Albert olhou para seu precioso príncipe sentado ali com seu rosto escurecido. Ele encarou com reprovação um copo de água que não tinha sido reduzido a um gole por várias horas, e ele trouxe um novo copo de água na esperança de que ele tomasse um pouco. Assim que o espírito do velho servo foi transmitido, a porta do quarto da princesa se abriu e o médico saiu.
“Parece estar funcionando.” Dr. Paulo disse rapidamente para Killian, que o olhou com olhos assustadores.
“Você tem certeza?”
“Sim, sua Majestade. Ela ainda não acordou, mas sua pele e respiração relaxaram. Suas mãos, que estavam geladas e frias, voltaram ao normal.”
A sala se encheu de exclamações de alegria. Por fim, Killian levantou-se de seu assento, deixando para trás o murmúrio de ação de graças de Albert a Deus o qual ele não acreditava, na esperança de que Sua Alteza comesse algo agora.
“Posso entrar?”
“Sim, sua Majestade.”
“Vossa Alteza, permita-me verificar as condições da dela.”
A filha que ele mal conhecera havia se tornado uma pessoa valiosa com um status elevado, ele não podia vê-la quando desejasse. Killian assentiu com relutância enquanto o marquês Anais pedia permissão ao noivo de sua filha, contendo seu desejo de pular a qualquer momento.
Killian queria ficar sozinho com Julietta, embora o Marquês fosse seu pai, mas não podia ignorar o amor paternal que provavelmente queimaria.
“Julie…” a voz trêmula do Marquês soou no quarto silencioso. Killian foi até o marquês e olhou para Julietta.
Sua cor definitivamente melhorou e sua respiração parecia ter voltado ao normal. Quando ele tocou sua testa e segurou sua mão, sua pele estava mais quente.
Quando ele olhou para o médico que o seguia, o Dr. Paulo acenou com a cabeça e disse: “Ela vai acordar logo. O analgésico certamente teve um efeito antidotal.”
Killian estava esperando uma confirmação definitiva do médico, prendendo a respiração e iluminou-se pela primeira vez em alguns dias. Era hora de ele respirar de alívio e se sentar em uma cadeira ao lado da cama. Ele sentiu como se suas pernas fossem de borracha no momento.
Lamento…
Manny, que normalmente era ignorado, olhou para ele com pena. Deve ter sido impedido de entrar no quarto porque Julietta estava doente e parecia ter entrado atrás dele.
“Você quer ver sua dona também?” Enquanto ele o acalmava com uma voz suave que não era a de Killian, a cabecinha de Manny balançou para cima e para baixo, como se tivesse entendido as palavras.
“Posso colocar o cachorro de estimação da princesa na cama, doutor?”
Depois que Killian pediu permissão, o Dr. Paulo respondeu: “Sim, Alteza, acho que vai ajudá-la a acordar se sentir o contato de seu amado cachorro.”
Killian, com a permissão do médico, colocou Manny na cama. Manny choramingou lamentavelmente como se tivesse encontrado sua família há muito perdida, esfregando a cabeça no pescoço de Julietta.
O marquês Anais pegou a mão de Julietta, acariciando-a com cuidado e murmurando: “Julie, levante-se. Há tantas pessoas esperando você acordar.”
Era uma ação que não podia ser realizada quando ela estava acordada. A atitude da criança havia mudado muito, e ele sentia a filha como uma estranha, mas ela chorou em seus braços quando era criança. Ele sentia o passado com muita força.
‘Por que a vida desta criança é tão dura e difícil?’ A ideia de ter que viver em tal perigo pelo resto da vida o fez se ressentir do homem à sua frente. ‘Por que você se destaca aos olhos de um homem assim?’
“Você está tão ressentido comigo.” O príncipe que percebeu seu olhar falou alto. “Se não, você está mentindo.”
“É bom ser honesto. Mas também quero que você admita que o marquês não merece dizer isso para mim. Se não fosse pela família da mãe da princesa, sua família teria desaparecido do Império da noite para o dia apenas pelo que Lady Anais fez. Eu vou te avisar mais uma vez. Fique de olho na família Dudley e em Lady Anais, porque não quero que a família Anais seja um fardo no futuro de Julietta.”
A cabeça do marquês foi abaixada pelo olhar feroz de Killian. “Quem ousa culpar?”
“Hum…”
“Julie?”
Um gemido saiu da boca de Julietta. Killian estava olhando para o marquês Anais e rapidamente se virou para Julietta.
Julietta abriu os olhos enquanto Manny estava ciente da recuperação de sua dona e estava andando para frente e para trás na cama, abanando o rabo. Ela piscou como se para lembrar quem estava olhando para ela por um tempo. “… Sua Alteza?”
“Sim, Julietta. Sou eu”, Killian respondeu em uma voz suave.
“Por que estou deitada aqui? E por que você está aqui sem me contatar novamente? O Sr. Marquês também está aqui.” Assim que ela recobrou o juízo, a voz resmungante de Julietta tornou-se mais suave quando ela percebeu o marquês.
“O que aconteceu?” Quando ela olhou para Killian, havia ansiedade em seus olhos.
“Nada. Você ficou doente por um tempo, mas agora está bem.”
Dr. Paulo falou enquanto Killian acalmava Julietta. “A princesa caiu depois de tomar veneno. Você está se sentindo fraca porque não come há dias. Eu disse a eles para prepararem a sopa, então você deveria comer primeiro e tomar um remédio para restaurar suas energias.”
“Veneno?” Julietta ficou surpresa e perguntou.
Vera, que fora preparar a sopa, voltou. Killian pegou a sopa de Vera e respondeu: “Vou lhe contar mais quando você ficar boa. Vamos começar com a sopa.”
Albert entrou no quarto com a sopa e ficou magoado ao ver seu precioso príncipe tentando colocar a sopa na boca de Julietta, e acabou dizendo: “Alteza, deixe a refeição da princesa para a empregada e, por favor, coma alguma coisa. Você gostaria que este velho servo morresse de ansiedade?”
Julietta ficou surpresa e segurou sua mão enquanto a abria como um filhote de passarinho. Killian que não se importava com os olhos dos outros, embora eles tentassem detê-lo no final.
“Vossa Alteza, você não comeu?”
“Não é apenas uma refeição. Ele não bebeu um copo cheio de água em quatro dias desde que a princesa desmaiou.”
Com as palavras de Albert, o Marquês de Anais olhou para Killian com espanto e a sopa que estava prestes a entrar na boca de sua filha.
“Princesa, por favor, diga a Sua Alteza para comer. Este velho vai morrer porque está muito ansioso.”
Albert ficou hesitante se seria estranho chamá-la de princesa depois de descobrir que ela era Julietta. Quando Killian olhava para Albert com olhos ferozes, ele costumava colocar a mão no bolso e puxar o lenço.
Seu lenço branco, que sempre dançava na testa brilhante, parecia torcido. Albert tirou o lenço da exibição e o levou aos olhos marejados. Ele olhou ansiosamente para seu mestre, batendo os olhos úmidos com aquele lenço sujo.
“… por que você não comeu?” perguntou Julietta, olhando para Killian.
“Bem por quê?” Killian respondeu, olhando para Julietta.
“Você se preocupou?”
“Você está perguntando algo natural.”
Olhos verdes escuros e olhos suaves prateados se encontraram sem palavras.
Julietta se lembrou de ter ouvido a voz de Killian quando ela vagamente recobrou os sentidos. Ele sempre dizia algo, mas ela se lembrava de uma coisa agora: seria muito chato viver neste mundo sem você.
‘Qual é o significado disso? Isso significa que você não pode viver sem mim?’ O coração de Julietta começou a bater mais rápido. Batia muito forte para ser considerado doente e acabado de acordar. Ela tentou acalmar seu coração, pois batia tão forte que zumbia em seus ouvidos.
“… Por favor, coma.”
“Depois que você terminar de comer.”
“Você tem certeza? Isso é tão esquisito. Faça como faria normalmente”, Julietta falou pudicamente e pegou a tigela da mão de Killian. Ao contrário de seu comportamento natural, seus olhos tremeram. Ela não conseguia olhar diretamente para o rosto do Príncipe, porque sentiu suas orelhas esquentando. “Vamos, por favor, vá comer. Não tenho energia para pechinchar com você. Vera, diga-lhes para prepararem a refeição de Sua Alteza e de outros também.”
O olhar de Julietta se voltou desajeitadamente para o marquês de Anais e então desceu rapidamente para a tigela.
“Obrigado.” O Marquês de Anais expressou alegria com o comportamento dela, que parecia um pouco aberto.
“Então coma confortavelmente. Volto daqui a pouco.”
A grande mão de Killian passou pela orelha de Julietta. Julietta fingiu estar indiferente, mas suas bochechas estavam ainda mais vermelhas do que antes.