O chão explodiu em uma chuva de destroços e poeira.
BANG!
BANG!
Mais e mais explosões ocorreram, espalhando cada vez mais detritos e poeira.
Nesse momento, uma figura humanoide estava de pé diante de uma coleção de crateras, cada uma com cerca de dez metros de profundidade.
A figura humanoide era vermelha, com vários crescimentos saindo de seu corpo.
No entanto, esses crescimentos não eram carne ou sangue.
Eram duros como osso e cobertos de espinhos.
O humanoide tinha metade de um rosto humano, enquanto a outra metade estava coberta pelos crescimentos.
O único olho na metade esquerda de seu rosto não possuía nenhum brilho de independência.
Os crescimentos vermelhos pareciam quase idênticos a corais.
Era como se alguém tivesse sido infestado por corais!
Espalhados pela área, havia mais três humanoides, todos igualmente infestados pelos corais.
Todos eles estavam parados, olhando para as crateras sem se mover.
Eles esperavam.
Não havia nada ali.
BANG!
Então, a pessoa que havia destruído o chão saltou para longe, cobrindo dois quilômetros de distância em um instante!
BANG! BANG! BANG!
Os outros três saltaram atrás dele, mas eram várias vezes mais lentos.
Todos estavam pulando na direção sudoeste.
Enquanto isso, ao redor das crateras recém-criadas pelo humanoide, as nuvens de poeira lentamente começaram a se dissipar.
Mas, um momento depois, uma das nuvens de poeira se moveu furtivamente para dentro de uma das crateras.
BANG!
Nick apareceu dentro da cratera, seu corpo inteiro coberto de suor.
Em seguida, ele rapidamente começou a cavar o chão, e um segundo depois, desapareceu completamente.
Enterrado sob a cratera, Nick fazia o possível para não perder a consciência.
O ataque de agora há pouco quase consumiu todo o Zephyx de Nick, já que ele se transformou em névoa instantes antes do impacto.
Quando o humanoide chutou o chão, uma enorme quantidade de detritos e poeira foi espalhada pela área, e Nick se transformou em névoa na esperança de se esconder entre as nuvens de poeira.
Um corpo humano teria sido notado imediatamente, mas uma pequena névoa misturada à poeira não era tão perceptível.
Assim como os destroços, Nick foi empurrado para fora, e assim como as nuvens de poeira, seu corpo em névoa permaneceu no ar.
Conforme os humanoides continuavam destruindo o chão, mais poeira era levantada, permitindo que Nick continuasse oculto.
Felizmente, eles foram embora após apenas alguns segundos.
“Muito provavelmente, eles acharam que Mark estava me protegendo. Devem ter pensado que ele contou onde eu estava, quando, na verdade, eu corri em direção à cidade.”
Nick rangeu os dentes.
“A opinião deles sobre ele devia ser muito alta!”, pensou com ódio.
Agora que não estava mais em perigo imediato, toda a raiva e fúria pela traição vieram à tona.
“Aquele desgraçado queria me arrastar com ele!”
Passou-se mais de um minuto, e durante esse tempo, nenhum som foi ouvido.
Tudo estava completamente silencioso.
— Se foi.
Nick ouviu a voz de Irwin.
Silêncio.
— Nick? Onde você está? — Carl gritou em seguida. — O que quer que fosse, já se foi. Você pode sair.
Nick estreitou os olhos enquanto tentava enterrar sua raiva no fundo da mente.
Então, saiu do chão e olhou ao redor.
Carl rapidamente apareceu ao lado da cratera ao ouvir o som da terra se movendo e olhou para Nick.
Carl tinha uma expressão séria no rosto.
— Sem tempo a perder — disse. — Não quero ficar mais neste local. Precisamos sair imediatamente!
Nick lançou um olhar penetrante para Carl, mas obedeceu.
Ele saltou para fora da cratera e viu Irwin, que o encarava com raiva.
No momento seguinte, Carl começou a correr para o norte.
Nick ficou surpreso, pois a Zona Proibida ficava ao norte.
Mas logo entendeu ao ver Carl parar após apenas 500 metros.
Carl se aproximou de um local entre duas rochas, enfiou as mãos no chão e ergueu algo.
Uma enorme parte do solo foi levantada, e Nick percebeu que a parte inferior era feita de metal!
Era uma tampa gigantesca!
Abaixo da tampa havia um buraco escuro.
Carl rapidamente tocou um interruptor na parede, e o buraco começou a se iluminar.
Havia luzes artificiais espalhadas pelo túnel, e provavelmente também ajudavam contra o Pesadelo.
Afinal, Carl e Irwin eram da Solace, e Solace se especializava na criação de luzes que funcionavam contra o Pesadelo.
Irwin saltou para dentro do buraco, e Nick o seguiu.
Quando os dois estavam dentro, Carl fechou a tampa por dentro e os seguiu.
O buraco se transformou em um túnel a alguns metros abaixo, e Irwin começou a correr por ele.
O túnel poderia ser descrito quase como um escorregador, pois descia bastante!
Nick e Carl correram atrás de Irwin, e depois de algum tempo, o túnel voltou a ficar horizontal.
Após cerca de dois minutos de corrida, o túnel começou a inclinar-se para cima, e os três tiveram que subir uma rampa.
Eventualmente, Irwin empurrou outra tampa e saltou para fora.
Nick saiu logo atrás.
Atrás dele, Carl pressionou um interruptor, e o túnel voltou a ficar escuro.
Por fim, Carl colocou a tampa de volta no lugar.
— Podemos conversar ali — disse Carl, apontando para o leste.
Os três correram naquela direção e, após cerca de três quilômetros, pararam perto de algumas grandes rochas no meio do deserto.
Finalmente, eles pararam.
Nick tinha uma noção aproximada de onde estavam.
O túnel os levou para o leste, na direção onde toda aquela água havia aparecido.
O fato de o túnel ter descido tanto significava que ele passava por baixo do corpo d’água, e agora haviam emergido do outro lado.
Depois, correram mais três quilômetros para o leste.
Agora, Nick devia estar cerca de três quilômetros a leste do grande corpo d’água.
O que significava que ele estava a cerca de 50 quilômetros da cidade.
Bem longe de casa.
Os três recuperaram o fôlego.
Então, Carl se virou para Nick.
— Pode me explicar o que acabou de acontecer?