— A Companhia do Céu, hein? — repetiu Gravis.
O Opositor apenas observou o filho.
— Parece apenas outra Seita do Céu para mim — disse Gravis.
— Em certo sentido, é — respondeu o Opositor. — No entanto, a maior diferença é que a Companhia do Céu não mata ou reprime pessoas, a menos que sejam atacados primeiro. Eles também não aceitam pagamento de ninguém. Todo o trabalho deles consiste em proteger o ambiente quando Cultivadores poderosos lutam.
— Você já presenciou a destruição que uma luta pode causar, e isso só piora conforme os combatentes ficam mais poderosos. Imperadores Imortais já destroem dezenas de milhares de quilômetros ao seu redor, e isso fica ainda mais intenso no Reino dos Deuses Estelares e dos Deuses Ancestrais.
— Os Cultivadores podem lutar onde quiserem, mas, se decidirem lutar em uma área populosa, um Juiz supervisionará a luta e protegerá os arredores.
— E como um Juiz chega a tempo? — perguntou Gravis. — As lutas geralmente começam sem aviso.
— A Companhia do Céu tem acesso a uma rede de teletransporte exclusiva que permite que eles cheguem a qualquer parte do mundo mais alto instantaneamente. O Velho Bastardo alterou ativamente as Leis do Cosmos para a Companhia do Céu, dando-lhes essa habilidade única.
— Certo — disse Gravis. — Como eles obtêm informações sobre essas lutas? Duvido que tenham a capacidade de observar o mundo inteiro.
— É uma Formação de Matrizes especial — explicou o Opositor. — O Velho Bastardo usa uma Lei específica para se conectar com a Formação. Assim que percebe que uma luta está prestes a começar, a Formação envia as informações diretamente para a Companhia do Céu. Isso significa que todas as lutas deste Cosmos são registradas pela Formação.
Gravis coçou o queixo enquanto ponderava.
— Então, a Companhia do Céu só protege o ambiente. É isso? — perguntou Gravis.
— Sim, isso, e também fazem valer os acordos de luta entre as partes. Se ambas concordarem em uma luta de vida ou morte e uma delas tentar fugir, a Companhia do Céu fará cumprir o acordo e capturará quem o quebrou.
Gravis franziu a testa. — Tudo isso soa bastante altruísta.
— Em certo sentido, é — respondeu o Opositor. — Contudo, como você já sabe, o Velho Bastardo quer proteger sua ‘colheita’. Ele não se importa que Cultivadores lutem ao redor de cidades mortais, já que o mundo está cheio de mortais, mas ele não quer ver cidades de Cultivadores sendo destruídas.
Gravis assentiu. Fazia sentido.
— Quem é o líder da Companhia do Céu? — perguntou Gravis.
— É uma posição reservada para o Magnata Celestial mais forte — explicou o Opositor.
— Um Magnata Celestial? — perguntou Gravis surpreso.
O Opositor assentiu. — O líder da Companhia do Céu recebe um benefício único que todo Magnata Celestial deseja. Por isso, todos os Magnatas Celestiais almejam essa posição, resultando no mais forte deles ocupando o cargo. Outros Magnatas podem desafiar o líder por sua posição, mas isso deve ser feito em um duelo de vida ou morte.
Gravis ergueu uma sobrancelha. — Que tipo de benefício?
— Vida eterna — explicou o Opositor.
— Vida eterna? — Gravis perguntou, surpreso.
— Enquanto você ocupar a posição de líder, sua longevidade é pausada. Quando você perde a posição, significa que perdeu um duelo de vida ou morte, o que resulta na sua morte. Essencialmente, é um risco: ou você é forte o suficiente e vive por muito tempo, ou é fraco e morre mais cedo do que morreria normalmente.
— Hmm — murmurou Gravis. — Entendo a atratividade dessa posição.
Gravis olhou para o pai. — E você acha que entrar na Companhia do Céu seria minha melhor opção?
— Com os seus requisitos, sim. A Companhia do Céu é uma empresa, não uma Seita. Você pode trabalhar para eles pelo tempo que quiser e sair quando quiser. Pode até se juntar novamente depois de sair.
— Que tipo de benefícios a Companhia do Céu oferece? — perguntou Gravis.
— Tudo — explicou o Opositor. — Eles são a escolha ideal para quem não quer se juntar a uma Seita. Eles não obtêm suas Pedras Divinas por meio de negócios, mas diretamente do Velho Bastardo. Ele usa o armazenamento de Pedras Divinas da Companhia para solidificar a Energia da atmosfera.
— Se a densidade de Energia na atmosfera ficar muito alta, os Cultivadores avançariam rápido demais, criando uma base fraca. É por isso que o Velho Bastardo mantém a densidade de Energia constante. Toda a Energia adicional que ele traz para seu Cosmos é transformada em Pedras Divinas, que são armazenadas pela Companhia do Céu.
— Isso significa que a Companhia do Céu tem acesso a tudo que existe. Essencialmente, eles têm dinheiro infinito.
Gravis ponderou sobre tudo o que tinha acabado de ouvir.
Entrar na Companhia do Céu parecia uma ótima ideia.
Ele poderia obter armas.
Poderia acessar Áreas de Compreensão de Leis.
Poderia encontrar refino.
Ele poderia obter tudo o que precisava para trilhar seu caminho ao poder.
Só havia uma pergunta.
— Quanto tempo eu preciso trabalhar para conseguir o que quero? — perguntou Gravis.
— Não muito — respondeu o Opositor. — O pagamento segue os padrões do mercado normal. Quanto mais raros forem os serviços que você oferece e mais poderoso você for, melhor será o pagamento. Atualmente, você tem poder suficiente para proteger os arredores de uma luta entre Deuses Estelares de nível um, algo que a Companhia do Céu precisa desesperadamente.
— Como eles não têm muitos Deuses Estelares, precisam enviar Deuses Ancestrais para supervisionar lutas entre Deuses Estelares. Além disso, os Imperadores Imortais no Pináculo também precisam de um Deus Estelar para supervisionar suas lutas, mas, como há poucos Deuses Estelares, alguns Deuses Ancestrais têm que cuidar dessas lutas.
— Você pode simplesmente se tornar um Deus Estelar e supervisionar lutas importantes. Dependendo da carga de trabalho, trabalhar por apenas mil anos já deve ser suficiente para garantir uma oportunidade de refino.
Gravis assentiu.
Mas então suspirou.
— Parece que vou me juntar a outra organização do Céu novamente — lamentou Gravis. — Bem, pelo menos desta vez será algo transparente. Não preciso esconder minhas origens.
Depois de ouvir mais sobre a Companhia do Céu, Gravis percebeu que ela era realmente diferente da Seita do Céu no mundo inferior.
A Seita do Céu reprimia gênios e executava pessoas que desafiavam suas regras.
Em comparação, a Companhia do Céu agia apenas como uma parte neutra que protegia o mundo de lutas.
Curiosamente, a Companhia do Céu provavelmente era a organização mais popular e bem vista de todo o mundo. Afinal, protegiam os seres mais fracos sem esperar nada em troca.
E, de certo modo, eram.
Eles protegiam todos, apenas por um motivo diferente.
— Certo, vou me juntar a eles — disse Gravis.
Então, ele se virou para o grupo de amigos.
— E vocês, o que querem fazer? Planejam criar uma Seita ou algo assim?