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Kill the Sun – Capítulo 340

A Casa de Albert

Depois de atravessar o que parecia ser uma floresta, Nick finalmente chegou à casa de Albert.

No caminho, ele havia visto algumas casas.

Todas eram feitas de madeira ou pedra coberta de musgo.

Só quando viu a casa de Albert, Nick percebeu que não havia visto um único pedaço de metal até agora.

A casa de Albert, em contraste com todas as outras, era feita de metal negro.

O mesmo tipo de metal da entrada para a camada superior.

Era a única coisa feita de metal que Nick havia visto desde que chegara ali.

Era estranho.

Nos Dregs e na Cidade Externa, tudo ao redor era feito de metal.

O chão era metal.

As casas eram metal.

Tudo era metal.

Mas aqui, não havia metal em lugar algum.

Nick sentiu seu coração acelerar ao ver a casa.

Era isso.

O momento havia chegado.

Se ele caminhasse até a casa, batesse à porta e visse Albert, estaria condenando-o.

Ele ainda podia ir embora.

Albert ainda não estava morto.

Nick ainda podia dar meia-volta.

Ele respirou fundo.

Cerrando os punhos, tentou ao máximo se concentrar na casa à sua frente.

Então, caminhou adiante.

Nick sentiu como se o mundo estivesse comprimindo sua cabeça enquanto movia o braço em direção à porta.

TOC! TOC! TOC!

Ele havia feito.

Ele bateu.

Nick sentiu como se os arredores tivessem escurecido.

Era isso.

Não havia mais volta.

Alguns segundos depois, a porta se abriu, e Nick ficou cara a cara com Albert.

Ele parecia exatamente como no primeiro dia em que Nick o conheceu, exceto pelas roupas diferentes.

Assim como naquela época, Albert tinha cabelos majoritariamente pretos com algumas mechas grisalhas passando por eles.

No geral, ele aparentava estar na casa dos cinquenta.

Mas isso não seria uma avaliação precisa, já que ele era um Perito.

Albert provavelmente já tinha mais de cem anos.

Nick ainda se lembrava de como Albert o ajudou a analisar suas habilidades e o treinou por alguns meses.

Albert franziu a testa ao olhar para Nick.

— Quem é você? — ele perguntou.

Naturalmente, embora Albert não tivesse mudado, Nick havia mudado bastante.

A última vez que Albert viu Nick foi quando ele capturou o Sonhador.

Naquela época, Albert mostrou a Nick como os Chefes Extratores Zephyx encontravam maneiras de trabalhar com Espectros.

Na última vez em que se viram, Nick ainda era um jovem de 16 anos com um condicionamento físico acima da média.

Agora, ele tinha 21.

Ele havia crescido muito, e sua massa muscular mais que dobrou.

Mas a mudança mais notável era sua aura e seu comportamento.

Naquela época, Nick ainda parecia inocente, ingênuo e inseguro.

Agora, ele parecia solene, sério e intenso.

O encanto de ver coisas novas havia sido substituído pelo desgosto com as implicações morais e econômicas dessas coisas.

O mundo, que antes era colorido, agora estava coberto por um filme de cinza, preto e vermelho.

E assim como o mundo havia perdido suas cores, Nick também parecia muito menos vibrante.

Ao ver o rosto de Albert, Nick sentiu como se o buraco negro em seu peito tivesse se aberto novamente.

Ele sabia que estava olhando para um homem morto.

O destino estava selado.

Albert havia perdido a aposta, o que significava que Julian poderia consumi-lo a qualquer momento.

Julian ficava mais forte ao fazer apostas e vencê-las.

Quando ganhava, seus poderes contra a pessoa derrotada se multiplicavam, tornando-o quase invencível.

Além disso, Julian estava um nível inteiro acima de Albert.

Neste momento, bastaria que Julian enviasse uma de suas bocas até Albert.

Albert não seria capaz de vê-la nem de se defender, e a boca o consumiria por completo.

Em essência, Albert desapareceria.

Um dia, enquanto estivesse sentado em casa, uma boca poderia simplesmente surgir abaixo dele e matá-lo.

Ninguém notaria.

Nick havia condenado Albert a esse destino.

— Sou eu — disse Nick, tentando evitar que sua voz tremesse.

— Nick.

As sobrancelhas de Albert se ergueram surpresas, e ele analisou Nick de cima a baixo.

— Uau — disse Albert depois de um instante. — Você está completamente diferente de antes.

Então, ele riu.

— Pensar que você ainda se lembraria deste velho! — exclamou com alegria.

— Entre! — disse Albert, abrindo espaço para Nick.

Nick assentiu e passou por ele.

Dentro da casa, Nick viu uma sala cheia de livros.

Em uma das paredes, havia um buraco com um fogo ardendo dentro.

Nick não via fogo há anos.

Criar fogo era extremamente difícil, pois não havia nada para queimar.

Madeira não existia.

Papel era raro e feito de materiais que não pegavam fogo com facilidade.

As roupas eram feitas principalmente de finos fios de metal flexível.

A comida geralmente era cozida em grandes áreas com placas metálicas limpas que concentravam a luz.

E, no entanto, Albert tinha uma lareira queimando em sua casa.

O fogo dava um ar acolhedor e quente ao ambiente, mas cada segundo em que queimava representava vários créditos sendo consumidos.

Nick observou a sala com uma expressão complexa.

Em circunstâncias normais, ele ficaria irritado com o desperdício de créditos acontecendo ali, mas simplesmente não conseguia sentir raiva de Albert.

Afinal, ele logo estaria morto.

— Lugar agradável — comentou Nick.

— Não é nada demais — disse Albert, caminhando até uma poltrona confortável.

— Venha, sente-se — acrescentou, apontando para outra cadeira.

Nick se aproximou e se sentou em silêncio.

— Quer algo para beber? Tenho café — disse Albert.

Nick sentiu uma vontade repentina de tomar café.

Infelizmente, essa vontade foi rapidamente sobreposta por um incômodo sentimento de culpa e hipocrisia.

Café?

Ele nem sequer precisava beber nada para sobreviver.

Ele era um Veterano.

Por que precisaria beber algo?

Sem mencionar o preço ridiculamente alto do café…

— Não, obrigado — respondeu Nick.

Como poderia aceitar beber café depois de solidificar seu objetivo?

Café seria algo do passado para ele.

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