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Kill the Sun – Capítulo 344

Eles São O Inimigo

— Tudo bem — disse Nick, levantando-se.

Então, ele se virou e caminhou em direção à porta.

Albert continuou a encará-lo com raiva de sua cadeira.

Nick abriu a porta, parou e lançou um último olhar para Albert.

— Vá embora! — gritou Albert.

Nick se virou e saiu da casa.

Agora, Albert estava sozinho novamente.

— Moleque ingrato — resmungou para si mesmo enquanto preparava mais uma xícara de café. — É por isso que não tenho filhos! São só problema!

Enquanto isso, Nick caminhava lentamente para longe da casa, seus olhos cheios de convicção.

A conversa com Albert havia fortalecido sua determinação.

“A moralidade não é objetiva”, pensou.

“O que é errado em um lugar pode não ser necessariamente errado em outro.”

“E já que a moralidade é subjetiva, o valor da moralidade de alguém equivale ao número de vidas que essa pessoa representa — ou seja, uma.”

“Se 49 pessoas precisassem ser sacrificadas para salvar 51, talvez a maioria considerasse isso errado, já que nem todos pensam da mesma forma.”

“Mas se forem dez para cem, as chances de discordância seriam mínimas. Em quase todos os casos, a maioria votaria para sacrificar a minoria para garantir a sobrevivência da maioria.”

Nick se virou e olhou para a casa distante de Albert.

“Quanto mais pessoas sobreviverem, mais moral será.”

“Se eu sacrificar mil pessoas para salvar mais de dez mil, minhas ações estarão justificadas.”

Nick desviou o olhar da casa de Albert e continuou caminhando.

“Já sacrifiquei mais de mil pessoas.”

“Já tomei um empréstimo, e os juros são assustadoramente altos.”

“Não posso falhar agora.”

“Se eu falhar agora, serei um monstro.”

“Mas se eu tiver sucesso, serei um salvador.”

Os olhos de Nick se estreitaram.

“Eu não posso perder!”

“Não posso me permitir distrações!”

“Agora, sou um monstro absoluto, mas se fizer tudo certo, não serei mais.”

“Posso me redimir!”

“Só será muito, muito difícil e levará muito tempo.”

Depois de conversar com Albert, a culpa de Nick havia diminuído bastante.

Ainda se sentia mal por matá-lo, mas…

“Desculpe, Albert, mas pelo bem da cidade, você precisa ser sacrificado.”

“Já sacrifiquei mais de mil pessoas.”

“Uma a mais não fará diferença.”

Depois de um tempo, Nick chegou à saída da camada superior.

Ele guardou as roupas para visitantes e vestiu suas roupas antigas novamente.

Apesar de as roupas dos visitantes serem muito mais confortáveis, Nick gostava muito mais de usar as suas próprias.

Depois de se trocar, Nick olhou novamente para a entrada da camada superior.

“Menos de mil pessoas têm permissão para viver nesta utopia.”

“Havia mais pessoas vivendo nos Dregs do que aqui.”

“E ainda assim, uma única pessoa que mora aqui poderia sacrificar apenas um pouco de sua riqueza para melhorar imensamente a vida das pessoas nos Dregs.”

“Não acho que todos os mil sejam monstros puros. Pelo menos um deles estaria disposto a doar um pouco de sua riqueza para os pobres.”

“Mas eles não podem.”

“A parte mais gananciosa dessas pessoas tornaria a vida dos menos gananciosos um inferno.”

“E, no fim, os humanos se preocupam mais com seu próprio benefício.”

“Eles sacrificariam suas vidas por mil pessoas?”

“Não.”

“A minoria moral quer ajudar os menos favorecidos, mas os governantes desta cidade não permitirão.”

“Mas se tiverem uma oportunidade de expressar suas opiniões sem sofrer represálias, mostrarão seu apoio.”

“No fim, tudo se resume a Kugelblitz e Anatomy.”

“Eles são o inimigo!”

Nick saiu do vestiário de madeira.

— Oh, já está de volta? — perguntou a Especialista.

Nick olhou para ela e assentiu.

— Como foi a conversa com Albert? — perguntou ela.

— Tivemos uma pequena discussão — respondeu Nick. — Se me der licença, tenho algo a fazer.

— Uma pena ouvir isso — disse ela em um tom amigável. — Volte outra hora, está bem?

— Claro — disse Nick antes de saltar para os trilhos.

Cerca de um minuto depois, Nick voltou à camada inferior da Cidade Interna e saiu pela saída sul.

Ele chegou à Sonho Sombrio rapidamente.

Nick sentia que bastante tempo havia se passado, mas, na verdade, nem três horas tinham se passado desde sua conversa com Julian.

Ao entrar na Sonho Sombrio, Nick cumprimentou os funcionários que encontrou pelo caminho e seguiu até o escritório de Julian.

Ele abriu a porta sem bater.

Não havia sentido em anunciar sua presença, já que Julian estava presente em todo o prédio.

O corpo humano de Julian estava conversando com alguém em outra sala, mas isso não importava.

O escritório de Julian ainda estava repleto de bocas.

Nick caminhou calmamente até a cadeira no meio de todas as bocas e se sentou.

— Está feito — disse. — Visitei Albert.

— Sim, posso sentir isso — disse Julian. — Muito bem. Isso ajuda bastante a provar sua lealdade.

Nick olhou para as bocas com olhos determinados.

— Conversar com Albert me fez perceber que fiz a coisa certa.

— Quero ajudar a maioria das pessoas, e com você liderando a cidade, mais pessoas sobreviverão do que agora.

— Sim, você consumirá Peritos, Especialistas e talvez até Heróis, mas o número de vidas que você tomará será menor do que o número de vidas que esses Peritos, Especialistas e Heróis estão tomando.

— Quero ajudá-lo a conquistar o controle da cidade — disse Nick com determinação.

As bocas na sala riram.

— Você ficaria bem com o fato de eu matar pessoas poderosas, contanto que isso significasse que os mais fracos sobreviveriam? — perguntou Julian.

— A morte de um rico e a morte de um pobre não são diferentes — disse Nick.

— Então, por que a morte de uma pessoa poderosa e a de uma pessoa fraca seriam diferentes?

As bocas riram novamente.

— Sorte a minha, suponho — disseram.

Nick permaneceu em silêncio por alguns segundos.

— Julian, tem algo que eu quero — disse ele.

— Oh? O que é? — perguntou Julian.

— Sou fisicamente forte, mas há muitas coisas que não sei.

— Não entendo exatamente como o Zephyx funciona, e também não sei como negociar adequadamente com os outros.

— Não sei como discernir se alguém está tentando me manipular ou não.

— Se quero alcançar meu objetivo, preciso corrigir essas falhas.

— Julian, pode me ensinar essas coisas? — perguntou Nick.

As bocas permaneceram em silêncio por um tempo.

Então, de repente, riram.

— Claro, por que não?

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