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Lightning Is the Only Way – Capítulo 1049

Aris & Gravis

Quando Gravis ouviu Aris falar, parecia que estava conhecendo alguém completamente novo.

Aris sempre teve conflitos internos. Partes da psicologia humana e da psicologia bestial batalhavam em sua mente. Um lado dizia que ele deveria se conectar mais com os outros e se juntar a um grupo, enquanto outro lado afirmava que ele não precisava de nada disso. Tudo o que precisava era de poder.

Gravis estava ciente desses conflitos internos, mas ao ver Aris novamente, percebeu que eles haviam sido resolvidos.

O Opositor havia dito a Aris que ele deveria ir para um mundo onde o refino fosse baseado em organizações, e não em espécies. Nesse mundo, humanos e bestas faziam parte das mesmas facções e viviam em relativa harmonia. Os inimigos não eram aqueles que tinham aparência diferente, mas sim os pertencentes a outras facções.

Aparentemente, viver em um mundo assim por tanto tempo havia moldado muito a personalidade de Aris.

Bem, isso e o tempo. Afinal, Aris passou quase 200 mil anos nesse mundo.

— Aris — disse Gravis com um sorriso no rosto enquanto se aproximava. Então, ele olhou Aris de cima a baixo. — Honestamente, quando acabei de te ver, pensei que estava olhando para outra versão de mim mesmo. Você realmente se parece comigo.

Aris sorriu levemente.

Pack!

Os olhos de Gravis se arregalaram quando Aris o puxou para um abraço.

— Senti sua falta, pai — disse Aris.

Gravis ficou surpreso ao ouvir as palavras de Aris.

Sem perceber, os sentimentos de Gravis ficaram à flor da pele.

Gravis sempre dizia a si mesmo que seus filhos eram bestas e que era normal eles não quererem passar tempo com ele. Ele sabia disso e, por isso, sempre deu a eles liberdade.

No entanto, isso não significava que Gravis não desejava uma conexão profunda com seu filho.

Afinal, Aris era seu filho!

Mesmo que não se vissem há muito tempo, Aris ainda era um dos seres mais importantes em sua vida.

Gravis retribuiu o abraço e apertou seu filho em seus braços.

Essa foi a primeira vez que Aris o abraçou por vontade própria.

— Desculpe por ter sido um fardo naquela época — disse Aris.

— Não diga isso — respondeu Gravis enquanto gentilmente empurrava Aris para longe. — Como seu pai, era meu dever ajudá-lo no seu caminho. Nunca o vi como um fardo.

Gravis e Aris olharam nos olhos um do outro.

— Se eu não soubesse que você é uma pessoa honesta, eu duvidaria dessas palavras — disse Aris com um sorriso. — Quando entrei para minha Seita, vi como era difícil para os pais humanos deixarem seus filhos irem. Também vi como era difícil permitir que seus filhos se refinassem.

— Vi tantos pais desmoronarem quando seus filhos partiam para uma luta, e sempre que via isso, lembrava-me de você. Era assim que você se sentia quando partimos? — perguntou.

Gravis suspirou com um sorriso amargo. — Foi difícil. Foi duro ver vocês crescerem na selva, constantemente lutando contra outras bestas. Foi duro vê-los partirem para as Tribos para se refinarem, mas a parte mais difícil foi vê-los partirem para o mundo superior.

— As chances de voltarem vivos não eram altas, e ficaríamos muito tempo sem nos ver.

Então, Gravis sorriu ao colocar as mãos nos ombros de Aris. — Mas aqui está você! Você cresceu como pessoa!

Aris sorriu. — Eu amadureci e agora percebo o quanto devo ter sido um fardo naquela época.

— Não diga isso — repetiu Gravis. — Você nunca foi um fardo.

— Não estou apenas dizendo isso — respondeu Aris com uma voz mais séria. — Mesmo agora, estou me sustentando com base no seu poder.

Gravis olhou para Aris e viu que ele realmente acreditava em cada palavra que dizia.

— No meu tempo no mundo superior, fui salvo por pura sorte algumas vezes — disse Aris. — Para o Céu, eu sou considerado uma besta, e eu não deveria ter nenhuma Sorte Cármica. Ainda assim, se eu não tivesse Sorte Cármica, não teria sido salvo pela sorte tantas vezes.

— O motivo de eu ainda estar vivo é precisamente porque sou seu filho. Mesmo quando você não estava lá, você protegeu minha vida.

— Você provavelmente está trabalhando muito para continuar importante para o Céu, para que não morramos.

Gravis ouviu Aris e um sorriso constrangido surgiu em seu rosto.

— Ehm, sobre isso — disse Gravis de forma desajeitada. — Eu não trabalhei tanto assim, sabe?

Gravis lembrou-se das dezenas de milhares de anos que passou com Stella, sem fazer absolutamente nada.

Trabalhar duro?

Eeehhhh.

— Eu sei — disse Aris com um sorriso tranquilizador enquanto colocava a mão no ombro de Gravis. — Você é humano, assim como metade de todos os seres. Não pode se esforçar ao máximo o tempo todo e precisa de suas pausas. Eu entendo isso. Mas não quero que subestime a si mesmo. Sem você, a maioria de nós provavelmente já estaria morta.

— É raro alguém sem Sorte Cármica alcançar o mundo mais alto. Mesmo considerando todos os mundos naturais, apenas uma besta chega para cada dois humanos. Humanos não têm mundos onde apenas humanos existam, mas bestas têm mundos onde apenas bestas vivem. Se não houvesse mundos naturais, nem uma em cem Ascensões seria de uma besta.

— Esse é o poder da Sorte Cármica. É a força que inclina a balança quando um resultado é incerto. Quando duas partes têm o mesmo poder, tudo depende da sorte, e a parte com menos sorte morrerá.

— Você salvou minha vida várias vezes, mesmo sem estar lá. Em certo sentido, isso fere meu orgulho, mas também sei que a sorte não deveria ser um fator decisivo em lutas.

— Você nos apoiou no mundo intermediário enquanto todos nós olhávamos para você com desdém repetidamente, forçando-o a provar seu poder para nós. Você poderia simplesmente ter nos abandonado por nossa conduta ingrata, e não teria feito nada de errado.

— Aprendi muito sobre humanos, e o fato de você estar disposto a nos ajudar tanto não é algo que muitas pessoas fariam.

— Nós nascemos de uma troca. Você teria a chance de alcançar o Reino Nutrição Nascente, e nós ganharíamos o presente da vida. Nossa mãe nos abandonou, e não havia nada a ser feito. Eu sou parcialmente uma besta, e percebo que não há nada de errado nisso.

— Nós éramos bestas com mentalidades completamente diferentes das humanas. Não sentíamos amor por você e só o víamos como uma besta mais poderosa da nossa raça. Não pensávamos na sua sobrevivência, e não nos importávamos.

— Você sabia de tudo isso, mas ainda assim nunca deixou de nos amar. Você nos ajudou repetidamente, mesmo quando, na melhor das hipóteses, éramos indiferentes a você.

— A maioria das pessoas teria simplesmente cortado contato. Afinal, você também precisava pensar no seu próprio poder e no seu Cultivo.

— Mas você não fez isso. Você permaneceu ao nosso lado e nos ajudou várias vezes.

— Eu queria lhe dizer isso há muito tempo, e estou feliz por finalmente ter a oportunidade de fazê-lo.

— A partir de agora, eu sou verdadeiramente seu filho, e estou orgulhoso e feliz por tê-lo como meu pai.

Lágrimas já haviam se formado nos olhos de Gravis.

Isso era um sonho?

Esse era realmente seu filho?

Gravis havia interagido com seus três filhos por apenas uma pequena parte de suas vidas, e muitas vezes se culpava por não estar presente para eles.

Eles haviam se tornado poderosos sozinhos, e Gravis sentia que não tinha feito muito por eles.

Gravis se sentia um fracasso como pai.

Era como se ele tivesse apenas observado enquanto eram crianças, e depois eles já começavam a viver suas próprias vidas.

Era como se nunca tivessem precisado dele.

Era como se tivessem conquistado tudo sozinhos.

Com Yersi era mais fácil, já que Gravis passou muito tempo com ela, mas era diferente com Aris e Cera.

Gravis queria ajudar Aris a resolver seus conflitos internos há muito tempo, mas nunca conseguiu ajudá-lo.

Aris fez tudo isso sozinho.

— Obrigado, pai — disse Aris enquanto abraçava Gravis.

— Não — respondeu Gravis com os olhos cheios de lágrimas. — Não, obrigado a você. Estou tão orgulhoso de você, meu filho.

— Estou incrivelmente orgulhoso de você.

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