As pessoas estavam passeando pelo parque gramado com tapetes de piquenique na mão. O evento, que os primeiranistas da Turma S, prepararam era uma peça.
As apresentações possuíam uma atmosfera casual que permitia às famílias assistirem ao show juntas. Além disso, tinha a venda de alimentos e bebidas a fim de aumentar o lucro do evento.
Sumire olhou para YuSung com um rosto todo animado.
— E-Estou tão animada para ver uma peça na nossa escola!
Seria a primeira vez que YuSung veria uma peça. Contudo, o interesse dele estava mais focado no almoço que Sumire trouxe.
— Sinto o cheiro de algo frito… Ah, é karaage, não é?
— Isso mesmo. Huhu… Até preparei um molho especial e alguns sanduíches desta vez, j-já que você teve uma refeição leve de manhã!
As orelhas da Sumire ficaram vermelhas, quando ela aparentemente se lembrou do café da manhã que havia comido com ele.
Assim que a peça estava prestes a começar, Lee ChaeHyun da Turma S se aproximou deles.
— O que vão pedir? Sabem que são modos básicos pedir, pelo menos, algo para beber, mesmo trazendo comida de casa, né?
— Ah, então vamos pedir uma limonada e um shake de banana…
— Uma limonada; um shake de banana, correto? — confirmou Lee ChaeHyun.
Sumire acrescentou mais coisas ao pedido.
— Ah, foi mal. Podemos adicionar também um shake de morango e um milkshake?
— Hã? Ok~ comprem o quanto quiserem, é melhor para nós. Estão esperando mais pessoas? Pediram muita coisa para beber.
Sumire apenas sorriu desajeitadamente. Talvez não fosse nem mesmo o suficiente, considerando o apetite do YuSung.
— A Irrupção: uma catástrofe que atingiu a humanidade. Quando a Terra se fundiu com uma dimensão diferente…
Os alto-falantes ressoaram com a narração da peça.
A peça que estava sendo realizada na Gaon, uma academia de caçadores, era naturalmente sobre caçadores. O narrador estava contando um conto famoso o suficiente para se tornar uma história de ninar comum.
— As bruxas malignas começaram a entrar no nosso mundo.
— Luisa, a Bruxa do Inverno com um coração congelado, Laplace, a Bruxa Perversa que espalhou pragas e…
A peça continuou.
Sumire ficou imersa na história. Observando-a, YuSung começou a se lembrar dos eventos que ocorreram no Castelo dos Fantasmas.
‘Laplace… então ela é a dona do fragmento que Sumire obteve.’
YuSung só relatou a existência do fragmento da Sumire para Kang YuChan, o presidente da Associação; alguém em quem podia confiar.
O fragmento pertencia à Bruxa Perversa, uma existência poderosa mesmo entre os chefões de rank 7.
Se a notícia se espalhasse, havia chance de interesseiros aparecerem em buscar de usar o poder para benefício próprio.
‘Parece que a Sumire não pensou muito no potencial disso, só que…’
O poder que ela exercia era definitivamente perigoso. Dependendo de como fosse exercido, poderia salvar a vida de alguém. Se usado incorretamente, podia perder o controle e causar muito dano.
Contudo, uma coisa inegável era que Sumire era um trunfo incrivelmente forte para a equipe.
‘É… minha responsabilidade como líder da equipe guiá-la.’
YuSung olhou intensamente para a garota, enquanto comia karaage o tempo todo.
Sumire finalmente notou o olhar intenso dele.
‘Y-YuSung está me olhando tão intensamente…’
Ela girou os dedos, incapaz de reunir coragem para perguntar por que ele estava fazendo isso.
— A Bruxa tão tão Perversa gritou alto enquanto caía diante da força dos caçadores.
A narração voltou.
Em algum momento, a peça começou a chegar ao fim. Uma estudante da Turma S desempenhou o papel de Laplace.
— Mesmo que as nevascas sumam e as pragas desapareçam, nós bruxas não morreremos! — ela gritou.
Embora muito diferente da Laplace serena que Sumire conheceu, parecia que estava gostando de assistir à peça.
— Laplace… é realmente odiada.
— Claro, ninguém gosta de alguém que espalha pragas.
Sumire assentiu com a cabeça em resposta às palavras do YuSung. Mesmo assim, um sentimento estranho surgiu em seu coração.
Laplace, a Bruxa Perversa… Sua própria existência espalhava doenças entre os seres humanos.
Sumire machucou seus amigos porque perdeu o controle da sua Característica.
‘Talvez nossa taxa de sincronização tenha sido muito alta porque…’
Sua expressão ficou sombria.
YuSung pegou outro pedaço de karaage e falou: — Você está diferente.
— Eh, hã?!
Sumire ficou assustada.
— Sumire… — ele continuou com calma: — Alguém como você será capaz de usar o poder da Laplace para proteger os outros em vez de machucar.
As palavras reconfortantes do YuSung foram direto ao cerne das preocupações da Sumire. Sentindo o ardor revelador de suas glândulas lacrimais brotando, ela enxugou os cantos dos olhos com o dorso da mão e sorriu brilhantemente para o menino.
— É claro… que eu consigo, né?
17:50.
Na lanchonete extravagante da Turma A, vários móveis e cadeiras de marca de luxo usados no evento tornaram difícil acreditar que era um festival escolar.
— Ouvi dizer que uma dessas cadeiras custa vários milhões de wones.
— Quantas vezes mais é isso em comparação com a quantia que arrecadamos na lanchonete hoje?
— Sei lá… Não acredito que uma aluna comprou tudo isso para usar como decoração.
— Quanto dinheiro ela tem?
Os alunos estavam conversando entre si sobre a escala monetária gigantesca em que EunAh operava. Em troca, como uma rainha, ela não levantou nem mesmo um dedo para ajudar na preparação do evento; isso cabia ao resto da Turma A.
Só que nem mesmo uma pessoa reclamou.
EunAh simplesmente bebeu café, de olhos fechados, enquanto esperava por alguém.
Sons de passo.
Foi então que ouviu passos se aproximando. EunAh, de olhos ainda fechados, começou a falar: — Então você veio.
— São quase seis horas.
YuSung se sentou no assento em frente ao de EunAh. Ela chegou ao ponto em que podia identificá-lo pelo som dos passos.
EunAh saboreou o café em sua xícara, com o dedo mindinho levantado com um toque de elegância. Os grãos usados foram os grãos de café da Montanha Azul da Jamaica. Era também algo que havia fornecido para a Turma A.
— Sabe para onde estamos indo, né? — ela perguntou com uma postura relaxada.
YuSung assentiu com a cabeça. — Sei que é um salão de baile, alguma coisa assim.
— Mas ainda temos um caminho a percorrer antes da noite. Por que não conversamos até lá?
Na verdade, EunAh queria conversar sobre muitas coisas com YuSung.
[Eu quero ver aquele seu amigo, Shin YuSung, pelo menos uma vez…]
A primeira vez que ela e seu irmão conversaram sobre isso foi quando JunHyuk estava no hospital.
[Por que, irmão?]
[Hmm, desde que ele salvou minha vida?]
[Bem… Eu acho.]
[Ele também é o líder da sua equipe, EunAh. Por que não jantamos juntos algum dia?]
As palavras do JunHyuk foram convincentes quando ela as ouviu. Contudo, achou estranho, quando estava prestes a falar com YuSung.
‘Ele… pode me entender errado se eu convidar do nada para a minha casa.’
YuSung, vendo a expressão séria no rosto da EunAh, decidiu tomar a iniciativa e fazer uma pergunta primeiro.
— Então, quer falar alguma coisa comigo?
EunAh reuniu seus pensamentos e então suspirou. Assim como pensava, ela não era boa em fazer rodeios no assunto.
— M-meu… irmão disse “obrigado”.
Começou a desenhar círculos na superfície da mesa com o dedo indicador.
— Também sou grata a você…
EunAh tentou olhar nos olhos do YuSung, mas acabou voltando seu olhar rapidamente para a xícara. Não era boa em lidar com discussões sobre qualquer coisa pessoal, como agradecer sinceramente a alguém.
— Qualquer um na minha posição teria feito o mesmo — ele respondeu com calma.
Em algum momento, YuSung comprou e começou a beber um macchiato de caramelo. O YuSung do passado nunca teria sido capaz de imaginar que algo assim existia. No entanto, por causa do que experimentou com EunAh, aprendeu como os macchiatos de caramelo eram deliciosos; até poderia comprar um sozinho numa lanchonete.
— Também estamos no mesmo grupo, como sabe.
YuSung agitou a bebida e riu.
EunAh também sorriu e riu em vez de expressar seus agradecimentos.
— Bem… eu sabia que você diria algo assim.
Quando acalmou seu coração, ela finalmente fixou seu olhar nele.
— Falando nisso… por que não vem ao evento social realizado pelo grupo Shinsung?
— Evento social?
YuSung, por ter vivido na Montanha dos Espíritos Marciais, nunca foi a um evento social na sua vida. Os realizados pelo grupo Shinsung eram, obviamente, muito particulares; figurões da política e de várias outras áreas da sociedade se reuniam lá.
Mesmo assim, EunAh falou como se fosse algo irrelevante.
— Na verdade… não tem tanta coisa lá. Come comida boa, cumprimenta pessoas e passa um tempo. É só isso.
A pessoa com o status mais alto no evento social era Kim Seokhan, o chefe do grupo Shinsung. Sua neta, EunAh, ficava sempre no centro das atenções.
Contudo, ela não era fã dessas reuniões. O pensamento de pessoas se aproximando dela por causa de sua origem arrepiava seus cabelos.
‘Mas ele é diferente…’
EunAh olhou para o rosto do YuSung.
YuSung recebeu um prato de tiramisu de um aluno antes de dar sua resposta.
— Será a minha primeira vez em um lugar como esse. Está tudo bem mesmo?
— Para que se preocupar? Meu avô está no topo da escada lá. E também…
EunAh se levantou do assento e clicou no Bolso.
Woosh!
Pixéis azuis cobriram EunAh, transformando seu uniforme escolar em um vestido. Ela estendeu a mão para YuSung e sorriu brilhantemente.
— Vou te ensinar como se comportar, então não se preocupe.
Isso era algo que YuSung, com sua personalidade habitual, talvez nunca pudesse vivenciar. Só que ele tinha EunAh.
— Ok, vamos agora!
Eles alvejavam o destaque de qualquer reunião social; um baile.