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Kill the Sun – Capítulo 227

O Capitão

A porta da Unidade de Contenção se abriu de repente, e o corpo inteiro de Nick se contraiu de susto.

Nick olhou para a pessoa que havia entrado e viu um homem de meia-idade com cabelos pretos.

Ele vestia o uniforme de um membro da cidade e, de acordo com seu emblema, era um Perito.

O homem caminhou calmamente até a mesa e se sentou em uma das cadeiras.

— Nick Nick, Chefe Extrator Zephyx da Sonho Sombrio — disse o homem com calma. — Está correto?

— S-Sim — respondeu Nick nervosamente.

— Marder Sansen, Capitão da guarda da cidade — disse o homem.

Nick acenou com a cabeça. — O-o-olá — disse, distraído.

— De onde você conseguiu o sinal? — perguntou o homem imediatamente.

— Wyntor me deu, depois de recebê-lo de seu pai — disse Nick.

— Com Wyntor, você quer dizer Wyntor Melfion? — perguntou o homem.

— C-Correto — disse Nick.

— Por que ele entregaria o sinal a você?

— Porque o pai dele mandou — respondeu Nick.

— Por que Vernon Melfion diria ao filho para entregar o sinal a você? — perguntou o homem.

— Ele não disse muito a Wyntor — explicou Nick. — Foi bem vago. Ele disse que o uso indevido do sinal é punível com a morte.

— Também disse que, se eu não tiver certeza se devo usá-lo ou não, eu não devo usar. Disse que eu saberia com certeza que preciso usá-lo quando chegar o momento.

O homem franziu as sobrancelhas.

— Por que havia dois Espectros com você? — perguntou.

— É uma longa história — disse Nick.

— Tenho o dia todo — respondeu o homem, inclinando-se na cadeira.

— Certo, bem, um pouco mais de dois anos atrás, contratei uma nova funcionária. O nome dela é Jenny, e…

Nick começou do início e contou ao capitão sobre os Atacantes Riker.

O capitão sequer perguntou por que Nick não havia informado os guardas sobre o Espectro.

Era normal que um Fabricante mantivesse a identidade dos Espectros em segredo.

Afinal, eles não queriam que outros se beneficiassem de seu trabalho.

— O relatório diz que os dois Espectros estavam atrás de você e que não havia sinais de agressão — interrompeu o capitão. — Isso não condiz com o que você está me contando.

— Estou chegando lá — disse Nick, ainda nervoso e com a voz trêmula.

Nick chegou à parte em que contou a Wyntor sobre a sala escura, e o capitão pareceu ficar muito mais interessado.

— Não havia como a luz entrar? — perguntou o capitão.

— Não, e especular já não importa mais — disse Nick. — Eu já estive na sala, e estava escuro.

O capitão franziu as sobrancelhas.

— O que você achava que fez Riker decidir correr um risco tão grande? — perguntou.

— Eu não fazia ideia — respondeu Nick. — Não conseguia imaginar nada pior do que essencialmente morrer. Apenas fui até Wyntor, já que ele sempre sabe o que fazer.

— Mas nem mesmo ele tinha ideia do que se tratava.

— Então, ele foi até o pai e perguntou.

Nick contou ao capitão o que Wyntor tinha dito que seu pai lhe contou.

A partir desse ponto, o capitão começou a fazer muitas perguntas.

Vernon disse algo mais?

Vernon deu alguma pista?

Por que Vernon não fez isso ou aquilo?

Nick deu respostas rápidas, que geralmente se resumiam a dizer que ele não sabia.

Depois de um tempo, o capitão escreveu algo em uma folha de papel, mas Nick não conseguiu ver o que ele havia anotado.

— Conte-me o que aconteceu hoje mais cedo — disse o homem.

Nick acenou com a cabeça e começou a contar sobre quando entrou na sala acima da sala de Riker.

Quando Nick chegou à parte em que entrou na sala de Riker, o capitão olhou profundamente em seus olhos.

Enquanto Nick relatava o que tinha visto, a imagem da criança faminta surgiu novamente em sua mente.

O coração de Nick disparou, e sua respiração ficou acelerada.

Ele sentiu um terror profundo dentro do peito sempre que pensava na criança faminta.

Parecia que a criança faminta dentro de sua mente se movia por conta própria.

Era como se a criança faminta tivesse poder sobre a mente de Nick e estivesse tentando matá-lo.

A escuridão nos olhos da criança se espalhou até nublar todos os sentidos de Nick.

A escuridão estava em toda parte!

Ela o consumia!

BANG!

Nick quase pulou da cadeira quando uma mão bateu com força na mesa à sua frente.

— Eu preciso saber o que aconteceu! — exigiu o capitão, olhando profundamente nos olhos de Nick.

Nick respirou fundo.

A criança faminta não estava ali.

Ela não podia machucá-lo agora.

“Calma, Nick”, ele pensou. “Ela não está aqui. Calma. Quanto mais rápido a cidade souber disso, mais seguro eu estarei.”

Nick respirou fundo novamente.

— Eu vi quatro grandes pedras rodeadas por um círculo de sete pedras — disse Nick.

Naquele momento, o capitão também respirou fundo.

Nick olhou para ele e percebeu que o capitão começava a suar.

Naturalmente, o capitão estava se esforçando para parecer calmo, mas Nick podia ver que ele estava longe disso.

Isso, é claro, fez o medo de Nick retornar.

— Havia uma grande pedra esférica na frente do círculo de pedras — continuou Nick. — Não havia mais nada na sala, e, quando vi a pedra, senti como se tivesse encontrado algo muito ruim.

O capitão permaneceu em silêncio.

— Eu estava pensando em ativar o sinal, mas não tinha certeza se precisava usá-lo ou não, e, como Vernon disse que eu só deveria usá-lo quando tivesse certeza, não usei — continuou Nick.

— Então, movi minha mão para frente, e a pedra esférica começou a se transformar de repente.

— Pare! — disse o capitão de repente.

Nick ficou surpreso e olhou para ele.

Por que o capitão o interrompeu?

— Você está dizendo a verdade? — perguntou o homem.

Nick apenas assentiu sem dizer nada.

— Você apostaria sua vida nisso?

Nick piscou algumas vezes.

— Sim, quero dizer, estou dizendo a verdade. Estou mais preocupado com o motivo pelo qual você está perguntando isso de repente — disse Nick.

O capitão olhou nos olhos de Nick por alguns segundos.

— Nossa entrevista termina aqui — disse o capitão de repente.

As sobrancelhas de Nick se ergueram em surpresa.

No momento seguinte, o capitão se levantou e caminhou em direção à porta.

— Alguém mais vai falar com você em breve. Até lá, não diga nada sobre o que viu. Nem mesmo aqui.

Isso deixou Nick ainda mais nervoso.

— Por quê? Por que você está indo embora? — perguntou Nick.

O capitão abriu a porta com uma expressão solene.

— Não tenho certeza se tenho permissão para saber essas coisas.

Então, a porta se fechou, e Nick foi deixado sozinho na Unidade de Contenção.

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