Gravis deixou a facção de Manuel após se despedir de todos.
Para aliviar seus receios, Gravis disse a todos que provavelmente ficaria longe por um bom tempo. Na época, a Provação dos Céus havia levado mais de quatro anos, o que havia sido um tempo incrivelmente longo para ele.
Talvez essa Provação dos Céus também levasse um tempo incrivelmente longo.
Ele também disse que, enquanto seu pai não os informasse do contrário, isso significava que ele ainda estava vivo.
Dessa forma, eles não precisariam se preocupar com o desconhecido.
Gravis também pediu desculpas por não poder estar presente para a tribulação de Stella. Stella passaria por sua tribulação em cerca de 45.000 anos, e Gravis presumiu que a Provação dos Céus levaria ainda mais tempo.
Na verdade, não era apenas Stella que passaria por sua tribulação. A maioria dos outros havia se tornado Deuses Estelares pouco depois de Stella, sendo que ‘pouco’, significava 100.000 ou 200.000 anos depois.
Gravis se referia a centenas de milhares de anos como ‘pouco tempo’.
Eventualmente, Gravis partiu. Obviamente, Mortis o seguiu, mas manteve-se intangível. Afinal, ele havia comprado apenas um token, que era para Gravis, e não compraria um segundo se pudesse entrar de graça.
Orthar era o dono das Provações dos Céus, não a Seita Fogo Eterno.
Depois de se teletransportar por algumas horas, Gravis chegou perto de uma cadeia de montanhas vazia.
WHOOOM!
Uma Aura de Vontade incrivelmente poderosa suprimiu Gravis quando um adolescente de cabelos azuis apareceu diante dele.
Era difícil para Gravis sentir seu Reino, mas ele supôs que provavelmente fosse um Deus Ancestral de nível quatro ou cinco.
— Você não é da Seita Fogo Eterno — disse o adolescente.
— E ainda assim, tenho um token de entrada — respondeu Gravis com uma transmissão de voz. — Se puder retirar sua Aura de Vontade, poderei mostrá-lo.
O adolescente estreitou os olhos, mas obedeceu.
A pressão sobre Gravis enfraqueceu, e Gravis convocou o token de entrada, que rapidamente foi tomado pelo adolescente.
O jovem olhou atentamente para o token e então para Gravis.
CRK!
O adolescente destruiu o token de entrada e assentiu. — Você pode entrar.
Gravis assentiu educadamente e passou pelo jovem, que simplesmente se teletransportou para longe.
Gravis foi até o sopé de uma montanha e pousou.
Diante dele havia uma pequena caverna. Não era maior do que uma mina de ferro mortal e parecia bastante rústica.
Ao entrar na caverna, Gravis caminhou calmamente por um tempo e, conforme avançava, o espaço dentro dela se ampliava cada vez mais.
Eventualmente, a caverna tinha mais de cinco quilômetros de largura e altura, e um gigantesco portão dourado surgiu diante de Gravis.
O portão brilhava intensamente em ouro e exalava uma espécie de aura sagrada. Qualquer um que visse esse portão perceberia que ele tinha alguma relação com os Céus.
Gravis apenas sorriu amargamente. — A Seita Fogo Eterno colocou a montanha ao redor do portão para escondê-lo. Provavelmente não querem que os outros saibam que possuem esta Provação dos Céus. Afinal, uma Provação dos Céus fornece refino sem a necessidade de lutar contra outras seitas. Isso é bem valioso.
Depois de observar o portão por um momento, Gravis avançou e colocou a mão sobre ele.
“Oh? Isso é bem pesado”, pensou Gravis.
Gravis usou mais força, mas o portão ainda não se movia.
— O quão pesado é essa coisa!? — gritou Gravis, frustrado.
CRR!
Gravis se transformou em sua forma de besta e colocou todos os seus seis braços sobre o portão.
Ainda assim, ele não se moveu.
BANG!
Gravis ativou sua Lei Verdadeira da Velocidade Física para aumentar sua força e também usou seu Raio Celestial.
CRRR!
O portão tremia, mas Gravis já estava usando toda a sua força.
— Um pouco de ajuda, por favor! — gritou Gravis entre os dentes cerrados.
— Gravis, basta abrir um lado do portão. Você não precisa abrir os dois ao mesmo tempo — respondeu Mortis.
Gravis cerrou os dentes de esforço. — Mas eu quero abrir os dois — retrucou.
— Tudo bem, vá em frente — respondeu Mortis, sem ajudar.
Gravis empurrou com mais força e, depois de minutos de esforço, finalmente conseguiu mover os portões, ainda que muito lentamente.
Assim que uma pequena fresta se abriu entre os portões, uma luz brilhante iluminou a caverna. Parecia que o paraíso estava apenas esperando além daqueles portões.
Gravis ficou momentaneamente cego pela luz, mas apenas sorriu motivado e continuou empurrando.
Os portões se abriram mais e mais, e a caverna ficou ainda mais iluminada.
Em uma caverna escura, um Demônio Negro solitário empurrava um portão gigantesco, que aparentemente escondia o paraíso atrás dele.
Gravis fez um último esforço e conseguiu abrir os portões apenas o suficiente para passar sem precisar se espremer de lado.
A luz do outro lado do portão banhou Gravis, que fechou os olhos em felicidade, seu corpo inteiro envolto pela claridade.
Então, ele caminhou para frente com os braços estendidos, como se quisesse abraçar a luz.
— Já terminou? — perguntou Mortis à frente de Gravis.
Gravis apenas sorriu.
A luz era Mortis.
Ele havia passado pelo portão em seu estado intangível e se rematerializado do outro lado para esperar por Gravis.
Quando Gravis viu a luz passando pelos portões, teve uma ideia genial para uma piada e decidiu seguir com ela.
Gravis apenas riu ao ver a expressão irritada de Mortis.
Depois de um momento, Gravis caminhou até Mortis e colocou a mão em seu ombro de maneira amigável.
Whoop!
A mão de Gravis simplesmente atravessou Mortis.
— Ei, não precisa ser tão frio. Você é uma Estrela, sabia? Se supõe que você seja quente — disse Gravis.
Mortis apenas olhou para Gravis com uma expressão neutra.
Nenhuma reação era visível em seu rosto.
Mortis também não respondeu.
— Tudo bem, vamos dar uma olhada na Provação dos Céus — disse Gravis com uma risada leve.
Então, Gravis avançou pelo corredor escuro. Assim como na Provação dos Céus do mundo inferior, essa também era construída com um tipo de pedra que normalmente se encontraria em um mausoléu.
Era como se qualquer pessoa que andasse ali estivesse caminhando para sua própria cova.
No entanto, Gravis deu apenas alguns passos antes de parar.
Então, ele olhou para frente com os olhos semicerrados, como se estivesse avaliando algo.
Mortis viu a expressão de Gravis, mas não comentou.
— Mortis — disse Gravis lentamente.
Mortis não respondeu.
Gravis olhou para Mortis atrás dele com a testa franzida.
— Mortis, temos um problema — disse Gravis.
Mortis apenas olhou para Gravis com uma sobrancelha levantada, demonstrando ceticismo.
— Mortis — repetiu Gravis lentamente.
— Eu não consigo ver.
— Preciso de luz.
Então, Gravis caiu na gargalhada enquanto Mortis apenas olhava para ele com uma expressão impassível.
— Por que você é assim? — perguntou Mortis.
Gravis apenas riu ainda mais.
Depois que Gravis terminou de rir, Mortis o olhou novamente com uma expressão solene.
— Você se lembra de todos que encontramos no mundo inferior? — perguntou Mortis calmamente.
A pergunta pegou Gravis de surpresa, mas ele assentiu.
— Você se lembra de Gorn? — perguntou Mortis.
Gravis olhou para cima por um instante para organizar seus pensamentos, mas eventualmente se lembrou. — Oh, certo! Gorn! Eu lembro — disse. — O que tem ele?
— O que ele pensaria se o Deus Estelar pelo qual deu sua vida agisse como uma criança? — perguntou Mortis.
Silêncio.
Então, Gravis explodiu em risadas novamente.
— Puta merda, essa foi boa — disse Gravis.
Mortis passou por Gravis e seguiu em frente.
Por que ele seguiu em frente?
Porque queria esconder seu sorriso suprimido.
Uma pessoa no Reino de Reunião de Energia não poderia sequer imaginar como os Deuses Estelares funcionavam. Portanto, sua opinião era irrelevante.
Essa era a piada.
Muitas pessoas poderiam achar a piada horrível, mas Gravis adorou.