Gravis estava em um estado depressivo, e então Joyce apareceu e soltou aquele comentário.
— Escute — disse Gravis com uma voz pesada e uma expressão irritada. — Eu sei que você tem seus problemas, mas guarde isso para si quando os outros estão em um estado mental ruim. Agindo assim, você só faz inimigos.
Joyce apenas zombou. — Fazer inimigos? Desde quando Cultivadores têm medo de fazer inimigos? Em comparação com você, eu não tenho medo de fazer inimigos. Inimigos só me tornam mais poderosa.
— E como isso tem funcionado para você até agora? — perguntou Gravis. — Você acabou de alcançar o Reino dos Deuses Estelares. Todos os outros são mais poderosos que você, e nenhum deles age como um babaca insensível.
Joyce rangeu os dentes imediatamente. Gravis havia atingido seu ponto fraco. — Insensível? Escute suas próprias palavras. Nós matamos outros para ficarmos mais poderosos, e você reclama de alguém ser insensível?
— Além disso, você nem tem o direito de se sentir mal. Todas essas pessoas morreram por causa da sua estupidez! Você foi quem decidiu fazer algo idiota, e todos os outros pagaram o preço por isso — disse Joyce com um sorriso frio.
— Você está certa — disse Gravis friamente.
O sorriso de Joyce desapareceu.
— Eu sou parcialmente culpado por todas essas mortes. No entanto, eu nunca os forcei a lutar. Nunca os obriguei a entrar na guerra. Eu nem mesmo pedi ajuda, exceto por algumas Pedras Divinas.
— Todas essas pessoas assumiram esses riscos por vontade própria. A Seita Miríade não proíbe ninguém de sair ou de se recusar a lutar em uma guerra. No entanto, todos eles estavam dispostos a arriscar suas vidas por mim.
— Eles são meus amigos, e eu sou privilegiado por tê-los. Eu também faria o mesmo por eles!
— E não se esqueça de que você também lutou pela Seita Miríade. Eu também a vejo como uma amiga, mesmo que sua intenção não tenha sido me salvar. Então, pare de falar essas besteiras antes de perder seu último amigo neste mundo.
As emoções de Joyce estavam em completo caos. Ela sentia nervosismo, raiva, ódio e frustração.
— Último amigo? Quem precisa de amigos!? — disse Joyce com um escárnio. — Amigos só te enfraquecem! No caminho para o poder, você só pode contar consigo mesmo! Se alguém mais forte te atacar, você só pode confiar no seu próprio poder!
— Até certo ponto, você está certa — acrescentou Gravis sem emoção. — Mas é exatamente por isso que as pessoas se unem e formam Seitas. Elas ficam juntas porque não podem permanecer seguras sozinhas. Se alguém mais forte do que você te atacar, você vai morrer, mas ter um respaldo dissuade essas pessoas de te atacarem.
— A vida de um Cultivador não é apenas luta, Joyce — disse Gravis. — Também precisamos de paz para compreender Leis. Precisamos dos outros para nosso equipamento e recursos. Jogar fora seus amigos e a ajuda dos outros por uma ideia estúpida de pureza no caminho do poder não é bravura. É apenas burrice. Eu aprendi isso.
As palavras de Gravis atingiram Joyce como uma lâmina afiada. Ela sentiu até um pequeno arrependimento dentro de si.
No entanto, esse pequeno arrependimento foi esmagado por uma avalanche de ódio e raiva.
— Você é um grande hipócrita — disse Joyce com um riso cínico.
Gravis já estava prestes a passar por ela, mas parou e se virou.
— Você diz que ter um respaldo é importante? Por que é importante para você? — disse Joyce com um sorriso frio. — Não é porque você, por acaso, tem o respaldo mais forte do Cosmos?
— Você tem o respaldo mais forte e diz que ter um respaldo é importante. Para mim, isso soa como alguém que usa seu respaldo para lidar com todos os seus problemas. Você usa seu respaldo como seu escudo e sua arma.
— Qual a diferença entre você e aquela Deus Ancestral que acabou de morrer fora da nossa Seita?
Gravis caminhou até Joyce e olhou profundamente em seus olhos.
Joyce sentiu um aperto no peito, mas sua postura não vacilou.
No entanto, surpreendentemente, Gravis nem parecia tão irritado.
— Você nem mesmo acredita nessas palavras — disse Gravis lentamente. — Você sabe que suas palavras são vazias. Se você sabe disso, e eu sei disso, qual o propósito de dizê-las?
Joyce não esperava essa resposta.
Ela esperava que Gravis ficasse furioso, mas ele não ficou.
— Você disse essas coisas sabendo muito bem que eram uma tentativa patética de me provocar — disse Gravis calmamente. — Isso não é um bom ataque. Não é uma boa tática de manipulação.
— É apenas você se agarrando a qualquer coisa. Por quê? Porque você é impotente para realmente fazer algo contra mim.
— Você é fraca.
A raiva de Joyce explodiu, mas ela não conseguiu reunir coragem para atacar Gravis naquele momento.
— E sabe de uma coisa? O que você acabou de falar aconteceu. Você conseguiu fazer alguém mais forte do que você querer te atacar. Mas, como você tem uma relação com essa pessoa e é membro da Seita Miríade, seu atacante não te atacará.
— Se você não tivesse ligação comigo, já teria morrido pela minha mão — disse Gravis lentamente.
— Quando tentar me chamar de fraco e emocional novamente no futuro, Joyce, lembre-se de uma coisa.
Gravis olhou para Joyce sem emoção.
— Mesmo no mundo inferior, eu matei muito mais seres vivos do que você matou em toda a sua vida, e os seres vivos que matei no mundo inferior nem são numerosos o suficiente para serem relevantes comparados ao que matei depois.
Depois de dizer isso, Gravis se virou e começou a sair.
Mortis apenas observou os dois com neutralidade.
Quando os olhos de Gravis se afastaram dos de Joyce, algo dentro dela se quebrou.
Joyce puxou seu sabre enquanto uma ira incontrolável explodia dentro dela. Toda sua contenção se dissipou enquanto ela golpeava Gravis.
Joyce ativou todas as suas Leis enquanto atacava Gravis com todo o seu poder.
Era um ataque genuíno para matar Gravis.
Mortis não reagiu.
Quando Joyce desferiu seu ataque, Gravis simplesmente se virou.
BANG!
O Raio Celestial explodiu no sabre de Joyce, quebrando-o em inúmeros pedaços.
PACK!
A mão de Gravis agarrou Joyce pela garganta e a puxou para perto. Sua Aura de Vontade a impediu de se mover.
Joyce lutou com todas as suas forças contra a supressão de Gravis, mas não conseguiu fazer nada.
Ela estava impotente.
Gravis apenas a observou friamente enquanto ela se debatia contra sua supressão.
Isso continuou por quase um minuto inteiro.
O corredor estava em completo silêncio, pois Joyce nem conseguia emitir um som.
Após um minuto, Joyce conseguiu recuperar o controle de si mesma.
Gravis olhou em seus olhos e conseguiu perceber parte de suas emoções. Ela agora era uma Deusa Estelar, o que tornava impossível para Gravis ver todos os fragmentos de suas Leis, mas ele ainda conseguia discernir muito.
Não havia arrependimento.
Havia apenas desprezo.
Na mente de Joyce, Gravis não teria coragem de matá-la.
Aos olhos dela, Gravis era tão patético quanto sempre fora.
Gravis piscou calmamente.
— Vamos ver se alguém está disposto a salvá-la — disse Gravis em um tom sem emoção.
Então, Gravis fechou a mão.
A cabeça de Joyce foi esmagada e caiu ao lado de seu corpo.
A mente de Joyce se encheu de horror e terror ao perceber que sua Energia Espiritual e sua Energia Vital estavam desaparecendo rapidamente no nada!
Ela estava morrendo!
Gravis se virou e saiu, deixando Joyce morrer.
Ela não conseguiria sobreviver por conta própria, e Gravis não a salvaria.
Alguém teria que salvá-la.