Os olhos de Potens Passus se arregalaram em choque quando o atendente à sua frente explodiu do nada.
O que diabos estava acontecendo!?
Os outros atendentes olharam para o local onde estava o colega morto e zombaram. “Idiota”, pensaram. “Você deve relatar informações suspeitas, não pedir uma verificação de antecedentes.”
Os outros atendentes estavam no Pavilhão de Informações há muito mais tempo que ele e sabiam exatamente o que aquilo significava.
Normalmente, quando era solicitada uma verificação de antecedentes para alguém sensível, o atendente apenas recebia um corte severo no salário.
No entanto, havia uma única situação em que o atendente era morto diretamente.
Isso acontecia quando a pessoa era um dos filhos do Opositor.
Os atendentes perceberam imediatamente que o colega morto havia tentado realizar uma verificação de antecedentes sobre um dos filhos do Opositor, mas nenhum deles ousou verificar quem era.
Eles não queriam morrer.
Em vez disso, um dos atendentes se aproximou e pegou todos os pertences do atendente morto. Depois, olhou para Potens Passus.
— Quanto você pagou? — perguntou.
— 150.000 Pedras Divinas — respondeu Potens Passus, atordoado. Ele ainda não fazia ideia do que estava acontecendo.
O atendente devolveu as 150.000 Pedras Divinas para Potens Passus. — Sinto muito, mas as informações que você solicitou foram classificadas como Ultra Secreto. Não podemos ajudá-lo.
O atendente nem verificou, pois sabia exatamente que aquilo estaria classificado como Ultra Secreto.
Os olhos de Potens Passus se arregalaram em choque. — Ultra Secreto!? Como!? Por quê!? — perguntou com raiva.
SHING!
Potens Passus foi teletransportado à força para fora do Pavilhão de Informações e reapareceu nas ruas da Cidade Opositora, atordoado.
O quê?
Ring, ring, ring!
De repente, Potens Passus ouviu um alarme soar ao seu lado. Ele viu um dos guardas segurando algum tipo de mecanismo que apontava para ele.
SHING!
Um Comandante em uma armadura dourada apareceu diante de Potens Passus.
— É proibido usar equipamentos que ocultam Aura na Cidade Opositora. Pague uma multa de 1.000 Pedras Divinas ou será enviado às minas! — ordenou.
Potens Passus ainda estava atordoado, mas sua raiva explodiu.
— O quê!? Eu não…
WHOOOOM!
Uma Aura de Vontade incrivelmente poderosa pressionou Potens Passus, e ele não conseguiu se mover.
— Está resistindo!? — gritou o Comandante.
Potens Passus rangeu os dentes e colocou o equipamento de ocultação de Aura de volta no seu Espaço Espiritual.
— Ah, é você — disse o Comandante com um tom mais relaxado. — Bom te ver de novo!
Então, o Comandante estendeu a mão direita.
— 1.000 Pedras Divinas — exigiu.
Potens Passus quase explodiu de raiva, mas se conteve. Ele não podia antagonizar ninguém ali.
Se o fizesse, seu irmão júnior não conseguiria sua vingança!
Potens Passus tirou 1.000 Pedras Divinas em silêncio e as entregou.
O Comandante as guardou e sorriu.
— Prazer em fazer negócios com você — disse antes de se teletransportar.
— Espere! — gritou Potens Passus.
O Comandante interrompeu o teletransporte enquanto os outros guardas se dispersavam.
— Precisa de algo? — perguntou. Ele precisava ser educado com um cliente tão importante!
Potens Passus rangeu os dentes.
— Quero emitir um Mandado de Interrogatório! — transmitiu.
O sorriso do Comandante imediatamente se alargou.
Claro, esse era um grande cliente!
— Para quem? — perguntou via transmissão de voz.
Potens Passus simulou a Aura de Gravis novamente.
— Para ele — transmitiu.
O Comandante verificou a Aura e usou sua autoridade como Comandante para permitir que verificasse através das Formações de Matrizes na Cidade Opositora.
Ele rapidamente encontrou Gravis em seu apartamento.
— Isso será 50.000 Pedras Divinas — respondeu o Comandante.
Potens Passus assentiu e entregou as Pedras Divinas.
Ele nunca veria aquelas Pedras Divinas novamente.
Potens Passus já tinha gastado tanto dinheiro com tudo aquilo, mas valia a pena pela vingança de seu irmão júnior!
O Comandante guardou as Pedras Divinas e assentiu.
SHING!
Então, o Comandante se teletransportou.
SHING!
E chegou ao apartamento de Gravis.
Gravis e Stella ficaram alarmados quando alguém entrou de repente em sua casa.
No entanto, rapidamente se acalmaram ao verem a armadura dourada do Comandante.
— Comandante, o que você precisa? — perguntou Gravis, confuso.
— Guarde isso se quiser viver — disse o Comandante, jogando um token para Gravis.
Gravis pegou o token e olhou para ele.
Gravis ergueu uma sobrancelha ao ver o token.
Ele sabia exatamente o que aquilo significava.
A princípio, Stella ficou assustada. Por que um Comandante estava procurando Gravis? Contudo, ao ver o token, soltou um suspiro de alívio.
Aquele token significava que Gravis não poderia morrer nos próximos cinco anos.
No entanto, também significava que Gravis não poderia ganhar dinheiro por cinco anos.
Gravis contatou Eve rapidamente.
— Eve, um Mandado de Interrogatório foi emitido contra mim — disse.
— Ok — respondeu Eve.
Foi tudo o que Eve disse.
— Certo, tudo resolvido — disse Gravis ao Comandante.
O Comandante assentiu.
— Me siga — ordenou.
SHING! SHING!
Gravis e o Comandante se teletransportaram.
O que era um Mandado de Interrogatório?
Como o nome indicava, Gravis seria interrogado pelos próximos cinco anos.
Por quem?
Pela pessoa que emitiu o mandado.
Isso significava que Gravis seria entregue a Potens Passus para o interrogatório.
Mas, espere, isso não era algo ruim?
Nem tanto.
Se alguém pudesse simplesmente matar ou roubar outra pessoa pagando 50.000 Pedras Divinas, não faria sentido que todos fizessem isso? Afinal, muitos Imperadores Imortais no Pináculo tinham itens em seus Espaços Espirituais que valiam muito mais.
Por isso, existiam duas restrições para os Mandados de Interrogatório.
Primeiro, era necessário pagar um preço de acordo com o Reino da pessoa a ser interrogada. Isso desencorajava a emissão de mandados injustificados.
A segunda restrição era o bem-estar da pessoa interrogada. Se essa pessoa morresse nos próximos cinco anos, quem tivesse emitido o Mandado de Interrogatório seria morto. Sua família, discípulos e mestres também seriam eliminados.
Essa regra impedia que alguém servisse como um peão sacrificial. Afinal, o principal motivo para alguém dar sua vida em troca de algo assim seria o amor por alguém, que provavelmente estaria sendo mantido como refém ou em situação semelhante.
Portanto, se alguém sacrificasse sua vida emitindo um Mandado de Interrogatório e matasse a pessoa-alvo, seus entes queridos também morreriam, tornando o ato sem sentido.
Ironicamente, Gravis poderia até matar todos os envolvidos no caso simplesmente tirando sua própria vida.
De uma maneira mórbida, isso dava a Gravis um certo poder.
Infelizmente, sacrificar um clone não funcionava. Enquanto Gravis existisse de alguma forma, o Mandado de Interrogatório não seria acionado.
SHING! SHING!
Quando Gravis apareceu nas ruas, viu Potens Passus.
“Aquele deve ser um Deus Ancestral. Se fosse um Deus Divino, não teria sido um Comandante a vir me buscar”, pensou Gravis. “Acho que esse é o mestre daquele sujeito que tentou me roubar no passado. Huh, estava curioso para saber quando ele apareceria.”
— Olá, estarei sob seus cuidados pelos próximos cinco anos — disse Gravis casualmente, acenando para Potens Passus.
Potens Passus olhou para Gravis com ódio.
— Você vai desejar nunca ter nascido!
— Não me ameace com algo tão bom assim — zombou Gravis. — Está dizendo que quer treinar minha Aura de Vontade? Por favor, vá em frente!
A raiva de Potens Passus explodiu, e ele agarrou Gravis pelo pescoço.
Gravis não resistiu.
Não era exatamente como quando ele foi capturado pelo Rei Vermelho?
CRACK!
O pescoço de Gravis se quebrou, e Potens Passus olhou para ele com medo.
Ele não tinha usado tanta força assim!
Soltou Gravis, e o pescoço dele se regenerou.
— Oh, essa foi por pouco — disse Gravis com um sorriso. — Eu quase morri ali. Você realmente deveria ter cuidado com sua força, senior. E se eu acidentalmente perder a cabeça ao tropeçar em uma escada? Você deveria saber que tenho osteoporose. Melhor tomar cuidado!
— A pessoa foi entregue — disse o Comandante. — A partir de agora, tudo é sua responsabilidade. Presumo que você saiba o que isso significa.
Potens Passus assentiu. — Sei — respondeu.
— Ótimo — respondeu o Comandante. — Não deixe de voltar à Cidade Opositora. Você será sempre bem-vindo aqui!
CRK!
A rua sob os pés de Potens Passus explodiu enquanto ele liberava parte de seu poder, tomado pela raiva. Esse cara estava zombando dele!?
— Ah! Isso são mais três Pedras Divinas! — gritou o Comandante, estendendo a mão direita. — Pague.
Potens Passus já tinha chegado ao limite!
Todos estavam constantemente provocando ele!
Potens Passus olhou para o Comandante com ódio e liberou sua Aura de Vontade.
— Oh, está me ameaçando? Isso são mais 5.000 Pedras Divinas! — disse o Comandante com um sorriso malicioso.
A mente de Potens Passus quase explodiu.
Essa não tinha sido sua intenção!
Contudo, ele sabia que a melhor saída era obedecer.
Potens Passus pagou sua dívida, e o Comandante se teletransportou.
Então, Potens Passus olhou para Gravis com olhos cheios de fúria.
Gravis apenas sorriu.