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Kill the Sun – Capítulo 98

Uma Longa Manhã

Nick caminhou distraidamente para fora da Sonho Sombrio e seguiu até o hotel.

Sem falar com ninguém, entrou em seu quarto e se jogou na cama.

Ficou ali, encarando o teto.

Por vários minutos.

Nick sentia que estava pensando em algo, mas não tinha ideia do que era.

Ele apenas continuava olhando.

E pensando.

Cerca de dez minutos depois, virou-se de lado e olhou para a parede.

Ainda não sabia no que estava pensando.

“Eu não queria trabalhar, e agora não preciso trabalhar.”

Silêncio.

“Eu não sei.”

“Nem sei se estou feliz por não precisar trabalhar ou não.”

“Agora, estou apenas deitado aqui, sem fazer nada.”

Eventualmente, Nick fechou os olhos.

“Eu não me importo mais.”

“Vou simplesmente dormir.”

O tempo passou.

Trinta minutos depois, Nick abriu os olhos novamente.

Não havia adormecido.

Ele já tinha dormido por cerca de onze horas, e seu corpo não precisava nem queria mais dormir.

Nick sentia que estava desperdiçando tempo ao permanecer na cama daquele jeito.

Mas suas pernas pareciam tão pesadas e difíceis de mover.

Além disso, qual era o ponto de sair dali?

Depois de comer algo ou conversar com alguém, tudo voltaria ao mesmo estado de antes.

Todas essas coisas eram apenas distrações momentâneas entre períodos de dor.

Fazer qualquer uma dessas coisas não mudaria nada.

Por que levantar e fazer algo?

Então, Nick continuou deitado na cama, sem saber no que estava pensando.

O tempo passou.

Nada acontecia.

Nada mudava.

Nick notou algum lixo no chão.

Aquilo o incomodava.

Mas parecia uma tarefa monumental limpá-lo.

“Eu nem consigo limpar o meu próprio quarto”, pensou Nick.

“Isso me incomoda, mas em vez de limpar, só fico deitado aqui.”

Silêncio.

“Eu sou um fracasso.”

“Um fardo.”

“Um assassino.”

Silêncio.

Nick curvou as costas e puxou os joelhos contra o peito enquanto estava deitado de lado.

Sentia como se seu peito estivesse tenso.

“Eu sou patético.”

O tempo continuava passando.

O humor de Nick não melhorava.

Eventualmente, precisou ir ao banheiro e bebeu um pouco de água.

Depois de se levantar, não quis deitar novamente.

Em vez disso, apenas sentou na cama.

Minutos se passaram enquanto Nick encarava o chão.

Continuou pensando em Horua, lembrando-se de que não precisava se preocupar com ele naquele dia.

Não havia nada para fazer.

Nada que ele quisesse fazer.

Com o passar do tempo, as emoções de Nick ficavam mais intensas, e ele queria expressá-las.

Infelizmente, não podia liberar sua raiva, ou todo o quarto seria destruído.

E, ao lembrar de como se sentiu após chorar no dia anterior, também não ousava chorar.

Se tivesse mantido todas as emoções dentro de si, não estaria se sentindo tão mal agora.

Chorar havia sido um erro, e ele não cometeria o mesmo erro novamente.

Assim, Nick ficou preso com suas emoções.

E elas continuavam a apodrecer dentro dele, sem saída.

Eventualmente, começou a ouvir crianças brincando do lado de fora do hotel.

Comparado aos Dregs, a Cidade Externa tinha mais crianças, e elas também eram mais felizes.

Era normal que as crianças começassem a brincar entre oito e nove da manhã.

Isso significava que já tinham se passado duas ou três horas.

Nick havia desperdiçado toda a manhã apenas encarando a parede e o teto.

E nada havia melhorado.

Ele se sentia tão horrível quanto pela manhã.

Enquanto o som das crianças brincando ficava mais alto, os sentimentos de Nick começaram a mudar.

Ele ficou com raiva.

Ali estava ele, sentindo uma dor e uma culpa terríveis, enquanto lá fora, as crianças brincavam felizes e os adultos seguiam suas vidas tranquilamente.

A luz brilhante de fora parecia queimar a escuridão proverbial no quarto.

Nick cerrou os punhos de raiva.

Era tão injusto!

Ele se sentia horrível, enquanto os outros estavam tão bem!

Ele odiava aquilo!

Só queria que todos se calassem!

Só queria que todos sentissem a mesma dor que ele!

E, no entanto, Nick sabia que nunca faria algo assim de verdade, o que o fazia se sentir ainda pior.

Não estava sendo uma pessoa boa naquele momento, mas também não era decisivo o suficiente para ser uma má pessoa.

Era apenas um meio-termo terrível.

Estar naquele quarto era um inferno!

Estar lá fora era um inferno!

Estar acordado era um inferno!

Não importava o que fizesse ou onde fosse, nada fazia diferença!

Tudo era igual, de qualquer forma!

Nick se encolheu na cama, agarrando violentamente a cabeça.

Por que tudo era horrível?

Por que seu trabalho era horrível?

Por que a cidade era horrível?

Por que a vida era horrível?

Por que ele era horrível?

Nick não conseguia encontrar nada de bom em sua vida.

Embora houvesse uma coisa.

Dormir.

Nick só queria dormir.

Durante o sono, não sentia essas coisas.

Mas precisava esperar pelo menos mais doze horas até poder dormir novamente.

Eventualmente, sentiu os olhos ficarem molhados novamente, mas assim que percebeu, reprimiu a vontade de chorar.

Ele sabia o que havia acontecido da última vez e não faria isso de novo.

Nick empurrou tudo o que sentia para os cantos mais remotos de sua mente.

Depois de alguns minutos, Nick lentamente sentou-se.

Com um olhar distraído, voltou a encarar a parede.

O som das crianças brincando do lado de fora era tão alto.

Parecia que todo o seu mundo estava tremendo.

O coração de Nick e sua respiração aceleraram.

“As coisas não podem continuar assim.”

Agora, Nick sabia no que estava pensando.

O suor começou a escorrer por seu corpo.

Seus olhos fixaram-se na parede.

Seus lábios tremiam.

O som das crianças brincando era tão alto, mas distante.

Seu quarto parecia tão cinza e desprovido de sentido.

Nick rangeu os dentes e cerrou os punhos.

— Eu… — disse Nick lentamente.

Sentia como se seu coração estivesse batendo nos ouvidos.

— Eu…

— Eu quero…

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