindo. Mas, com base apenas no primeiro artigo, parecia que ele estava se esforçando para cumprir sua promessa — tanto Esparianos quanto Edenianos estavam satisfeitos com a integridade do homem.
“Durante o período de transição e readaptação, que deve durar três meses, nossas tropas continuarão estacionadas aqui para garantir a manutenção da paz. Elas serão retiradas quando a transição for concluída. E assim como minha primeira promessa foi cumprida, eu também juro que esta também será. Coloco minha reputação e meu cargo como presidente de Eden em jogo por isso.
“A segunda condição é a Cessão de Território. Esparia deve entregar o território em disputa, efetivamente tornando-nos nações que compartilham apenas uma fronteira marítima. Quanto aos ocupantes desse território, eles poderão permanecer como cidadãos de Eden, desde que solicitem a cidadania, mas também podem optar por receber compensação e partir, se preferirem.
Terceiro: Julgamento por Crimes de Guerra. Os líderes e indivíduos responsáveis por crimes de guerra serão processados e punidos, podendo até mesmo ser executados, caso o tribunal considere suas ações graves o suficiente para justificar isso.”
Alguns repórteres suspiraram, pois não esperavam ouvir menção a execuções.
Indiferente à reação, Alexander continuou seu discurso.
“A quarta condição é o Compartilhamento Econômico”, disse, fazendo uma pausa de um minuto e observando os rostos dos repórteres, alguns dos quais sorriam, enquanto outros suspiravam.
Ele sabia o que estavam pensando ao mencionar o compartilhamento econômico. Para eles, não era diferente de assumir o controle total da economia do país, apenas disfarçado por um eufemismo educado. Parecia ruim, mas poderia haver condições piores do que o controle econômico, fazendo muitos cidadãos ponderarem as possibilidades. Alexander sabia que estavam pensando nele e em seu país como bastardos gananciosos se passando por vítimas virtuosas.
Ele apenas sorriu e continuou recitando os termos do Acordo de Rendição de Emanuel. “Isso não resultará em sanções ou limitações econômicas para o seu país, como vocês estão imaginando. Em vez disso, é algo que só trará benefícios a vocês, e não estou mentindo ao dizer isso.”
Alguns repórteres zombaram, achando que estavam quietos o suficiente para não serem ouvidos. E se ele não estivesse usando seus óculos de AR no modo de alerta — o que significava que tudo ao seu redor era amplificado o suficiente para que ele estivesse constantemente ciente de tudo — provavelmente teriam acertado em sua suposição. O modo de alerta era uma das razões pelas quais ele sempre se sentia seguro ao usar seus óculos de AR.
Ignorando a reação deles, ele continuou, “Não vamos tirar nada dos seus contratos já existentes, mas, pelos próximos seis meses, todos os recursos naturais descobertos por nossa equipe de inspetores e prospectores serão explorados por seus descobridores, que seremos nós. Após o período inicial de seis meses, metade de todos os lucros gerados por esses recursos será concedida aos prospectores em perpetuidade.”
Outra rodada de zombarias surgiu enquanto ele continuava a falar, desta vez em voz mais alta.
“Isso só será válido sob a condição de que sejamos nós quem descubra e desenvolva os recursos, e que nossas operações não tenham qualquer envolvimento do governo Espariano”, explicou, mostrando que Esparia não perderia tanto assim. Em vez disso, Eden seria responsável por procurá-los, investir o dinheiro necessário, equipamentos e mão de obra para desenvolvê-los antes mesmo de começar a lucrar com esses recursos.
Alexander prosseguiu e mencionou o restante das condições, incluindo a investigação de todo o governo e a remoção de todos aqueles considerados culpados por terem participado do início da guerra. Isso seria seguido por uma reforma governamental, que limitaria os poderes anteriores do cargo presidencial do país. Ainda assim, seria mais flexível até mesmo do que o presidente americano.
Havia mais algumas condições, e então ele permitiu que os repórteres fizessem suas perguntas.