No final, desisti da questão do cartão preto e trouxe outro tópico à tona.
— E sobre o portal?
Eu não sabia como as coisas estavam indo enquanto sofria no quarto hospitalar da guilda.
[Seria melhor falar sobre ele depois.]
— Hã? Por quê?
[Vamos nos encontrar cara a cara. Voltarei dentro de dois dias, então descanse até lá.]
“Voltarei…?”
— Onde você está? — perguntei casualmente.
Já Cheon Sa-yeon, como se estivesse se divertindo, rebateu: [Está curioso sobre mim? Estou tão comovido.]
— Não diga besteiras.
[Hahaha~]
Subitamente, uma voz diferente foi ouvida ao fundo da chamada; parecia ser de um atendente…
[Vou ter que desligar agora. Sei que quer me ver logo, mas terá que aguentar.]
“Maluco de merda…”
Clack.
Fiquei indignado e terminei a chamada imediatamente.
“Merda, ainda não sei onde ele está…”
Nada parecia ter sido resolvido.
— Haa…
Click.
— Estamos de volta… Yi-gyeol-ssi, o que há de errado?
— Nada.
Min Ah-rin e Kim Woo-jin, que tinham saído para comprar café, voltaram bem a tempo…
Ao receber meu café, voltei a abrir a boca.
— Hoje, vou voltar para o 23º andar.
— Você realmente se sente bem? Por que não fica deitado por mais um dia?
— Não quero mofar aqui.
Eu estava melhor, então não havia mais necessidade de ficar aqui.
— Hm…
Por um momento, Min Ah-rin olhou em volta, como se estivesse ponderando sobre minhas palavras, e acenou com a cabeça.
— Tudo bem. Como minhas férias terminaram, posso curar Yi-gyeol-ssi caso suas feridas se abram.
— Isso não vai ser necessário…
— Estarei no aguardo caso contrário.
Repentinamente, Min Ah-rin pegou o celular da minha mão…
Tap— Tap—Tap— Tap—
E, antes de o devolver, apertou em sua tela numa velocidade que eu nem conseguia acompanhar.
— …
— Salvei meu número. Você sabe como é difícil conseguir o número de um curandeiro?
— Haha… sei.
— Se acontecer alguma coisa, por favor, me ligue — repreendeu Min Ah-rin ao abrir bem os olhos.
Felizmente, ela não parecia nada assustadora, mas sim fofa.
Logo, sorri de forma estranha e olhei para o celular onde o número da Min Ah-rin estava salvo.
Por alguma razão, parecia que mais e mais números estavam sendo guardados nele…
Click.
Tendo deixado o quarto hospitalar com minha bagagem, Min Ah-rin se ofereceu para assistir um filme no meu apartamento. Por outro lado, antes mesmo de eu recusar, ela recebeu uma ligação…
Pelo que tinha ouvido, parecia que uma pessoa ferida tinha saído de um portal recém-limpo.
— Da próxima vez, com certeza, vamos assistir! — declarou firmemente antes de ir embora com uma cara triste…
Retornei ao meu apartamento no 23º andar com Kim Woo-jin. E sem rodeios, entrei no quarto, tirei a camisa que estava usando no quarto hospitalar e vesti uma branca junto a uma blusa azul-marinho escuro.
Assim que retornei à sala, Kim Woo-jin perguntou com uma voz confusa: — Hm? Você vai sair?
— Tenho um lugar para ir.
— E-Então, também irei.
Pensei: “Por que não?”; e concordei.
— Certo.
Kim Woo-jin, que me olhava sem expectativas por já esperar ser rejeitado como todas as vezes, iluminou-se.
Depois de procurar o destino em meu celular, saí do prédio da guilda.
— Aonde vamos?
Naquele momento, chamei um táxi que passava, entrei e respondi: — Área G21.
Ao sair do táxi, franzi a testa para a multidão reunida atrás da linha de controle do portal.
Não havia nada que eu pudesse ver por causa daquele alvoroço.
— Kim Woo-jin, se aproxime.
— Hã?
Kim Woo-jin se aproximou.
— Q-Quê?!
E assim, abracei sua cintura com um dos meus braços e usei minha habilidade.
Vuum~
O corpo de Kim Woo-jin se endureceu num instante.
— Ei, não fique parado e agarre a minha cintura. Sua postura está…
— …
— Kim Woo-jin?
Curioso, olhei um pouco para seu rosto e vi que estava vermelho como se estivesse prestes a explodir.
“O que há com ele?”
— Ei, Kim Woo-jin, você está bem?
Eu tinha que ir mais alto, porém agora estava preocupado…
— Huh? E-Er…
— Segure minha cintura.
Com minhas palavras, antes de abraçar minha cintura, Kim Woo-jin rangeu como uma máquina que não tinha sido oleada.
Assim estava melhor.
Whoosh—
Aumentei nossa altitude.
— Está tudo bem? Achei que assim seria confortável para nós dois.
— Tá-Tá sim…
— Você não parece bem. Se não gosta, pode esperar lá embaixo.
Poderíamos flutuar separadamente também, mas aí eu teria que me preocupar com uma quantidade de energia extra; era incômodo.
— Não! Está tudo bem.
Kim Woo-jin sacudiu a cabeça apressadamente para negar minha sugestão, mas seu aspecto não melhorou nada.
“Ele tem medo de altura, assim como Ha Tae-heon?”
Pelo visto, na próxima vez, teria que me mover sozinho.
— Ma-Mas… por que estamos aqui?
— Preciso verificar uma coisa.
Cheon Sa-yeon me disse para descansar até ele voltar, mas não era como se eu fosse alguém que o ouvisse.
“Não posso confiar nas informações que ele passou também.”
E mesmo que não houvesse muito que pudesse fazer a respeito, só vim para a área do G21 por precaução.
— Está aberto!
— O portal está aberto!
Depois de um tempo, os repórteres que estavam encarando fixamente o portal ergueram suas câmeras todas de uma só vez e começaram a fotografar.
O portal, que havia sido firmemente fechado, agora estava aberto e revelava várias pessoas.
— Afastem-se!
— Por favor, mantenham a distância recomendada!
— Cha Soo-yeon-ssi! Por favor, uma entrevista!
— Por que o tempo de retorno foi atrasado?
Não demorou para que os guarda-costas do local conseguissem deter os repórteres, que se tornaram mais ferozes ao terem esperado por muito tempo.
— …
Observando tudo de cima, logo encontrei um rosto familiar entre a equipe de limpeza; atualmente, todos estavam recebendo tratamento em suas feridas.
— Me empreste esse chapéu e ative sua habilidade — declarei enquanto pegava o chapéu que Kim Woo-jin usava.
— …
Ele rapidamente ficou intrigado, mas obedeceu e ativou sua habilidade… Seu rosto gradualmente se turvou como uma névoa.
Com isso, ele escapava com segurança de qualquer linha de visão comum.
Tap.
Ao pousar atrás de uma das ambulâncias, apressei meus passos à frente.
— Cha Soo-yeon-ssi.
Me aproximei de Cha Soo-yeon, que estava sendo tratada, antes de receber seu olhar confuso e o arregalar de seus olhos.
— Co-Como chegou aqui…?
— Preciso falar com você sobre algo.
— …
Depois de pensar um pouco, ela suspirou e falou com o curandeiro: — Estou bem agora, então, por favor, vá cuidar dos outros membros.
— Certo.
Quando o curandeiro partiu, Cha Soo-yeon olhou em volta e me arrastou para um lugar relativamente deserto.
Levantei levemente o chapéu que usava bem abaixo para cobrir meus olhos e sorri para Cha Soo-yeon.
— Você não se feriu?
— Hmph. Nem um pouco.
À minha pergunta, ela bufou e sorriu orgulhosamente enquanto respondia.
Aquilo parecia certo.
Se era Cha Soo-yeon, não havia como ser derrotada facilmente.
— Como sabia que eu estava aqui?
— Eu só queria vir até aqui por precaução, e tive sorte.
— Hmm…
Eu estava sendo honesto, mas ela não parecia acreditar em mim; não tanto quanto costumava… Que injusto.
— Para o que veio aqui?
— Tenho uma pergunta sobre o portal.
Perante essas palavras, os olhos de Cha Soo-yeon brilharam bruscamente.
— Tenho certeza que não veio aqui para fazer uma pergunta inútil…
— Você é esperta.
Na verdade, pedir informações sobre o portal que pertencia a outra guilda era algo contra as regras… mas como essa situação podia ser diferente, esperava que ela entendesse.
— Eu estava em um portal com os membros da Guilda Requiem alguns dias atrás.
— Eu sei. Vi na entrevista.
Quase não consegui manter uma postura séria… Por outro lado, logo me endireitei e continuei: — O-O interior do portal sofreu uma mudanças estranhas.
— Não me diga que…
— Sim, a maioria dos monstros foram melhorados, seus números também aumentaram.
Cha Soo-yeon, que tinha ouvido até aquele momento, acenou com a cabeça como se fosse compreensível.
— Você está aqui para perguntar se o portal em que eu entrei também aconteceu o mesmo?
— Talvez.
Ela fechou os olhos com uma expressão preocupada, depois dobrou seus braços e suspirou.
— Certo… Foi exatamente como você disse.
— Pode me contar os detalhes?
— Aqui, a Área G21, tem um dos portais do qual tenho sido responsável por muito tempo. Portanto, sabia que seria fácil de limpar, já que nem ao menos possuía muitos monstros de Rank B…
O portal da Área G21, um Portal Rank B, deveria ser um onde monstros de Rank C e de Rank B predominam…
— Mas dessa vez, quando entramos lá, pudemos ver que os monstros estavam ficando mais fortes…
Contudo, mudanças inesperadas ocorreram.
— Não sei exatamente o porquê, já que não tinha levado um identificador, mas todos da equipe, inclusive eu mesma, perceberam. Alguma coisa está errada.
— O Rank C foi atualizado para B, e B foi atualizado para A…
— Provavelmente. Foi como você disse, não só ficaram mais fortes, mas os seus números também aumentaram.
Aquela foi a terceira vez que Cha Soo-yeon limpou o portal da Área G21… Como havia feito isso duas vezes, já deveria saber exatamente onde e até que ponto os monstros saíam.
— Vinte monstros apareceram onde dez deveriam aparecer, e outro monstro interveio no meio…
Cha Soo-yeon resmungava com uma voz cansada.
— Estou feliz por ter levado um curandeiro junto, como disse a mestre… pensar que seria apenas um Portal Rank B quase me colocou em apuros.
— Seu mestre… A Mestra Hong Si-ah?
— Ela não é o tipo de pessoa que normalmente se preocupa com isso, mas desta vez, havia resolvido me incomodar muito para garantir que eu levasse um curandeiro.
Cha Soo-yeon inclinou sua cabeça com uma expressão sútil.
— Espera; algo é estranho. Por que…
— Você percebeu.
Já havia se passado quatro dias desde que eu e Cheon Sa-yeon limpamos o portal e saímos. Se ele havia informado os outros mestres sobre os novos perigos dos portais enquanto eu estava apagado, era compreensível que a Mestra Hong Si-ah reagisse dessa maneira.
— Só viemos saber que o portal estava estranho depois que entramos… A Mestra Hong Si-ah deve ter mandado levar o curandeiro por estar preocupada com você.
— Bem… ela parece ter uma personalidade delicada…
O tom de Cha Soo-yeon era hesitante, mas o orgulho em sua mestra podia transparecer em seu rosto.
— …
Ao ver aquela cena, pensei reflexivamente em Cheon Sa-yeon.
“Não, isso é diferente.”
Eu era um independente, então por que pensei nele?
Apagando aquele rosto da minha mente, falei apressadamente: — Obrigado por me avisar. Vou indo agora.
— O quê?! Já?
— Sim.
Não havia nada a dizer agora. E Kim Woo-jin, que estava parado durante toda a conversa, também me preocupava.
— Espere!
Eu estava prestes a sair, mas inesperadamente, Cha Soo-yeon me segurou.
— Tem algo a dizer…?
— Não é bem assim, na verdade, isso é meio ridículo! Como da última vez, você vai apenas sair depois que seu assunto acabar?
Enquanto olhava em branco, pensando no que fazer, pude ver sua outra mão estendida, junto de uma expressão frustrada.
— Me dê.
— Dar o quê?
— O que acha? Seu celular!
— …
Eu estava prestes a tirar meu celular involuntariamente com aquelas palavras declaradas de maneira disse orgulhosa, mas finalmente ganhei juízo e abanei a cabeça.
— Bem, dar ele é um pouco…
— Está dizendo que não quer me dar seu número?
— Não, não é isso…
— Então é o quê?
O que havia com ela? Era assustador.
— São apenas as circunstâncias…
— Que circunstâncias?
Mesmo sorrindo de forma estranha e dando um passo atrás, Cha Soo-yeon estava sendo persistente.
Seu olhar ameaçador me fez suar frio, logo uma voz severa veio por trás.
— Vá embora. Ele não quer dar o número a você.
Kim Woo-jin, que tinha ficado quieto até agora, desativou sua habilidade.
— E quem é esse?
Então, Cha Soo-yeon notou-o de pé atrás de mim e franziu a testa.
— Eu sou…
Na pergunta que recebeu, Kim Woo-jin me olhou de relance.
— U-Um a-amigo.
— …
Se era para dizer alguma coisa, deveria ser direto… Por que ele estava gaguejando?
Kkkkk ele gaguejando kkkkKKK coitado kkkkkkk