Gravis e sua mãe discutiram por um longo tempo sobre como montar a loja e, eventualmente, chegaram a um consenso.
Gravis daria 20% de todos os lucros para sua mãe. Em troca, ela forneceria a loja, cuidaria de toda a burocracia e seria responsável pela segurança do local. O fato de ela cuidar da segurança era o mais importante. Pessoas que sabiam que seriam torturadas até a morte poderiam se tornar agressivas e atacar Gravis. Se sua vítima fosse um Deus Ancestral, Gravis morreria instantaneamente.
Com a ajuda de sua mãe, Gravis não precisava temer ninguém dentro de sua própria loja. Somente Deuses Divinos no Pináculo poderiam lutar contra sua mãe, e esses cultivadores jamais entrariam na loja de um torturador Deus Estelar. Eles tinham acesso aos verdadeiros torturadores, que eram praticamente todos Deuses Divinos.
A Economista precisou de apenas alguns anos para montar toda a loja e, antes que percebesse, Gravis já estava pronto para começar a trabalhar.
Sua loja ficava na praça central da Cidade Opositora, uma localização incrivelmente cara. Quando Gravis fundou a Gravitas, ele não havia escolhido um local tão caro. Afinal, naquela época, essas lojas eram simplesmente caras demais, e a Economista jamais teria recuperado o investimento. O valor da loja teria sido muito maior do que todo o dinheiro que Gravis havia ganhado até então.
Na verdade, o aluguel era de 10 milhões de Pedras Divinas por milênio.
Gravis montou rapidamente a loja e olhou para a placa acima da entrada.
Câmaras de Tortura Nome Secreto.
Ele decidiu chamá-la assim porque não podia revelar o nome real, que era simplesmente Câmaras de Tortura Gravitas.
“A Gravitas está se expandindo”, pensou Gravis com orgulho.
Primeiro, a Gravitas foi uma forja.
Depois, uma empresa comercial.
Em seguida, uma Seita que abrangia milhões de mundos.
E agora, uma câmara de tortura.
Gravis se sentou dentro da loja, usando um disfarce. Usar disfarces na Cidade Opositora era proibido, mas dentro de edifícios, isso era permitido, desde que o dono do prédio não chamasse os guardas.
Então, Gravis simplesmente esperou.
A Economista não investiu apenas na localização e na burocracia da loja, mas também em marketing.
Ela gastou mais 100 milhões de Pedras Divinas para enviar mensageiros às diferentes Seitas. Esses mensageiros informaram as Seitas sobre as Câmaras de Tortura Nome Secreto e os serviços oferecidos.
É claro que a Economista não informou Seitas que tinham Deuses Divinos. As Seitas mais poderosas que ela contatou estavam no nível da Seita Fogo Eterno.
Com todo esse marketing, Gravis não precisaria esperar muito pelo primeiro cliente e, de fato, apenas alguns meses após a inauguração, seus primeiros clientes chegaram.
Cinco figuras entraram na loja carregando um corpo. Todos usavam capuzes e suas auras estavam completamente ocultas.
Mas espere, não era proibido entrar na Cidade Opositora usando disfarces?
Bem, a regulamentação sobre disfarces existia apenas para proteger o público. Quem solicitasse uma isenção poderia usá-los. Claro, havia duas restrições para isso.
Primeiro, as pessoas precisavam usar disfarces criados especificamente pelos guardas da cidade. Esses disfarces ocultavam suas identidades de todos, exceto dos comandantes da Cidade Opositora.
Segundo, tinham que pagar uma quantia significativa por essa isenção. Esses cinco provavelmente pagaram 100.000 Pedras Divinas só para usar seus disfarces.
Os cinco olharam para Gravis, que também estava disfarçado.
— Você conhece a Verdadeira Lei do Sofrimento e oferece seus serviços para qualquer um entre o nível de Imperador Imortal no Pináculo e Deus Ancestral no Pináculo? — perguntou um deles em um tom distorcido.
— Correto — respondeu Gravis, também em um tom distorcido.
— Prove que conhece a Verdadeira Lei do Sofrimento — disse um dos clientes.
Gravis gesticulou para um dos espinhos pendurados no teto. Esses espinhos estavam conectados a ele por Formações de Matrizes. Havia cerca de 25 espinhos longos na sala, e quando ativados, perfurariam um Cultivador, mantendo-o preso e infligindo a Verdadeira Lei do Sofrimento sobre ele.
Um dos clientes se aproximou e tocou o espinho. Então, olhou para Gravis, sinalizando para começar.
Gravis ativou a Formação de Matrizes.
BANG!
O espinho disparou do teto, atravessou a mão do cliente e atingiu o chão.
— AAAHHH!
A pessoa imediatamente começou a gritar de dor e caiu de joelhos.
CRK!
Então, sem hesitar, a pessoa cortou a própria mão, rompendo a conexão com o espinho.
— Satisfeito? — perguntou Gravis.
O cliente respirou fundo e informou seus colegas.
Pessoas do nível deles nunca haviam experimentado a Verdadeira Lei do Sofrimento antes, o que os tornava céticos quanto ao seu poder. Afinal, era difícil imaginar uma dor tão intensa que levasse alguém a querer se matar.
Eles discutiram por um tempo através de transmissões de voz.
Depois de um minuto, os cinco se reuniram novamente e olharam para Gravis.
— Quais são seus preços? — perguntou um deles.
Gravis apontou para uma parede onde todos os preços estavam listados.
Os cinco olharam e prenderam a respiração.
Era realmente caro.
Nada custava menos de um milhão de Pedras Divinas.
Porém, eles ficaram ainda mais surpresos ao ver a seção de ‘Especiais’.
Havia algo ali que custava cinco bilhões de Pedras Divinas!
Extração instantânea e extremamente detalhada de informações, nível Deus Ancestral, cinco bilhões de Pedras Divinas.
Os cinco olharam para aquilo em choque. Toda a Seita deles não tinha nem um bilhão de Pedras Divinas, e esse cara queria cinco bilhões por esse serviço!
Depois de um tempo, tomaram sua decisão.
— Queremos a extração de informações para um Imperador Imortal no Pináculo — disse um deles.
“Claro, meus primeiros clientes escolhem a opção mais barata do menu”, pensou Gravis com irritação.
— Isso custará um milhão de Pedras Divinas. Lembrem-se de que eu saberei a identidade da vítima e ouvirei todas as informações. Naturalmente, a informação será classificada pelos próximos 50.000 anos. Depois disso, provavelmente não será mais relevante.
— Está bem. Quanto tempo isso levará aproximadamente? — perguntou um deles.
— Primeiro, preciso sentir a aura da pessoa. Se quiserem uma estimativa, revelem a identidade dela primeiro — disse Gravis.
A pessoa que segurava a prisioneira inconsciente olhou para um dos companheiros. Esse alguém assentiu, e o capuz da prisioneira foi retirado.
Era uma mulher de cabelos verdes, muito bonita, e estava no nível de Imperador Imortal no Pináculo.
Gravis observou seus fragmentos de Lei e conseguiu ler sua personalidade.
Bondosa, perdoadora, leal, mas perde o controle das emoções com facilidade.
Em resumo, uma mulher comum, mas com uma tendência para a gentileza.
“Bem, azar o dela”, pensou Gravis.
— Ela é durona — disse Gravis. — Há 30% de chance de ela se matar. Se não o fizer, provavelmente cederá todas as informações relevantes em cerca de uma década, devido à sua Aura de Vontade fraca. Vocês podem esperar aqui ou voltar depois. Tudo estará resolvido até lá.
— Além disso, lembrem-se de que, se ela decidir revelar as informações necessárias, será teleportada para um local secreto um dia depois de vocês receberem as informações.
A última frase deixou os clientes um pouco nervosos.
— Não podemos simplesmente pagar mais para que você a mate depois? — perguntaram.
— Não. A esperança precisa ser real para que a tortura funcione. Se eu quebrar minha palavra uma vez, será difícil continuar trabalhando. Duvido que vocês tenham os recursos para garantir meu futuro.
Os cinco se entreolharam novamente.
— Certo — disse um deles, entregando um milhão de Pedras Divinas.
Gravis guardou as Pedras Divinas e teleportou a mulher para uma sala separada. Os espinhos na sala principal eram apenas para aqueles que queriam passar por treinamento de Aura de Vontade.
Silêncio.
— Quando você vai começar? — perguntou um deles.
— Já comecei — respondeu Gravis. — As salas dos cativos são isoladas. Neste momento, ela está gritando a plenos pulmões.
— Ah, certo — disse o cliente, um tanto desconfortável com a situação.
Gravis também se sentia um pouco desconfortável. Afinal, estava basicamente torturando uma mulher gentil.
Mas dinheiro era dinheiro, e quando necessário, Gravis sabia ser moralmente flexível.
— Um de nós voltará em uma década — disse um deles.
Gravis invocou um emblema e o lançou na direção deles.
— Este é o emblema que representa a prisioneira atual. Eu só darei as informações para quem estiver carregando este emblema. Se ela decidir se matar, também informarei o resultado. Além disso, conforme a política da loja, devolverei 50% do pagamento caso ela se suicide.
Os cinco olharam para o emblema, assentiram e se teleportaram para longe.
Gravis simplesmente permaneceu sentado no chão, no meio da sala.
Ele podia ouvir os gritos angustiantes e dilacerantes de sua única prisioneira no momento.
Era como se sua garganta estivesse se inflamando enquanto seus gritos a destruíam.
Ela gritava e implorava sem parar, chegando a mencionar seus filhos e sua família.
Sua Seita precisava dela, e ela não podia traí-los. A Seita abrigava toda a sua família, e se ela os traísse, sua família poderia morrer em um ataque.
Gravis anotou essas informações.
Ela já estava começando a revelar detalhes sem perceber.
A tortura só pararia quando ela gritasse que havia revelado tudo o que sabia sobre sua Seita e quando a Formação de Matrizes confirmasse que ela estava dizendo a verdade.
Esse seria o único momento em que a tortura cessaria.
Gravis não gostava disso, mas precisava ganhar dinheiro.
Pessoas morriam o tempo todo em batalhas, e isso era apenas uma forma mais dolorosa de morrer.
O processo era diferente, mas o resultado era o mesmo.