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Kill the Sun – Capítulo 91

Cumprindo o Dever

Quando Nick fechou a porta atrás de si, ouviu a voz de Pator vindo da sala de estar.

Nick não havia entrado de forma barulhenta, o que significava que Pator não tinha notado que ele agora estava no pequeno apartamento.

— Eu simplesmente não sei, Horua.

A voz de Pator soava tensa e perturbada.

— Eu simplesmente não sei o que fazer.

— Estou preso nessa posição horrível em que preciso escolher entre duas coisas terríveis.

— Continuo relatando essas coisas e causo ainda mais danos ao Mestre Wyntor, ou confesso tudo e perco todas as minhas qualificações?

Nick caminhava lentamente e em silêncio pelo corredor.

— Se eu contar ao Mestre Wyntor o que tem acontecido nos últimos três anos, serei severamente punido, expulso da casa, e todos os meus pertences serão confiscados.

— Ninguém vai querer me contratar mais, porque algo assim é a pior coisa que um servo pode fazer.

— E sem trabalho, serei expulso da Cidade Interna.

— E então, serei jogado nos Dregs.

— Além disso, vou perder todos que conheço!

A essa altura, a voz de Pator começou a tremer novamente.

— Eu não quero perder tudo!

Pator soluçava.

Nesse momento, a porta do quarto se abriu silenciosamente, e Nick, distraído, encarava Pator.

Naquele instante, Pator estava em pé diante de Horua, que estava sentado na cama.

A expressão de Horua era quase idêntica à de Nick.

— Eu queria nunca ter aceitado — disse Pator entre soluços enquanto limpava os olhos com as mangas.

— Mas eu tinha apenas onze anos! Como eu poderia saber que as coisas acabariam assim?!

— Sempre achei que seria apenas um trabalho extra para ganhar alguns créditos.

Pator respirou fundo, de forma trêmula.

— Quem poderia adivin…

CRACK!

Uma mancha de sangue apareceu no rosto de Horua.

O corpo de Pator caiu para a frente, com o rosto batendo na beirada da cama.

A parte de trás de sua cabeça estava completamente esmagada, pedaços de cérebro espalhados pelo quarto.

Nick estava atrás do cadáver de Pator, sua mão direita coberta de sangue e massa encefálica.

Nick olhou para o corpo de Pator.

Então, ele se abaixou lentamente e segurou o pescoço de Pator.

Crk! Crk! Crk!

Quando o pescoço de Pator parou de oferecer resistência, Nick se levantou novamente.

Por alguns segundos, Nick apenas olhou para Pator.

Os olhos de Pator estavam bem abertos.

Sua boca pendia aberta.

Uma poça de sangue se espalhava rapidamente sob ele.

Nick apenas observou por um momento.

Depois, foi até o lado e pegou um rolo de toalhas de papel.

Pator havia comprado várias dessas para lidar com as bagunças de Horua. Sair do quarto toda vez para buscar algo para limpar era desnecessário.

Nick desenrolou o rolo até ter uma grande bola de toalhas de papel em suas mãos.

Então, ele enfiou a bola no crânio aberto de Pator.

Depois de pegar mais algumas, colocou-as na boca e no nariz de Pator, que também sangravam.

Um segundo depois, pegou um dos muitos sacos e o puxou sobre a cabeça de Pator, prendendo-o com algumas alças.

Nick levantou o cadáver e o colocou sobre um dos tapetes do quarto.

Este era um quarto bastante caro, por isso eles tinham algo tão luxuoso quanto tapetes.

Por fim, Nick enrolou o tapete com o corpo dentro e o colocou em um canto do quarto.

Com o corpo resolvido, Nick passou a limpar distraidamente o chão do quarto de Horua.

Foram necessários vários minutos e muitas, muitas toalhas, mas, eventualmente, Nick limpou tudo.

Depois de inspecionar o quarto minuciosamente, Nick ficou parado no meio do cômodo.

Ele olhou para Horua.

Foi então que viu o grande respingo de sangue no rosto de Horua, que já havia escorrido para suas roupas limpas.

Um sorriso gentil surgiu no rosto de Nick.

— Ah, deixe-me cuidar disso para você — disse ele em um tom carinhoso enquanto puxava mais toalhas de papel do rolo.

Depois de limpar cuidadosamente o rosto de Horua, Nick trocou suas próprias roupas.

Quando viu Horua todo limpo e arrumado, ele assentiu, satisfeito.

— Desculpe, mas não posso ficar agora — disse ele enquanto se abaixava para pegar o tapete. — Preciso trabalhar.

Nick colocou o tapete sobre o ombro e saiu lentamente do quarto de Horua.

Depois de fechar cuidadosamente as portas, o sorriso de Nick desapareceu novamente, substituído por uma expressão vazia.

Sem pensar, Nick desceu as escadas.

Quando saiu da escada, a recepcionista de antes o notou e precisou piscar algumas vezes, chocada.

— Nick, você não pode simplesmente levar nosso tapete! — gritou ele enquanto corria na direção de Nick.

— Me cobre por ele — disse Nick com uma voz neutra, sem se virar. — Preciso dele para algo.

A recepcionista ficou chocada e segurou a lateral da cabeça, confusa e frustrada.

— Você não pode simplesmente…

Ela parou de falar ao ver Nick atravessar a rua casualmente, sem dar atenção a recepcionista, e entrar no armazém do outro lado.

Por alguns segundos, a recepcionista apenas observou Nick cruzar a rua e entrar no armazém.

No fim, ele voltou para o hotel para perguntar ao supervisor o que deveria fazer.

Depois de entrar no armazém, Nick fechou a porta atrás de si e caminhou até a Unidade de Contenção do Caixão Gritante.

Ele não havia visto ninguém no armazém até então.

Contudo, ele também não tinha energia mental ou motivação para pensar sobre onde todos poderiam estar.

Ele só queria terminar esse assunto e continuar com sua vida.

Nick abriu a porta de funcionários da Unidade de Contenção do Caixão Gritante e entrou.

Dentro da Unidade, Jenny, Trevor e Wyntor se viraram para olhar para Nick.

Os olhos de Nick recuperaram o foco enquanto ele piscava algumas vezes, surpreso.

— Ah, não sabia que vocês ainda estavam aqui — disse Nick, com um pouco de surpresa. — Achei que já tivessem ido para casa.

Quando os três ouviram o tom casual de Nick, sentiram como se tivessem sido apunhalados no peito.

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