Os olhos de Mestre Linus se arregalaram de choque, mas então ele apenas bufou.
— Se eu quisesse aprender Supressão com alguém que já a conhecesse, eu já teria pedido a outra pessoa. Não quero arruinar meu talento para a Compreensão de Leis.
Sim, Mestre Linus não conhecia a Lei da Supressão.
Ele era uma das raríssimas pessoas que haviam conseguido compreender a Lei da Liberdade e a Lei do Controle antes da Lei da Supressão.
Por causa disso, sentir e experimentar a supressão se tornara incrivelmente difícil.
Era uma coincidência quase impossível compreender essas duas Leis antes da Lei da Supressão. Além disso, alguém sem afiliação com as Seitas do Pináculo deveria ter sido suprimido durante toda a vida.
Ainda assim, Mestre Linus não havia sofrido muita supressão no mundo mais alto.
O motivo disso era seu otimismo. Ele sempre acreditara que havia uma saída, e sempre encontrara uma.
Porém, naquela época, Mestre Linus não sabia que a Lei da Supressão era uma Lei necessária para a Lei da Realidade Percebida.
Se soubesse antes, talvez não tivesse evitado tantos problemas.
Gravis apenas sorriu de canto.
— Você realmente acredita que eu ofereceria algo assim? — perguntou ele.
— O que mais poderia ser oferecido? — Mestre Linus perguntou. — As Leis da Realidade Percebida só podem ser compreendidas por meio de circunstâncias e situações. Sem ser mais poderoso do que eu e sem investir milhões de anos, você não pode me ensinar a Lei Verdadeira da Supressão sem prejudicar meu potencial.
O sorriso de Gravis não desapareceu.
SHING!
Gravis retirou quatro frutas e as colocou sobre uma das mesas.
Mestre Linus olhou para as frutas e, naquele instante, todo o seu corpo e Espírito tremeram.
Frutos da Vida de Compreensão de Leis para a Lei Verdadeira da Supressão!
Mas como!?
Isso não deveria ser possível!
As Leis da Realidade Percebida não podiam ser convertidas em Frutos da Vida de Compreensão de Leis!
Era simplesmente impossível!
Frutos da Vida de Compreensão de Leis só podiam representar coisas que podiam ser observadas na realidade física. Não era possível simplesmente mostrar uma emoção ou a percepção de uma situação.
Além disso, essas frutas vinham de plantas, e plantas tinham um enorme problema com as Leis da Realidade Percebida.
Por todas essas razões, era impossível que existissem Frutos da Vida de Compreensão de Leis para a Lei Verdadeira da Supressão.
Era simplesmente impossível!
Ainda assim, elas estavam bem diante de seus olhos.
Elas não podiam existir, mas estavam ali.
Mestre Linus questionou sua própria percepção várias vezes, mas as frutas continuavam existindo.
Um longo período de silêncio se seguiu.
— Seu pai criou isso? — Mestre Linus perguntou em um tom baixo.
— Recompensa de uma Provação do Céu — disse Gravis. — Comi uma delas, sobraram quatro. Não precisei de todas.
— Recompensa de uma Provação do Céu — Mestre Linus repetiu com um suspiro profundo. — Se você recebeu tal recompensa, essa Provação deve ter sido extremamente difícil.
— Quase morri várias vezes — disse Gravis.
Silêncio.
Mestre Linus nunca ouvira falar de alguém recebendo tal recompensa de uma Provação do Céu. As Provações do Céu recompensavam alguém com base na força de sua Força de Combate. Os gênios mais talentosos das Seitas do Pináculo geralmente recebiam uma quantidade absurda de Cristais Divinos ou Frutos da Vida de Compreensão de Leis para outras Leis, mas nunca para as Leis Emocionais ou Leis da Realidade Percebida.
O Mestre Linus olhou para Gravis.
Mas se fosse Gravis…
A Força de Combate de Gravis era sem precedentes, o que significava que ele também poderia receber uma recompensa sem precedentes.
Esses Frutos da Vida de Compreensão de Leis não poderiam existir normalmente, mas se fosse o Céu que as criasse…
Por que não?
— Sempre acreditei que seu pai fosse inimigo do Céu — disse Mestre Linus.
— Ele é — respondeu Gravis.
O Mestre Linus franziu a testa.
— Então, como você conseguiu isso do Céu?
— Não posso falar sobre isso — disse Gravis.
Mestre Linus não gostou da resposta, mas também percebeu que isso estava muito além de seu poder. No fim, era melhor não saber sobre essas coisas.
Ele não queria se envolver na luta entre o Opositor e o Céu.
— E se eu simplesmente pegasse elas? — perguntou Mestre Linus. — Seu pai não se envolveria se fosse apenas eu.
Gravis apenas sorriu, sem demonstrar preocupação. — A situação já é inevitável. Liberdade e controle decidiram o resultado.
— Todas as palavras são vazias.
Mestre Linus sentiu o controle da situação atual.
Já estava determinado.
Era imutável.
Teoricamente, Mestre Linus poderia matar Gravis ali mesmo e pegar as frutas. Ele também poderia deixar Gravis viver e ficar com as frutas.
Era uma escolha.
No entanto, também não era uma escolha.
Mestre Linus faria o que quisesse fazer, e ele não queria matar Gravis nem roubá-lo.
Portanto, ele não o faria.
O cenário hipotético jamais se tornaria realidade.
A escolha não existia. Havia apenas a ilusão da escolha.
— Nunca conversei com alguém que também conhecesse a Lei Verdadeira da Liberdade e a Lei Verdadeira do Controle — disse Mestre Linus. — Parece muito estranho. É como se falar se tornasse inútil.
— Nós não estamos decidindo o que dizemos — respondeu Gravis. — Neste momento, estamos seguindo um roteiro. Estamos ambos dizendo as coisas perfeitas um para o outro, e sempre há apenas uma escolha perfeita.
— Quando duas pessoas como nós se encontram, há liberdade infinita, mas também nenhuma liberdade. Fazemos o que queremos, mas sempre faremos apenas o que queremos.
— Você deveria se acostumar com esse tipo de conversa, pois logo conversará apenas com pessoas que conhecem esses conceitos.
— A vida se tornará muito diferente — disse Gravis.
Mestre Linus olhou para Gravis e sentiu como se a realidade estivesse se distorcendo e se solidificando ao mesmo tempo.
Era como se Mestre Linus estivesse conversando com alguém que não fazia parte de sua realidade usual. Tudo parecia tão surreal e inevitável que parecia que o mundo ao seu redor não existia mais.
Mestre Linus sentiu como se os dois fossem visitantes deste mundo. Eles não pertenciam a ele, mas sim o observavam de fora.
Pela primeira vez em um tempo imensurável, Mestre Linus sentiu que estava conversando com alguém em seu nível.
E esse alguém era apenas um Deus Ancestral no Pináculo.
Na mente de Mestre Linus, Gravis não era mais uma peça do tabuleiro, mas sim um jogador.
O mundo estava sob seu controle, assim como o mundo estava sob o controle de Mestre Linus.
O que quer que o mundo fizesse, não importava. Eles o manipulariam a tal ponto que conseguiriam o que quisessem.
Quando Mestre Linus percebeu que logo encontraria várias outras pessoas como Gravis, uma nova motivação surgiu em sua mente envelhecida.
Ele estivera sozinho e sem rivais por um longo tempo.
Forte demais para Deuses Divinos no Pináculo, fraco demais para Magnatas Celestiais.
Agora, ele alcançaria um novo nível.
Mestre Linus pegou cuidadosamente as quatro frutas e as observou intensamente.
Gravis sorriu e colocou seu disfarce novamente.
— Estarei esperando na casa dos meus pais. Quando terminar, pode me visitar. Meu pai sabe de tudo o que faço e com quem falo. Ele não o impedirá.
Mestre Linus olhou para Gravis.
— Você receberá o que quer e muito mais — disse ele.
Gravis apenas sorriu.
— Nos vemos em breve.
Então, Gravis se teleportou.
Mestre Linus ficou sozinho novamente e olhou para as quatro frutas.
Seu futuro estava bem diante de seus olhos.
Seu objetivo estava logo à sua frente.
SHING!
Mestre Linus pegou as quatro frutas e se teleportou.
Ele consumiu a primeira fruta imediatamente.