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Kill the Sun – Capítulo 156

A Verdade

Depois de muita conversa e persuasão, a garotinha finalmente desabou e começou a chorar.

O guarda continuava olhando ao redor com olhos nervosos.

Jonathan apenas sentou-se no corredor, encarando o chão com um olhar vazio.

Kiara olhava para a menina chorando e para o quarto com puro terror.

— Como você se dá com crianças?

Kiara saiu de seus pensamentos ao ouvir Nick falar com ela.

Ela olhou para a menina, nervosa.

— Tenho um irmão mais novo — respondeu.

Nick assentiu. — Quero saber o que aconteceu aqui — disse ele.

Kiara olhou para Nick com apreensão.

Depois, ela se aproximou da menina e começou a falar com ela suavemente.

Enquanto isso, Nick saiu do quarto e olhou para Jonathan.

Jonathan nem sequer virou a cabeça para encarar Nick.

Apenas a imagem mental do quarto já era demais para ele processar.

A crueldade…

Ele sabia como era estar na escuridão.

Provavelmente, era a experiência mais aterrorizante imaginável.

E aquela menina tinha estado na escuridão, talvez por dias.

Jonathan simplesmente não conseguia compreender o que havia visto.

— É para isso que você trabalha — disse Nick.

Jonathan não ergueu os olhos.

— De onde você acha que o gordo conseguiu essa menina? — perguntou Nick. — Conseguir algo assim requer algumas conexões.

Jonathan não respondeu.

— Quando encontramos Ardum pela primeira vez, ele tentou incriminar um dos meus como espião, embora não tivéssemos nenhum problema entre nós.

— Ao mesmo tempo, ele tinha um verdadeiro espião entre nós.

— Era um garoto de 14 anos chamado Pator.

— Ardum plantou Pator ao lado de Wyntor há dois anos.

— Ardum usou um menino como espião, sabendo perfeitamente bem o que acontece com espiões na família Melfion.

Nick olhou para a parede, pensativo.

— Fui encarregado de resolver o problema.

Jonathan virou-se para Nick.

— Encontrei Pator chorando e conversando com uma estátua — disse Nick. — Ele dizia que se arrependia de tudo e queria parar, mas não podia porque já estava envolvido demais.

— Se continuasse, sentiria que estava traindo seus amigos.

— Se parasse, morreria.

Silêncio.

— O que você fez? — perguntou Jonathan.

— Um espião é um espião — respondeu Nick. — Fiz o que precisava ser feito.

Jonathan voltou a olhar para a parede.

— A garota da Cycle está nos espionando há três meses — disse Nick.

— Notamos isso há três meses, mas não fizemos nada porque ainda não estávamos prontos para um conflito aberto com a Cycle.

— Durante três meses, ela simplesmente aparecia à noite e no início da manhã.

— Há uma semana, estávamos prontos para agir contra a espiã, e eu a encontrei no nosso telhado.

— Ela tirou um tipo de jarra de vidro e começou a mexer nela.

— Lancei duas lanças contra ela.

— A primeira atravessou o corpo dela.

— A segunda atravessou sua cabeça.

— Quando olhamos para o cadáver e encontramos a substância verde, soubemos por que ela estava ali.

— Ela foi enviada para ser usada como justificativa para uma guerra.

— Ardum continua mantendo uma persona falsa, e, para conseguir seu apoio, precisava uni-los sob uma causa comum.

— Pense nas seguintes perguntas.

— Por que ela chegou à noite, em segredo, por vários meses?

— Se ela quisesse nos ajudar, não haveria uma maneira mais fácil?

— Por que a menina está aqui?

— Reflita sobre essas questões.

Silêncio.

Nick continuou olhando para frente, sem dizer nada.

Jonathan continuou olhando para o chão.

Vários minutos se passaram.

— O nome dela era Sarah — disse Jonathan.

Nick não respondeu.

— Sarah sempre foi alegre e prestativa. Ela até me ensinou a cuidar dos nossos Espectros.

Silêncio.

— Os turnos dela mudaram há cerca de três meses, e as horas na empresa foram reduzidas — disse Jonathan.

— Ardum poderia ter enviado outra pessoa para fazer o mesmo? — perguntou Nick.

Jonathan franziu a testa.

— Neron era nosso espião — disse Jonathan. — O trabalho dele era se infiltrar e reunir informações.

— Era? — perguntou Nick.

— Ele também era um espião para vocês — disse Jonathan.

Nick deu uma risada curta. — Não, não era.

Jonathan franziu a testa.

— Wyntor disse isso para confundir Ardum — explicou Nick.

Então, Nick explicou detalhadamente por que Wyntor confirmou que havia um espião e o que Wyntor acreditava que Ardum realmente estava fazendo.

Jonathan teve dificuldades para acreditar em Nick.

No entanto, as coisas que viu naquele dia dificultavam ignorar as palavras dele.

Seria verdade?

Ardum realmente os tinha enganado?

Quanto mais Jonathan pensava nessa possibilidade, mais sinais encontrava que confirmavam a declaração de Nick.

Em algum momento, Kiara saiu do quarto.

A menina agarrava a perna de Kiara.

Nick apenas olhou para Kiara.

Kiara respirou fundo. — A família dela a vendeu para um grupo de estranhos — disse Kiara com dificuldade.

— Eles a colocaram neste quarto.

— Alguns dias depois, Ste… o homem gordo apareceu.

A garotinha começou a tremer.

— Ele fez coisas horríveis, e quando ela resistiu, ele a colocou na gaiola como punição.

— Isso foi há dois dias.

A menina continuava tremendo, e Kiara acariciava suavemente o cabelo dela.

Jonathan respirou fundo.

Nick assentiu e parou de se apoiar na parede.

— Vamos. Acabamos aqui.

Kiara franziu a testa.

— Assim, tão simples?

— Sim — disse Nick. — Se quiser buscar justiça, fique à vontade. São 15.000 créditos por cadáver.

— Mas lembre-se. Todos esses guardas também têm famílias, e nem todos sabem exatamente o que está acontecendo o tempo todo.

Kiara rangeu os dentes.

— E ela? — perguntou, indicando a menina.

— Posso deixá-la com você, se quiser.

— Cuide dela. Deixe-a ir. Leve-a para um orfanato. Devolva-a para a família. Faça o que quiser.

Kiara franziu a testa.

Agora ela estava presa à menina?!

No entanto, quando olhou para os olhos assustados da garota, sentiu apenas pena.

Ela ganhava o suficiente para sustentar outra pessoa…

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