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Kill the Sun – Capítulo 92

Drinks

Por vários segundos, ninguém disse nada.

Nick apenas levantou uma sobrancelha.

— Cara, a atmosfera aqui tá pesada. Alguém morreu?

A expressão de Jenny ficou ainda mais preocupada.

Trevor respirou fundo.

Wyntor olhava para o chão, com as sobrancelhas franzidas.

— Não, estamos aqui para te apoiar, chefe! — disse Trevor com um sorriso, dando um passo à frente.

— Me apoiar? — Nick repetiu, surpreso. — Com o quê?

Trevor alcançou Nick e pegou o tapete, tirando-o de seu ombro.

— Com isso, é claro! — respondeu ele com um sorriso brilhante e casual.

— Pode deixar aqui. Nós vamos cuidar do resto. Por que você não volta para Horua? Ele provavelmente precisa de você agora.

Nick olhou para Trevor, ainda surpreso.

Parecia estranho.

A maneira como Trevor estava agindo era incomum para Nick.

Trevor estava agindo como se nada estivesse errado, falando com Nick como se fosse apenas mais um dia normal.

Por algum motivo, Nick sentiu um tremor interno e respirou fundo.

— Não se preocupe! — Jenny falou alto, atrás de Trevor. — Vamos cuidar de tudo aqui. Apenas vá aproveitar o seu dia, tá bom?

Nick também olhou para Jenny com uma expressão ligeiramente confusa.

— Você fez um bom trabalho, Nick — disse Wyntor, tentando soar caloroso, mas falhando. — Nós cuidamos do resto. Tire o resto do dia de folga.

Nick olhou para os três, incerto.

Ele não estava acostumado a ser tratado assim.

Normalmente, ele era quem tinha que lidar com as piores situações.

E quando sentia arrependimento e dor, geralmente não havia ninguém com quem falar.

Quando matou aquela mulher, ele não falou com ninguém por dias, talvez semanas.

Quando entrou em contato com o Pesadelo nos esgotos, também estava sozinho.

Quando jogou Horua para o Sonhador, não falou com ninguém depois disso.

Nick esperava que o mesmo fosse verdade hoje.

Ele jogaria o corpo de Pator diante do Caixão Gritante, sairia, ficaria em seu quarto por algumas horas, lidaria com Horua, ficaria mais algumas horas em seu quarto e, então, dormiria.

E no dia seguinte, voltaria ao trabalho.

Como sempre.

Mas desta vez, os três colegas de Nick mostraram apoio e estavam dispostos a lidar com a parte final do evento.

Além disso, estavam agindo como se nada estivesse errado.

“Estão agindo como se eu não tivesse acabado de matar um garoto”, Nick pensou, sentindo seu interior tremer.

“Mas eu também não estou fazendo a mesma coisa?”

O olhar de Nick baixou para o chão.

— Quer sair para beber mais tarde?

Nick olhou para Trevor.

— O quê? — perguntou ele.

— Sair para beber — respondeu Trevor com um sorriso. — Conheço um lugar ótimo que vende drinks incríveis, e acho que hoje é um bom dia para tomar alguns.

Nick piscou algumas vezes. — Drinks? Tipo água?

— Não, álcool — Trevor respondeu, rindo.

Nick já tinha visto algumas pessoas bebendo álcool nos Dregs, mas era algo raro, já que era caro.

Ele só tinha ouvido algumas coisas sobre isso e sentia que não era um bom uso de dinheiro.

— Eu realmente não…

— Ah, qual é — disse Trevor, dando um leve tapa no ombro de Nick. — Não desista antes de tentar! Se não gostar, é só parar de beber. Além disso, se for um problema tão grande, veja como um gesto de educação comigo.

— Então, o que me diz? Tá interessado? — perguntou ele com um sorriso.

Nick olhou para Trevor com um misto de distração e confusão por alguns instantes.

Então, apenas assentiu, sem pensar muito.

— Excelente! — Trevor disse, rindo e dando outro tapa no ombro de Nick. — Passo aí às três, tá?

— Claro — Nick respondeu por instinto.

— Perfeito! Agora, sai daqui! Vai relaxar! — Trevor gritou, empurrando Nick em direção à porta.

Nick não resistiu, e antes que percebesse, estava fora da Unidade de Contenção do Caixão Gritante.

A porta atrás dele se fechou, e ele estava sozinho.

Por vários segundos, Nick apenas olhou para frente, sem focar em nada.

Finalmente, começou a caminhar lentamente em direção ao seu quarto no hotel.

Enquanto isso, dentro da Unidade de Contenção, Trevor soltou um grande suspiro que estava segurando e limpou o suor acumulado na testa.

Ao se virar, viu Jenny e Wyntor olhando para ele.

— O quê? — Trevor perguntou. — Não podia simplesmente deixar o cara assim. Ele provavelmente passou por algo bem difícil hoje.

Um sorriso apareceu no rosto de Jenny. — Obrigada — disse ela, em um tom baixo.

Naquele momento, Jenny se sentiu inútil.

Nick havia lidado com Pator, e Trevor havia dado suporte emocional a Nick.

E ela?

O que tinha feito?

Nada.

Apenas ficou de lado, assistindo.

Agora, Jenny desejava poder fazer algo.

Seus olhos se voltaram para o tapete.

Para ela, a presença do tapete era mais assustadora do que a do Caixão Gritante.

Ela sabia exatamente o que havia ali.

Talvez ela pudesse…

Mas então, Wyntor deu um passo à frente, sem dizer nada, e desenrolou o tapete ele mesmo.

O corpo de Pator foi revelado.

Era como se um frio atravessasse o ambiente.

O cadáver parecia Pator, mas Trevor e Jenny não conseguiam acreditar que era realmente ele.

Um corpo morto parecia tão diferente de um ser humano vivo.

— Sou um homem de palavra — disse Wyntor, sem saber se estava falando consigo mesmo ou com seus funcionários.

Silêncio.

— O que você…

— Vamos embora — Trevor disse em um tom baixo, mas urgente, para Jenny.

Jenny estava confusa, mas seguiu Trevor.

Os dois saíram da Unidade de Contenção.

— O que está acontecendo? — Jenny perguntou a Trevor.

Trevor franziu a testa. — Você não lembra o que ele disse ao irmão antes de sair?

A conversa entre Wyntor e Ardum passou pela cabeça de Jenny.

Então, seus olhos se arregalaram em compreensão.

Enquanto isso, dentro da Unidade de Contenção, Wyntor puxou uma faca longa e afiada.

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